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quarta-feira, 13 de março de 2024

A Noite Que Mudou o Pop

Título no Brasil: A Noite Que Mudou o Pop 
Título Original:  The Greatest Night in Pop
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Bao Nguyen
Roteiro: Bao Nguyen
Elenco: Michael Jackson, Lionel Ritchie, Quincy Jones, Stevie Wonder, Harry Belafonte, Bruce Springsteen, Cyndi Lauper, Kenny Loggins, Huey Lewis, Smokey Robinson, Dionne Warwick, Dan Aykroyd, Kim Carnes, Ray Charles, Bob Dylan, Bob Geldof, Al Jarreau, Billy Joel, Willie Nelson, Bette Midler, Diana Ross, Paul Simon, Tina Turner, Van Halen, Sarah Vaughan

Sinopse:
Esse documentário que está disponível na Netflix conta a história de gravação da música "We Are The World" do projeto USA For Africa que tinha como objetivo mandar apoio financeiro para o continente africano. Essa canção reuniu os melhores artistas do mundo da música nos anos 1980.  No filme acompanhamos os bastidores do planejamento, execução e finalmente gravação da música "We Are The World" que iria se tornar um grande sucesso em todo o mundo. 

Comentários: 
Assistir a esse bom documentário me trouxe muitas lembranças. Isso porque eu vivi aquela época, comprei o disco, acreditei mesmo nas boas intenções envolvidas em todo o projeto. Bom, conhecia bem o resultado final dos esforços de todos aqueles artistas, mas desconhecia completamente os bastidores de tudo. E isso me deixou bem surpreso. Foi uma iniciativa que começou meio desacreditada, que precisou mesmo contar com uma série de fatores, inclusive muita sorte, para dar certo. E não podemos também deixar de reconhecer os trabalhos decisivos de Harry Belafonte (que teve a ideia inicial), Michael Jackson, Lionel Ritchie e Quincy Jones (que abraçaram a ideia de forma decisiva). Sem eles realmente nada teria ido em frente. De certa maneira esse foi o primeiro de muitos outros projetos semelhantes, o que de certa forma engrandeceu ainda mais essa reunião de grandes astros e estrelas da música norte-americano. Enfim, se você gosta de música, esse documentário é mais do que recomendado. 

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

O Sargento Trapalhão

Título no Brasil: O Sargento Trapalhão
Título Original: Sgt. Bilko
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jonathan Lynn
Roteiro: Nat Hiken, Andy Breckman
Elenco: Steve Martin, Dan Aykroyd, Phil Hartman

Sinopse:
Não, não é um filme sobre os aloprados militares brasileiros tentando dar mais um golpe Tabajara em sua nação e em seu povo. Esse filme americano conta a história de um sargento do Exército dos Estados Unidos que está sempre enrolado com pequenos golpes e vigarices, inclusive se envolvendo no desenvolvimento de um tanque flutuante que nunca sai do papel. 

Comentários:
Não me entenda mal. Eu gosto muito do Steve Martin. Sempre curti suas comédias dos anos 80, sempre o considerei um dos melhores comediantes do cinema em sua geração. Só que esse filme aqui não dá. É muito, mas muito fraco mesmo! O Steve Martin estava em uma fase meio esquisita de sua carreira. Ele não sabia para que lado ir. Podia tentar fazer filmes com sabor cult, como bem fez o Bill Murray, ou então apelar para comédias cada vez mais bobocas, tentando se tornar comercialmente interessante, como fez o Eddie Murphy. No caso dessa produção ele tentou o segundo caminho e se deu mal demais. Vamos ser sinceros, essa coisa de fazer humor com exército, forças armadas e similares, já deu o que tinha que dar. Ficou datado e assim esse filme já nasceu velho e obsoleto. Um dos piores da filmografia do, repito, bom Steve Martin. Bola fora que nem bateu na trave a ainda levou vaia da torcida. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Meus Queridos Presidentes

Título no Brasil: Meus Queridos Presidentes
Título Original: My Fellow Americans
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Peter Segal
Roteiro: E. Jack Kaplan, Richard Chapman
Elenco: Jack Lemmon, James Garner, Dan Aykroyd, Lauren Bacall, John Heard, Wilford Brimley

Sinopse:
Kramer e Douglas, dois ex-presidentes de extremos opostos do espectro político, tornam-se aliados relutantes quando se tornam alvo de um conspirador na administração do presidente Haney. Os dois ex-presidentes percebem que têm um inimigo dentro do governo e partem em busca de provas que limpem seus nomes.

Comentários:
É uma comédia fraca mesmo. Com muita boa vontade, mas muita boa vontade, levaria 3 estrelas no total de 5 possíveis. E essa cotação viria não do roteiro, que apela para situações bobinhas e algumas até constrangedoras, mas sim dos nomes envolvidos no elenco. Esses veteranos, do naipe de Jack Lemmon e James Garner, não queriam se aposentar, apesar da idade e da vasta filmografia produzida no passado. Eles tinham aquela mentalidade de trabalhar até o final de suas vidas. Realmente a aposentadoria muitas vezes significa a morte, principalmente para artistas que sempre foram muito produtivos. Então o Dan Aykroyd usou de sua influência dentro da Warner para que o filme fosse produzido. O resultado pode até ser considerado simpático por alguns, mas em minha opinião haveria de ter material de melhor qualidade para nomes tão consagrados. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de março de 2023

A História de James Brown

Título no Brasil: A História de James Brown
Título Original: Get on Up
Ano de Lançamento: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Imagine Entertainment
Direção: Tate Taylor
Roteiro: Jez Butterworth, John-Henry Butterworth
Elenco: Chadwick Boseman, Dan Aykroyd, Viola Davis, Nelsan Ellis, Lennie James, Fred Melamed

Sinopse:
O filme se propõe a contar a história do cantor norte-americano James Brown, desde sua infância muito pobre no sul, onde vinha de um lar completamente caótico, sendo espancado diariamente pelo pai, até o momento em que as coisas começam a dar certo em sua vida e ele se torna um dos artistas negros mais populares da história da música popular dos Estados Unidos. 

Comentários:
Esse filme apresenta um problema recorrente em cinebiografias de músicos famosos. Para ter acesso às músicas originais do artista é necessário contar com a liberação delas. E para isso é necessário também agradar aos donos dos direitos autorais, sejam eles familiares ou grandes corporações. O resultado disso é que o roteiro precisa suavizar na vida do músico retratado, ou trocando em miúdos, o filme precisa ser "chapa branca". Veja o caso de James Brown. O histórico criminal da vida dele foi barra pesada. Ele não brincava em serviço, indo de tiros, ameaças, brigas, exploração de mão obra, até violência doméstica contra suas mulheres, pois ele tinha mesmo o hábito de bater nelas. Vivia sendo processado e preso. Um crápula, sem dúvida! Só que no filme, embora isso seja mostrado de forma muito suavizada, nada disso importa muito. Assim o James Brown desse filme fica longe do James Brown da vida real. De qualquer maneira a música dele está lá e podemos ouvir como era realmente boa! Nesse quesito puramente artístico, não há o que discutir. Seus discos eram realmente ótimos! Já esse filme, porém, apresenta mesmo esse problema de não ser precisamente histórico.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de março de 2022

Um Natal Muito, Muito Louco

Título no Brasil: Um Natal Muito, Muito Louco
Título Original: Christmas with the Kranks
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios
Direção: Joe Roth
Roteiro: Chris Columbus
Elenco: Tim Allen, Jamie Lee Curtis, Dan Aykroyd

Sinopse:
Um casal dos mais comuns, pessoas normais, acaba entrando numa tremenda confusão quando descobrem que a filha tem problemas a resolver logo no dia de natal.

Comentários:

Muita gente acha filmes de natal uma das coisas mais chatas do mundo do cinema. E a maioria deles seguem uma fórmula que já está mais do que desgastada. Essas opiniões são verdadeiras, temos que admitir. Só que pense na mente de um produtor. Esses filmes, por mais tolos que sejam, sempre terão mercado, seja no cinema em dezembro, seja nos canais a cabo que em época natalina promovem uma enxurrada de exibições e reprises desse tipo de produção. Então não há saída. E esse aqui? Bom, é um filme na média. Bobinho, tolinho, mas há quem ame esse tipo de filme de natal. O que fazer? Abra o refrigerante, pegue um bom pedaço do peru da ceia e tente se divertir.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de janeiro de 2022

Ghostbusters: Mais Além

Nessa altura é de se perguntar se a franquia "Os Caça-Fantasmas" ainda tem salvação. Os dois primeiros filmes originais lançados nos anos 80 fizeram sucesso (o segundo bem menos do que o primeiro). Décadas se passaram e lançaram um novo filme, com elenco principal exclusivamente feminino. Não deu muito certo. Agora tentam revitalizar a franquia com um novo filme que faz uma ponte direta com os filmes originais. O maior problema foi superar o fato de que um dos atores principais morreu. Harold Ramis faleceu em 2014. Bom, se o ator morreu, seu personagem também estaria morto na história do filme. E por essa e outras razões que não consigo gostar de continuações tão tardias. Já faz tempo demais. Só os que assistiram aos primeiros filmes vão entender todas as referências. O público jovem atual é outro, completamente diferente.

Na história temos dois adolescentes. São netos do personagem de Ramis. Eles voltam para a velha fazenda isolada e empoeirada onde ele morreu anos atrás. O lugar guarda muitas das coisas que pertenceram aos "Caça-Fantasmas" como as roupas, as armas e a velha ambulância que eles transformaram no carro da trupe. E claro, velhos fantasmas também estão voltando. O filme é interessante até certo momento. Na parte final apela demais para a nostalgia. Praticamente refilmam o final do primeiro filme. Os atores originais retornam para uma participação final. Não escreveram bons diálogos para eles. Nem a cena do pós-crédito com Bill Murray e Sigourney Weaver tem muita graça. Lançado em novembro o filme não se tornou um sucesso. É o que eu afirmei antes. Continuações tardias demais não costumam dar muito certo, nem do ponto de vista comercial e muito menos do artístico. Só sobra uma certa nostalgia melancólica do passado.

Ghostbusters: Mais Além (Ghostbusters: Afterlife, Estados Unidos, 2021) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Jason Reitman, Dan Aykroyd / Elenco: Carrie Coon, Mckenna Grace, Paul Rudd, Finn Wolfhard, Bill Murray, Dan Aykroyd, Ernie Hudson, Sigourney Weaver / Sinopse: Décadas após os acontecimentos do primeiro filme os netos adolescentes do caça-fantasmas Egon descobrem as antigas coisas do grupo numa velha casa de fazenda onde vão morar. E na região parece haver uma iminente manifestação sobrenatural prestes a eclodir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Chaplin

Outro filme que de certa maneira ficou pelo meio do caminho. Com produção milionária, direção do quase sempre ótimo Richard Attenborough e roteiro baseado na própria autobiografia de Charles Chaplin, o filme tinha a proposta de se tornar a cinebiografia definitiva desse mito imortal da sétima arte. Infelizmente isso não aconteceu. O que afinal deu errado? Em minha forma de ver a vida de Charles Chaplin é tão rica e importante do ponto de vista cultural e social, que nenhum filme produzido poderia dar conta de explorar todo esse universo tão amplo e complexo. Talvez apenas uma longa série conseguiria mostrar toda a importância de Chaplin no mundo, tanto em termos culturais como políticos. Um artista incomparável que teve uma vida longa, com muitas fases criativas diversas. Assim o filme acabou se tornando quase um trailer do que efetivamente foi a existência desse homem único.

Não achei a atuação de Robert Downey Jr tão sem brilho como muitos disseram no lançamento do filme. Na verdade o Chaplin de Downey Jr em muito se assemelhou ao verdadeiro Chaplin, um homem que a despeito de ser um gênio do cinema, tinha muitos problemas interiores, psicológicos e pessoais, para resolver. Ele era dono de uma alma em eterno conflito consigo mesmo. Vindo de uma infância miserável, cheia de privações, o ator e diretor conseguiu vencer com seu próprio talento e esforço, sendo arremessado quase que imediatamente a uma carreira de muito sucesso e luxo, o que de certa maneira o deixava culpado pela ostentação em que vivia. Assim saiu de cena o adorável Carlitos com sua pequena bengala para surgir uma pessoa angustiada, deprimida e muito ciente de sua importância para milhões de pessoas ao redor do mundo.Nesse ponto o roteiro realmente acertou em cheio, mesmo que tenha sido uma surpresa e tanto para o espectador médio encontrar um protagonista tão famoso, aclamado e adorado agindo dessa maneira. Talvez o grande erro tenha sido mesmo a ambição fora de propósito dos produtores pois vamos convir que filme nenhum, em época alguma, conseguirá capturar a essência desse artista simplesmente genial. Diante de tudo a conclusão é óbvia: Chaplin foi grandioso demais para caber em um só filme!

Chaplin (Chaplin, Estados Unidos, 1992) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: David Robinson / Elenco: Robert Downey Jr., Geraldine Chaplin, Anthony Hopkins, Dan Aykroyd, Marisa Tomei, Penelope Ann Miller, Kevin Kline, Milla Jovovich, Diane Lane / Sinopse: O filme se propõe a ser uma cinebiografia do ator e diretor Charles Chaplin, desde os seus primeiros anos, passando pelo sucesso em Hollywood na era do cinema mudo, chegando até seus anos finais, na velhice. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Robert Downey Jr).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

1941 - Uma Guerra Muito Louca

Título no Brasil: 1941 - Uma Guerra Muito Louca
Título Original: 1941
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Columbia Pictures
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Elenco: John Belushi, Dan Aykroyd, Treat Williams, Christopher Lee, Toshirô Mifune, John Candy, Nancy Allen

Sinopse:
Durante a Segunda Guerra Mundial os habitantes da Califórnia entram em pânico quando um boato se espalha em todas as cidades. Os rumores dão conta que as cidades da costa oeste serão em breve bombardeadas por uma grande esquadrilha de aviões japoneses. Assim que a falsa notícia se espalha o caos se instala em todos os lugares por causa do iminente ataque!

Comentários:
Ontem citei o comediante John Belushi (1949 - 1982) comentando uma comédia mais recente e isso me fez recordar desse "1941 - Uma Guerra Muito Louca". Belushi como todos sabemos foi cria do programa SNL da TV americana. Lá ele criou tipos inesquecíveis e virou ídolo da juventude que morria de rir com suas performances. Isso obviamente abriu as portas do cinema americano para ele e depois do sucesso de "Clube dos Cafajestes" o comediante estrelou esse filme, considerado o mais ambicioso de sua carreira até então. Dirigido por Steven Spielberg e roteirizado por Robert Zemeckis havia grandes expectativas de que se tornaria um grande campeão de bilheteria. Infelizmente isso não aconteceu. Produção muito cara o filme não conseguiu atrair a atenção do público, mesmo parecendo estar tudo em ordem, com as peças certas. O que deu errado? Muito provavelmente o tema (comédia passada em plena II Guerra Mundial) não tenha despertado a atenção do público na época. Afinal o cinema vivia uma outra fase, com filmes de ficção e aventura dominando as atenções. Outro problema vem do próprio roteiro escrito por Zemeckis e seu colega Bob Gale (os mesmos que criariam a franquia "De Volta Para o Futuro" alguns anos depois). Tudo é desorganizado, com excesso de personagens e falta de foco. Não demora muito para o espectador ficar desorientado no meio daquele enredo sem muito pé, nem cabeça. Para piorar as piadas são fracas e a sensação de estar vendo uma comédia sem graça logo domina. Revisto hoje em dia o filme serve apenas como curiosidade. Para relembrar John Belushi e entender que nem mesmo Steven Spielberg, o mago do cinema, era imune ao fracasso.

Pablo Aluísio

sábado, 12 de junho de 2021

Os Espiões que Entraram numa Fria

Título no Brasil: Os Espiões que Entraram numa Fria
Título Original: Spies Like Us
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Landis
Roteiro: Dan Aykroyd, Dave Thomas
Elenco: Chevy Chase, Dan Aykroyd, Mark Stewart, Bruce Davison, William Prince, Steve Forrest

Sinopse:
Dois trapalhões funcionários do governo dos Estados Unidos pensam que são espiões, apenas para descobrir que são, na verdade, iscas para a Guerra Nuclear, durante a pior fase da guerra fria.

Comentários:
Uma comédia dos anos 80 satirizando, ou melhor dizendo, ironizando os filmes de espiões. Não vamos esquecer que naquela década a guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética estava no auge, então era prato cheio para situações de humor. E se você quer conhecer a comédia que era produzida nos anos 80 é bom procurar pelos nomes certos. E esse filme tem vários deles, em especial a dupla de protagonistas e John Landis, talentoso cineasta daquele período. Entretanto, devo dizer, que esse filme não é grande coisa. Não é especialmente divertido ou engraçado. É só uma boa ideia que ficou no meio do caminho. Uma pena. O que estraga mesmo é que o filme em alguns momentos pontuais tenta se levar a sério demais, tentando imitar James Bond. Aí já é demais, vamos convir. Com isso o filme se torna até mesmo chato. Para uma comédia isso é literalmente o fim da picada.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Gasparzinho

Título no Brasil: Gasparzinho, o Fantasminha Camarada
Título Original: Casper
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Amblin Entertainment,
Direção: Brad Silberling
Roteiro: Sherri Stoner
Elenco: Bill Pullman, Christina Ricci, Dan Aykroyd, Malachi Pearson, Rodney Dangerfield, Mel Gibson

Sinopse:
Um terapeuta da vida após a morte e sua filha encontram um jovem fantasma amigável quando se mudam para uma mansão em ruínas, a fim de livrar as instalações dos espíritos malignos. Gasparzinho é o seu nome!

Comentários:
Gasparzinho foi criado em 1939 pela dupla Seymour Reit e Joe Oriolo. Como se pode perceber é um personagem de desenhos animados e histórias em quadrinhos que está prestes a completar 100 anos de sua criação original! Eu me recordo de ter assistido nos anos 80 às primeiras animações do Gasparzinho, algumas delas produzidas na década de 1930. E se não estou enganado foram os mesmos animadores dos desenhos do marinheiro Popeye. E é muito curioso que tenham usado a imagem de um fantasma (que geralmente assusta as crianças) em um personagem infantil. Esse filme aqui foi uma homenagem a essa criação tão sui generis e tão tradicional da cultura pop. Produção de primeira, classe A, com ótimos efeitos digitais. O roteiro não procurou mexer nas características do Gasparzinho, sendo que ele continua sendo o bom e velho fantasminha camarada de sempre. O visual foi o mais próximo possível  dos primeiros desenhos do personagem. A produção executiva foi de Steven Spielberg que controlou as principais decisões na realização dessa animação. Ao custo de 50 milhões de dólares, o filme faturou quase 300 milhões de dólares em bilheterias, mostrando que embora fosse um personagem bem antigo, Gasparzinho ainda continuava a ser adorado pelas crianças.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de abril de 2020

Estranhos Vizinhos

Título no Brasil: Estranhos Vizinhos
Título Original: Neighbors
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: John G. Avildsen
Roteiro: Larry Gelbart
Elenco: John Belushi, Dan Aykroyd, Kathryn Walker, Tim Kazurinsky, Tino Insana, Henry Judd Baker

Sinopse:
Earl Keese (John Belushi) é o sujeito normal da vizinhança que descobre que seus novos vizinhos são completamente fora do padrão. Vic (Dan Aykroyd), o novo morador da casa ao lado, não quer saber de nenhuma convenção social careta e leva a vida em seus próprios termos, o que dará origem a várias confusões com Keese, um conservador antigado e fora de moda.

Comentários:
Essa comédia acabou se tornando o último filme da carreira de John Belushi. Como se sabe ele morreu precocemente, por causa de uma overdose de drogas que tomou em um hotel de Los Angeles, enquanto esperava pela aprovação do script que seria seu próximo filme. Nessa última aparição no cinema ele voltou a contracenar com seu velho amigo Dan Aykroyd. Era uma velha parceria que vinha desde os tempos do programa de TV "Saturday Night Live". E o mais curioso de tudo é que os papéis tradicionais se inverteram. Geralmente John Belushi interpretava o sujeito doidão que atormentava a todos e Dan Aykroyd era o careta, o cara de classe média bobão. Nesse roteiro o maluco é Aykroyd, enquanto Belushi é o conservador boboca que só pensa em se livrar os estranhos vizinhos que se mudaram para a casa ao lado. Eu considero um dos melhores momentos de John Belushi no cinema, onde ele teve mesmo chance de atuar bem. Essa fórmula seria repetida em "Meus Vizinhos são um Terror", feito alguns anos depois, mas essa primeira versão é bem mais divertida, pois brinca com o americano médio, meio ignorante, centrado em seus próprios preconceitos e crendices pessoais. Sob esse ponto de vista, como uma divertida crítica social da classe WASP, o filme funciona muito bem.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Dragnet - Desafiando o Perigo

Complicado entender o porquê desse filme não ter dado certo. Já nos anos 80 quando o aluguei pela primeira vez já o achei muito fraquinho, completamente sem graça. O curioso é que havia dois comediantes excelentes formando a dupla principal do filme, Dan Aykroyd e Tom Hanks. Aykroyd estava no pique do sucesso em sua carreira no cinema, ainda aproveitando os frutos do sucesso de "Caça-Fantasmas". Já Hanks ainda era bem jovem, mas já havia se tornado um ator bem conhecido, principalmente por filmes como "Splash - Uma Sereia em Minha Vida", "Um Dia a Casa Cai" e "A Última Festa de Solteiro". Por essa época ele era apenas um comediante e não havia começado sua carreira como ator dramático. Como se não bastasse a presença dos dois ainda havia gente como Christopher Plummer no elenco de apoio...

Mas nem isso, nem o fato de ser um remake de uma série policial de sucesso do passado, ajudou o filme. É tudo muito inofensivo, sem sal, fraco demais... essa é a palavra! Basicamente é uma comédia policial onde Dan Aykroyd interpreta o tira certinho (beirando a obsessão, seguindo à risca as regras) e Hanks é o policial mais deslocado, malandro, com jogo de cintura. E com tudo isso sob a mesa pouca coisa ainda funciona. Acredito que o que estragou o filme foi a trama, muito clichê! Eles deveriam ter escolhido uma estorinha melhor, afinal se "Dragnet" havia sido uma série certamente havia algo melhor em seus vários episódios para adaptar. Do jeito que ficou acabou sendo um tremendo desperdício de tempo, dinheiro e talento. O que era para ser o primeiro de uma série de filmes acabou parando por aqui mesmo. Faltou mesmo gás nessa adaptação.

Dragnet - Desafiando o Perigo (Dragnet, Estados Unidos, 1987) Direção: Tom Mankiewicz / Roteiro: Dan Aykroyd, Alan Zweibel  / Elenco: Dan Aykroyd, Tom Hanks, Christopher Plummer / Sinopse: Dois policiais de Los Angeles resolvem se unir para solucionar um mistério envolvendo um crime que parece ser sem solução. Para isso eles acabam usando dos meios mais incomuns para prender os verdadeiros culpados.

Pablo Aluísio.


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Matador em Conflito

Título no Brasil: Matador em Conflito
Título Original: Grosse Pointe Blank
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Buena Vista Pictures
Direção: George Armitage
Roteiro: Tom Jankiewicz
Elenco: John Cusack, Minnie Driver, Dan Aykroyd, Joan Cusack, Alan Arkin, Hank Azaria
  
Sinopse:
Martin Q. Blank (John Cusack) é convidado para comparecer na reunião de ex-alunos de sua escola. Há mais de dez anos que ele não vê ninguém de sua classe. A ideia parece ser até interessante já que ele tem mesmo que voltar para sua antiga cidade para executar um pequeno serviço. Rever os velhos amigos pode ser divertido. O que nenhum deles sabe é que Martin ganha a vida como assassino profissional.

Comentários:
Esse é certamente um dos melhores filmes da carreira do ator John Cusack. O roteiro é a melhor coisa dessa produção que investe em um divertido humor negro. O protagonista é um bem sucedido homem de negócios no ramo de liquidar pessoas. Isso mesmo, o filme trata com bom humor o fato do personagem de John Cusack ser um assassino de aluguel. Tudo levado em um tom bem mais ameno, inclusive contando como o ótimo Dan Aykroyd no papel de um colega de "profissão" que quer ter em seu curriculum a honra de ter matado o próprio Martin. Assim a trama explora o fato de que Cusack precisa viver em dois mundos separados, a de um sujeito normal, que vai até a reunião de seus velhos amigos dos tempos da escola e a do profissional que mata pessoas por dinheiro, sob encomenda. Outros destaques do elenco contam com a presença da própria irmã de John, a talentosa atriz Joan Cusack, em uma participação muito divertida e Minnie Driver, sempre no papel da garota inteligente que se apaixona pelos homens errados. Esse também é o melhor filme da carreira do diretor George Armitage que infelizmente depois perderia o rumo completamente, encerrando prematuramente sua filmografia com a comédia "O Golpe", estrelada por Owen Wilson e Morgan Freeman.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Meu Primeiro Amor

Título no Brasil: Meu Primeiro Amor
Título Original: My Girl
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Howard Zieff
Roteiro: Laurice Elehwany
Elenco: Anna Chlumsky, Macaulay Culkin, Dan Aykroyd
 
Sinopse:
Vada Sultenfuss (Anna Chlumsky) é uma garotinha obcecada pela morte. Sua mãe é falecida, e seu pai trabalha em uma funerária. Ela também é apaixonada por seu professor de Inglês, e se junta a uma aula de poesia durante o verão somente para impressioná-lo. Seu amiguinho Thomas J. Sennett (Macaulay Culkin) parece ser alérgico a tudo! No meio das brincadeiras típicas de crianças de sua idade eles começam a descobrir os segredos do amor e da paixão. Filme indicado aos prêmios da MTV Movie Awards, Chicago Film Critics Association Awards e Young Artist Awards.

Comentários:
Bem bonitinho esse filme sobre a descoberta do amor na infância / adolescência. Confesso que embora o roteiro seja bem escrito a relação dos dois guris nunca me convenceu muito, nem da parte dele e nem da parte dela. No fundo parecem estar mais se divertindo do que qualquer outra coisa. Rever filmes como esse (que foi reprisado à exaustão na Sessão da Tarde) também nos serve como um alerta da passagem do tempo. Nessa época Macaulay Culkin era o xodó de Hollywood, um dos grandes astros mirins da indústria. Infelizmente como acontece com atores mirins, que fazem sucesso bem cedo em suas carreiras, Macaulay Culkin também sucumbiu ao fato de ter se tornado um adulto. Longe do cinema, tentando fazer decolar uma banda de rock meio fracassada, ele não lembra mais em nada o garotinho que enchia as salas de cinema dos anos 90. De fato virou um sujeito esquisitão com problemas relacionados a drogas pesadas. Bom, melhor deixar isso de lado e curtir esse pequeno romance sobre duas crianças que descobrem as maravilhas de se estar apaixonado uma pela outra. O resto é irrelevante. PS: A trilha sonora é um achado, uma das melhores coisas da fita, cheia de canções clássicas dos tempos dourados do rock americano.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de março de 2015

Os Irmãos Cara de Pau 2000

Título no Brasil: Os Irmãos Cara de Pau 2000
Título Original: Blues Brothers 2000
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Landis
Roteiro: Dan Aykroyd, John Landis
Elenco: Dan Aykroyd, John Goodman, Walter Levine

Sinopse:
Após os acontecimentos do primeiro filme, Elwood Blues (Dan Aykroyd) fica por quase duas décadas atrás das grades. Seu irmão Jake (Belushi) está morto, mas Elwood entende que a velha chama não pode se apagar. Resolve se unir a um amigo, Mack (John Goodman), para ressuscitar sua velha banda de blues. Será que dará certo? Indicado na categoria Melhor Edição de Som no prêmio da Motion Picture Sound Editors.

Comentários:
Tentativa muito mal sucedida de trazer de volta os ótimos Blues Brothers de volta às telas de cinema. Um projeto como esse jamais daria certo por um motivo muito simples: não havia mais como retomar algo assim sem a presença de John Belushi que havia morrido tragicamente alguns anos antes. Sem Belushi os Blue Brothers simplesmente não existiam mais. Tirando as devidas proporções era algo como recriar os Beatles sem John Lennon! Não dá, é impossível. Infelizmente o cabeça dura do Dan Aykroyd não entendeu isso e quis levar o filme de todo jeito, passando por cima de tudo. Contratou o amigo John Goodman para contrabalançar a ausência de Belushi e tentou, tinha planos de ser um sucesso mas... era de fato a crônica de uma morte anunciada! O filme foi um tremendo fracasso de bilheteria, um desastre comercial que inclusive afundou a carreira do ótimo cineasta John Landis! O próprio Dan Aykroyd também saiu chamuscado! Bom, teimosia muitas vezes resulta nisso! Fica a lição então.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Os Caça-Fantasmas 2

Não sei bem a razão mas algumas vezes nos deparamos com seqüências de filmes de que gostamos que simplesmente não dão certo. Todos os elementos estão lá, geralmente a mesma equipe técnica, elenco, direção mas a coisa simplesmente não funciona. Eu acompanho cinema há muitos anos e uma das maiores decepções que tive foi justamente com esse “Os Caça-Fantasmas 2”. Havia uma grande expectativa porque o primeiro filme tinha sido tão divertido e legal. As negociações para a realização do filme foram complicadas porque o ator Bill Murray pediu uma verdadeira fortuna para repetir seu personagem mas quando ele finalmente acertou seu cachê com o estúdio as expectativas foram às alturas. Ele inclusive declarou que o filme teria um dos melhores roteiros da história e que as gargalhadas seriam histéricas nas exibições do filme. Será que ele estava curtindo com a nossa cara? Tudo leva a crer que sim.

Não tem jeito, o filme é bem decepcionante. Eu me recordo que já na época não tinha gostado mas recentemente revi por acaso em um canal a cabo. Alguns filmes melhoram com o tempo, isso acontece muitas vezes, geralmente a pessoa está em um dia ruim e acaba não gostando muito do filme mas depois em uma revisão muda de idéia. Infelizmente não é o caso aqui. Todos os elementos parecem presentes, os atores, a direção, os efeitos especiais, tudo mas... o filme não funciona! O roteiro não é bom, essa é a verdade, e a despeito de toda a competência técnica nada de muito engraçado ou memorável acontece. No fundo tudo se torna muito mais infanto-juvenil do que no primeiro filme (reflexos do desenho animado?) e o gostinho de decepção se torna inevitável. Como conseqüência o filme não foi bem nas bilheterias o que pareceu encerrar a franquia nos cinemas. Agora teremos um remake ou uma continuação tardia (não se sabe ainda ao certo) e sinceramente temo pelo pior. Talvez esse seja um daqueles casos em que um filme legal só funcione em determinada época e por uma única vez. Pensando bem era melhor ter parado no primeiro filme mesmo.

Os Caça-Fantasmas 2 (Ghostbusters II, Estados Unidos, 1989) Direção: Ivan Reitman / Roteiro: Dan Aykroyd, Harold Ramis / Elenco: Bill Murray, Dan Aykroyd, Sigourney Weaver, Harold Ramis, Rick Moranis, Ernie Hudson / Sinopse: Os Caça-Fantasmas voltam para novas aventuras em Nova Iorque. Agora terão que enfrentar um novo e perigoso desafio.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Os Caça-Fantasmas

Assistindo recentemente ao filme “Um Final de Semana em Hyde Park” onde Bill Murray interpreta com maestria um dos maiores presidentes da história, Franklin Roosevelt, fiquei com saudades de tempo em que o ator era um comediante de mão cheia, fazendo sempre muito sucesso na TV e no cinema. Claro que algum dia chega na carreira de um ator o momento em que ele parte para novos desafios, estrelando dramas e filmes mais marcantes, porém não há como esquecer certos filmes que marcaram muito uma época. É o caso dessa divertida comédia com toques de ficção e terror chamada “Os Caça Fantasmas”. Lançado no distante ano de 1984 o filme trouxe uma suavidade, um ar de descompromisso juvenil, de mais puro entretenimento, que logo se traduziu em um enorme sucesso de bilheteria. Não é para menos pois o elenco conseguiu reunir um ótimo grupo de atores talentosos que não contava apenas com Bill Murray, mas também com o sempre ótimo Dan Aykroyd (um dos idealizadores da idéia principal do filme e também roteirista) e Sigourney Weaver (dando um tempo na franquia Aliens para se divertir com esse argumento divertido e leve).

A trama acompanha um grupo de pesquisadores da universidade de Nova Iorque que de repente se vêem sem as verbas necessárias para avançarem em seus experimentos. Não é para menos uma vez que eles se propõem a estudar nada mais, nada menos do que fenômenos sobrenaturais, algo que de repente a reitoria não entende mais ser relevante ou sério. No olho da rua decidem então abrir um empreendimento mais do que maluco, uma agência de captura de entidades paranormais chamada “Caça-Fantasmas”! Usando uma ambulância adaptada toda estropiada a trupe começa então a prestar “seus serviços” por toda Nova Iorque. Claro que o tom de todo o filme é cartunesco, muito divertido e cheio de cenas que marcaram os fãs do estilo na década de 80. Como esquecer do fantasma geléia, dos ataques de fantasmas que mais parecem ter saído de algum filme de Scooby-Doo? Não é à toa que “Os Caça-Fantasmas” logo virou desenho de sucesso na TV (inclusive aqui no Brasil). Houve ainda uma continuação bem inferior em 1989 e finalmente para breve está para chegar um remake do filme! Será que conseguirão manter o charme do original? Acho isso completamente impossível mas vamos dar o beneficio da dúvida até lá!

Os Caça-Fantasmas (Ghost Busters, Estados Unidos, 1984) Direção: Ivan Reitman / Roteiro: Dan Aykroyd, Harold Ramis / Elenco: Bill Murray, Dan Aykroyd, Sigourney Weaver, Harold Ramis,  Rick Moranis, Ernie Hudson, Annie Potts / Sinopse: Um grupo de pesquisadores universitários desempregados resolvem abrir seu próprio negócio! Uma agência de captura de seres paranormais em Nova Iorque! Inicialmente muito bem sucedidos as coisas começam a se complicar quando eles cruzam caminho contra um demônio milenar que acaba tomando posse do corpo da bela Dana (Sigourney Weaver).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Trocando as Bolas

Esse foi o segundo filme da carreira do comediante Eddie Murphy (ele havia estreado no cinema com o policial “48 Horas” ao lado do ator Nick Nolte). Na época Murphy era muito conhecido do público americano por causa de seu trabalho no programa de TV “Saturday Night Live”, um dos mais populares dos Estados Unidos. Já no Brasil quase ninguém o conhecia uma vez que o SNL não era exibido em nosso país. Assim Murphy pelo menos por aqui se tornou conhecido mesmo por causa de seus filmes. “Trocando as Bolas” é um dos mais curiosos filmes de toda a sua carreira. O roteiro é todo construído apenas em torno de uma pergunta: Seria o homem fruto apenas de seu meio social? Em outras palavras, seria o sucesso ou o fracasso pessoal apenas o resultado do lugar onde se teria nascido? Para testar a veracidade da tese dois milionários excêntricos (interpretados com muita elegância por Dom Ameche e Ralph Bellamy) resolvem fazer um teste com duas pessoas completamente diferentes. Um bem nascido, filho de família bem situada, formado em uma das melhores universidades do país, com bom emprego e freqüentador dos melhores círculos sociais. O outro um vagabundo de rua, criado na malandragem dos bairros da periferia, formado e educado na escola da vida.

O que aconteceria se o grã-fino perdesse absolutamente tudo e fosse jogado nas ruas e o malandro fosse agraciado com todas as oportunidades de sucesso, dinheiro e posição social? O personagem das ruas é Billy Ray Valentine (Eddie Murphy) e o esnobe da alta classe é Louis Winthorpe III (Dan Aykroyd). Da noite para o dia um perde tudo e o outro é alçado a executivo de Wall Street. Os papéis são literalmente trocados. Fazia muitos anos que tinha assistido essa comédia e nessa revisão pude perceber que embora não soe mais tão engraçado como antes ainda é um roteiro muito bem conectado, inteligente, bem escrito. De certa forma os dois milionários que trocam as bolas dos personagens principais estão na realidade testando, entre outras coisas, as bases do chamado Darwinismo social, teoria muito polêmica e controvertida que até hoje é motivo de debates no meio acadêmico. Claro que o filme não avança a fundo nesse ponto, preferindo apenas trazer diversão com uma pequena lição de moral em seu final. Mesmo assim ainda é uma diversão válida que a despeito de ter envelhecido um pouco ainda faz pensar – algo que definitivamente não se encontra mais em comédias como essa. Assim fica a dica de “Trocando as Bolas”, comédia dos anos 80 que diverte mas que consegue também intrigar ao mesmo tempo.

Trocando as Bolas (Trading Places, Estados Unidos, 1983) Direção: John Landis / Roteiro: Timothy Harris, Herschel Weingrod / Elenco: Eddie Murphy, Dan Aykroyd, Ralph Bellamy, Dom Ameche, Denholm Elliott / Sinopse: Dois milionários resolvem mudar as posições sociais de duas pessoas completamente diferentes. A um grã-fino esnobe resolvem lhe tirar o emprego, o trabalho e a posição social. A um malandro de rua resolvem lhe arranjar uma posição de executivo em Wall Street. No fundo tudo não passa de uma aposta para saber com certeza se o homem é realmente apenas fruto de seu meio social.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Os Irmãos Cara de Pau

Nós éramos felizes nos anos 80 e não sabíamos. A década, que deixou muitas saudades nos tiozinhos e tiozinhas de hoje, foi extremamente rica em termos de cultura pop, embora muito lixo tenha sido produzido em abundância também. De qualquer forma sair da ultra kitsch década de 70 e da influência abrangente dos anos 60 já era um bom começo. A trilha sonora do filme The Blues Brothers (estupidamente traduzida no Brasil como "Os irmãos Cara de pau") demonstra como era rico o cenário musical e cinematográfico daqueles anos distantes. Afinal em que outra década você encontraria uma trilha sonora tão musicalmente maravilhosa em termos de sonoridade como essa? O filme é aquele negócio: comédia ultra exagerada com o  comediante do Saturday Night Live, John Belushi, aqui acompanhado de seu amigo de trupe Dan Aykroyd. A dupla do filme inclusive foi criada para esse famoso programa de humor dos EUA (que ainda está no ar, mesmo depois de tantos anos). 

No programa eles tinham um quadro básico, até mesmo simples, onde apresentavam números musicais vestidos de blueseiros brancos com cara de mau.  Quando se decidiu levar a idéia para a tela grande um novo roteiro foi escrito e o diretor John Landis foi contratado. Novas situações foram criadas e uma estória foi bolada para os dois irmãos. O filme pode até não ter nada demais em termos de roteiro e argumento mas seu charme até hoje é inegável. Quem nunca se divertiu com as aventuras dos irmãos Elwood que atire a primeira pedra! Infelizmente um dia a festa tinha que chegar ao fim... e chegou. John Belushi, o grande mentor do The Blue Brothers, morreu de overdose de drogas em 1982, sem nem ao menos curtir todo o seu merecido sucesso como comediante. Em uma vida de excessos Belushi resolveu experimentar uma mistura de cocaína com heroína, após curtir uma semana de farras em seu apartamento. O coração não aguentou e o humorista faleceu na flor da idade, com uma imensa carreira ainda pela frente que se perdeu para sempre. Foi a primeira grande vítima do sucesso nos anos 80. Não faz mal, trabalhos como esse The Blues Brothers lhe garantiram a imortalidade.

Os Irmãos Cara de Pau (The Blues Brothers, Estados Unidos, 1980) Direção: John Landis / Roteiro: John Landis, Dan Aykroyd / Elenco: John Belushi, Dan Aykroyd, Carrie Fisher, John Candy, Ray Charles, James Brown / Sinopse: Dois imrãos, cantores de blues, decidem ajudar o orfanato onde foram criados. Para isso terão que reunir sua antiga banda, os Blues Brothers.
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Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Conduzindo Miss Daisy

Quando "Conduzindo Miss Daisy" venceu o Oscar de Melhor Filme muitos ficaram surpresos. O filme era considerado o azarão daquele ano e conseguiu superar todos os favoritos. Produção pequena, mas muito charmosa, "Conduzindo Miss Daisy" mostrava a relação de amizade que se prolongava por muitos anos entre a senhora branca do título e seu chofer negro. O filme é cativante e trata a questão racial com extremo cuidado e bom gosto. O fato de ter vencido o Oscar não deveria ter surpreendido tantos assim. O problema do racismo, principalmente em Estados do Sul dos EUA, jamais foi superado de verdade, ainda é uma chaga aberta naquela sociedade. O roteiro ao mostrar uma amizade verdadeira entre um negro e uma branca tocou fundo novamente no problema, levando a simpatia dos membros da Academia, sempre dispostos a premiar filmes que tenham a coragem de tocar em assuntos polêmicos e relevantes. 

Esse também é um filme de atuações, acima de tudo. O roteiro se apóia quase que inteiramente entre a relação de amizade dos personagens interpretados por Morgan Freeman e Jessica Tandy. Ambos estão muito inspirados em cena, esbanjando talento e carisma. Para Jessica Tandy em particular a produção pode ser considerada uma justiça tardia feita em homenagem à longa carreira da atriz nos palcos e telas. Embora muito respeitada no meio teatral americano Jessica Tandy jamais conseguiu se tornar uma estrela de primeira grandeza no cinema, embora fosse mais talentosa que muitas delas. De certo modo foi uma atriz injustiçada pelo cinema ao longo de sua extensa carreira artística. O Oscar que recebeu por sua interpretação de Miss Daisy foi de certa forma um pedido de desculpas da indústria de cinema americano em relação a ela, por ter sido tão subestimada por tantos anos. Morgan Freeman também foi indicado mas não conseguiu levar o Oscar para casa. Idem Dan Aykroyd, um ator de comédias, que conseguiu pela primeira e única vez uma indicação ao prêmio. "Conduzindo Miss Daisy" acabou sendo indicado a nove prêmios e venceu quatro (Filme, Atriz, Roteiro Adaptado e Maquiagem). Também venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme e Melhor Atriz (Jessica Tandy). Com tanto reconhecimento não precisa mais de recomendação. Tudo é extremamente delicado e bem escrito. Mostra acima de tudo que basta um roteiro bem desenvolvido, bem trabalhado para realizar um belo filme, aqui no caso um pequeno belo filme, quase um poema cinematográfico. Merece ser redescoberto.  

Conduzindo Miss Daisy (Driving Miss Daisy, Estados Unidos, 1989) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Alfred Uhry, baseado em sua própria peça teatral / Elenco: Jessica Tandy, Morgan Freeman, Dan Aykroyd, Patti LuPone, Esther Rolle / Sinopse: O filme retrata a longa amizade de uma senhora branca do sul dos EUA, Miss Daisy (Jessica Tandy), e seu chofer negro, Hoke Colburn (Morgan Freeman).  

Pablo Aluísio.