sábado, 11 de setembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Entrevista: Priscilla e Lisa Marie Presley

Entrevista Priscilla e Lisa Marie Presley 
(Oprah Winfrey)

Em entrevista à apresentadora americana Oprah Winfrey em março, Lisa Marie Presley aproveitou para desmentir que seu casamento com o astro pop Michael Jackson foi por questão publicitária. Priscilla Presley, viúva de Elvis Presley e mãe de Lisa, que também participou da conversa com Oprah, revelou que teve um choque quando soube do matrimônio dos dois: "O casamento durou 21 meses. Acho que foi um problema de agenda: ele queria ter filhos e tê-los com ela", afirmou Priscilla. A seguir a íntegra do bate papo entre Lisa, Priscilla e Oprah Winfrey:

Lisa Marie Presley, a filha de Elvis e Priscilla Presley, tem sido famosa desde o dia em que nasceu. Lisa Marie era a maçã dos olhos de seu pai. Ele cobria sua pequena filha com presentes magníficos. Elvis até colocou o nome em seu jato por causa dela.

Quando Lisa Marie tinha apenas 4 anos de idade, seus pais foram pelos seus próprios caminhos e se separaram. O divórcio deixou Lisa Marie dividindo seu tempo com Elvis em Memphis na sua mansão Graceland e com Priscilla em Los Angeles. Depois, no dia 16 de Agosto de 1977, o mundo ouviu a notícia de arrasar corações: Elvis Presley estava morto! Com 9 anos de idade, a vida de Lisa Maria mudara para sempre.

Ela batalhou muito na adolescência e admite ter experimentado drogas. No entando, ela conseguiu mudar sua vida, encontrou o amor e casou com o músico Danny Keough. Eles tiveram duas crianças, uma filha, Riley, e um filho, Benjamin. Lisa Marie e Danny se divorciaram mais tarde. Em grande parte de sua vida, Lisa Marie foi capaz de evitar as manchetes até os casamentos curtos com o cantor Michael Jackson e com o ator Nicolas Cage. Agora ela está tendo uma nova oportunidade para estar no meio das atenções, para definir ela mesma e seu estilo, com um novo CD intitulado "Now What".

Lisa Marie tem tentado manter um um temperamento mais calmo e diz que sua reputação de ser forte não é inteiramente correta, essa é uma visão em que ela não assinaria embaixo.. "Você tem que ter tipo uma pele protetora por fora, mesmo que não seja verdadeiro," diz ela. "Eu acho que isso foi um mecanismo de sobrevivência [para mim]." Lisa Marie diz que ela está em conflito sobre ter crescido na mira do público. "Eu não sou alguém que deseja ou quer atenção," diz ela. "Eu nunca fui uma dessas pessoas que corre, sabe, andando em todos os tapetes vermelhos e indo a todas as aberturas de todos os envelopes, fazendo perfumes Presley e cantando cover de músicas do Elvis. Eu simplesmente não sou o tipo de pessoa que quer atenção sobre mim. Isto tem sido minha maior batalha, e é por isso que demorei tanto tempo para gravar um disco. Eu tive que realmente encontrar uma maneira para ficar tranqüila com tudo isso antes de fazê-lo." Ela diz que este CD dá uma chance de definir ela mesma para o mundo. "Quando eu lancei o disco eu percebi o quanto tinha de fazer antes de me apresentar e sair em púbico falando. Eu estava tipo, 'Você não tem idéia de quem sou eu.' Estou me apresentando a vocês pela primeira vez e vocês possuem todas essas idéias pré-concebidas sobre mim." Lisa Marie foi casada com Michael Jackson por quase dois anos, entre 1994 e 1996. Alguns tem questionado abertamente sobre a natureza da relação deles.

Oprah: Você disse que amava-o.

Lisa Marie: Sim.

Oprah: Você acha que ele te amava?

Lisa Marie: É difícil para mim responder essa pergunta. Eu não sei a resposta para isso, para ser sincera.

Oprah: Você acha que ele te amou o quanto podia?

Lisa Marie: Sim, o tanto que ele seria capaz de amar alguém.

Oprah: Você acha que ele te usou?

Lisa Marie: Esta cadeira está quente, isso eu te digo! Se eu acho que ele me usou? Todos os sinais apontam para isso sim. Eu não posso responder por ele.

Lisa Marie casou pela terceira vez em 2002, com o ator Nicolas Cage. O relacionamento volátil deles acabou rapidamente, com Nicolas entrando com o divórcio após apenas 108 dias de casamento. Lisa Marie diz que apesar de ter ficado chateada com o rompimento, as coisas estão melhores entre eles agora. "Eu tenho que dar-lhe crédito, sabe. Aquela época não era uma boa época para nenhum de nós. Ele acabou amenizando no final e nos tornamos bons amigos após aquilo. Estamos melhores assim. E ele está feliz e casado e tem um bebê chegando agora, o que é ótimo."

Lisa Marie diz que ter filhos com seu primeiro marido, Danny Keough, foi uma das melhores coisas que ela já fez. Lisa Marie e Danny ficaram juntos por volta de oito anos, e Lisa Marie diz que ela já sabia ao 19 anos que Danny era a pessoa com quem ela queria ter filhos. "Eu nunca tive aquele mesmo instinto com um homem, sabe, sabendo que seria tudo bom, seguro," diz ela. "Eu sabia que não importava o que acontecesse sempre ficaríamos conectados, e eu não sei como eu sabia disso com uma idade tão jovem, mas eu sabia instintivamente disso e tive aquelas crianças com ele e nós somos como melhores amigos; irmão e irmã."

Lisa Marie diz que ela e Danny criam os dois filhos juntos, e que ele até mora na propriedade dela. "Temos uma espécie de (casa) conjunto, então ele tem a casa dele e passamos os feriados juntos," diz ela. "É difícil ter esse tipo de relação com seu ex, mas eu acho que é muito importante se você tem filhos com alguém para manter sua responsabilidade. Você não precisa colocar o que vocês passaram ou o que vocês tiveram um com o outro nas crianças."

Oprah: Você tem orgulho de suas habilidades maternas? Quando você se olha como mãe, que nota daria? Em uma escala de 1 a 10.

Lisa Marie: Um 8.

Oprah: Eu acho que 8 é o melhor que alguém consegue chegar! Em que você acha que é melhor como mãe?

Lisa Marie: Só enchendo-os de amor e carinho. Eles precisam me desgrudar deles constantemente. Eu sou louca por eles e eles sabem disso. E depois tendo isso, tentando muito ser amiga deles e também mãe. Essa é a barreira pela qual você caminha, o que é importante pois você não pode caminhar demais para um lado ou para o outro.

Oprah: Como você ensina a eles o que é importante como um ser humano? Como um cidadão do mundo, sua comunidade, quando você tem tudo?

Lisa Marie: Você tem que se tornar um exemplo. Eu não sou alguém que fica parada sentada. Eu não estou feliz ao menos que eu esteja ajudando a outras pessoas. E eles me assistem e vêem isso. Você tem que simplesmente ser um bom exemplo.

O público raramente ouviu falar de Lisa Marie até que ela encontrou sua própria voz e a compartilhou com o mundo. O som e aparência de Lisa Marie revelam uma semelhança assustadora com seu pai lendário! Nas músicas que estão em seu novo CD, Now What, Lisa Marie diz que mostra sua alma.

Oprah: Você sempre se sente como se estivesse sendo comparada ao seu pai ou você chegou a um ponto onde você está mais confortável com essa situação? você pode usá-lo para fixar em sua própria vida e não rejeitá-lo, ou não se sentir como, por exemplo, "Oh, as pessoas estão sempre pensando nele quando eles pensam em mim?"

Lisa Marie: Eu acho que isso foi uma montanha gigante para escalar e ultimamente, sabe, haverá um pouco disso lá fora, e eu realmente estou mais confortável sobre isso. Eu entendo que tudo faz parte.

Oprah: Você ainda está tentando dizer, "Não, eu tenho minha própria vida. Eu tenho minha própria identidade." ?

Lisa Marie: Não, estou tentando achar um bom equilíbrio entre os dois. Não é que eu queira tirar isso de mim. Não se pode fazer isso.

Oprah: Isso é muito inteligente de sua parte. O fato de que, antes de tudo, você se parece com ele! E isso é uma coisa boa. E isso faz parte de quem você realmente é.

The Oprah Winfrey Show (29/03/05)
Exclusivo: A Primeira entrevista juntas de mãe e filha, de Priscilla e Lisa Marie Presley. Oprah estava tão fascinada com Lisa Marie Presley em sua primeira entrevista juntas que elas literalmente ficaram sem tempo para tratar de todos os assuntos! Antes que a mãe de Lisa Marie se juntasse ao programa, Oprah quis saber sobre o novo homem na vida de Lisa Marie. Ela afirmou que seu nome é Michael Lockwood, diretor musical em sua banda, e que ele era "perfeito" para ela.

Lisa Marie: Nós já trabalhamos juntos por um ano e nós estávamos na estrada juntos, então nós já conhecíamos muito bem aonde estávamos entrando. Dizendo perfeito, eu não digo literalmente. Eu só digo que é para mim. Tipo o negócio de alma gêmea, os melhores amigos, todo aquele negócio de que fazemos tudo juntos e, não, eu não estou usando um anel [de noivado].

Oprah: Você não quer mais saber de casamento?

Lisa Marie: Eu nunca diria isso. Eu acho que eu me casaria se eu quisesse ter mais filhos.

Priscilla Presley está aqui para a sua primeira entrevista para a TV com sua filha! Como a mãe de Lisa Maria se tornou a Primeira Dama do Rock 'n' Roll? Priscilla Beaulieu tinha apenas 14 quando ela conheceu o soldado do exército de 24 anos Elvis Presley na Alemanha em 1959. Apesar de suas diferenças de idade, os dois tiveram uma conexão instantânea. Depois de terminar suas obrigações, Elvis retornou à América. Dois anos depois, ele perguntou ao pai de Priscilla se ela poderia mudar-se para Graceland. Esse pedido quase acabou com a união da família, mas no final o pai dela concordou e Priscilla cursou seu último ano do colégio em Memphis. Era uma vida diferente de todas as adolescentes Americanas: de dia ela era uma garota do colegial; de noite, ela era a namorada de Elvis. Em 1967, Elvis e Priscilla estavam casados em Las Vegas.

Desde seus dias com Elvis, Priscilla seguiu adiante para tonar-se uma mulher completa por ela mesma. Ela é uma atriz, uma autora, uma produtora e mãe de Lisa Marie e um filho, Navarone, que tem 18 anos.

Priscilla diz que o Elvis que ela conhecia e a vida que eles viviam juntos, eram muito diferentes do que o público conhecia. "Eu conheci um Elvis muito vulnerável," diz ela de seu primeiro encontro com "o Rei." "Eu não vi ele como um estrela de cinema. Eu pude ver um lado de Elvis que muitas poucas pessoas puderam ver. Ele tinha acabado de perder sua mãe um ano antes daquilo e ele estava no Exército na Alemanha, um lugar muito estranho para ele. E Elvis estava igual um pequeno garoto, na verdade. Então eu fui alguém que ele realmente confiava e conversava na época."

Priscilla diz que o mundo deles era como uma bolha. "Nós tínhamos nossos próprios amigos. Nós viajávamos com eles constantemente. Nós comíamos com eles. Nós trabalhávamos com eles. Nós viajávamos e tomávamos ônibus e aviões e férias, e não era uma vida de verdade. Era realmente nosso próprio mundo, inteiramente com as mesmas pessoas. Elvis muito raramente se socializava com alguém em Hollywood, acredite se quiser. Ele era um garoto de Memphis, Tennessee, e ele sempre queria voltar a Graceland pois aquilo era o seu refúgio. Era lá onde ele, você sabe, prosperava. Onde ficava feliz"

Priscilla diz que tentava muito criar uma filha com os pés no chão. Mas que com Elvis isso era muito complicado, pois geralmente ele mimava muito Lisa Marie com grandes presentes. Priscilla diz que ela acabou tomando muitos dos presentes que Elvis deu à filha, incluindo um anel de diamantes que ele deu a Lisa Marie quando ela tinha apenas 6 anos de idade. Priscilla acabou os guardando em seu armário.. "Ele deu a ela um casaco de pele, um casaco de mink," Priscilla lembra. "Eu acho que ele deu a ela no aniversário e eu disse, 'Você não vai usar isto. Isto não é para você. Você tem 5 anos. Você não vai usar um casaco de mink. Me desculpe. Com licença.' Então eu liguei para Elvis e questionei: 'O que você está fazendo?' Então era simplesmente demais."

Priscilla diz que Elvis, que cresceu muito pobre, só queria dar à sua filha coisas que ele não tinha em sua infância. "E mesmo que uma criança não dê muita importância a essas coisas, outras pessoas darão" diz Priscilla. "Os comentários das outras pessoas realmente me incomodavam. Porque eu não queria que ela crescesse, como você sabe, da mesma forma que muitas crianças privilegiadas crescem. Excesso é horrível. Se você não estiver preparado, realmente perturba seu juízo."

Após a morte de Elvis, Lisa Marie mudou-se em tempo integral com Priscilla para Los Angeles. Priscilla diz que ela estava preocupada com o efeito daquela cidade em Lisa Marie. "L.A. não é bem o lugar para criar crianças," diz Priscilla. "Há muitos excessos lá. Tem muito de tudo lá. E minha briga era tentar deixar ela longe daquilo tudo, e é isso porque eu mandei ela para uma escola umas duas horas dali, pensando que seria uma maneira de mantê-la fora do cenário, do clima da cidade."

Houve até uma época em que Priscilla tentou impor um pouco de sofisticação em Lisa Marie. "Eu queria que você fosse estudar em uma escola na Europa," diz Priscilla. "Estudar Francês. Se tornar uma modelo para os franceses, sabe." O que a Lisa Marie achou de sua introdução a cultura continental? "Ela me mandou para a Europa," diz ela. "Oh Deus, que pesadelo!."

Como todo mundo sabe, Graceland era o lar que Elvis tanto amava. Desde sua morte, se tornou a atração turística número 1 de Memphis e a segunda casa mais visitada nos Estados Unidos, logo atrás da Casa Branca.

No entanto, os Presleys no começo resistiram à idéia de abrir a mansão Graceland para o público. "Demorou um bom tempo para decidir após ele falecer," diz Priscilla. "Mas não havia muitas possibilidades financeiras para manter tudo aquilo. Tínhamos uma equipe que estava conosco há anos e anos, e tínhamos que deixar todo mundo ir. Foi um choque. Tínhamos impostos do Estado chegando, impostos do governo. Novamente, não foi uma decisão tomada de um dia para o outro."

No entanto, há boatos que andaram se espalhado recentemente afirmando que a família Presley vendeu Graceland. Priscilla negou todos eles simplesmente dizendo: "Não, não foi vendido." A confusão, segundo ela, vem de uma recente negociação de licença sobre os produtos ligados a Elvis.. "Nós estávamos procurando há anos por um parceiro estratégico para nos ajudar a crescer," explica Priscilla. "Estivemos abertos por 25 anos. Somos uma companhia privada, e nós pensamos, 'Nossa, nós gostaríamos de poder alcançar aquelas pessoas que não tem condições financeiras para vir a Graceland. Nós temos fãs em todo o mundo.' Então achamos este parceiro em questão, que pensava da mesma forma que nós e que basicamente pegou o licenciamento, também nos ajudaria a atingir esses objetivos e isso foi o que realmente aconteceu."

"Veja, são duas coisas diferentes," explica a Lisa Marie. "Tem o Estatuto de Elvis Presley (herança), que são as coisas na casa e todas as coisas dele, que nunca serão tocadas. Nós vendemos 85 por cento do licenciamento e marketing, nós ainda somos donos de 15 por cento. Mas tudo em Graceland ainda é nosso. Nunca será tocado. Uma boa parte daquele dinheiro voltou para formar uma companhia maior, o que irá expandir e fazê-lo ainda maior e fazê-lo ir a lugares que nunca pôde ir antes."

Apesar de serem unidas agora, Priscilla e Lisa Marie, afirmam que só tem sido assim nos últimos anos em que elas realmente conseguiram se entender.

Lisa Marie: Eu acho que é que nós somos o oposto uma da outra, se você ainda não percebeu. Minha conduta imediatamente se tornou aquela de "uma garota de 15 anos" quando ela entrou aqui! Eu acho que ela tem uma loja de louças e eu sou o touro que vem entrando. Digo, sou mais grosseira. Ela é muito equilibrada, o que é ótimo. E eu sou do jeito que sou. E eu acho que isso simplesmente não conseguia encontrar uma maneira de se mesclar.

Oprah: Como você explica isso, Priscilla?

Priscilla: Eu provavelmente tenho sido a força na vida dela, que colocou disciplina nela, no qual ela precisa, se me permite dizer. E eu acho que isso é uma coisa boa. Eu espero que seja uma coisa boa! Sabe, eu sou honesta com ela. Nesse mundo de trabalho você encontra muitas poucas pessoas que são honestas; que dirão a você a verdade. E eu acho que eu sou aquela guia para ela mesmo, para que ela faça suas próprias coisas. Felizmente ela sempre tem tomado suas próprias decisões. Então eu sou a única pessoa que realmente estava lá com a disciplina e ela provavelmente se ressentiu um pouco com isso.

Priscilla diz que ela soube do primeiro casamento da Lisa Marie, com o músico Danny Keough, só no dia do casamento deles, por telefone. Mas mesmo aquilo foi melhor, diz ela, do que como ela descobriu a respeito do casamento de Lisa Marie com o cantor Michael Jackson. "Havia helicópteros em cima da minha casa para ver se ela estava indo para lá, ver o que eu faria," diz Priscilla a respeito da imprensa antecipando sua reação ao casamento. "Me afogar na piscina? Sei lá," diz ela com tom de brincadeira.

Terminando a história, Lisa Marie explica como ela contou a Priscilla. "Você me ligou e disse, 'Oh Deus, tem helicópteros em cima da casa,' " diz Lisa Marie. " 'Eles estão dizendo que você casou com o Michael Jackson.' E depois eu fiquei em silêncio."

Priscilla mantém uma esperança até hoje que Michael Jackson realmente tenha amado Lisa Marie, e que o casamento deles envolvia uma razão legítima da parte dele. "Eu quero acreditar que ele amava ela," diz ela. "Eu não quero acreditar que foi só para uma coisa, seja para manter sua popularidade ou para ficar associado de alguma maneira a ela ou a seu pai. Eu realmente não quero pensar nisso. Só é difícil para mim acreditar que as pessoas fazem isso. Digo, ela é realmente amável."

Apesar de inicialmente tentar protegê-la de uma carreira musical e dos "grandes sapatos" que ela teria que preencher, Priscilla apóia o canto de Lisa Marie.

E o que Elvis acharia da nova carreira de Lisa Marie? "Eu acho que ele ficaria tão orgulhoso," diz Priscilla. "Eu acho que ele provavelmente estaria dando a ela todos os tipos de conselhos. Eu acho que ele também estaria lá, tentando dizer a ela quais músicas que ela deveria cantar e o que não deveria cantar e como cantá-la. Ele tinha que ter sua mão em várias áreas assim, claro. Eu acho que ele realmente ficaria encantado."

Nas notas para seu CD, Now What, Lisa Marie escreveu uma mensagem especial para os seus pais, agradecendo a eles e chamando os três de uma "unidade eterna, que nunca se rompeu."

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Entrevista com Priscilla Presley

Arquivo Elvis Presley (EPHP) 
Entrevista com Priscilla Presley

(Entrevista de Priscilla Presley por Larry King - CNN) - Um dos programas de maior audiência dos Estados Unidos, o Larry King da CNN, trouxe essa semana uma entrevista muito especial com Priscilla Presley. Ainda muito bonita em seus 59 anos (erroneamente citados 57 na entrevista), Priscilla falou sobre sua vida, seus projetos atuais e claro sobre Elvis Presley. Entre os temas abordados por Larry King ainda estava a realização de um musical contando a história de Priscilla e Elvis, em que os atores principais serão escolhidos pessoalmente por ela e que deve chegar aos palcos americanos ainda esse ano. Priscilla deu uma força a carreira da filha, Lisa Marie Presley, falou sobre a morte de Elvis e seus problemas e comentou sobre seus dois netos. Priscilla nunca mais se casou após a morte de Elvis mas mantém um relacionamento feliz e duradouro há mais de 17 anos e tem um filho adolescente, com 16 anos, de sua atual união. Um dos melhores momentos foi quando Priscilla recordou o primeiro encontro com o Rei do Rock. Priscilla mostrou que ainda tem um enorme respeito pela memória de Elvis e que seu carinho e amor por seu ex-marido ainda permanece forte. Priscilla enfim mostrou que é uma mulher realizada e feliz com a vida. Leia a seguir a Entrevista completa:

Larry King: Hoje vamos entrevistar Priscilla Presley. Ela se casou com Elvis Presley aos 21 anos e juntos tiveram uma filha chamada Lisa Marie. Priscilla é um exemplo de como recomeçar e reinventar a sua própria vida, sua família e sua carreira, Todos esses elementos fascinam a todos nós, mas ela nunca fala ou evita tocar sobre esses temas... mas, ela falará esta noite. Uma rara entrevista com Priscilla Presley a seguir, no "Larry King Live".

Larry King: Nossa convidada especial desta noite é Priscilla Presley. Há tantas coisas para se falar! É ótimo recebê-la aqui conosco, Provavelmente a última vez que ela esteve aqui foi em agosto de 1986, então já faz muito tempo... eu ainda fumava naquela época! Ainda não tinha tido problemas cardíacos.... De qualquer forma, bem, Priscilla, o que te fez demorar tanto a retornar ao nosso programa? Até porque você tem sido sempre convidada!

Priscilla Presley: Claro que tenho sido sim. Obrigada. Acho que eu tenha bastante a falar.

Larry King: neste exato momento!

Priscilla Presley: Sim!

Larry King: Mas... você não tinha muito o que falar há 5 anos atrás?

Priscilla Presley: Sim, eu tinha, mas eu não sou muito de dar entrevistas.

Larry King: Por quê?

Priscilla Presley: Por quê?! Há uma parte de mim que pertence, você sabe, sou de uma geração que cresceu ficando quieta sobre várias coisas. Não dá para simplesmente sair falando a respeito e sobre tudo com todos. Quando sou entrevistada há um monte de coisas em que eu tenho muito cuidado ao me expressar e de certa forma, sou bastante defensiva ao falar... Então….

Larry King: Mas você está confortável aqui, não?

Priscilla Presley: Sim, estou.

Larry King: Você deve saber que existe um enorme interesse em você, na sua filha e principalmente em seu falecido marido. Você nunca se casou outra vez, não é?

Priscilla Presley: Não.

Larry King: Porque não?

Priscilla Presley: Bem, eu estou com uma pessoa já há cerca de 18 anos. E nós estamos muito bem assim. Ele é uma pessoa muito forte, uma verdadeira pedra de Gibraltar, além disso ele é meu principal amigo e confidente.

Larry King: Em que ele trabalha?

Priscilla Presley: Atualmente ele trabalha com tecnologia para a indústria musical.

Larry King: Você já desejou ter outro filho?

Priscilla Presley: Eu tenho outro filho, um garoto.

Larry King: Você tem?

Priscilla Presley: Sim.

Larry King: Qual é a idade dele? É um menino?

Priscilla Presley: Bem, não é bem um menininho, ele já vai fazer 16 anos... o que é uma pena!

Larry King: É estranho o fato de que um filho, no caso Lisa Marie, tenha toda a atenção do mundo, da mídia - e o outro filho não?

Priscilla Presley: Bem, o meu filho – nosso filho realmente não quer nenhuma atenção, ele é justamente o oposto. De qualquer forma você sabe, ele está atravessando a adolescência agora… Ele não gosta de ser rotulado ou taxado… ele é avesso contra qualquer coisa que...

Larry King: Oh! ele é...

Priscilla Presley: Oh, sim ele é muito rebelde... Então isto tudo ainda é novo para mim... Bem, de fato, isto não é tão novo assim... minha filha foi da mesma forma também. A novidade é que agora é um filho e não uma filha...

Larry King: Bem, agora vamos falar sobre o passado um pouco. Você era muito jovem quando conheceu Elvis... Quantos anos você tinha mesmo?

Priscilla Presley: Eu tinha 14 anos.

Larry King: E quais são as suas lembranças... Ter ter encontrado alguém tão grandioso no Show Business e que estava então servindo no Exército, certo?

Priscilla Presley: Certo.

Larry King: E seu pai foi um militar de carreira, certo?

Priscilla Presley: Sim, ele era um oficial da força Aérea.

Larry King: E então, o que aconteceu?

Priscilla Presley: Você deve considerar que quando eu conheci Elvis, não era a "loucura" que é hoje em dia ou até mesmo comparado a quando ele estava aqui nos EUA, pois eu estava na Alemanha, onde meu pai foi designado, na realidade eu ainda era bastante jovem. Eu o conheci numa fase muito vulnerável da vida dele, tinha acabado de perder a mãe e ainda se sentia de luto, muito triste. E eu entrei na vida dele e de alguma forma Elvis se viu confiando em mim e conversando comigo e eu, veja só, na verdade era apenas uma menina de 14 anos.

Larry King: Você se sentia preparada para algo tão sério assim?

Priscilla Presley: Na realidade não. Na verdade eu não havia percebido naquela época o quão sério isto era. Eu tinha meus pais, que estavam tentando me convencer de que ele retornaria a Hollywood e voltaria a ter casos com as atrizes de seus filmes, e que nosso romance não era nada sério entre eu e ele... Então eu tinha os dois lados: Elvis dizendo uma coisa para mim e meus pais dizendo outra coisa totalmente diferente.

Larry King: Então, ele estava dizendo que amava você e seus pais diziam que isto era coisa de adolescente, sem importância?

Priscilla Presley: Certo. Na realidade eles não sabiam como era sério entre nós dois. Apesar de sua posição em relação ao nosso caso eles gostavam muito de Elvis e do pai dele também. Ambos eram, meu Deus, você sabe, a hospitalidade sulista – e muito, muito humildes. Era desta forma que eles eram realmente naquela época... Elvis e Vernon conheceram meus pais e tudo foi feito à velha moda, ou seja, eles se encontraram e falaram abertamente sobre suas intenções aos meus pais.

Larry King: Quando foi que seus pais souberam o quão sério isto era, qual foi a reação deles, eles ficaram nervosos ou algo assim ?

Priscilla Presley: Sim, o meu pai. Acho que isso começou a ficar realmente claro quando Elvis voltou para os EUA, em 1960. Eu já não ouvia falar de Elvis há algum tempo e minha mãe dizia: "Está vendo querida, nós lhe avisamos. Eu disse que ele iria esquecer de você". Foi um choque para mim, eles disseram então que eu tinha que voltar a realidade, retornar minha rotina, voltar para a escola e começar a fazer as coisas que uma menina da minha idade na época fazia.... Mas era muito difícil para mim. Eu não confiava em mais ninguém. Eu tinha uma única amiga a quem eu dizia o que se passava e era só isso. Estava me sentindo muito solitária, muito mesmo.

Larry King: Então, o que aconteceu?

Priscilla Presley: Depois de cerca de 21 dias após voltar para os Estados Unidos, Elvis começou a ligar, e foi então que tudo recomeçou novamente…

Larry King: E eles não poderiam fazer nada que parasse isso?

Priscilla Presley: Não, não a esta altura. Era difícil porque ele poderia ligar a qualquer hora da noite... e nós falávamos três, quatro horas seguidas ao telefone a cada ligação!

Larry King: Então, quantas memórias...

Priscilla Presley: Bem, eu me sinto como se estivesse sendo repetitiva aqui, porque você sabe, eu escrevi um livro (Elvis e Eu), então isto para mim são, de certa forma, coisas do passado...

Larry King: Eu sei, mas isto foi há muito tempo...

Priscilla Presley: Eu sei, eu sei.

Larry King: Vou passar por esta parte então bem rápido....

Priscilla Presley: Tá bem, tá bem, eu apenas não quero aborrecer seus telespectadores... Bom, nós nos falávamos por telefone e Elvis me pediu que o visitasse em Los Angeles. Isso foi mais ou menos em 1962. Eu fui visita-lo em Los Angeles então, naquele verão por aproximadamente duas ou três semanas e ele me levou junto à Las Vegas. Voltei pra casa depois destas férias, mas minha vida, minha cabeça já não era mais a mesma... eu estava profundamente apaixonada.

Larry King: E seus pais tiveram que aceitar isto ou...o que eles poderiam fazer?

Priscilla Presley: Sim porque ele também me chamou para ficarmos juntos no Natal em Graceland. Então havia esses chamados constantes… e naquela época, você sabe, Larry, eu tinha 16, 17 anos... Naquela época as meninas casavam e pronto. Elas não pensavam em carreira. Então Elvis era muito convincente quando ligava aos aos meus pais dizendo: "vou cuidar bem dela, por favor deixe ela vir". Então meus pais permitiram que eu fosse, desde que eu fosse matriculada em uma Escola em Memphis. Digo, eu os ameacei também. Eu disse: "vocês estão arruinando minha vida" e coisas do tipo.... "vocês estão arruinando com meu destino".

Larry King: E como era a vida então? Tão nova e casada com uma celebridade como Elvis Presley. Como era isso?

Priscilla Presley: Muito difícil para uma garota jovem. Eu estava em um mundo novo, diferente de tudo que eu conhecia e um mundo estranho também. Um mundo bem diferente de quando eu o conheci, quando ele era um soldado na Alemanha e estava muito vulnerável.

Larry King: Você gostava dessa atenção toda? Digo, eu posso imaginar que uma menina de 17,18 anos pudesse ficar excitada com os tapetes vermelhos, paparazzi e flashes...

Priscilla Presley: Esta era uma maneira de viver... era a maneira dele de viver... Por onde ele passava era essa loucura... e ele tinha sempre sua "entourage", junto com ele... Eu tinha que aceitar isto... certamente eu não poderia mudar sua maneira de ser.

Larry King: Bem, minha convidada de hoje é Priscilla Presley. Ela coordena também a "Dream Foundation". Vamos falar sobre este e outros assuntos em que ela tem estado envolvida. Depois de nossos comerciais...

Larry King: Estamos de volta com a adorável Priscilla Presley. A talentosa Priscilla Presley. Você está prestes a produzir algo, não é?

Priscilla Presley: Estou.

Larry King: Você está trazendo de volta...

Priscilla Presley: Sim, um antigo filme...

Larry King: Você deveria voltar a atuar nas telas, veja só, em "Naked Gun" (Corra que a polícia vem aí, no Brasil) você estava super engraçada!!!

Priscilla Presley: Obrigada. Sabe, foi muito divertido, muito divertido mesmo, eu adoro fazer este tipo de filme!

Larry King: OK, voltando ao nosso assunto anterior... você se casou e quase um ano depois já tinha um bebê.

Priscilla Presley: Sim, a minha filha.

Larry King: Antes de mais nada, que tipo de marido era Elvis?

Priscilla Presley: Ele era maravilhosamente carinhoso. Cuidadoso. Mas ele também...

Larry King: Mas...

Priscilla Presley: Mas ele também era vítima de sua própria carreira. Daquilo que mais amava que, é claro, era cantar e atuar.

Larry King: Como assim, o que você quer dizer com "vítima" ?

Priscilla Presley: Bem, artisticamente ele cresceu neste meio. Ele era um produto do show business. Ele adorava o que fazia, e por essa razão viajava muito, isso antes mesmo dele ser descoberto pelo Coronel Parker

Larry King: Então isto dificultou para Elvis se tornar um bom marido, mas de que forma? Um monte de mulheres em volta dele, obviamente...

Priscilla Presley: O tempo todo.

Larry King: E como você segurou essa situação?

Priscilla Presley: Foi muito difícil. Ser colocada nesta situação, acho que seria difícil para qualquer mulher. Tudo girava em torno de Elvis. De todas as formas, em tudo, em cada situação... era literalmente "viver a vida dele".

Larry King: Então isso era terrível para você?

Priscilla Presley: Bem, como falei antes, esta era uma maneira de ver a vida....

Larry King: Você era um apêndice na vida dele...

Priscilla Presley: Provavelmente sim. Eu tinha a ilusão de ser uma esposa, eu queria criar um lar, uma família.... ter filhos. Eu queria que ele fosse um marido. Mas isso nunca iria acontecer desta forma. Ele havia criado um estilo de vida que era muito necessário para ele. De certa forma a principal razão era que ele realmente tinha dificuldade de abandonar esse tão querido modo de viver.

Larry King: Porque todos gostavam tanto dele?

Priscilla Presley: Oh, ele era formidável. Ele era um ser humano maravilhoso.

Larry King: Você gostava dele, como ser humano, como pessoa.

Priscilla Presley: Como pessoa ele era maravilhoso. Ele era mesmo formidável. Era cheio de vida e tinha um grande senso de humor. Muito talentoso e muito cuidadoso com a família e com os pais. Esta era uma qualidade inquestionável sobre Elvis.

Larry King: Mas veja bem... eu nunca ouvi nenhuma palavra ruim a respeito dele...

Priscilla Presley: Não.

Larry King: Ele tinha lá seus erros, mas...

Priscilla Presley: Sim.

Larry King: Bem, agora você tinha um bebê. O quão bom ele era como pai?

Priscilla Presley: Bem, eu era a disciplinadora.... Eu digo, ele não conseguia...

Larry King: Ele a mimava...

Priscilla Presley: Ele a mimava, sim. Ele adorava crianças. E certamente ele a mimava e deixava a disciplina por minha conta. Eu era "a malvada" na história.... Então, claro, Lisa sempre queria estar com ele porque ela não tinha nenhuma regra enquanto estava ao seu lado, nenhuma disciplina que ela deveria seguir.... Ele a deixava ficar acordada até as três da manhã, sem banho, sem escovar os dentes... era eu quem ligava para saber: "tomou banho, escovou os dentes?" E ela respondia: "claro que sim, com certeza já fiz tudo". Era tudo mentira. E Elvis ficava rindo.

Larry King: Ele a levava às vezes para ficar com ele...

Priscilla Presley: Sim, ela ia para Memphis, isso após nosso divórcio.

Larry King: O divórcio foi difícil?

Priscilla Presley: Sim, foi. Foi muito difícil.

Larry King: Ele te tratou de forma injusta?

Priscilla Presley: De jeito nenhum!

Larry King: Então foi emocionalmente difícil ?

Priscilla Presley: Claro, foi um passo muito grande e desafiador em nossas vidas. Mesmo depois de tudo, nós nos preocupávamos um com o outro. Apenas éramos duas pessoas com dois estilos de vida muito diferentes.

Larry King: Vocês continuaram a se ver depois do divórcio ?

Priscilla Presley: Com certeza, sempre que ele podia.

Larry King: Então um relacionamento ali continuava, de alguma forma.

Priscilla Presley: Com certeza.

Larry King: Então você era a "mãe durona" e ele era o "pai bacana", muito típico, a propósito!

Priscilla Presley: Eu sei que é.

Larry King: Com filhas...

Priscilla Presley: E com filhos também, estou descobrindo agora.

Larry King: E quando Elvis morreu, qual era a idade de Lisa Marie, 9 anos?

Priscilla Presley: Ela tinha 9 anos de idade.

Larry King: Aonde você estava naquele dia?

Priscilla Presley: Estava em casa, me preparando para ir a uma consulta médica. E eu...

Larry King: Em Los Angeles?

Priscilla Presley: Em Los Angeles. Minha mãe atendeu o telefonema de Joe Esposito e ele disse que precisava falar muito comigo. Eu já havia saído para a consulta, então ele falou também com minha irmã Michele e deixou o recado dizendo que era urgente! Ela então foi me encontrar no consultório e me disse que algo estava muito errado, que Elvis havia sido levado para o Hospital e que estava muito mal, então imediatamente eu voltei para minha casa. Joe me ligou novamente dizendo que estava mandando um avião me buscar em Los Angeles, porque era realmente algo extremamente sério.

Larry King: Ele não te disse que Elvis estava morto?

Priscilla Presley: Sim, ele disse. Disse que algo muito sério tinha ocorrido e que infelizmente Elvis estava morto.

Larry King: A propósito, o CD "Elvis, 30 No. 1 Hits" foi lançado conjuntamente com o 25º aniversário da morte dele e está no topo das paradas em 12 países. Parte do material visual que está sendo apresentado esta noite também vem do DVD "Elvis His Best Friend Remembers", um documentário sobre Elvis, feito por "Diamond Joe Esposito" , de quem, eu imagino, você goste.

Priscilla Presley: Sim, eu gosto muito de Joe.

Larry King: Bem, voltando então – você ficou totalmente chocada com a notícia?

Priscilla Presley: Parte de mim não ficou. Mas, outra vez dizendo,`todos nós ao redor dele sequer admitiria o fato um dia de que ele se fora. Você simplesmente...

Larry King: ...achava que Elvis não fosse morrer nunca.

Priscilla Presley: Exato, afinal Elvis esteve entre muitas idas e vindas ao Hospital por anos. Na verdade, ele às vezes ia para o Hospital apenas para ficar longe de tudo e poder descansar, se afastar das pressões...

Larry King: Mesmo ?

Priscilla Presley: Sim. Ele adorava ir para o Hospital. (risos)

Larry King: Bem, de forma geral você sempre teve que ser muito forte por dentro...

Priscilla Presley: Sim, sabe porque? Eu sempre representei "a malvada", não importa o que estivesse acontecendo... mesmo quando Elvis ainda era casado, você sabe, isto era...sempre havia muita agitação ao nosso redor.... E eu acho que... acredito que isto aconteceu dos dois lados... Era difícil para mim também aceitar os fãs. Você sabe, os fãs viviam ali, do lado de fora dos portões de nossa casa... às vezes acampavam ali do lado de fora por semanas! Eles me seguiam aonde quer que eu fosse. Eu realmente me sentia como se não tivesse minha própria vida...

Larry King: Quando Elvis morreu, você teve que tomar conta de algumas coisas, certo?

Priscilla Presley: Sim, eu tive sim.

Larry King: Você era a ex esposa de Elvis. Tinham outras pessoas também cuidando dos preparativos para o funeral ou tudo caiu em seu colo de repente?

Priscilla Presley: Não, não foi assim… Quando eu cheguei a Memphis dia 16 à tarde tudo já havia sido providenciado pela família.

Larry King: Por Vernon, o Pai de Elvis?

Priscilla Presley: Sim, o Pai de Elvis – estava em tal estado de choque...eu ainda posso ouvir como se fosse hoje, seu pranto, choro, desespero... ele não tinha condições de lidar com a morte do próprio filho – e com nada mais ali ao redor. Todos ali estavam perplexos, confusos, todos na casa.

Larry King: E a sua filha?

Priscilla Presley: Minha filha? Por incrível que pareça, eu não acho que ela realmente soubesse o impacto do que havia acontecido... ela não tinha a dimensão dos fatos.

Larry King: 9 anos é uma idade sensível.

Priscilla Presley: Eu concordo... E foi muito difícil para ela acreditar que aquilo era verdade. Eu me lembro que ela estava... andando com seu carrinho de golfe do lado de fora da mansão Graceland com uma amiguinha. Eu achei isso um tanto estranho, mas pensando bem... eu realmente preferi que ela ficasse do lado de fora do que dentro de casa, porque o clima era muito deprimente.

Larry King: Ela foi ao funeral?

Priscilla Presley: Claro que sim.

Larry King: Ela segurou bem a situação na medida do possível?

Priscilla Presley: Sim, muito bem.

Larry King: O quão difícil foi isso tudo para você?

Priscilla Presley: Eu não acreditava no que estava acontecendo. Estava incrédula mesmo.

Larry King: Porque você ainda o amava.

Priscilla Presley: Com toda a certeza… você sabe, ele era uma parte enorme da minha vida… Elvis era do tipo que, uma vez que você tinha um vínculo com ele, não havia como voltar atrás, o caminho não tinha retorno. Ele era uma pessoa fantástica. O impacto deste vínculo é duradouro...

Larry King: Certo. Isto te alguma forma afetou seus outros relacionamentos?

Priscilla Presley: Sim, afetou. É difícil para qualquer pessoa lidar com essa situação.

Larry King: Ele é um fantasma...

Priscilla Presley: Sim.

Larry King: Esta pessoa que está com você há 18 anos tem sido forte então...

Priscilla Presley: Muito forte. Ele é o que ele é. Muito seguro. Muito sólido. Ele é muito compreensivo e isto tem sido bom para mim, é o único relacionamento que eu tive nestes anos que tem sido tão sólido assim...

Larry King: Vamos falar um pouco mais de sua filha? Primeiramente, o CD dela. Ela pode cantar! Você sabia disto ?

Priscilla Presley: Por muito tempo, Lisa não cantou. Eu sequer imaginava que ela teria voz para isso. Ela sempre tocava músicas bem alto como a maioria dos adolescentes mas eu me recordo que sempre dizia a ela: "abaixe a música!" porque ela realmente colocava o som bem alto... Provavelmente ela já estava praticando durante todos aqueles anos.

Larry King: Bem e quando isto aconteceu? Quando é que você realmente teve ciência disso?

Priscilla Presley: Ela queria começar a cantar, acho que há uns 10 anos atrás.. Eu tentei encorajá-la a tomar lições porque obviamente ela tinha, tinha a quem puxar.... (risos). Minha preocupação era a de que ela simplesmente fizesse isso sem treinamento nenhum! Eventualmente ela teve aulas de canto... mas para ser sincera eu sequer sei se ela precisava mesmo disso!

Larry King: Você ficou surpresa quando ouviu o produto final?

Priscilla Presley: Bem… não, de fato não... Acho que ela é muito talentosa...provavelmente eu sou a maior fã de Lisa, eu acho...(risos)... ela dança, ela canta.... coisas que eu não faço!

Larry King: Ela puxou isto do pai.

Priscilla Presley: Com certeza!

Larry King: Você canta, não é?

Priscilla Presley: Não... Não... de jeito nenhum.

Larry King: Lisa tem um "toque de Memphis" na voz, não é?

Priscilla Presley: Um pouco, é – um pouco... Eu realmente acho que ela tem seu próprio estilo. Eu não acho que ela esteja caminhando para esse ou aquele estilo – ela pode cantar de tudo – mas ela criou seu próprio estilo.

Larry King: Só mais algumas coisas sobre ela... Eu sei que você não quer se envolver, mas... como você teve que lidar com a situação do casamento de Lisa com Michael Jackson? Como mãe, de que forma você lidou com isso?

Priscilla Presley: Preocupação. Preocupação… Eu acho que qualquer mãe ficaria muito preocupada... Você sabe, obviamente se minha filha está feliz, então eu não tenho problema algum. Mas ela é muito determinada, quando quer alguma coisa vai até o fim.

Larry King: Você tem idéia de onde ela puxou esta característica?

Priscilla Presley: Eu não sei...(risos)

Larry King: Ela chegou a ser feliz por um tempo?

Priscilla Presley: Acho que sim, acho que sim.

Larry King: Você procura ficar por perto, ou seja, você fica a par de tudo, das coisas que estão acontecendo?

Priscilla Presley: Tanto quanto eu posso.

Larry King: Bem, ela tem... quantos anos ela tem mesmo, agora?

Priscilla Presley: Trinta e cinco.

Larry King: Meu Deus! Você tem uma filha de trinta e cinco anos de idade!!!

Priscilla Presley: É, tenho. É difícil para mim acreditar que o tempo passou tão rápido assim...

Larry King: E como ela está agora?

Priscilla Presley: Está ótima. Está muito bem...

Larry King: Ela já superou aquela coisa toda com Nicolas Cage? Eles ainda são amigos, certo?

Priscilla Presley: Eles são amigos. Sim.

Larry King: Todo mundo é amigo de todo mundo no ambiente dos Presleys... Provavelmente ela ainda é amiga de Michael...

Priscilla Presley: Provavelmente. Provavelmente.

Larry King: Você não acha que...

Priscilla Presley: Porque não? Não é ótimo isso? Eu digo, quando você pára e pensa sobre isso, porque não poderia ser desta forma? Infelizmente, eu sinto, que se existem crianças no meio, você sabe, eu sinto que eles são os únicos que sofrem no meio de uma separação, então é muito importante que os pais possam ser ainda amigos. Quando um relacionamento não funciona e existem assuntos a tratar, você tem que tratá-los de forma separada, se existem crianças envolvidas no meio da história.

Larry King: Como você aprendeu tudo isso? Do seu próprio processo de amadurecimento?

Priscilla Presley: Meu Deus, Larry, eu tenho aprendido muito... (risos)

Larry King: Você tem levado uma vida singular e muito interessante.

Priscilla Presley: Bem, talvez sim, quem sabe.... e eu tenho aprendido muito desta vida.... Eu acredito que você acaba aprendendo quando manter sua boca fechada... Você aprende de quem são esses ou aqueles problemas... de quem são estas ou aquelas considerações... eu digo, tem muita coisa que acontece dentro dos relacionamentos....

Larry King: Mas, de certa forma, os seus então não foram tão normais assim...

Priscilla Presley: Certo.

Larry King: Eu acho que deve ser muito complicado para uma pessoa se equiparar a você dentro de um relacionamento.

Priscilla Presley: Seria sim. É por isto que eu não falo muito sobre isso. Apenas com pouquíssimas pessoas. De fato talvez agora mais do que nunca, com minha filha... Porque ela tem passado por isso também.

Larry King: E ela te entende?

Priscilla Presley: Antes não entendia. Talvez antes, você sabe, ela devia pensar o que aconteceu entre eu e o pai dela, porque na verdade, ela nunca sentiu o divórcio. Nós ainda nos amávamos mesmo após o divórcio.

Larry King: Ela só presenciou vocês se tratando muito bem um ao outro, certo?

Priscilla Presley: Certo. Então talvez agora, mais do que nunca, se existe alguém que entenderia minha situação, este alguém seria a minha filha.

Larry King: E o seu filho, ele se dá bem com ela?

Priscilla Presley: Sim, se dão muito.

Larry King: Eles na verdade são meio-irmãos...

Priscilla Presley: Sim. Ele a adora. Ela também adora o irmão.

Larry King: E você, como se sente, sente-se como uma avó?

Priscilla Presley: Não, não me sinto de forma nenhuma....

Larry King: Você tem que se tornar...

Priscilla Presley: Não entre nesse assunto! (risos)

Larry King: Você tem uma filha de trinta e cinco anos, é incrível! Você pode avaliar quantos anos tem ?

Priscilla Presley: Não diga isso!!! (risos)

Larry King: Eu acho que você deveria se sentir lisonjeada!

Priscilla Presley: Ai Meu Deus....

Larry King: Por exemplo, se você é como, vamos dizer... você tem 57 anos!!!. Você deveria sempre dizer: "eu tenho 57 anos" – e claro que isso deixaria as pessoas impressionadas! certamente as pessoas vão desmaiar!!! Você parece ter 40... 38 anos!

Priscilla Presley: Obrigada, Obrigada mesmo... eu tenho que voltar mais vezes aqui...(risos)

Larry King: Você tem sido uma avó que paparica os netos?

Priscilla Presley: Eu acho que sim... mas eu não vejo meus netos o suficiente... eles são muito ocupados e no fundo você sempre quer vê-los mais e mais...

Larry King: Quantos anos eles tem?

Priscilla Presley: Danielle tem 13 e é bonita… muuuito bonita.

Larry King: Outro problema vindo por aí...

Priscilla Presley: Bem... sim, acho que sim... e meu neto tem 10 anos... Benjamin, ele é um garoto fantástico...

Larry King: Quando Elvis dava seus shows e você comparecia aos mesmos, como era isso pra você? Eu digo, ele era seu marido – e havia toda aquela adoração ao redor dele.

Priscilla Presley: Como era isso?

Larry King: Sim, para você.

Priscilla Presley: Eu tinha sentimentos mistos naquela época porque... obviamente...eu sabia o quanto ele tinha batalhado para chegar aonde chegou e também pensava o quanto ele ainda estava batalhando para manter a carreira naquela forma intensa... se isso fosse para a felicidade dele, eu estaria feliz também... Eu também olhava muito para as garotas ao redor, eu tinha muito ciúme e queria saber quem eram as pessoas que estavam sentadas nas primeiras filas....

Larry King: Quem estava "se atirando" em cima dele.

Priscilla Presley: Exato...(risos) Quem estaria ao redor dele mesmo depois do show. Em quem ele parecia estar se interessando ali…. Você entende? Eu estava olhando pelo ponto de vista da "esposa"... eu não estava ali para aproveitar o show... para falar a verdade eu não aproveitava nada do show...

Larry King: Esta seria minha próxima pergunta... Você aproveitava os shows?

Priscilla Presley: Não, nunca aproveitei os shows… Eu tinha que me lembrar que ele estava ali, no meio dos rapazes, que eram os amigos dele... e era obvio que eles estavam sempre prestando atenção na audiência... e lá na platéia tinha certamente muitas fãs... você entende...

Larry King: Tem outra coisa sobre Elvis... Ele era muito atraente para as mulheres mas ele gostava muito de sair por aí com os amigos dele, não é?

Priscilla Presley: É, ele gostava sim... E isso era muito difícil para uma mulher, especialmente uma esposa. Você sabe, eles ainda tentavam na verdade levar uma vida de solteiro... E Elvis, você sabe, estava tentando ter uma vida em família.... Na verdade Elvis queria o melhor desses dois mundos tão diferentes... vida em família e vida de solteiro...

Larry King: Não dá pra ser assim.

Priscilla Presley: Não quando você é casado...

Larry King: É verdade que ele só dormia bem tarde da noite?

Priscilla Presley: Ele tinha dificuldade para dormir.

Larry King: E o que o preocupava? O que o levou a consumir aquelas pílulas, a ter depressões... Claro que ele teve disso tudo um pouco, certo? Quais eram os seus problemas ?

Priscilla Presley: Realmente, ele...

Larry King: É difícil entender como alguém tão bem sucedido acabou entrando em algo assim.

Priscilla Presley: Sim, foi uma dependência que começou na época do exército.

Larry King: No exército?

Priscilla Presley: No exército, sim.

Larry King: Na Alemanha.

Priscilla Presley: Exato.

Larry King: Então você já sabia disto naquela época?

Priscilla Presley: Sabia, sabia sim. Sabia, mas não era algo que tivesse a mesma dimensão como teve em sua vida mais tarde... Ele convenceu a si mesmo que ele tinha que ter Dexedrina para ficar acordado. Então...

Larry King: Então ele tomava remédios para dormir?

Priscilla Presley: Sim, isso era parte do dia a dia dele.

Larry King: Ele gostava de beber, era alcoólatra?

Priscilla Presley: De jeito nenhum. Ele detestava.

Larry King: O que o deixou deprimido então? O que o colocou nessa situação com a vida?

Priscilla Presley: Bem... eu acho que Elvis perdeu a visão do seu propósito na vida, acredite ou não... Ele nunca entendeu de fato, o porquê de tanta adoração por ele. Ele nunca entendeu, eu acho, aonde ele queria estar ou chegar. Eu sei que ele queria ser um grande ator ...mas ele honestamente não conseguia entender o que era aquilo tudo acontecendo na vida dele. Elvis era movido à motivação... Mas.. mantê-lo motivado e focado era algo muito difícil.

Larry King: E quanto ao excesso de peso?

Priscilla Presley: Havia um problema, sim havia...

Larry King: Ele gostava de comer, é isso?

Priscilla Presley: Ele adorava comer. O perfil de Elvis era adepto a vícios. Talvez este tenha sido um dos nossos maiores problemas, porque eu não me adapto a vícios e viver com alguém assim era muito, muito difícil. Então este era um grande desafio, mesmo.

Larry King: Daí, você teve que encarar este desafio e provavelmente não deu certo, então...

Priscilla Presley: Não, especialmente por ter uma criança.

Larry King: Como isso afetou Lisa – ter o pai e a mãe tão diferentes. Vocês dois eram duas pessoas bem diferentes.

Priscilla Presley: Certo... Quem, Lisa e eu? Lisa e eu somos pessoas bem diferentes sim – e Elvis e eu também éramos muito diferentes um do outro...

Larry King: Não, eu me refiro ao efeito dele, o pai, sobre ela, a filha.

Priscilla Presley: O efeito dele sobre ela no que diz respeito as prescrições médicas, é o que você está perguntando?

Larry King: Sim.

Priscilla Presley: Eu acho que ela estava a par disto naquela época, apesar de ter apenas 9 anos de idade. Eu acho que ela sentia que algo não ia nada bem com ele. Acho que ela podia perceber isto.

Larry King: O que você fez da vida após o divórcio? Você tinha uma filha para criar, a filha ia para a casa do pai e retornava várias e várias vezes... Você ainda amava o seu ex-marido, mas era uma viagem sem volta... Então, como foi que começou essa nova vida para você? O que você decidiu fazer então ?

Priscilla Presley: Eu abri uma sociedade em uma boutique, uma boutique em Beverly Hills. Eu desenhava e criava as roupas e designs da boutique.

Larry King: Você ainda faz?

Priscilla Presley: Ainda faço de algumas formas, mas não...

Larry King: Então você abriu uma boutique e como se chamava?

Priscilla Presley: Biss and Beau.

Larry King: E os negócios foram bem?

Priscilla Presley: Foram, foram bem. Não havia a figura de "relações públicas" como existe nos dias de hoje – nós tínhamos que fazer tudo por nossa própria conta. Foi uma época muito boa.

Larry King: Você estava na loja todos os dias?

Priscilla Presley: Eu estava lá todos os dias. Acabou acontecendo uma coisa curiosa: todos os dias tínhamos pessoas vindo à loja somente para me ver lá, ver como eu era pessoalmente, sabe, e isso acabou sendo a parte mais difícil da história...

Larry King: Vamos para mais um intervalo e voltaremos com Priscilla Presley, até lá!

Larry King: Estamos de volta com Priscilla Presley. E como começaram os convites para atuar?

Priscilla Presley: Eu era contratada pela William Morris e o meu primeiro trabalho foi para atuar com Tony Orlando. Eu estava super amedrontada. Ele me perguntou se eu podia cantar e eu disse que não, este não é o meu negócio...(risos). Na verdade eu acho que ele tentou cantar comigo. Ele sabia que eu não cantaria, então ele teve que mudar todo o perfil do programa. Daí eu comecei a ter aulas de interpretação. E aí, você sabe, uma coisa leva a outra...

Larry King: Qual foi seu primeiro filme?

Priscilla Presley: "Love Was Forever" com Michael Landon.

Larry King: Elvis chegou a ver alguns desses programas ou filmes?

Priscilla Presley: Não, não chegou a ver. Isto aconteceu depois de sua morte.

Larry King: Como eram seus relacionamentos após Elvis? Estou tentando imaginar este "pobre sujeito". (risos)

Priscilla Presley: Bem, como eram os meus relacionamentos? Eu não sei te explicar...(risos) Eu acho que eram muito intimidadores... eles ficavam muito intimidados. Muito mesmo. Eu não sei... Acho que era algo do tipo "você gosta de alguém mas não realiza a grandeza de aquilo tudo, não consegue superar o fato de ser a ex esposa de Elvis Presley". Isto durava até você entrar na situação... Eu acho que a maioria dos homens se sentia muito intimidado por isto, sim.

Larry King: Seu nome é intimidador. Você é – você é muito bonita, mas seu nome intimida mais do que sua beleza.

Priscilla Presley: Eu acho, acho que a situação, as pessoas envolvidas... enfim.

Larry King: Bom, outro sucesso seu foi o filme "Corra que a Polícia vem aí"(Naked Gun). Como surgiu este convite?

Priscilla Presley: Bem, de fato eu estava trabalhando para o seriado "Dallas" na época e...

Larry King: Você era do elenco fixo de "Dallas" ?

Priscilla Presley: Sim, fui do elenco fixo de Dallas por 5 anos. Fiquei esgotada com esse tipo de seriado e imaginei: "Gente, uma comédia, algo bem diferente de Dallas, seria ótimo!" De certa forma eu pulei dentro desta nova situação...(risos) E depois que... depois do primeiro dia que eu passei nos sets de filmagem, eu fui até o diretor e disse: "Eu não sei se tenho condições de atuar em uma comédia, acho que não vou me sair bem, nem sei porque eu ainda estou aqui" Ele disse: "Eu não quero que você seja uma comediante, eu quero que você seja você mesma, entenda o personagem e faça esse personagem. Vai funcionar, acredite em mim". Então, eu acho que este foi o melhor conselho que eu já recebi até hoje... (risos).

Larry King: Será que você imaginava que o filme seria um grande sucesso?

Priscilla Presley: Eu nunca... nunca imaginei mesmo...

Larry King: Eu ainda assisto aos três filmes da série e eu morro de rir.

Priscilla Presley: É, eu concordo... são filmes sensacionais até mesmo para a geração mais jovem. Isso é incrível sabe, meus netos curtem muito e morrem de rir também... é fantástico e difícil de acreditar (risos) porque eles acham, acham que não sou eu, entende o que eu digo?

Larry King: E como foi para você trabalhar com O.J. Simpson ?

Priscilla Presley: Foi interessante trabalhar com O.J., ele era bem diferente e engraçado naqueles tempos.

Larry King: Em que sentido?

Priscilla Presley: Humor, eu também notei uma constante oscilação de humor por parte dele.

Larry King: Ele tinha oscilação de humor na época...

Priscilla Presley: Ah, sim...bem com certeza.

Larry King: Eu o entrevistei e passei um tempo junto com ele também, a trabalho e, sabe, ele estava sempre de ótimo astral!

Priscilla Presley: Sempre pra cima, bem de qualquer forma todos temos nossa "personalidade social" em contraste a uma "personalidade crônica", todos nós temos isto...

Larry King: Ele demonstrava isso nos sets de filmagem?

Priscilla Presley: Um pouquinho. Mas eu sabia sobre Nicole e sabia das discussões... então foi, foi muito chocante para mim.

Larry King: E o que você pensou quando ele foi preso após aquela perseguição do carro dele? Eu fico imaginando, você o conhecia, você trabalhou com ele...

Priscilla Presley: Foi absolutamente impossível de acreditar. Foi como... como... eu imaginava "talvez ele esteja nervoso, com medo"... – você pensa em todas as justificativas para não acreditar no que está acontecendo... é muito triste...

Larry King: Você gosta de atuar?

Priscilla Presley: Eu gosto de atuar, se for uma personagem positiva, sim eu gosto sim... (risos)

Larry King: Você é muito seletiva?

Priscilla Presley: Sou sim, muito.

Larry King: Você recebe e analisa muitos roteiros?

Priscilla Presley: vejo alguns roteiros, sim. Talvez por eu ser muito seletiva, eu me coloque "fora de mercado", mas você sabe, é este o meu jeito, é o que eu sou.... (risos)

Larry King: Você faz palestras? Você vai aos lugares para falar?

Priscilla Presley: Sim, eu faço. Estou começando a dar palestras.

Larry King: Isto é fantástico. E você vai falar sobre Elvis e sobre a vida?

Priscilla Presley: Vou falar mais sobre a vida. Minha primeira palestra será ainda este mês (fevereiro de 2003), acho que será em Nova Iorque.

Larry King: Isso vai fazer muito bem a você!

Priscilla Presley: Acho que sim... Vou fazer uma tentativa – Eu sei que tenho ótimos colegas nesta profissão, Mary Hart, Quincy Jones, Kelly Ripa, Patty Duke. Eu acho que eu tenho bastante a falar. Será bom para mim. Uma boa terapia também... (risos)

Larry King: Você ainda faz terapia?

Priscilla Presley: Não... eu nunca fiz terapia. Eu penso que isso pode ser uma boa terapia para mim, no sentido de eu ainda me achar muito tímida, acho que esse trabalho me ajudará um pouco, sem dúvida....

Larry King: você nunca! Deve ser difícil ser sempre uma Presley. Estou tentando imaginar... Deve ser bem difícil...

Priscilla Presley: É difícil, mas é uma honra... é um nome grandioso a ser carregado...

Larry King: Você conhece alguém pela primeira vez e sem dúvida a primeira coisa que essa pessoa irá pensar é sobre o seu falecido ex-marido.

Priscilla Presley: Você está Certo. Da mesma forma que é difícil para mim também superar essa "primeira etapa", de qualquer forma isso é uma verdade.

Larry King: Mas não há nada realmente que você possa fazer sobre isto, não é mesmo?

Priscilla Presley: Claro que não. Mas acho que uma vez que alguém me conhece, ou conhece a minha filha, acabam conseguindo ver ali a pessoa real e não apenas o sobrenome. Isto demora um tempo, mas nós estamos indo nesta direção agora...

Larry King: Priscilla é membro do Conselho Executivo da MGM. Ela vai produzir e trazer de volta um famoso filme "The Party" – e após este assunto nós vamos falar também sobre a "Dream Foundation" Bom, Você foi capa recente na revista "Daily Variety". Então a MGM e a DreamWorks estào se unindo para fazer a refilmagem de "The Party" É verdade?

Priscilla Presley: Sim.

Larry King: Você vai co-produzir o filme?

Priscilla Presley: Vou sim, junto com Darren Starr.

Larry King: Este é um filme de Blake Edwards, certo?

Priscilla Presley: Certo. Você já viu esse filme? Achou engraçado?

Larry King: Super engraçado!

Priscilla Presley: Eu adoro o conceito do filme. Eu vi o filme 5 vezes. Claro que ele está meio desatualizado, mas nós vamos consertar isto... (risos)

Larry King: certamente. E quem vai dirigir o filme?

Priscilla Presley: Jay Roach.

Larry King: Ele é incrível...

Priscilla Presley: Sim é sensacional.

Larry King: Fez muito em televisão também.

Priscilla Presley: Sim.

Larry King: Você vai revelar novas estrelas? Já contratou alguém?

Priscilla Presley: Não, ainda não. Só contratamos Jim Harstfield para escrever. Ele fez "Shrek" recentemente.

Larry King: Nada mal! Bom, tem outra história sobre a possibilidade de uma peça sobre a sua vida... Como será isso?

Priscilla Presley: Bem, de fato… de fato, sera uma peça musical na Broadway...

Larry King: Sobre você e Elvis?

Priscilla Presley: Sim... bem, não... o que eu quero de fato mostrar é a minha história. Um pouco da de Elvis também, mas falada sob o meu ponto de vista.

Larry King: Uma peça...

Priscilla Presley: Uma peça.

Larry King: Mas alguém terá que fazer o papel de Elvis na peça, certo?

Priscilla Presley: Ah, sim, claro...

Larry King: E alguém vai fazer o seu papel.

Priscilla Presley: Sim.

Larry King: Vai ser um grande desafio, pegar alguém para preencher estes dois papéis.

Priscilla Presley: Eu acho que temos muitos talentos aqui fora. Tem muita gente boa.

Larry King: Bom, agora sobre a "Dream Foundation", fale um pouco sobre isso para nós.

Priscilla Presley: A "Dream Foundation" é uma fundação que segue a filosofia do "realize um sonho", como aquelas que existem destinadas para crianças, a única diferença é que esta atende a adultos com doenças terminais.

Larry King: E o que você faz?

Priscilla Presley: Tento realizar sonhos dessas pessoas que estão prestes a partir desta vida.

Larry King: E como você começou um trabalho como este?

Priscilla Presley: Bem, eu ouvi sobre esta Fundação há uns quatro anos atrás.

Larry King: Já existia antes de você se juntar à causa?

Priscilla Presley: Sim. E nós realizamos o sonho de um paciente terminal de câncer em conhecer Graceland. Eu recebi este primeiro visitante pessoalmente. Um tempo após a visita eu recebi uma carta da família agradecendo sobre a vivência proporcionada àquela pessoa e ao mesmo tempo comunicando o seu falecimento, o texto continuava e expressava como a família se sentia confortada pelo fato do doente ter realizado seu último desejo. Desde então, eu fiquei intrigada com o que movia esta causa e liguei para o fundador da Dream Foundation, o Sr. Tom Rollerson, e perguntei a ele sobre a Fundação. Nós nos encontramos e estamos juntos nesta causa. Sou embaixadora da Fundação deste então.

Larry King: São basicamente pessoas, provavelmente com câncer, que estão sem perspectiva de cura.

Priscilla Presley: Em fase terminal, na verdade. E maiores informações sobre esse nosso trabalho podem ser encontradas no site: www.dreamfoundation.org. É muito bom, saber que ajudamos pessoas doentes a realizar um último desejo na vida antes de partirem.

Larry King: Você usualmente encontra essas pessoas?

Priscilla Presley: Quando posso, sim. De fato eu tenho um almoço amanhã com um senhor e...

Larry King: Que está morrendo.

Priscilla Presley: Sim.

Larry King: Era o ultimo desejo dele ter um almoço com você?

Priscilla Presley: sim. É uma grande Fundação, um grande trabalho, é maravilhoso. Me gratifica muito saber que eu posso fazer coisas assim.

Larry King: Você vai muito a Graceland?

Priscilla Presley: Vou sim. No mínimo três a quatro vezes ao ano.

Larry King: Para?

Priscilla Presley: Coisas distintas. Eventos. Trabalho e negócios.

Larry King: Você aluga Graceland?

Priscilla Presley: Alugar Graceland? Para quê? Para fazer o quê?

Larry King: Fazer Eventos? Alguém poderia por exemplo...

Priscilla Presley: Ah... Ok...nós oferecemos infra-estrutura para Eventos, sim. Não abrimos Graceland como um todo, mas eventos que incluam uma visita ao piso térreo da casa.

Larry King: É duro para você ir até Graceland?

Priscilla Presley: É, é sim. É duro. Quando nós vamos até a casa… existem muitas memórias lá dentro. Muitas mesmo. Muitas coisas aconteceram dentro daquela casa. O homem que habitou aquela casa, Elvis, é eterno e não dá para ser dimensionado. Visitar aquela casa é como se fosse visitar Elvis. Nada mudou lá dentro e tudo conserva a áurea dos tempos em que ele foi feliz ali. Às vezes parece que eu posso até ouvir as gargalhadas dele ali, na sala do piano, por exemplo... ou parece que eu ainda o vejo saindo de dentro da cozinha com alguma coisa gostosa nas mãos... era uma criança grande...

Larry King: Gente… aposto que sim. As pessoas ainda vão muito até lá? A casa ainda é muito visitada?

Priscilla Presley: Ah, Meu Deus...

Larry King: Turistas de fora do país...

Priscilla Presley: Em sua maioria.

Larry King: O túmulo ainda é muito visitado ?

Priscilla Presley: Cerca de 450 mil pessoas por ano. É muita gente...

Larry King: Bom, voltando a outro assunto, e seu atual relacionamento?

Priscilla Presley: Marco.

Larry King: Qual o nome dele? Marco...

Priscilla Presley: Marco Garibaldi.

Larry King: O que ele significa para você, então?

Priscilla Presley: O que ele é meu, então??? Desculpe???

Larry King: Ele é a sua "cara metade"...o pai de seu filho...

Priscilla Presley: Está certo.

Larry King: Como é que ele lida com tudo isso?

Priscilla Presley: Muito bem. Muito bem mesmo. Ele me deixa fazer tudo que eu preciso fazer, basicamente em todos os campos de minha vida. Ele me encoraja, me ajuda e me dá muito apoio, cem por cento. E acho que todo relacionamento precisa disso, você entende...

Larry King: E quanto à música de Elvis? Você ainda a escuta em todos os lugares, certo?

Priscilla Presley: Escuto, sempre. Quando vou à uma loja, por exemplo, quando menos espero toca uma música de Elvis. E é interessante porque as pessoas me reconhecem e é engraçado como elas reagem... Teve gente que chegou a ponto de tirar a musica, ou então apontam para mim, ou então chegam em minha direção e perguntam se eu estou okay, se eu prefiro que troquem a música... é interessante isso...

Larry King: Você disse que Elvis tinha um grande senso de humor.

Priscilla Presley: Definitivamente sim.

Larry King: Ele teria sido um bom convidado neste Larry King Live Show?

Priscilla Presley: Oh! acho que sim. Com certeza... você não conseguiria fazê-lo falar nada sério... ele faria sua audiência rir um bocado... seria muito engraçado sim...

Larry King: Nada sério, mas ele teria sido engraçado hein?

Priscilla Presley: Ah,sim, pode estar certo!

Larry King: Mas também sei que Elvis era muito engajado em causas sociais. vide a música, muito bela por sinal,"In the Ghetto".

Priscilla Presley: Sim.

Larry King: Toda a renda deste album foi revertida em favor da NAACP.

Priscilla Presley: Foi um passo muito grande na carreira dele, naqueles dias, em cantar esta música – em pleno sul racista em que vivíamos aqui.

Larry King: O Coronel Parker não queria que Elvis cantasse esta música.

Priscilla Presley: Certo. Certo. Acho realmente que nem Elvis jamais percebeu a grandeza do passo que ele deu, em ter um posicionamento positivo na questão racial, sendo ele um branco nascido e criado em um Estado do Sul dos EUA.

Larry King: Bom, Priscilla, boa sorte com as palestras... como se chama mesmo? "Meet Priscilla", certo?

Priscilla Presley: "Meet Priscilla", sim.

Larry King: Muito Obrigado pela sua presença.

Priscilla Presley: Obrigada.

Larry King: Foi ótimo te ver novamente. Priscilla Presley, senhoras e senhores, Priscilla Presley, Obrigado a todos!!!

Compilação e Pesquisa: Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Tuscaloosa, Alabama

Tuscaloosa, Alabama 
1976 foi um dos anos mais difíceis na vida de Elvis. Foi a consolidação de uma situação que já vinha adquirindo forma desde 73. Foi o início da derrocada final, aquela que foi responsável pela morte de um dos artistas mais conceituados de todos os tempos. Abusando de drogas violentamente, Elvis se isolou mais ainda do mundo. Se recusou a gravar em estúdio o que ocasionou das gravações daquele ano serem feitas em sua própria casa. O tom melancólico em que ele se encontrava refletiu no LP que saiu dessas sessões de gravação, um dos mais tristes que ouvi, apesar de bem gravado e com material de qualidade. Elvis estava gordo e havia perdido seu visual que tanto o consagrou. Mas ele parecia não ligar para isso, se afundando cada vez mais. 

Também foi o ano em que seus guardas costas foram despedidos e resolveram escrever um livro contando sua vida de sexo e drogas, expondo, pela primeira vez o lado mais obscuro do rei. Elvis, que era santificado por seus fãs, agora seria exposto para toda a mídia, e o pior, para sua filhinha. O que ela pensaria dele ao ler tudo aquilo era sua maior preocupação. Foi o ano do fim de seu relacionamento de 4 anos com Linda Thompson, que havia salvado a vida de Elvis várias vezes e tinha sido mais enfermeira que amante. Apesar desse quadro tenebroso, Elvis conseguiu fazer 129 shows em 76! Foi o ano em que ele saiu mais em turnês. Um total de 8. Porém, com exceção da última do ano, que foi de 27 a 31 de dezembro, a mais curta, porém uma das melhores de sua carreira inteira, o padrão dos shows de Elvis caiu muito e as músicas raramente variavam de show para show. 

Agora a banda completa seria apresentada com cada músico executando um solo, o que consumiria ¼ dos shows. É claro que durante a apresentação Elvis cantava, porém, em sua maioria eram apenas trechos de músicas como "What'd I Say" que não duravam mais que 45 segundos. Não que todo show fosse ruim ou desprovido de bons momentos. Mas comparando com o ano anterior a voz de Elvis soava cansada, a seleção musical estagnada e parecia que ele pouco ligava para a apresentação. Com certeza ele deveria estar hospitalizado e não se apresentando para públicos de até 17.000 pessoas. Tive a oportunidade de adquirir o show do dia 30 de agosto de 76 em Tuscaloosa, Alabama. A melhor fonte desse show é o bootleg "Old Times Are Not Forgotten". Antes de analisar o show, vamos tecer alguns comentários sobre a turnê a qual ele pertence. 

Elvis nessa turnê, inicialmente, não contou com a ajuda médica do doutor Nick, achando outro médico para substituí-lo, o Dr Ghanem. Também foi a primeira turnê com seus novos guarda costas e Larry Geller readmitido. O primeiro show foi em San Antonio, Texas no dia 27 e ao contrário dos primeiros shows de turnês anteriores esse foi bastante fraco. Essa turnê foi a última onde Elvis fez dois shows em um dia e uma em que ele usou quase todos os shows as mesmas roupas, os Jumpsuits White Bi-Centennial Suit ou o Light Blue. O show do dia 28 foi ainda pior e Elvis teria caído na multidão se seus guarda costas não o tivessem puxado. Após o ocorrido, Elvis pergunta "onde estou?", só aí percebendo que está no palco!!! Elvis depois chegou a comentar com Linda que nem se lembrava do show!!! O Coronel Tom Parker entrou em pânico e o comentário das pessoas saindo do show era o que tinha acontecido com Elvis? A explicação era que na noite anterior Elvis tinha tentado dormir sem sua medicação. Como não conseguiu tomou-as mais tarde do que o normal. Consequentemente, o efeito chegou depois do horário normal. 

Resumindo, Elvis estava ainda dormindo quando fez o show!!! Tentando controlar a situação o Dr. Nick foi chamado de volta. Os shows em Mobile no dia seguinte foram um pouco menos ruins, mas ainda assim, muitos não inspirados, apresentando um Elvis muito gordo e inchado, com aparência muito pálida. Sabendo da situação por trás dos bastidores fica difícil fazer boas expectativas para um show de Elvis desse período. Por isso, tinha a impressão que o show em Tuscaloosa do dia 30 seria um dos piores que iria escutar. Apesar de ter algumas músicas em versões bem fracas, falta de entrosamento com os fãs e Elvis soar cansado em alguns momentos esse concerto foi uma agradável surpresa. A qualidade do som é uma das melhores que ouvi, o que ajuda bastante.

O show começa com a típica "Also Sprach Zarathustra" tocada pela orquestra até a bateria frenética de Runnie Tutt trazer a casa abaixo com os primeiros acordes de "See See Rider". Essa versão é excelente e bem acima da média. Rivaliza com as versões de 1972!!! Elvis parece bem disposto e ataca as notas da música vigorosamente. Após um pequeno problema no som, quando Elvis brincando, diz: "A culpa é do J.D!", segue uma versão na média de "I Got a Woman" misturada com "Amen". Esse medley pode parecer esquisito, mas sabendo que a primeira foi tirada de um gospel faz mais sentido. Elvis incita a platéia a cantar e pede para J.D. fazer a sua famosa "decolagem" com sua voz duas vezes!!! Após isso, Elvis dá o seu pequeno discurso de boas vindas e aqui pela primeira vez fica evidente que ele talvez não esteja tão 100% quanto pareça. Elvis se enrola um pouco e sua voz está arrastada e soa bem cansada, mas nada que atrapalhe o show. 

Após comentar: "Meu Deus como está quente aqui!" começa uma versão bem na média de "Love Me", uma música que jamais deveria ter sido tirada de seu tempo original. Essa era a música onde Elvis testava e observava sua platéia. Se ela não o recebesse de forma entusiasmada ele faria um show curto e não se esforçaria muito. Do contrário daria seu melhor e prolongaria mais um pouco. A relação Elvis-fãs é que ditava o ritmo das coisas (com exceção dos shows de Ashville em 75, onde apesar de Elvis dar três das melhores apresentações de carreira, a platéia não o ovacionou nenhuma vez e pareciam que tinham tomado doses cavalares de sedativo!). Logo depois, vem uma versão de "If You Love Me (Let Me Know)", como sempre ótma. Não conheço nenhuma versão ao vivo ruim dessa música e essa é bem parecida com a que saiu no disco "Moody Blue". 

Geralmente a seqüência inicial do show era essa e às vezes "If You Love Me" era substituída por "Fairytale", sendo esse o momento country do show. "You Gave Me a Mountain" vem depois e é ótima também, com Elvis mostrando todo o potencial de sua voz, nessa que é uma canção com a qual certamente ele se identificava bastante. Percebam na letra a parte "She Took My Small Baby Boy" e substituam por "Baby Girl". Pronto! É um pequeno trecho da vida de Elvis encontrado em uma de suas canções! Prefiro as versões dessa música de 76 às de 73. A voz de Elvis parece aqui mais madura. Como esse é um caso de altos e baixos a música seguinte é a pior versão de "All Shook Up" que já escutei e Elvis não achando pouco reduzí-la a 50 e poucos segundos ainda esquece a letra!!! Tamanho clássico do rock merecia melhor tratamento. "Teddy Bear / Don´t Be Cruel" é um pouco melhor, mas longe de ser boa. Por essa época ela tinha virado a música dos scarfs que Elvis dava para seus fãs. Porém tudo é salva com uma belíssima "And I Love You So". 

Outro caso de uma música que sempre era executada corretamente até em shows absurdamente ruins como no ano seguinte, em 19 de junho de 1977. "Jailhouse Rock" vem em seguida e apesar de Elvis, como de costume, só cantar dois versos é bem acima da média de versões desse mesmo ano. "Fever", sempre uma música ótima de se ouvir, é bem parecida com as versões do "Aloha" e Elvis aqui parece estar se divertindo. Uma das melhores do show. Em seguida explicando que iria cantá-la, por ser o aniversário de dois séculos da independência dos EUA, Elvis canta "America The Beautiful", que é simplesmente fantástica!!! A melhor do show sem dúvida. Aqui Elvis justifica porque é o maior cantor do século passado com vocais assombrosos e uma reprise do final. Realmente Beatifull... Em seguida as apresentações da banda que agora, como disse anteriormente, consumiam ¼ do show. 

Elvis apresenta individualmente os Stamps, as Sweet Inspirations, Kathy e John Wilknson que toca a pior, mais curta versão trash de uma ótima canção, "Early Morning Rain". Pulem essa faixa e ouçam a versão completa e bem tocada do show de 28 de dezembro do mesmo ano e comparem as duas. Daí James Burton toca "What'd I Say" e Elvis balbucia 10% da letra. Desconsiderem essa, com todo respeito "versão". Elvis então pede para James tocar "Johnny B. Good" com a guitarra nas costas o que ele faz divinamente bem. Porém, os vocais de Elvis de novo estragam a música, cuja duração é o tempo de você dizer "Elvis Presley". Depois temos o solo de Tutt. Será que minha casa está caindo ou será um terremoto? Não, é Ronnie massacrando sua bateria com toda força. Meu Deus o cara é um animal!!! Duvido qualquer baterista dessa bandinhas de hoje fazerem metade do que o gorduchinho fazia. Que solo perfeito! Rock puro!!! Elvis até brinca: "Show off!" que significa "exibido". Depois dois solos do sempre competente Jerry Scheff. A apresentação dos membros começa a ficar bem chata com um solo de piano de Tony Brown que substituiu Glen Hardin. Não chega nem aos pés, mas é um bom músico. Depois um solo do ótimo David Briggs no piano elétrico, um solo bem funk diga-se de passagem. Elvis, então, diz que a primeira vez que ele e David gravaram foi gravada uma música chamada "Love Letters" e a versão que segue é belíssima, outro ponto alto do show. Muito parecida com a versão em estúdio de 1970. 

Depois a orquestra é apresentada. Não sou muito de escutar trompetes e derivados, portanto não gosto muito desse solo. Encerrada as apresentações é a vez de "Hurt", sempre um ponto alto nos shows de 76 e 77. Aqui, comparada com outras versões, pode-se dizer que é na média, nada de especial, além de Elvis não fazer o habitual bis. Depois vem um trash clássico dos shows de Elvis nos últimos anos, com "Hound Dog", onde ele transforma um clássico da música mundial em uma enfadonha paródia de si próprio. Simplesmente horrível!!! Apesar de não ser a pior versão que escutei. Em seguida, soando bem cansado, pede para Kathy cantar "My Heavenly Father". Acho que a platéia que pagou para ver Elvis não gostou muito disso, apesar da voz de Kathy ser lindíssima e dar uma oportunidade dele descansar (mais uma vez!). Porém ela destoa de todo o show e eu poderia ficar sem ela tranquilamente. Fica válido entretanto a chance que ele dava a seus músicos de mostrar seus talentos. Imagine cantar solo para mais de 10.000,00 pessoas e nem ser a atração principal!!! 

Em seguida uma ótima versão de "Mistery Train / Tiger Man". Esse rock de primeira sempre é uma feliz adição ao set de músicas, quase estagnado de nosso ídolo. A banda está ótima e Elvis apesar de soar cansado entrega uma boa versão. Agradecendo depois e sem se despedir da platéia Elvis canta a sua costumeira saidera "Can´t Help Falling in Love" e encerra o show. Em suma: um show bem acima da média considerando a turnê conturbada em que foi feito. Elvis em vários momentos soa cansado e fotos mostram que ele estava em péssimo estado físico. Porém, surpreendentemente, é um show bem agradável de se ouvir com ótimas performances de "Mistery Train / Tiger Man", "And I Love You So", "See See Rider", "America The Beautiful" e outras. Um show bem melhor do que ruim, porém que apresentou um Elvis sem muita interação com a platéia, pouco entusiasmado e claramente exausto. Porém, o recomendo a todos aqueles que quiserem entender o período final de Elvis Aron Presley, que quando queria era o mestre dos espetáculos.

Victor Alves. 

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Discografia EUA - Parte 12

Discografia EUA - Parte 12
Discografia Faixa a Faixa:

61. Elvis as Recorded Live On Stage In Memphis (1974)
SEE SEE RIDER / I GOT A WOMAN / LOVE ME / TRYIN' TO GET TO YOU / LONG TALL SALLY / WHOLE LOT-TA SHAKIN' GOIN' ON / MAMA DON'T DANCE / FLIP, FLOP AND FLY / JAILHOUSE ROCK / HOUND DOG / WHY ME, LORD / HOW GREAT THOU ART / BLUEBERRY HILL / I CAN'T STOP LOVING YOU / HELP ME / AN AMERICAN TRILOGY / LET ME BE THERE / MY BABY LEFT ME / LAWDY, MISS CLAWDY / CAN'T HELP FALLING IN LOVE /

Nenhum Single foi extraído deste disco.

62. Promised Land (1975)
PROMISED LAND / THERE'S A HONKY TONK ANGEL / HELP ME / MR.SONGMAN / LOVE SONG OF THE YEAR / IT'S MIDNIGHT / YOUR LOVE'S BEEN A LONG TIME COMING / IF YOU TALK IN YOUR SLEEP / THINKING ABOUT YOU / YOU ASKED ME TO /

Singles extraídos deste disco:
If you Talk in your Sleep / Help Me (1974)
Promised Land / It's Midnight (1974)
My Boy / Thinking About You (1975)
T-R-O-U-B-L-E / Mr. Songman (1975)

63. Pure Gold (1975)
KENTUCKY RAIN / FEVER / IT'S IMPOSSIBLE / JAILHOUSE ROCK / DON'T BE CRUEL / I GOT A WOMAN / ALL SHOOK UP / LOVING YOU / IN THE GHETTO / LOVE ME TENDER /

Singles que deram origem a este disco:
I Got a Woman / I'm Counting On You (1956)
Don't Be Cruel / Hound Dog (1956)
Love Me tender / Anyway You Want Me (1956)
All Shook Up / That's When Your Heartaches Begin (1957)
Teddy Bear / Loving You (1957)
Jailhouse Rock / Treat Me Nice (1957)
In the Ghetto / Any Day now (1969)
Kentuck Rain / My Little Friend (1970)

64. Elvis Today (1975)
T-R-O-U-B-L-E / AND I LOVE YOU SO / SUSAN WHEN SHE TRIED / WOMAN WITHOUT LOVE / SHAKE A HAND / PIECES OF MY LIFE / FAIRYTALE / I CAN HELP / BRINGING IT BACK / GREEN GREEN GRASS OF HOME /

Singles extraídos deste disco:
T-R-O-U-B-L-E / Mr. Songman (1975)
Bringing it Back / Pieces Of My Life (1975)

65. A Legendary Performer vol 2 (1976)
HARBOR LIGHTS / Elvis interview / I WANT YOU, I NEED YOU, I LOVE YOU / BLUE SUEDE SHOES('68 TV Special) / BLUE CHRISTMAS / JAILHOUSE ROCK / IT'S NOW OR NEVER / CANE AND A HIGH STARCHED COLLAR / Presentation of awards to Elvis / BLUE HAWAII('73 recording) / SUCH A NIGHT / BABY, WHAT YOU WANT ME TO DO('68 TV Special) / HOW GREAT THOU ART / IF I CAN DREAM /

Este disco traz novas versões para antigas canções da carreira de Elvis.

66. The Sun Sessions (1976)
THAT'S ALL RIGHT(MAMA) / BLUE MOON OF KENTUCKY / I DON'T CARE IF THE SUN DON'T SHINE / GOOD ROCKIN' TONIGHT / MILKCOW BLUES BOOGIE / YOU'RE A HEARTBREAKER / I'M LEFT, YOU'RE RIGHT, SHE'S GONE / BABY LET'S PLAY HOUSE / MYSTERY TRAIN / I FORGOT TO REMEMBER TO FORGET / I'LL NEVER LET YOU GO (LITTLE DARLIN') / TRYIN' TO GET TO YOU / I LOVE YOU BECAUSE / BLUE MOON / JUST BECAUSE /

Singles que deram origem a este disco:
That's All Right / Blue Moon of Kentucky (Sun) 1954
Good Rockin Tonight / If I Don't Care if the Sun Don't Shine(Sun) 1954
Milkcow Blues Boogie / You're a Heartbreaker (Sun) 1955
Baby Let's Play House / I'm Left, You're Right, She's Gone (Sun) 1955
I Forgot to Remember to Forget / Mystery Train (Sun) 1955
I Got a Woman / I'm Counting On You 1956
I'll Never Let You Go / I'm Gonna Sit Right Down and Cry 1956
I Love You Because / Trying to Get You 1956
Just Because / Blue Moon 1956

67. From Elvis Presley Boulevard, Memphis, Tennessee(1976)
HURT / NEVER AGAIN / BLUES CRYING IN THE RAIN / DANNY BOY / THE LAST FAREWELL / FOR THE HEART / BITTER THEY ARE, HARDER THEY FOR / SOLITAIRE / LOVE COMING DOWN / I'LL NEVER FALL IN LOVE AGAIN /

Single extraído deste disco:
Hurt / For The Heart (1976)

68. Welcome to my World (1976)
WELCOME TO MY WORLD / HELP ME MAKE IT THROUGH THE NIGHT / RELEASE ME (AND LET ME LOVE AGAIN) / I REALLY DON'T WANT TO KNOW / FOR THE GOOD TIMES / MAKE THE WORLD GO AWAY / GENTLE ON MY MIND / I'M SO LONESOME I COULD CRY / YOUR CHEATIN' HEART / I CAN'T STOP LOVING YOU /

Nenhum Single foi extraído deste disco.

69. Moody Blue (1977)
UNCHAINED MELODY / IF YOU LOVE ME / LITTLE DARLIN / HE'LL HAVE TO GO / LET BE ME THERE / WAY DOWN / PLEDGING MY LOVE / MOODY BLUE / SHE THINKS I STILL CARE / IT'S EASY FOR YOU /

Singles extraídos deste disco:
Moody Blue / She Things I Still Care (1976)
Way Down / Pledging My Love (1977)

70. Elvis In Concert (1977)
Elvis Fans Comment / ALSO SPRACH ZARATHUSTRA / SEE SEE RIDER / THAT'S ALL RIGHT / ARE YOU LONESOME TONIGHT? / (LET ME BE YOUR) TEDDY BEAR / DON'T BE CRUEL / Elvis Fans Comment / YOU GAVE ME A MOUNTAIN / JAILHOUSE ROCK / Elvis Fans Comment / HOW GREAT THOU ART / Elvis Fans Comment /I REALLY DON'T WANT TO KNOW / ELVIS INTRODUCES HIS FATHER / HURT / HOUND DOG / MY WAY / CAN'T HELP FALLING IN LOVE / CLOSING RIFF / SPECIAL MESSAGE FROM ELVIS' FATHER / I GOT A WOMAN / AMEN / ELVIS TALK / LOVE ME / IF YOU LOVE ME (LET ME KNOW) / O SOLE MIO / IT'S NOW OR NEVER / TRYIN' TO GET TO YOU / HAWAIIAN WEDDING SONG / FAIRYTALE / LITTLE SISTER / EARLY MORNING RAIN / WHAT'D I SAY / JOHNNY B. GOODE / AND I LOVE YOU SO /

Single extraído deste disco:
My Way / América (1977)

Nota de Esclarecimento: Aqui estão listados os 70 discos oficiais da carreira de Elvis Presley. Não foram incluídos os discos "Back In Memphis" e "International Hotel", pois os mesmos são fruto do desdobramento do disco "From Memphis to Vegas / From Vegas to Memphis", também não faz parte da lista o disco "Having Fun With Elvis on Stage", pois este não apresenta músicas, só piadas e gracinhas feitas por Elvis em Las Vegas durante os shows. Igualmente excluído foi o disco "Double Dynamite", pois muitos autores não o consideram oficial. Todos os Discos foram lançados durante a vida de Elvis, exceto "Elvis In Concert" que foi lançado após sua morte e que foi incluído pelo seu valor histórico.

Compilação e Pesquisa: Pablo Aluísio.