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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Não Olhe para Cima

Dois cientistas do campo da astronomia (interpretados por Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence) descobrem a existência de um novo cometa. No começo ficam felizes com a descoberta, afinal no mundo da astronomia isso é algo importante na vida de qualquer profissional da área. Só que a alegria dura pouco. Eles logo descobrem também que a rota do cometa vem direto em direção ao nosso planeta Terra. E agora, o que fazer? Logo uma questão que deveria ser tratada apenas pela ciência se torna politizada. E aí é o caos... os cientistas querem seguir o que diz a ciência para salvar o planeta, os conservadores liderados por uma presidente idiota (Meryl Streep) adotam uma postura de negacionismo com o slogan "Não Olhe para Cima". Pronto, a humanidade está literalmente com os dias contados. Estamos todos ferrados!

Esse é o filme do momento. Todo mundo está falando, debatendo, trocando ideias. Fazia tempo que a Netflix não lançava algo tão polêmico. A boa notícia é que é um bom filme, que faz pensar! É simplesmente impossível não perceber a analogia que esse inteligente roteiro faz com o mundo polarizado e imbecilizado em que vivemos. E aqui sobram críticas e farpas para todos os lados. Enquanto os dois cientistas tentam alertar para o perigo do cometa, os telejornais e o público em geral só se importam com as coisas mais imbecis, como o namorico de uma cantora adolescente pop e um cantor de rap! Você vai dar boas risadas, mas se tiver mais inteligência vai rir mesmo de nervoso, porque embora absurdas as situações, são plenamente condizentes com o momento atual. E você também pode trocar o cometa pela pandemia, aquecimento global ou qualquer outro tema desses e verá que faz o mesmo sentido.
 
E as redes sociais? Se tornam o maior meio de estupidez jamais visto. Enquanto o cometa avança em direção ao planeta Terra, as pessoas só se preocupam com memes, besteiras e imbecilidades. E surgem milhares de teorias da conspiração, uma mais idiota do que a outra! Dá nos nervos! Penso que se uma situação como a mostrada no filme realmente fosse verdade seria exatamente assim que iria acontecer. Vivemos em uma era tão estúpida! É triste, mas é a mais pura verdade! Então o roteiro mira e acerta em muitos alvos e se sai maravilhosamente bem em meu ponto de vista. É um filme que parece simples, mas que nas entrelinhas expressa tantas verdades que você ficará surpreso.

No final tirei duas conclusões importantes. A primeira é que o mundo atual é o horizonte perfeito das idiotices, tanto das pessoas em geral como também dos que foram eleitas por elas. A pior situação para uma nação é ser liderada por uma idiota como a presidente interpretada por Streep. Pessoas vão morrer por esse tipo de escolha errada na hora de votar. E assim surge a segunda grande lição do roteiro. Não votem em imbecis para altos cargos, pois no final quem será mais prejudicado será você mesmo, quem sabe até mesmo perdendo a própria vida. Parece radical? Não, é só uma verdade mesmo.

Não Olhe para Cima (Don't Look Up, Estados Unidos, 2021) Direção: Adam McKay / Roteiro: Adam McKay, David Sirota / Elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchett, Jonah Hill, Rob Morgan / Sinopse: Dois cientistas tentam alertar o mundo do perigo que se aproxima na forma de um enorme cometa que está vindo em direção ao nosso planeta. Só que isso vai ser quase impossível em um mundo onde as pessoas só se importam com celebridades vazias e os que detém o poder político são altamente estúpidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

X-Men: Fênix Negra

Título no Brasil: X-Men - Fênix Negra
Título Original: Dark Phoenix
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Simon Kinberg
Roteiro: Simon Kinberg
Elenco: Sophie Turner, Jessica Chastain, James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult

Sinopse:
Durante um resgate no espaço Jean Grey (Turner) é exposta a uma força do cosmos desconhecida. A partir desse momento ela muda completamente, se tornando extremamente poderosa, o que acaba colocando a Terra e os próprios membros da equipe X-Men em perigo. Filme baseado nos personagens criados por Stan Lee.

Comentários:
Criticaram bastante esse filme. Os críticos de cinema não acharam grande coisa e os fãs de quadrinhos literalmente desceram a lenha no filme. Gente chata. O filme funcionou muito bem no meu caso. O que eu procurava por aqui? Diversão e passatempo por duas horas. Acabei sendo plenamente satisfeito. O filme entrega o que promete. Não adianta procurar os mínimos detalhes em termos de diferença do cinema para os quadrinhos. São linguagens diferentes, os filmes nunca terão a fidelidade completa do que se lê nas revistas. São dois mundos diversos. Como não sou leitor de comics acabei curtindo o filme pelo que ele é, cinema pipoca em sua essência. Há um enredo bem contado, com começo, meio e fim, bons efeitos especiais, um elenco carismático e isso era basicamente tudo o que eu estava procurando. Além disso essa personagem Jean Grey é uma das mais interessantes dessa universo da Marvel. É estranha, complexa, caminha numa tênua linha entre o bem e o mal e é superpoderosa ao extremo. Ela já havia sido bem explorada na franquia original X-Men. Também gostei da atriz Sophie Turner no papel. Confesso que sou suspeito pois sempre gostei dela como Sansa Stark em "Game of Thrones". Aqui repete o bom trabalho. Então é isso. Como cinema pipoca esse novo X-Men não deixou nada a desejar. O resto é chatice de gente exigente demais.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Passageiros

Até que gostei desse filme "Passageiros". Se fosse resumir de uma forma bem concisa diria que é um Sci-fi romântico, uma definição esquisita, mas que tem sua razão de ser. A história do filme se passa toda numa nave espacial. Em viagens de grandes distância - estou aqui me referindo a distâncias cósmicas! - a única forma de manter a vida seria colocar todos os tripulantes e passageiros numa espécie de hibernação. Por um erro do sistema porém um dos membros da tripulação é retirado desse estado. Isso também significaria que ele estaria só pelo resto da viagem que duraria um tempo maior do que a expectativa de vida de um ser humano normal.

Aí entra a grande inventividade do roteiro. Para não ficar solitário até o fim de seus dias esse mesmo tripulante decide tirar uma jovem garota de sua hibernação - para viver ao seu lado. Falta de ética? Absurdo moral? Tudo isso, mas o roteiro tenta contornar essas questões para contar uma história de amor. Com praticamente apenas dois atores em cena (Jennifer Lawrence e Chris Pratt) o filme funciona, o que não deixa de ser uma surpresa. Os dois vão se conhecendo e como estão sozinhos no meio do universo acabam se apaixonando. O filme não fez o sucesso esperado, talvez por não ter sido muito bem entendido e recebido pela crítica, mas vale a pena ser conhecido. É um daqueles roteiros que ficam em nossa mente por bastante tempo, justamente por causa de sua originalidade. Algo, convenhamos, bem complicado de encontrar hoje em dia dentro do cinemão comercial americano.

Passageiros (Passengers, Estados Unidos, 2016) Direção: Morten Tyldum / Roteiro: Jon Spaihts / Elenco: Jennifer Lawrence, Chris Pratt, Michael Sheen, Andy Garcia / Sinopse: Trpulante de uma viagem espacial acaba sendo despertado antes da hora de sua câmara de hibernação. Para não ficar sozinho até o fim de seus dias ele resolve retirar desse estado uma jovem passageira, bem bonita e atraente. Isso acaba selando seus destinos para sempre.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de março de 2018

Operação Red Sparrow

Mais um filme que está em cartaz atualmente nos cinemas brasileiros é esse "Red Sparrow". É uma tentativa da atriz Jennifer Lawrence de entrar no lucrativo filão dos filmes de ação. Provavelmente ela estivesse em busca de um grande sucesso de bilheteria ao estilo "Missão Impossivel", mas se formos levar em conta o fraco desempenho comercial do filme nos Estados Unidos e Europa suas pretensões não deram muito certo. Do que se trata? É uma trama que tenta reaproveitar elementos dos antigos filmes de espionagem dos tempos da guerra fria. Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) é uma bailarina da prestigiada companhia de balé Bolshoi. Durante uma apresentação ela tropeça em seu parceiro e cai violentamente no chão. A lesão é grave, colocando um fim em sua carreira que ela tanto sonhou tornar realidade.

Depois do acidente sua vida muda radicalmente. Sem emprego e precisando ganhar dinheiro pois sua mãe está doente, precisando de tratamento médico, ela aceita entrar em um curso preparatório de agentes do serviço secreto russo. Afinal seu tio é um figurão por lá. Seu treinamento foca no uso dos atributos femininos para seduzir e conquistar espiões inimigos, principalmente americanos e britânicos. Em pouco tempo ela entra em campo e acaba se aproximando de um agente da CIA. Seu objetivo é descobrir a identidade de um traidor que estaria repassando segredos da Rússia para o ocidente. É bom explicar que a estória do filme não se passa nos tempos da guerra fria, quando KGB e CIA disputavam palmo a palmo o mundo da espionagem internacional. O filme se passa nos tempos atuais, por isso Dominika acaba entrando em um jogo perigoso, fazendo contra espionagem, jogando para os dois lados, tentando até mesmo arranjar um asilo político nos Estados Unidos. No saldo geral não achei o filme grande coisa. Em muitos momentos o roteiro se arrasta, caindo na monotonia. Não há também grandes cenas de ação, indo mais para o lado intelectual do jogo de espionagem. Há também um certo excesso de vulgaridade e violência (com cenas de tortura) que muitas vezes soam de forma gratuita. É um filme decepcionante em muitos aspectos. Não foi dessa vez que a Jennifer Lawrence conseguiu emplacar um grande filme nesse gênero cinematográfico.

Operação Red Sparrow (Red Sparrow, Estados Unidos, 2018) Direção: Francis Lawrence / Roteiro: Justin Haythe, baseado no romance de espionagem escrito por Jason Matthews / Elenco: Jennifer Lawrence, Charlotte Rampling, Jeremy Irons, Joel Edgerton / Sinopse: Após um sério acidente em uma apresentação do balé Bolshoi em Moscou, a bailarina Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) vê sua carreira artística chegar ao fim. Desempregada e precisando de dinheiro, ela acaba sendo recrutada pelo serviço de inteligência do governo russo, onde passa a fazer o serviço sujo da agência, seduzindo agentes inimigos, arrancando deles informações importantes. Sua primeira missão é descobrir a identidade de um traidor russo que estaria repassando planos secretos para os países ocidentais.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Mãe!

Esse filme foi absurdamente elogiado pela crítica em seu lançamento. Tudo fruto da inegável competência do diretor Darren Aronofsky, um cineasta que aliás gosto muito. Um verdadeiro artista da sétima arte. Dito isso, devo deixar claro também que esse filme não me agradou. Na verdade foi, até o momento, o pior trabalho de Darren Aronofsky que já assisti. Está muito longe da genialidade de "Cisne Negro" ou da emoção de "O Lutador", as duas obras primas desse diretor. Aronofsky caiu na velha armadilha de ser pretensioso demais, tentar parecer cult além da conta. O enredo começa até de forma convencional com um casal vivendo numa bela e isolada casa no campo. Curiosamente os personagens não possuem nome. Ele é apenas um escritor de livros que passa por uma crise de criatividade (isso é um clichê em personagens de escritor, não vamos esquecer disso). Ela é uma dona de casa, uma mulher que tenta dar apoio ao marido, fazendo os trabalhos domésticos enquanto ele tenta finalmente escrever um novo livro.

A esposa é interpretada por Jennifer Lawrence, o marido por Javier Bardem. Tudo caminha relativamente bem até a chegada de um estranho, um médico que vai parar na residência do casal. Interpretado por Ed Harris, esse personagem parece esconder algo. Pior é quando sua esposa também chega, fazendo com que a expressão "visitantes inconvenientes" ganhe uma nova dimensão. A coisa não para por aí. Logo chegam os filhos do casal, dois sujeitos que se odeiam e vivem brigando e daí a coisa toda vai virando um caos até tudo terminar em um final simplesmente caótico e devastador. Embora você tenha a sensação de estranheza durante todo o filme, nada vai lhe preparar para a bizarrice de seu final. É tudo muito estranho, bizarro, onde Darren Aronofsky tenta transmitir uma mensagem que provavelmente nem ele saiba qual é! É aquele tipo de filme que força uma barra para ser cult, moderninho, caindo na graça do público mais descolado. Nada errado em tentar alcançar esse tipo de objetivo. O problema é a chatice que vem com tudo isso. O saldo geral me soou bem negativo. É um filme estranho para pessoas estranhas. Não adiciona em nada nas carreiras de Jennifer Lawrence, Javier Bardem ou Ed Harris, nem muito menos para Darren Aronofsky, que acabou sendo atropelado pelo seu próprio ego.

Mãe! (Mother!, Estados Unidos, 2017) Direção: Darren Aronofsky / Roteiro: Darren Aronofsky / Elenco: Jennifer Lawrence, Javier Bardem, Ed Harris, Michelle Pfeiffer, Brian Gleeson, Domhnall Gleeson / Sinopse: Esposa (Lawrence) e seu marido escritor (Bardem) vivem em uma casa no campo quando suas vidas são reviradas de cabeça para baixo após a chegada de um estranho (Ed Harris) que diz ser médico em um hospital da região. Filme indicado ao Leão de Ouro no Venice Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de janeiro de 2017

Passageiros

Sinceramente falando não me lembro de ter assistido nada parecido a isso. O filme se passa em uma grande espaçonave que cruza o universo em direção a um planeta chamado Homestead II. É para lá que vão mais de cinco mil passageiros (fora a tripulação) em busca de um novo lar. Como as distâncias são enormes, com a viagem prevista para 120 anos terrestres, todos são colocados em câmaras de hibernação. Apenas quatro meses antes de chegar na nova colônia é que todos seriam despertados. O problema é que a nave passa por uma chuva de asteroides e começa a apresentar defeitos técnicos. Um dos passageiros, o mecânico Jim Preston (Chris Pratt), é despertado antes da hora. Sua câmara é aberta por causa de um defeito e ele se vê na terrível situação de ter sido retirado da hibernação fora da hora, mais exatamente 90 anos antes da espaçonave chegar em seu destino! E não há possibilidade dele retornar para a câmara que foi feita para ser aberta uma única vez. Imaginem o desespero. Antes mesmo de chegar no novo planeta ele obviamente já estará morto!

E Jim fica nessa situação desesperadora por um longo ano de viagem - vivendo praticamente sozinho na grande nave, sem ter nenhum ser humano para conversar ou conviver. Apenas o robô barman Arthur (Michael Sheen) traz uma falsa impressão que ele realmente não está sozinho nessa longa viagem que para ele não terá fim e nem um destino. Então Jim toma uma decisão moralmente condenável, mas compreensível, ao despertar uma jovem escritora de sua hibernação. Obviamente ele jamais poderia fazer isso, mas acaba tomando a decisão, trazendo Aurora Lane (Jennifer Lawrence) para seu convívio. Muito bem, se eu fosse definir esse filme de maneira bem simples diria que se trata mesmo de um "Romance Espacial". Achou estranho? Pois é, o roteiro soa assim realmente. Claro que um casal sozinho em uma nave enorme iria se relacionar mais cedo ou mais tarde e assim começa a parte romântica do filme que não é de todo mal, pelo contrário, acaba se revelando a melhor coisa dessa ficção. Eles sabem que estão condenados a viver até o fim de seus dias dentro dos corredores daquele nave espacial e acabam se apaixonando. Acabei gostando do filme, confesso. A fita tem colecionado críticas negativas, mas como passo longe de ser um desses críticos ranzinzas, terminei curtindo a proposta do roteiro. Claro que contou pontos a favor disso o fato de ter um lado romântico à prova de tudo. O namoro dos personagens acabou fazendo com que eu ficasse cativado pelo filme. Até Oscar Wilde gostaria, tenho certeza. O romantismo é meio bobo mesmo, mas não existe nada melhor, pode ter certeza. Deixe o emocional falar mais alto e se divirta!

Passageiros (Passengers, Estados Unidos, 2016) Direção: Morten Tyldum / Roteiro: Jon Spaihts / Elenco: Jennifer Lawrence, Chris Pratt, Michael Sheen, Andy Garcia / Sinopse: Dois passageiros de uma viagem espacial acabam sendo despertados antes da hora de suas câmaras de hibernação, o que acaba selando seus destinos para sempre.

Pablo Aluísio. 


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Joy - O Nome do Sucesso

Título no Brasil: Joy - O Nome do Sucesso
Título Original: Joy
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: David O. Russell
Roteiro: David O. Russell, Annie Mumolo
Elenco: Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Bradley Cooper, Isabella Rossellini, Diane Ladd, Virginia Madsen
  
Sinopse:
A vida de Joy (Jennifer Lawrence) não é fácil. Embora jovem, ela já é divorciada. Seus pais também. Seu ex-marido, um músico fracassado, mora em seu porão por não ter onde ficar. Sua mãe passa os dias assistindo novelas de quinta categoria em seu quarto. Seu pai é dono de uma oficina mecânica que é colocado para fora de sua casa pela segunda mulher. Sem opção vai morar também no porão de Joy. Com uma família tão disfuncional, vivendo de empregos medíocres, ela decide que chegou a hora de mudar sua vida de uma vez por todas. Para isso ela resolve inventar um novo produto, um esfregão de limpeza, com o qual pretende fazer fortuna. Isso porém definitivamente não será nada fácil. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Jennifer Lawrence). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Jennifer Lawrence).

Comentários:
O filme colecionou críticas ruins nos Estados Unidos e a bilheteria foi apenas razoável, mas penso que houve um certo exagero nas reações negativas. Ok, não se trata de nenhuma obra prima do cinema, porém o filme de um modo em geral me agradou. O roteiro é seu grande ponto positivo, mostrando a vida de uma jovem americana da classe trabalhadora que vive em uma família bastante disfuncional. Ao invés de se resignar e aceitar o destino sem graça que seu futuro parece lhe reservar, ela resolve colocar a mão na massa e parte em busca de novos desafios. Jennifer Lawrence, como já escrevi várias vezes, vale qualquer filme por causa de seu carisma. Além de ser linda, ela consegue se sair bem até mesmo em filmes medianos. Nesse "Joy" toda a atenção se volta para ela. Embora o enredo possa parecer dramático demais (afinal o fracasso nunca é algo tratado com leveza pelo cinema), aqui percebemos um certo tom de fábula em tudo o que acontece. O diretor David O. Russell (que já havia trabalhado ao lado de Lawrence em "O Lado Bom da Vida" e "Trapaça") optou por uma fotografia com muitas cores, quase um modo apelativo para lembrar ao espectador que o filme se passa em um mundo onde elas são essenciais (estou me referindo aos produtos do estilo Polishop que as donas de casa conhecem bem). Isso serve exatamente como fator de identificação com o próprio produto inventado por Joy, um esfregão de limpeza inovador. Um mundo de plástico. 

Muitos podem perder o interesse por causa da excessiva duração do filme (realmente um corte mais enxuto cairia bem), porém vamos convir que a estória é bem contada, emociona um pouquinho e também serve como boa diversão. Penso também que chegou a hora de Jennifer Lawrence largar essa insistência de atuar ao lado de Bradley Cooper pois essa duplinha já saturou. Cooper tem a tendência de virar um "mala sem alça", um chato, nos recentes filmes em que apareceu. É aquele tipo de ator que depois de um tempo cansa por causa da hiper exposição na mídia. Ele é muito marqueteiro, sempre se vendendo como o melhor ator da atualidade. Encheu a paciência completamente! Mais chato impossível! Já Robert De Niro segue mais uma vez na sua linha de fazer papéis coadjuvantes de luxo, sem se comprometer totalmente com os filmes em que aparece. É outro que deveria repensar a carreira. De Niro faz muitos filmes por ano, muitas vezes atuando em personagens sem qualquer importância. Para um ator com seu passado seria bem melhor se procurasse se preservar mais, só atuando em filmes que realmente valessem a pena. Caso contrário ele corre o risco (se isso já não aconteceu) de virar um ator de uso descartável, como o esfregão de Joy. Leve, barato e descartável. Nada bom para quem já foi considerado um dos maiores atores da história do cinema.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

X-Men: Apocalypse

Acabei indo ao cinema conferir "X-Men: Apocalypse". Eu já estou um tanto farto de adaptações de quadrinhos. Em temos de cinema americano não se fala de outra coisa ultimamente. Alguns filmes são bons, outros bem chatinhos. Esse novo "X-Men" porém me deixou bastante satisfeito. O roteiro é básico, o que não significa que seja ruim, mas sim eficiente. Um mutante chamado En Sabah Nur surge no Antigo Egito. Como possui poderes inexplicáveis para aquele povo e aquela cultura passa a ser adorado como a um Deus. Isso porém não convence a todos. Durante uma rebelião o estranho ser é finalmente soterrado por toneladas de pedra em sua grande pirâmide cerimonial.

Os séculos passam e eis que o tal mutante milenar retorna à vida. Seu grande poder é conseguir transferir sua consciência para outros corpos, o que o praticamente lhe torna imortal. Aliás ele próprio acredita ser uma divindade. A humanidade dos tempos modernos (na verdade o enredo do filme se passa na década de 1980) porém o deixa completamente enojado em seu retorno. Em sua mente doentia só há um caminho a seguir: a destruição dos fracos para que os seres ditos superiores promovam um novo recomeço para o planeta. Claro que em seus caminhos de megalomania - ele literalmente deseja dar início a um apocalipse - surgem os X-Men.

Como se trata de um filme ao estilo Prequel (onde o passado da franquia anterior é contado), todos os mutantes estão jovens e ainda inexperientes, com exceção de Wolverine (em rápida sequência com o ator Hugh Jackman, ainda se recuperando de um câncer de pele que quase acabou com sua vida e carreira). Com excelentes efeitos visuais e produção o destaque em minha opinião vai para o roteiro escrito por Bryan Singer. A estória é redondinha, sem firulas e eficiente. Quem não assistiu ao filme anterior nem precisa se preocupar (algo que não acontece, por exemplo, com os filmes dos Vingadores). Tudo tem começo, meio e fim e não há nenhum sinal de pontas soltas e a finalizar. Singer é mestre nesse tipo de adaptação.

Por fim um fato que merece pelo menos algumas observações. O vilão Apocalypse (a tal falsa divindade do Egito antigo que retorna) tem muitas similaridades com o próprio livro bíblico do apocalipse. Aliás fica óbvio desde o começo que a principal fonte desse enredo vem justamente da escritura, muito embora tudo sob um enfoque puramente pop. Ao lado de Magneto ele promove um verdadeiro caos para varrer tudo aquilo que ele considera impuro e não merecedor de continuar com sua existência. Um destruidor de mundos, literalmente. Como porém ele não é Deus, apenas pensa que é, acaba encontrando uma adversário à altura, a mutante Jean Gray (Sophie Turner) que diga-se de passagem sempre resolve no final das contas quando tudo parece estar perdido. Em suma, "X-Men: Apocalypse" é pura diversão pop. Muito competente por sinal.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de junho de 2016

X-Men: Apocalipse

Título no Brasil: X-Men: Apocalipse
Título Original: X-Men: Apocalypse
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg, Bryan Singer
Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Rose Byrne, Hugh Jackman, Sophie Turner, Oscar Isaac
  
Sinopse:
Década de 1980. O professor Charles Xavier (James McAvoy) finalmente está realizando seu sonho. Ele está reunindo jovens mutantes em uma escola para que todos possam aprender, sem traumas, como lidar com seus próprios poderes. Seus planos acabam sofrendo um revés quando um mutante milenar chamado En Sabah Nur (Oscar Isaac) desperta de seu sono profundo. Adorado como um Deus no Egito Antigo ele está de volta para "purificar" a humanidade, eliminando tudo aquilo que vai contra seus planos de dominação. Seu objetivo é reconstruir a sociedade perfeita. Para isso ele está disposto a iniciar um verdadeiro apocalipse na Terra. 

Comentários:
De todos os filmes adaptados de quadrinhos esse seguramente foi o melhor que vi nesse ano de 2016. O roteiro é muito bem escrito (Bryan Singer acertou novamente) e a produção é das melhores. Fazendo um paralelo com "Capitão América: Guerra Civil", tudo o que havia de truncado naquele roteiro aqui surge com extrema fluidez. Eu sempre gosto de dizer que adaptações de super-heróis precisam ser simples, sem enrolação ou detalhes demais que só atrapalham o desenrolar da estória. Singer provavelmente sabe muito bem disso. Essa nova franquia dos X-Men na realidade é um grande prequel que conta o passado do surgimento desse grupo de seres mutantes. O primeiro filme já havia me agradado e esse aqui me deixou ainda mais satisfeito. É a tal coisa, todo grande filme inspirado em quadrinhos tem que ter como premissa básica um bom vilão para dar certo. Aqui há um que certamente é dos mais interessantes que já vi. En Sabah Nur foi provavelmente o primeiro mutante da história. No Egito Antigo ele desenvolveu a capacidade de transferir sua consciência para outro corpo. 

Isso praticamente o tornou imortal, sendo considerado um verdadeiro Deus para os egípcios da antiguidade. Soterrado durante séculos ele retorna para o mundo moderno e fica horrorizado com o que vê. A única maneira de colocar as coisas em seu devido lugar é promovendo literalmente um apocalipse para varrer da Terra tudo aquilo que ele considera errado. Para isso ele acaba se aliando com outro mutantes, entre eles o poderoso Magneto (Fassbender) que está emocionalmente destruído após a morte de sua esposa e filha. Além da trama bacana o filme ainda conta com ótimos efeitos visuais e a beleza sempre bem-vinda da atriz Jennifer Lawrence, aqui um pouquinho rechonchuda, mas ainda assim maravilhosa. Depois de tantos pontos positivos já está na hora da DC Comics pensar seriamente em contratar o sempre eficiente Bryan Singer para suas futuras adaptações para o cinema. O sujeito parece acertar sempre nas adaptações que dirige. Assim deixamos a recomendação desse divertido filme. Pode conferir sem receios, vale o ingresso certamente.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Globo de Ouro 2016

Ontem aconteceu a festa de premiação do Globo de Ouro. Muitos gostam de dizer que o Golden Globe é a verdadeira prévia do Oscar ou seu termômetro. Eu prefiro encarar de outro modo, como uma premiação própria, singular, com identidade bem particular. Nesse ano o destaque (pelo menos para nós, brasileiros) foi para a indicação de Wagner Moura por "Narcos". E como sempre acontece houve muita torcida para que ele vencesse, o que só não aconteceu porque no meio do caminho havia Jon Hamm e a maravilhosa série "Mad Men". Quem acompanha o blog sabe que gosto muito dessa série, para mim uma das marcantes dos últimos tempos, então na minha forma de ver não houve nenhuma injustiça. Como a série chegou ao final recentemente era mesmo de se esperar que os membros que votaram resolvessem premiar o conjunto da obra. Foi merecido. "Narcos" e a atuação de Wagner Moura realmente não conseguem chegar perto da qualidade de "Mad Men" que acompanho há anos sem me decepcionar. Cabe a Wagner Moura agora agradecer pela indicação e partir para frente, sem reclamar.

Outro fato que chamou muito a atenção na premiação - a ponto de virar piada na internet - foi a reação do ator Leonardo DiCaprio quando Lady Gaga (por "American horror story: Hotel") foi anunciada como vencedora na categoria de Melhor atriz em minissérie ou filme para a TV. Leo parecia se divertir muito e acabou levando um "chega pra lá" nada sutil da cantora. Nem se fosse proposital, escrita por roteiristas da cerimônia, seria tão divertida a cena. Foi o momento mais comentado da noite. Por falar em DiCaprio ele também levou seu prêmio pelo elogiado "O Regresso", um dos melhores filmes de sua carreira que em breve irei comentar por aqui. Essa produção também levou o prêmio mais importante da noite, o da categoria Melhor Filme Drama. E como se isso não fosse o bastante ainda levantou o prêmio de Melhor Direção. Nada mal. Com isso se torna o favorito ao Oscar. Os outros atores premiados da noite foram Sylvester Stallone (por "Creed", quem diria) e Matt Damon (por "Perdido em Marte", um prêmio um pouco exagerado). No campo da animação "Divertida Mente" foi premiada. Muitos apostavam no filme do Snoopy.

Entre as atrizes foram premiadas Jennifer Lawrence (por "Joy", um filme apenas mediano), Brie Larson (por "O quarto de Jack", desbancando a favorita Cate Blanchett por "Carol") e Taraji P. Henson (pela série "Empire"). Na categoria comédia musical a simpática Rachel Bloom foi premiada por sua atuação em "Crazy ex-girlfriend". Kate Winslet também não foi esquecida e acabou sendo premiada pelo fraco "Steve Jobs". Um prêmio de consolação por um filme que foi muito esperado, mas que passou longe de cumprir as expectativas criadas. Já para os nostálgicos o grande momento da noite veio com o reconhecimento e o prêmio de Ennio Morricone pela trilha sonora do faroeste"Os 8 odiados". Merecido? Mais do que isso. Já o prêmio de Melhor Canção achei bem fraco ( a chatinha "Writing on the wall" de "007 contra Spectre" se tornou vencedora). Por fim, as séries. A estranha "Mr. Robot" caiu nas graças dos membros do Globo de Ouro e levou dois prêmios importantes: Melhor Ator Coadjuvante para Christian Slater e Melhor Série Drama, vencendo fortes concorrentes como "Game of Thrones" e "Narcos". Por essa pouca gente realmente esperava. Bom, se você estava precisando de um empurrão para conhecer a nova série eis ai sua deixa. Outra surpresa e tanto foi a premiação de "Mozart in the jungle", passando por cima da grande favorita "Orange is the New Black" (que tem um imenso fã clube no Brasil) na categoria de Melhor série de comédia ou musical. Pois é, para que tudo não ficasse muito chato não faltaram zebras nessa noite. Foi a cereja do bolo de uma noite divertida e agradável.

Mad Men - Jon Hamm foi novamente premiado no Globo de Ouro por sua atuação na consagrada série "Mad Men". Obviamente que houve quem não gostasse, principalmente para os brasileiros que torceram por Wagner Moura em Narcos. Bobagem. O prêmio de Hamm foi mais do que merecido. Grande parte do sucesso de "Mad Men" aliás se deve a ele, pois suas atuações são realmente na medida certa. Analise Don Draper. Ele passa longe de ser um personagem fácil de interpretar. Na superfície ele passa a imagem de um profissional bem sucedido, quase um gênio da publicidade. Por baixo de toda essa estampa se encontra um homem com muitos problemas emocionais e um passado conturbado. Draper nem é mesmo quem diz ser. Na verdade ele teve uma infância miserável, toda passada em um bordel imundo. Como se isso não fosse o bastante sua própria mãe era uma prostituta. Quem não levaria vários traumas de uma infância dessas?

O tempo passou e Draper deu a volta por cima, ainda mais depois que resolveu assumir a identidade de um colega morto em combate. Renovado, com outro nome, deixando tudo para trás ele acabou na verdade se reinventando. E é justamente dessa dualidade que vem o grande mérito do trabalho de Jon Hamm. Ele se saiu igualmente bem dando vida ao macho alfa bem sucedido que levava todas as mulheres para a cama, como também ao introspectivo, traumatizado e conturbado homem que tinha uma bagagem emocional muito pesada para levar nas costas. Com tudo isso toda crítica feita a Hamm se mostra vazia e sem sentido. Além do mais vamos convir que Wagner Moura não estava realmente bem como Pablo Escobar, principalmente por ostentar um péssimo sotaque, nada convincente. Juntando as falhas do ator brasileiro com o fato da série "Mad Men" ter encerrado suas temporadas (o que justificou um prêmio ao estilo "pelo conjunto da obra") você facilmente entenderá porque nenhum outro ator merecia levar o Globo de Ouro de 2016. Não apenas está de bom tamanho, como também, está mais do que justa sua premiação.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Jogos Vorazes: A Esperança - O Final

O texto contém spoiler. Assim se você ainda não assistiu ao filme aconselho que não siga lendo as linhas a seguir. Esse é o último filme da franquia "The Hunger Games" e desde já me pareceu ser também o melhor. A trama é bem mais objetiva, segue uma direção mais determinada e a conclusão de tudo me soou muito coerente. No começo "Jogos Vorazes" não me agradou. O primeiro filme é bem excessivo, kitsch e sem muita originalidade. A sorte é que esse é tipicamente o caso de franquia que vai melhorando com o passar do tempo, com o surgimento de novos filmes. O ápice dessa saga, tanto em termos de conclusão da história como em qualidade, acontece justamente aqui. Como eu escrevi a trama é simples e direta: os rebeldes finalmente chegam para conquistar a Capital Panem. Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) ainda é vista como um símbolo, uma imagem para inspirar as tropas rebeldes, mas ela quer mais do que ser apenas uma garota propaganda da causa. Ela quer ir para o front, enfrentar o inimigo. Contrariando ordens superiores e agindo de acordo com sua própria vontade ela segue em frente. Em pouco tempo se une às forças que vão invadir a Capital. No fundo o que ela mais deseja é encontrar o Presidente Snow (Donald Sutherland) para um acerto de contas final. Como era de se esperar as melhores cenas acontecem justamente durante essa invasão. O grupo de Everdeen precisa avançar pelas ruas da capital lidando com várias armadilhas dentro da cidade, algumas bem boladas que proporcionam ótimas sequências de efeitos especiais (a produção, como não poderia deixar de ser, é das melhores). Entre as cenas que se destacam há uma em particular que eleva bastante o nível do filme, justamente quando Katniss encontra um grupo de criaturas que os atacam no subsolo da cidade. Cheguei até mesmo a me lembrar vagamente dos monstros vampiros de "Blade".

Depois o grupo avança e finalmente chega nas portas da mansão do Presidente Snow. Os rebeldes surgem disfarçados de refugiados (embora não proposital, essa é uma interessante referência ao momento atual vivido na Europa). Uma vez lá acontece o massacre de inocentes que irá determinar todo o destino dos rebeldes e da tirania de Snow. Aqui há uma reviravolta interessante que vale pela franquia como um todo. Embora "Jogos Vorazes" seja um produto nitidamente adolescente aqui a autora Suzanne Collins teve um ótimo momento de inspiração ao colocar algo que é mais corriqueiro do que se pensa (e que, surpresa, vale como alegoria política até mesmo no que acontece em nosso país atualmente). Uma vez assumindo o poder a líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore), portadora de tantas esperanças por mudanças por parte das populações oprimidas dos distritos, começa a agir justamente como o deposto presidente Snow. Ela ignora conselhos, promovendo execuções sumárias e propõe até mesmo a volta dos "Jogos Vorazes", um absurdo completo. A oposição ao colocar as mãos no poder muitas vezes acaba agindo mais cruelmente do que a própria tirania que ajudou a combater e derrubar! Sabendo muito bem disso o clímax acontece na praça central quando Katniss tem a oportunidade de executar o próprio presidente Snow ou até mesmo a agora empossada nova presidente Coin, que finalmente mostra a que veio, revelando suas verdadeiras intenções. Tudo se resume em escolher o alvo certo! É a melhor cena de toda a franquia e a mais representativa também. Traz uma bela lição de moral, para não esquecer. Por fim, nem a última sequência, bastante reforçada com pieguice sentimental, consegue estragar o que aconteceu momentos antes. Então é isso. O filme não foi o sucesso espetacular de bilheteria que o estúdio esperava, mas tampouco pode ser considerado como uma decepção ou algo assim. É de fato o melhor filme da franquia, fechando com chave de ouro uma série de filmes marcados pela irregularidade ao longo de todos esses anos.

Jogos Vorazes: A Esperança - O Final (The Hunger Games: Mockingjay - Part 2, Estados Unidos, 2015) Direção: Francis Lawrence / Roteiro: Peter Craig, Danny Strong, baseados na obra de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Donald Sutherland, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, Woody Harrelson, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth / Sinopse: Os rebeldes dos distritos que lutam contra a tirania do Presidente Snow (Sutherland) finalmente conseguem entrar na capital Panem. A luta promete ser rua a rua, casa a casa, pelo controle do poder. Filme indicado ao prêmio da Broadcast Film Critics Association Awards na categoria de Melhor Atriz (Lawrence).

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1

Como aconteceu com "Harry Potter" e "Crepúsculo" os produtores resolveram dividir em duas partes a conclusão de "Jogos Vorazes". Ora, se é possível lucrar duas vezes com uma mesma história não haveria mesmo outro caminho a seguir. Money Talks, como gostam de dizer os americanos. Então vamos lá de novo! Nesse filme a heroína Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) é escolhida para servir como símbolo da luta da rebelião dos distritos oprimidos contra a Capital. A situação é de guerra civil. Os distritos estão em escombros após pesados bombardeiros do poder central. No meio das ruínas Katniss é levada para estrelar uma série de vídeos com o objetivo de levantar a moral dos rebeldes. Para sua surpresa seu amado Peeta Mellark (Josh Hutcherson) começa a fazer a mesma coisa, só que do lado inimigo. A partir daí começa uma verdadeira guerra de propaganda de ambos os lados, o que acaba se revelando também uma tortura psicológica para Katniss porque afinal de contas ela nunca deixou de amar Peeta, mesmo agora, quando ele definitivamente está agindo de um modo nada normal, como se realmente estivesse abraçando a causa dos opressores. Para a líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore) porém tudo é válido para tirar do poder o tirânico e ditador Presidente Snow (Donald Sutherland), agora mais cruel e violento do que nunca por causa das lutas envolvendo a população civil dos distritos. Mesmo que Katniss saia machucada emocionalmente de tudo o que está acontecendo, sua participação se torna vital no esforço de guerra. Enquanto um lado tenta destruir o outro, quem acaba sofrendo mesmo são as pessoas desarmadas e indefesas. Muitas delas ainda conseguem lutar  apenas com suas próprias mãos, mas isso acaba tornando tudo ainda mais sangrento e destrutivo.

Como era de esperar essa primeira parte de "Jogos Vorazes: A Esperança" é também bem inconclusiva. Praticamente nenhum evento tem um desfecho, ficando tudo para o fim da saga. Apesar disso há coisas interessantes no filme. A direção de arte, bem diferente dos exageros dos filmes anteriores, deixou tudo mais clean, resultando em um visual mais equilibrado e menos agressivo. Uma das coisas que me incomodou bastante nos dois primeiros filmes foi exatamente o exagero nos figurinos. cabelos e nos cenários. Tudo era de uma breguice futurista difícil de engolir. Agora tudo surge mais sóbrio. Os cenários mais lembram países como a Síria, onde cidades inteiras acabam se transformando em escombros e ruínas de prédios que foram ao chão por causa das bombas. A desilusão impera e não apenas nas imagens, mas também no psicológico da protagonista. Katniss está muito vulnerável, se revelando corajosa e firme praticamente apenas nos vídeos de propaganda. Por dentro ela parece desmoronar. Ainda bem que Jennifer Lawrence é uma boa atriz para transmitir esse furacão de emoções ao espectador, caso contrário tudo passaria despercebido. Infelizmente o filme também vai marcando o adeus do grande ator Philip Seymour Hoffman que morreu em 2014 vítima de uma overdose. Seu trabalho nem aparece muito dentro da trama, mas ele era tão talentoso que conseguia se sobressair até mesmo em personagens mais secundários como esse. Os produtores lhe prestaram uma pequena homenagem nos letreiros finais. Assim, no geral, o que temos aqui é mais uma produção sanduíche que apenas prepara tudo para a conclusão do filme seguinte. Por essa razão não espere por nada muito marcante. É um bom filme, bem produzido, com tudo nos lugares, porém realmente apresenta esse pequenino problema.

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay - Part 1, Estados Unidos, 2014) Direção: Francis Lawrence / Roteiro:  Peter Craig, Danny Strong, baseados na obra "Mockingjay" de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Donald Sutherland, Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Stanley Tucci / Sinopse: A jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se torna um símbolo da luta contra a opressão e tirania da Capital contra todos os distritos. A líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore) resolve transformá-la numa espécie de garota propaganda da causa dos revoltosos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original ("Yellow Flicker Beat" de Joel Little e Lorde). Vencedor do MTV Movie Awards nas categorias de Melhor sequência musical e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Serena

Título no Brasil: Serena
Título Original: Serena
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, França, República Tcheca
Estúdio: Magnolia Pictures, StudioCanal
Direção: Susanne Bier
Roteiro: Christopher Kyle, Ron Rash
Elenco: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Rhys Ifans, Sean Harris, Toby Jones 
  
Sinopse:
No estado americano da Carolina do Norte, no ano de 1919, o empresário do ramo de madeireiras, George Pemberton (Bradley Cooper), precisa lidar com dois grandes problemas: o primeiro é sua dívida com bancos da região, algo que só fez crescer em volume com o tempo por causa dos juros altos; o segundo é o surgimento de um movimento liderado pelo xerife da cidade contra a devastação da última floresta virgem dos Estados Unidos. Ele quer transformar toda a região em uma grande reserva nacional, de proteção ambiental, mas obviamente isso vai contra os planos de Pemberton que planeja extrair toda a madeira das montanhas para assim ter o lucro necessário para pagar seus inúmeros credores. No meio desse turbilhão de acontecimentos George acaba conhecendo e se apaixonando pela bela Serena (Jennifer Lawrence), uma garota com passado trágico que deseja lutar ao seu lado em prol de seus empreendimentos comerciais.

Comentários:
Esse filme foi produzido para fazer bonito no Oscar desse ano, mas a Academia resolveu ignorar a produção. Talvez a razão principal seja o fato do personagem principal ser politicamente incorreto para a mentalidade dos dias atuais. Ele é um barão da madeira, um sujeito que faz fortuna devastando vastas áreas de floresta, deixando um rastro de destruição por onde passa. Como se isso não fosse o bastante, também é um caçador, que nas horas vagas se empenha em caçar e matar uma das últimas panteras vivas soltas na natureza em sua região! Imagine torcer por um sujeito assim nos dias de hoje! Impossível. Outra questão que certamente assustou os membros da Academia é o fato de que o roteiro, que começa como um épico romântico, se tornar cada vez mais sombrio e trágico com o desenrolar da trama, principalmente em relação à personagem interpretada pela atriz Jennifer Lawrence, Serena. Após um breve romance, ela se casa com George Pemberton (Cooper), mas a medida que tenta dar um filho a ele e não consegue, começa a desenvolver uma personalidade doentia e obsessiva (com ares de loucura completa). 

Para acentuar ainda mais seu drama pessoal descobre que seu marido teve um filho com uma de suas ex-empregadas, uma jovem que volta a trabalhar com ele, com o seu filho a tiracolo. A presença dela acaba se tornando uma ameaça na mente de Serena e isso com o tempo vai se tornando um martírio psicológico insuportável. A produção, como não poderia deixar de ser, é classe A, com excelente reconstituição de época e figurinos luxuosos. Há toda uma reconstrução das empresas de extração de madeira da época, com direito a locomotivas e acampamentos no alto das montanhas. A região onde tudo foi filmado também é de uma beleza ímpar, resultando em uma belíssima fotografia natural. Tudo muito bem realizado. Assim temos aqui sem dúvida um bom filme que merecia ter sido melhor avaliado e com mais cuidado pela Academia. Algumas indicações não lhe fariam mal. Pena que o pensamento liberal e politicamente correto dos dias de hoje acabaram anulando qualquer pretensão do filme em relação ao Oscar.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

X-Men - Dias de um Futuro Esquecido

Título no Brasil: X-Men - Dias de um Futuro Esquecido
Título Original: X-Men - Days of Future Past
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg, Jane Goldman
Elenco: Patrick Stewart, Ian McKellen, Hugh Jackman, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Halle Berry, Ellen Page, Peter Dinklage

Sinopse:
Em um futuro próximo e caótico os mutantes estão chegando ao fim de sua existência graças a uma arma de última geração desenvolvida pelo governo americano que tem como missão definitiva destruir todos os mutantes da face da Terra. Para mudar esse destino sombrio, o professor Charles Xavier (Stewart) decide que Logan (Jackman) deve retornar ao passado, mais precisamente em 1973 para desviar o curso da história, evitando que Raven (Jennifer Lawrence) cometa um erro que irá custar caro para o futuro de todos os mutantes do planeta.

Comentários:
Essa franquia realmente mantém um excelente nível em termos de qualidade. Embora tenha se subdividido em outras franquias - como a do Wolverine - o fato é que X-Men continua rendendo bons frutos no mundo do cinema. Esse novo filme intitulado "X-Men - Dias de um Futuro Esquecido" sem dúvida traz o melhor e mais bem trabalhado roteiro da série. Muito bem escrito, com ótimas reviravoltas e um argumento bem desenvolvido, surpreendentemente inteligente. Geralmente filmes que exploram voltas ao passado ou se tornam pequenas obras primas (como "De Volta Para o Futuro", a mais precisa e lembrada referência) ou então se enrolam completamente, deixando um gostinho de decepção no ar. Aqui felizmente o espectador pode ficar tranquilo, pois embora o filme apresente duas linhas narrativas (uma no futuro e outra no passado), as duas pontas que unem as estórias se completam maravilhosamente bem. O diretor Bryan Singer demonstra que é plenamente possível realizar um blockbuster milionário sem em momento algum ofender ou subestimar a inteligência do espectador, pelo contrário, ele aqui dá uma aula de cinema em cineastas infantilóides como Michael Bay, que acreditam em explosões e mais explosões, sem conteúdo algum. Assim a conclusão a que chegamos é que esse novo X-Men é, não apenas um grande filme de heróis em quadrinhos, mas também um belo exemplar de filme Sci-Fi como há tempos não se via.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de março de 2014

Jogos Vorazes - Em Chamas

Título no Brasil: Jogos Vorazes - Em Chamas
Título Original: The Hunger Games - Catching Fire
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Simon Beaufoy, Michael Arndt
Elenco: Jennifer Lawrence, Philip Seymour Hoffman, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Donald Sutherland, Stanley Tucci

Sinopse:
Após os acontecimentos dos Jogos Vorazes do filme anterior a jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se torna um ícone dos sentimentos que norteiam os grupos que desejam uma revolução dentro dos distritos. Isso é muito preocupante para o regime que resolve levar a garota em uma turnê de propaganda pelos distritos prestes a se rebelarem. O tiro porém sai pela culatra. Desesperados para se livrarem de Katniss, o presidente Snow (Donald Sutherland) resolve reunir os campeões dos últimos Jogos Vorazes para que lutem entre si naquele que promete ser o maior programa  de sua história.

Comentários:
Para falar a verdade gostei mais dessa sequência do que do primeiro filme. Passada a necessidade de apresentar um novo universo aos cinéfilos a trama acaba fluindo muito melhor, sem aquela preocupação em explicar tudo nos mínimos detalhes para que os que não leram os livros possam entender do que se trata. Esse "Jogos Vorazes - Em Chamas" tem três aspectos que achei superiores ao primeiro filme. O primeiro deles foi a maior preocupação em mostrar os contextos políticos e sociais que rondam aquela sociedade. Há uma clara tentativa em mostrar isso em detrimento dos jogos propriamente ditos. Para se ter uma idéia em um filme que tem 140 minutos de duração, pelo menos mais da metade foi dedicada apenas ao clima de tensão e rebelião que rondam os distritos. O segundo ponto a se elogiar foi o maior equilíbrio alcançado dentro da produção. No primeiro filme tínhamos um certo exagero nos figurinos e na direção de arte, que soava muito kitsch - já aqui tudo está bem mais contido, demonstrando um melhor bom gosto nesses aspectos puramente técnicos.

Por fim, o mais importante: esse filme conta no elenco com o magistral Philip Seymour Hoffman em um de seus últimos trabalhos no cinema. Ele interpreta o personagem Plutarch Heavensbee. Dentro desse mundo de "Jogos Vorazes" todos concordam que ele é uma das peças mais importantes do quebra-cabeças que move toda a trama da série. No começo isso é bem fácil de entender. Inicialmente ele é um sujeito completamente comprometido com o sucesso dos Jogos transmitidos pela TV mas logo depois descobrimos que nem tudo é o aparenta ser. Com a trágica morte de Seymour não sei como a produtora levará seu personagem daqui em diante. A única coisa que sei é que não será nada fácil arranjar um ator à altura de Philip Seymour Hoffman que era realmente um talento fantástico, único. "Jogos Vorazes - Em Chamas" assim fica bem acima do que era esperado. Um blockbuster bem realizado que cumpre aquilo que promete muito bem: diversão pipoca sem culpas!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Trapaça

Título no Brasil: Trapaça
Título Original: American Hustle
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: David O. Russell
Roteiro: Eric Warren Singer, David O. Russell
Elenco: Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Jeremy Renner

Sinopse:
Um casal de vigaristas, fingindo serem grandes investidores internacionais, caem na malha do FBI. Para não serem presos por um longo período fazem um acordo com a agência para ajudar na prisão de outros trapaceiros e estelionatários como eles. O alvo acaba sendo o prefeito de uma cidade que precisa investir pesado na construção de novos cassinos. Assim é armada toda uma farsa envolvendo um sheik árabe milionário que supostamente estaria interessado em investir na região. A trapaça porém começa a ganhar novos rumos quando a máfia italiana e vários congressistas entram na jogada visando ganhar muito dinheiro com isso.

Comentários:
Após assistir "Trapaça" cheguei na conclusão de que o filme anda muito superestimado desde o seu lançamento. Pelo que tinha lido até agora fiquei com a impressão que iria assistir uma verdadeira obra prima. Ledo engano. "Trapaça" certamente passa longe de ser um filme ruim mas também não é nada daquilo que dizem dele. Credito esse tipo de reação ao simples fato de termos hoje em dia uma ausência quase absoluta de roteiros inteligentes no mercado. Quando surge um mais bem escrito, com uma trama mais bem desenvolvida e complexa, é logo endeusado. Na verdade, apesar das inegáveis qualidades do texto, "Trapaça" é um filme meramente divertido, que brinca o tempo todo com seus personagens vigaristas mas que não consegue ser tão marcante como alguns queriam levar a crer. Entre seus méritos estão a boa reconstituição de época, com aqueles típicos exageros de figurino dos anos 70 e a trilha sonora, com vários hits daqueles tempos de discoteca. O elenco também ajuda. Christian Bale está ótimo como o sujeito careca (que usa uma peruca ridícula), gordo e trapaceiro que sempre procurou levar vantagem em tudo. Bradley Cooper também surpreende, pois está muito intenso em cada momento. Já Jennifer Lawrence, que interpreta uma mulher brega e vulgar, embora bonita, não merecia tanto sua indicação ao Oscar. Houve um certo exagero nessa nova indicação. No geral o filme tem pequenos toques que nos lembram de filmes clássicos sobre o tema como por exemplo "Um Golpe de Mestre" mas claro sem o mesmo talento. A palavra que o define realmente é essa: superestimado!

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Lado Bom da Vida

Alguns filmes são bem cativantes. O roteiro procura se apoiar em personagens carismáticos para assim conquistar o espectador. “O Lado Bom da Vida” segue bem por esse caminho. Embora já tenha sido classificado como uma comédia romântica a produção é bem mais do que isso. Seria limitar demais suas qualidades ao se enquadrar apenas nesse gênero cinematográfico, isso apesar de todo o argumento ser realmente construído em torno de um romance improvável. O casal do filme é dos mais incomuns. Ele é Pat Solatano (Bradley Cooper), um bom sujeito, que simplesmente enlouqueceu após pegar sua jovem esposa no flagra, transando com um velho professor de história no banheiro de sua casa. Para piorar o que já era ruim no momento em que estava com seu amante sua esposa ouvia justamente a música de seu casamento. Após ser internado por longos meses por ter sido diagnosticado como bipolar ele retorna finalmente para a casa dos pais. A idéia é recomeçar a vida sob uma nova perspectiva. Ela é Tiffany (Jennifer Lawrence), jovem viúva que também perde a razão após o falecimento de seu jovem marido. Perdida, sem rumo, ela também volta a morar com seus pais e tenta um recomeço. Procurando por uma válvula de escapa acaba se entregando a uma sucessão de amantes anônimos. O sexo casual porém não ameniza sua dor interna, só a piora. Ambos parecem ter suas vidas destruídas, tomam remédios controlados e sofrem de transtornos psicológicos. Tanta identificação acaba os aproximando.

O filme começa muito bem, principalmente após se conhecerem. Pat (Cooper) e Tiffany (Lawrence) são igualmente esquisitos, estranhos e fora do comum. O começo de seu romance como não poderia deixar de ser foge completamente dos padrões. Essa parte inicial de aproximação se torna a melhor coisa do filme. Porém não há como negar que o filme perde um pouco o pique após dois terços de sua duração. O que era sutil e romântico aos poucos vai perdendo espaço para uma competição de dança ao estilo daqueles programas de TV que fazem sucesso nos EUA. Pat e Tiffany se inscrevem nesse concurso e o pai de Pat, um viciado em apostas interpretado por Robert DeNiro,  transforma a competição em mais uma de suas roletas da sorte. De qualquer modo mesmo perdendo um pouco de seu interesse nessa parte, o filme ainda se mantém bom por causa da excelente dupla central de protagonistas. Já tecemos vários elogios a Jennifer Lawrence. A garota já chamava atenção desde “O Inverno da Alma” e de lá para cá só disponibilizou boas atuações. Da geração jovem ela é seguramente uma das melhores profissionais surgidas nesses últimos anos. Aqui ela mostra todo o seu talento dramático, fazendo uma personagem difícil, que vive no limite que separa sanidade de loucura. Mesmo assim ainda dança graciosamente e mostra timing para o humor por causa das maluquices de Tiffany. Provavelmente esse seja o seu primeiro filme em que ela tira proveito sem pudores de seu sex appeal, pois Tiffany, sua personagem, pode até ser maluquinha mas também é um poço de sensualidade e charme. Ela inclusive está lindíssima com seus belos cabelos negros. Bradley Cooper também é outra grata surpresa. Ele já tinha se destacado no excelente “As Palavras” e aqui volta ao drama para mostrar que não é apenas mais um comediante gaiato como muitos que existem por aí. Ele consegue trazer muita alma para seu perturbado e obsessivo personagem. “O Lado Bom da Vida” é isso, um bom estudo de pessoas complicadas, com muitos problemas, mas que a despeito de tudo isso ainda conseguem seguir em frente, reencontrando inclusive o prazer da paixão e do romance. Uma bela lição de vida.

O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, Estados Unidos, 2012) Direção: David O. Russell / Roteiro: David O. Russell, baseado no romance de Matthew Quick / Elenco: Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Bradley Cooper, Julia Stiles, Chris Tucker / Sinopse: Um casal tenta reencontrar o lado bom da vida após passar por grandes traumas em sua vida amorosa. Vencedor do Globo de Ouro de Melhor atriz para Jennifer Lawrence. Indicado aos Oscars de Melhor Filme, Direção (David O. Russell), Ator (Bradley Cooper), Atriz (Jennifer Lawrence), Ator Coadjuvante (Robert De Niro), Atriz Coadjuvante (Jacki Weaver), Roteiro Adaptado e Edição.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de dezembro de 2012

A Última Casa da Rua

Bons filmes de suspense andam em falta ultimamente. Por essa razão esse "A Última Casa da Rua" é uma bela surpresa. O filme conta a estória de Sarah (Elisabeth Shue) e Elissa (Jennifer Lawrence), mãe e filha, que alugam uma bela casa ao lado de um parque nacional florestal. O imóvel tem aluguel mais barato do que o normal porque é vizinho a uma casa onde aconteceu uma terrível tragédia no passado quando uma jovem com problemas mentais assassinou seus pais. Para surpresa delas a casa ainda é habitada pelo único remanescente da família, o jovem  Ryan (Max Thieriot) que leva uma vida discreta e afastada dos demais moradores da região. A coisa muda quando Elissa acaba se tornando amiga de Ryan e depois sua namorada. Reservado, tímido e retraído o jeito de Ryan se torna irresistível para Elissa. Ela só não contava com o fato de que a realidade é bem diferente das aparências. "A Última Casa da Rua" lida muito bem em seu roteiro com a dualidade dos personagens. Também manipula muito bem o espectador, ora simpatizando com o romance, ora temendo pelo pior. No começo o espectador pode até mesmo achar meio clichê mas conforme avança o filme o enredo vai melhorando bastante, revelando novos fatos para surpresa de todos. Particularmente gostei bastante do background psicológico envolvido onde fizeram uma bela miscelânea de fatores internos e externos que acabam levando alguém a cometer atos psicóticos. Revelar mais seria temerário por isso não me aprofundarei demais na análise da trama. A surpresa é uma grande parte do sucesso do filme.

Liderando o elenco temos duas atrizes bem interessantes. Jennifer Lawrence está no auge de sua carreira e popularidade. Depois do grande sucesso "Jogos Vorazes" ela sedimenta seu espaço em Hollywood. A boa notícia é que ela é realmente talentosa e tem muito potencial para se tornar uma grande estrela - a má notícia é que está gordinha além do ponto. Bochechuda demais terá que se policiar de agora em diante para não perder a linha. Já Elizabeth Shue tem uma história interessante no cinema americano. Quando sua carreira estava decolando ela largou tudo para se formar na prestigiosa Universidade de Harvard, uma das melhores instituições de ensino superior do mundo. Depois de estar devidamente graduada tenta um retorno às telas agora. Esse é seu melhor filme até o momento. Se souber escolher bem seus papéis terá também um belo futuro pela frente. Outro que tenta alcançar o seu lugar ao sol é o próprio diretor Mark Tonderai. Com apenas cinco títulos na carreira - nenhum expressivo – esse ex- DJ e ator de séries tenta agora chamar a atenção dos grandes estúdios. Se depender de mais bons filmes como esse será bem sucedido. Em suma, "A Última casa da Rua" é uma boa opção para quem estava com saudades de bons thrillers de suspense com várias reviravoltas na trama. Não chega a ser brilhante mas é muito bom no final das contas. Por isso está devidamente recomendado.

A Última Casa da Rua (House at the End of the Street, Estados Unidos, 2012) Direção: Mark Tonderai / Roteiro: Peter Block, Hal Lieberman, Aaron Ryder baseados na novela de Jonathan Mostow / Elenco: Jennifer Lawrence, Elisabeth Shue, Max Thieriot, Gil Bellows, Nolan Gerard Funk / Sinopse: Mãe e filha alugam uma casa vizinha a uma residência onde no passado ocorreu um terrível crime. No isolado imóvel mora sozinho o único sobrevivente de uma família assassinada. Retraído e isolado ele vive em um lugar onde nada realmente é o que aparenta ser de verdade.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de agosto de 2012

X-Men: Primeira Classe

Certamente Hollywood não iria deixar essa franquia de lado. Embora o último filme tenha sido de certa forma definitivo, fechando inclusive a estória, não restavam dúvidas que mais cedo ou mais tarde os mutantes de Stan Lee voltariam às telas. Vivemos atualmente uma verdadeira moda de filmes baseados em personagens de quadrinhos e sendo X-Men um dos mais populares desse universo era certo que eles voltariam de um jeito ou de outro. A solução aqui foi recomeçar tudo praticamente do zero. "X-Men: Primeira Classe", como seu próprio nome sugere, é o começo de uma nova série de filmes, com novos atores e nova proposta. A boa notícia é que esse primeiro filme é divertido, tem bons efeitos, um roteiro bem bolado e bom elenco. Dito isso é interessante salientar também que não é, na minha opinião, um filme isento de falhas. 

O filme caminha bem mas não consegue fugir da fórmula dos demais da franquia X-Men. Essa inclusive foi uma das decepções que tive. Após ler sobre ele antes de assistir fiquei com a impressão que esse seria o mais singular da série, algo mais inovador, mas isso definitivamente não acontece. Claro que seu diferencial é explicar a origem de muitos dos principais personagens da série porém não foge do formulaico para isso. Um pouco mais de ousadia dos realizadores cairia bem. Assim acabamos ficando com sabor de Deja Vu. Perceba que as coisas meio que se repetem. O grupo é formado, eles se conhecem, há um período de treinamento, etc, etc. Nesse quesito mais do mesmo. O grande mérito de First Class é realmente seu elenco (com muitos atores de seriados americanos como Damages, Mad Men, etc). O destaque obviamente vai para a estrela adolescente Jennifer Lawrence. Bonita e talentosa ela rouba todas as cenas em que aparece. O vilão interpretado por Kevin Bacon é outro ponto positivo. De certa forma ele me lembrou muito os primeiros vilões da franquia 007 e como a trama do filme é passada nos anos 60 então encaixou bem. Já Magneto e Xavier são personagens tão carismáticos que funcionam por si mesmos. Então é isso. First Class é um bom filme? Certamente. É inovador dentro da franquia? Não. De qualquer forma vale a pena assistir.  

X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, Estados Unidos, 2011) Direção: Matthew Vaughn / Roteiro: Ashley Miller, Zack Stentz baseados nos personagens criados por Stan Lee para a Marvel Comics / Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Kevin Bacon, Rose Byrne, January Jones / Sinopse: Grupo de mutantes são reunidos em uma mesma instituição para ensino e treinamento liderados pelo professor Charles Xavier (James McAvoy). 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Jogos Vorazes

"Jogos Vorazes" é a nova franquia de Hollywood destinada ao público adolescente. Depois do fim de "Harry Potter" os estúdios procuravam por algo com a mesma força e sucesso. Acabaram encontrando o que buscavam numa série de livros de autoria de Suzanne Collins. O público alvo obviamente é o adolescente, atualmente a grande força nas bilheterias de cinema. A trama não me soa como novidade, para falar a verdade a premissa e o argumento são semelhantes demais com um antigo texto de Stephen King chamado "The Running Man" que inclusive já virou filme com Arnold Schwarzenegger na década de 80 (O Sobrevivente). Tanto lá como cá o que vemos é um grupo de pessoas tentando sobreviver a jogos mortais impostos por um Estado autoritário e forte, que utiliza a matança como forma de entretenimento das massas controladas. Tudo sob a forma de programas de TV de grande audiência. 

De certa forma tanto "The Running Man" como "Jogos Vorazes" são releituras modernas dos esportes romanos da Antiguidade. É uma moderna visão dos Gladiadores, lutadores que entravam na arena para entreter a massa em combates mortais. É a velha política do "Panis et Circenses" (Pão e Circo). Agora o que se louva em relação a "Jogos Vorazes" é que em essência temos aqui um produto honesto, nada pretensioso e que se vende pelo que realmente é: uma aventura adolescente, com vários clichês caros ao universo juvenil: as lutas de vida e morte, a paixão levada às últimas consequências (até Romeu e Julieta está inserida na trama) e por fim a linguagem de videogame, rápida, visceral, que obviamente faz a cabeça dos garotos e garotas pós púberes. Em termos de nicho "Jogos Vorazes" vem para ocupar o vácuo deixado por "Crepúsculo". É a velha máxima "Rei Morto, Rei Posto". A boa notícia é que esse filme é bem melhor do que a saga dos vampiros e ao contrário de "Twilight" há uma grande atriz em cena, Jennifer Lawrence. Bonita, com excelente presença em cena, ela tem sido a aposta de Hollywood como a mais provável futura estrela do cinema americano. Eu não tenho nenhuma dúvida que isso vá acontecer, até porque "Jogos Vorazes" foi um enorme sucesso de bilheteria. Só espero que ela não se envolva em projetos ruins e escolhas erradas daqui pra frente. Em conclusão podemos dizer que "Jogos Vorazes" diverte, entretém e cumpre seus objetivos. Um bom filme que inaugura uma nova franquia blockbuster Made in Hollywood. Que venha as próximas continuações então. 

Jogos Vorazes (The Hunger Games, Estados Unidos, 2012) Direção: Gary Ross / Roteiro: Gary Ross, Suzanne Collins, Billy Ray baseado no livro de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Stanley Tucci, Donald Sutherland, Woody Harrelson / Sinopse: Após uma rebelião de vários distritos o governo central de um Estado autoritário e forte impõe que anualmente dois jovens (um garoto e uma garota) de cada distrito sejam levados como tributo a participar dos "Jogos Vorazes", competição televisiva onde os participantes lutam entre si até a morte. Apenas um poderá sobreviver.  

Pablo Aluísio.