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terça-feira, 2 de junho de 2020

Bandidas

Um faroeste feminino, vamos colocar nesses termos. As mulheres sempre tiveram seu espaço nos filmes de western, mas geralmente interpretando jovens donzelas em perigo, esposas de militares que serviam em fortes distantes no velho oeste ou então mulheres que trabalhavam em saloons, geralmente aliviando a vida dura dos cowboys e pistoleiros que viviam naquelas terras selvagens. Com esse "Bandidas" os produtores resolveram fazer um pouco diferente, investindo no empoderamento feminino, mostrando duas garotas que encaram os piores vilões sem medo, frente a frente. Uma mudança que vem de encontro com os novos tempos em que vivemos. Com roteiro e produção do cineasta Luc Besson, o filme “Bandidas” almeja ser um western diferente, a começar dos personagens principais. Saem os homens e entram duas garotas,  Maria Alvarez (Penélope Cruz) e Sara Sandoval (Salma Hayek), que resolvem se unir contra as injustiças que acontecem em sua cidade natal. A maior delas é a nova ferrovia que começa a ser construída ligando o México aos Estados Unidos. Como passa por várias faixas de terras pertencentes a pequenos fazendeiros, o conflito se torna inevitável. Assim quem não decide vender as terras para a grande companhia ferroviária acaba sendo eliminado pelo capanga e assassino Tyler Jackson (Dwight Yoakam).

Para combater esses crimes as garotas decidem roubar bancos que também pertencem à mesma companhia que promove os crimes contra os pequenos proprietários rurais. Em pouco tempo suas façanhas começam a ficar conhecidas entre a pobre população mexicana e elas ganham o título de "Bandidas", sendo perseguidas, com suas cabeças colocadas à prêmio. O povo porém as adora pois elas, ao melhor estilo Robin Hood, dividem o dinheiro dos roubos entre a população mexicana mais pobre. Roubam dos ricos para dar aos pobres. A intenção de Luc Besson foi realizar um western moderno, levemente bem humorado, brincando com os clichês do gênero. Assim temos em cena roubos a bancos ousados, perseguições, tiroteios, tudo embalado pela presença das carismáticas atrizes Penélope Cruz e Salma Hayek. Mesmo assim o resultado é fraco. As garotas são bonitas e simpáticas, mas não conseguem convencer como temidas assaltantes a bancos do velho oeste. O clima de humor, acentuado pela presença do bom comediante Steve Zahn, mais atrapalha do que ajuda. Ficamos com a incômoda sensação de estar assistindo algo que nunca se leva a sério. Agindo assim o filme perde a direção, o público também deixa de se importar com o filme em si. Enfim, "Bandidas" não é memorável e nem um marco no gênero, pois no fundo não passa de uma despretensiosa "Sessão da Tarde".

Bandidas (Bandidas, Estados Unidos, 2005) Direção: Joachim Rønning, Espen Sandberg / Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen / Elenco: Penélope Cruz, Salma Hayek, Steve Zahn, Dwight Yoakam, Denis Arndt / Sinopse: Duas jovens mexicanas resolvem se unir para formar uma dupla especializada em roubos a bancos. Elas querem acima de tudo se vingarem de uma companhia ferroviária americana, responsável pela morte de seus pais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Malévola: Dona do Mal

O conto de fadas original era simples. Afinal esse tipo de literatura feito para crianças deve ser simples mesmo, passando os valores básicos para as crianças. Nunca pensei que esse "Malévola" iria ter continuação. A Disney porém decidiu ir além. Contratou uma equipe de roteiristas para dar continuidade à estória, só que não havia nenhum material disponível para adaptar, afinal "A Bela Adormecida" já tinha sido adaptada na íntegra na animação. E aí inventaram um enredo muito forçado, colocando a vilã Malévola como uma pessoa de bom coração (algo inexistente no texto original).

Mais do que isso, criaram uma espécie de seres alados que são os verdadeiros antepassados da Malévola, a linha de onde ela se originou. Esses seres com asas foram caçados no passado pelos seres humanos e agora querem uma guerra contra o reino, justamente o mesmo do príncipe que Aurora vai se casar. Até ecos de "O Senhor dos Anéis", com aquelas batalhas enormes, surgem nesse novo filme. Certo, não havia mais nada para contar, mas precisavam exagerar tanto? No final esse filme pareceu tudo, menos um conto de fadas. A essência original se perdeu completamente. Ficou estranho e até mesmo bizarro em certos aspectos.

O que salva o filme para quem gosta de cinema é o elenco. Michelle Pfeiffer interpreta a rainha má. A maquiagem e os figurinos não lhe favoreceram. Ela ficou mais velha do que realmente é. Basta ver as fotos da noite de estreia do filme, onde a atriz surgiu bem elegante e natural, para entender isso. Elle Fanning, a princesa Autora (entenda-se "A Bela Adormecida") ficou bem no papel. Ela tem o visual certo, a imagem adequada. A sua beleza também ajuda a aguentar os exageros estéticos da produção. Por fim Angelina Jolie segue em dia com sua canastrice. Essa personagem da Malévola já é tão rebuscada que ela não precisa fazer muita coisa para se destacar. Achei a Jolie bem envelhecida, algo que nem a pesada maquiagem ajudou a esconder. Cada vez mais com botox nos lábios, seu visual anda cada vez mais andrógino (e estranho). Então é isso. Um conto de fadas que não se parece com um conto de fadas. Tudo exagerado, excessivo. Não foi bem isso que pensaram séculos atrás quando criaram "A Bela Adormecida".

Malévola: Dona do Mal (Maleficent: Mistress of Evil, Estados Unidos, 2019) Direção: Joachim Rønning / Roteiro: Linda Woolverton / Elenco: Angelina Jolie, Elle Fanning, Michelle Pfeiffer, Harris Dickinson / Sinopse: A princesa Aurora está feliz pois vai se casar com seu príncipe dos sonhos. Só que nuvens escuras surgem no horizonte. Malévola não se sente muito bem com isso, além de descobrir que ela na verdade é parte de uma espécie de seres alados que querem vingança contra os seres humanos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

Esse é o quinto filme da franquia "Piratas do Caribe". Somando-se as bilheterias de todos os filmes anteriores o estúdio faturou quase quatro bilhões de dólares arrecadados nos cinemas! É um valor assombroso! Por isso a Disney parece não querer largar o osso. Curiosamente esse quinto filme acabou decepcionando comercialmente, mostrando que o público finalmente cansou das aventuras do capitão pirata Jack Sparrow. Com orçamento de 230 milhões de dólares (outra fortuna), o filme mal conseguiu até agora se pagar nas bilheterias de cinema. Provavelmente, depois desse pífio desempenho, a franquia finalmente chegue ao seu tão adiado final. Realmente não há muito mais a se explorar. O roteiro desse novo filme, por exemplo, é apenas uma variação de todos os anteriores. Há obviamente o protagonista carismático, sempre envolvido em cenas absurdas, um capitão querendo vingança  e alguns personagens secundários que não fazem muita diferença no final. E claro, não poderíamos esquecer, muitos efeitos visuais, os mais bem realizados de Hollywood. Aqui temos tubarões zumbis (isso mesmo que você leu!) aliados a um navio fantasma (literalmente falando) com toda a tripulação morta voltando ao mundo dos vivos para uma acerto de contas definitivo com Sparrow.

Por falar nesses marinheiros mortos, a melhor coisa do filme é justamente o vilão, o capitão espanhol Salazar (Javier Bardem), No passado ele teve seu navio afundado por uma manobra de Jack Sparrow. Sua nau bateu nos recifes e todos morreram, inclusive ele. Envoltos numa maldição eterna eles conseguem voltar ao mundo dos vivos para se vingarem finalmente de Sparrow. Os efeitos digitais são muito bem feitos, como já escrevi, em especial o visual etéreo de Salazar, com seus cabelos sempre dando a impressão de que ele está afundando no fundo do mar (afinal ele morreu justamente assim). Fora isso esse quinto filme é mais do mesmo. Há o breve retorno de alguns personagens do primeiro filme e até uma aparição divertida de Paul McCartney como o tio de Sparrow,  Pena que são apenas aspectos menores que ajudam a passar o tempo.

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales, Estados Unidos, 2017) Direção: Joachim Rønning, Espen Sandberg / Roteiro: Jeff Nathanson / Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Javier Bardem, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Keira Knightley, Paul McCartney / Sinopse: O falecido capitão espanhol Salazar (Bardem) volta para o mundo dos vivos para se vingar do capitão pirata Jack Sparrow (Depp), a quem ele culpa por sua morte e de seus tripulantes. Filme indicado ao Teen Choice Awards.

Pablo Aluísio.