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sábado, 3 de fevereiro de 2024

Moulin Rouge

Título no Brasil: Moulin Rouge - Amor em Vermelho
Título Original: Moulin Rouge
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Baz Luhrmann, Craig Pearce
Elenco: Nicole Kidman, Ewan McGregor, John Leguizamo

Sinopse:
O ano é 1899. Christian (Ewan McGregor), um jovem escritor Inglês, vai até Paris para conhecer e usufruir tudo o que a cidade-luz tem a oferecer de melhor aos seus visitantes. E é na famosa casa de shows Moulin Rouge que ele acaba se apaixonando pela linda cortesã e estrela do clube, Satine (Nicole Kidman). Uma paixão que vai virar sua vida de cabeça para baixo!

Comentários:
Não é um musical para todos os tipos de público. Para gostar de "Moulin Rouge" você também precisa gostar dos grandes musicais da Broadway e mais especificadamente da chamada cultura Vaudeville do século XIX. De minha parte gostei muito da proposta e do resultado geral desse musical. Realizar algo assim, na atualidade, é de fato uma ousadia já que a época de ouro dos musicais há muito ficou para trás. Particularmente gosto do estilo barroco do cineasta Baz Luhrmann. Muitos o acusam de ser kitsch ou de mau gosto, mas esse tipo de visão é bem tacanha. Seu estilo é assumidamente exagerado e despudorado, sendo que isso é um reflexo de sua opção estética e não um mero erro na dosagem de seus trabalhos cinematográficos. E no meio de tudo isso brilha mais uma vez o talento da diva Nicole Kidman, aqui ao lado do também talentoso Ewan McGregor. Eles dançam e cantam e para surpresa geral em nenhum momento decepcionam. Um trabalho do tipo "ame ou odeie" que poderá ser tudo em sua vida de cinéfilo, menos ser ignorado. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino. Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Nicole Kidman) e Melhor Canção Original.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Estranha Obsessão

Título no Brasil: Estranha Obsessão
Título Original: The Fan
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Tony Scott
Roteiro: Peter Abrahams, Phoef Sutton
Elenco: Robert De Niro, Wesley Snipes, Ellen Barkin, John Leguizamo, Benicio Del Toro, Patti D'Arbanville

Sinopse:
Nesse thriller de suspense o ator Robert De Niro interpreta Gil Renard, um vendedor fracassado de meia idade. Quando tudo desmorona em sua vida pessoal e profissional ele se volta para o fanatismo que sempre teve pelos esportes, criando uma obsessão em torno de um atleta que passa a ser alvo de sua insanidade doentia. 

Comentários:
Bom filme, com roteiro muito bem desenvolvido em torno da saúde mental do principal personagem, aqui sendo vivido pelo sempre bom Robert De Niro. Ele aliás tem mesmo um longo histórico de intepretação de personagens mentalmente perturbados. Basta lembrar do motorista de táxi de Nova Iorque em "Taxi Driver", um dos grandes clássicos de sua rica filmografia. Aqui ele dá vida a essa outra pessoa que percebe que tudo está desmoronando ao seu redor. Chegando numa determinada idade ele finalmente vê que tudo foi em vão. Assim cria um foco obsessivo e violento com seu fanatismo esportivo e as coisas ruins sobram para um atleta que parecia alheio a tudo isso. Um bom retrato de uma pessoa vazia, que só consegue extravasar suas frustações da pior forma possível, com muito ódio e violência sem freios. A direção é de Tony Scott, irmão de Ridley, que se matou precocemente. Sempre considerei ele um cineasta dos mais talentosos de sua geração em Hollywood. 

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de janeiro de 2022

A Era do Gelo 2

Título no Brasil: A Era do Gelo 2
Título Original: Ice Age - The Meltdown
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Carlos Saldanha
Roteiro: Peter Gaulke, Gerry Swallow
Elenco: Ray Romano, John Leguizamo, Denis Leary, Seann William Scott, Josh Peck, Queen Latifah

Sinopse:
Um mamute, um tigre e um bicho-preguiça (Manny, Sid e Diego) descobrem surpresos que a era do gelo está chegando ao fim e que eles não estão sozinhos naquele mundo gelado. E uma nova aventura recomeça em sua jornada.

Comentários:
Ganha um pirulito o adulto que conseguir distinguir essas animações quando viram franquias, com vários filmes. Todos os filmes de "A Era do Gelo" me parecem muito iguais, apresentando praticamente o mesmo roteiro, filme após filme. As crianças, claro, adoram. É interessante que uma criança consegue assistir a mesma animação por dezenas e dezenas de vezes e ainda gostar quando revê pela centésima vez. Os produtores sabem disso, por isso os filmes geralmente são muito parecidos, mostrando as mesmas situações. Em prol de "A Era do Gelo 2" deve-se dizer que os animadores parecem beber de cenas da época do cinema mudo (pois é, isso mesmo!). Principalmente nas cenas com o esquilo atrás de suas preciosas nozes. Só não me pergunte qual cena pertence a qual filme. Tanto faz se foi o 1,2,3 ou 4. É praticamente a mesma essência. De qualquer maneira, apesar de tudo isso, as crianças vão gostar. E tecnicamente não há mesmo o que criticar. A animação continua tão bem feita quanto o primeiro filme.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

O Pagamento Final

Provavelmente tenha sido o último grande filme da carreira de Brian De Palma. Contando com um excelente roteiro e um elenco em estado de graça, ele acabou realizando um dos melhores filmes de gangsters do cinema americano. A trama mostra um velho criminoso que, de volta às ruas após cumprir uma pesada pena, procura por um recomeço em sua vida. Obviamente que em termos de interpretação todas as atenções se fixam no grande trabalho de atuação de Al Pacino. Carlito, seu personagem, é uma espécie de anti-herói trágico que acabou sendo tragado pelas armadilhas do destino. Não deixa de ser um patife, mas com nuances até mesmo mais românticas. Embora Pacino esteja excepcionalmente bem temos que reconhecer que o grande destaque mesmo do elenco é o ator Sean Penn. Quase irreconhecível, com forte maquiagem, careca e usando figurino dos anos 70, ele praticamente desaparece dentro de seu personagem, um advogado corrupto com problemas de dependência química.

O personagem de Penn também é um viciado em drogas sem controle, cheirando uma carreira de cocaína atrás da outra, completamente alucinado. Pode-se dizer que ele é o responsável por alguns dos melhores momentos de todo o filme. De Palma desfila elegância e bom gosto em cada tomada, o que me fez lembrar do grande diretor que ele foi no começo de sua carreira. Pena que ao lado do enorme talento também haja uma irregularidade absurda em sua obra, pois De Palma conseguia ir do genial ao medíocre com grande facilidade, numa verdadeira montanha russa artística. Em relação a esse filme porém não há o que se preocupar, pois certamente é uma de suas melhores obras primas. Um excelente filme que tive o privilégio de assistir no cinema, em seu lançamento original.

O Pagamento Final (Carlito's Way, Estados Unidos, 1993) Direção: Brian De Palma / Roteiro: David Koepp, baseado na novela escrita por Edwin Torres / Elenco: Al Pacino, Sean Penn, Penelope Ann Miller, John Leguizamo, Viggo Mortensen / Sinopse: O filme conta a história de um mafioso que após cumprir pena por longos anos tenta um recomeço em sua vida. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante - Drama (Sean Penn) e Melhor Atriz Coadjuvante - Drama (Penelope Ann Miller).

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de setembro de 2021

A Era do Gelo

Título no Brasil: A Era do Gelo
Título Original: Ice Age
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Chris Wedge, Carlos Saldanha
Roteiro: Michael J. Wilson, Michael Berg
Elenco: Ray Romano, John Leguizamo, Denis Leary, Goran Visnjic, Jack Black, Cedric the Entertainer

Sinopse:
Em plena era do gelo, com grande parte do planeta congelado, um inusitado grupo de animais formado por uma preguiça, um tigre e um mamute decidem ajudar uma criança humana perdida a reencontrar sua tribo e seu lar.

Comentários:
Essa animação foi a primeira do que iria se tornar uma franquia de sucesso contando com 4 filmes (pelo menos dos que eu me lembro, pois certamente vi o quarto filme). Bom, se houve tantas continuações é sinal de que realmente fez sucesso. E o mais interessante disso é que há uma pitada da arte verde e amarela aqui, isso porque um dos diretores da animação é brasileiro. Estou em referindo ao talentoso Carlos Saldanha. Esse carioca também iria dirigir um filme que era na realidade uma declaração de amor para sua cidade natal, isso mesmo, ele foi o diretor responsável por outra animação de sucesso, "Rio" de 2011. Assim talentos não faltaram na elaboração desse desenho que acabou se tornando um dos maiores sucessos do estúdio Twentieth Century Fox no segmento das animações milionárias de Hollywood. Simpático e divertido, sem dúvida foi uma das melhores de sua safra.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Spun

Título no Brasil: Spun - Sem Limites
Título Original: Spun
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Muse Productions
Direção: Jonas Åkerlund
Roteiro: Will De Los Santos, Creighton Vero
Elenco: Jason Schwartzman, John Leguizamo, Mickey Rourke, Brittany Murphy, Patrick Fugit, Nicholas Gonzalez

Sinopse:
Um traficante de drogas apresenta um de seus clientes, um 'fanático por velocidade', ao homem que dirige o laboratório de metanfetamina. Uma aventura louca de três dias se segue envolvendo os três estranhos personagens. Completamente pirados pelas substâncias que tomaram, mal conseguem separar as alucinações da realidade.

Comentários:
Esse filme tem uma edição bem insana. Tudo de acordo com o tema do roteiro. Aqui o espectador é mergulhado dentro da cultura junkie, dos drogados americanos, seu estilo de vida (ou de morte, dependendo do ponto de vista) e os loucos que giram em torno desse universo. Não espere por uma narrativa convencional. Tudo aqui se desenvolve como se o espectador também estivesse sob efeitos de drogas pesadas. Em um filme tão fora do normal, o que acaba se destacando é seu elenco. A jovem teen Brittany Murphy interpreta uma personagem meio perdida na vida. Infelizmente a atriz iria morrer precocemente, com problemas causados por drogas prescritas. Já Mickey Rourke é um "cozinheiro", especializado em fabricar de forma caseira uma das drogas mais populares da América, a devastadora metanfetamina. Seu fim, quando seu trailer explode pelos ares, não deixa de ser nervosamente engraçado. Enfim, um bom filme, com jeitão de cinema independente. Certo tipo de público vai curtir essa produção feita para poucos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Efeito Colateral

Título no Brasil: Efeito Colateral
Título Original: Collateral Damage
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Andrew Davis
Roteiro: Ronald Roose, David Griffiths
Elenco: Arnold Schwarzenegger, John Leguizamo, Francesca Neri, John Turturro, Michael Milhoan, Rick Worthy

Sinopse:
Gordy Brewer (Arnold Schwarzenegger) é um bombeiro. Homem honsto, comum. Ele nunca pensou em ser um cara violento, até o dia em que sua família é assassinada. A partir daí ele resolve procurar justiça por si mesmo, usando para isso a força de seus punhos e o poder de fogo de armas pesadas.

Comentários:
Eu sempre gostei, de maneira em geral, dos filmes de ação do  Arnold Schwarzenegger. Esse aqui porém não me agradou em nada. A fórmula já estava mais do que saturada, sem ter para onde ir. O roteiro era o básico do básico, aquela velha coisa de vingança que todos já estamos fartos de ver no cinema americano. Para piorar não havia uma boa produção para manter pelo menos o mínimo interesse no que estava passando na tela. Acontece que o  Arnold Schwarzenegger estava mais interessado em política. Ele tinha planos na época de largar o cinema para se tornar governador da Califórnia (algo que iria conseguir). O problema é que o filme foi feito nessa situação de ressaca. Outro dia inclusive lendo a biografia do ator vi que ele escreveu que já não aguentava mais o set de cinema, ficar pendurado em cordas, etc. Ele queria mesmo era ser um figurão em um escritório, em um gabinete. E afinal do que se trata o filme? O Schwarzenegger é um bombeiro, um cara comum. Tudo vai bem, às mil maravilhas, até que sua família é assassinada por um grupo terrorista. Vendo que o crime ficará impune então ele resolve fazer justiça pelas próprias mãos. Como se pode perceber não há nada de novo no front. O roteiro é outro derivativo de "Desejo de Matar", sem tirar, nem colocar muita coisa. É um filme fraco, bastante esquecível, sem rumo próprio. Hoje em dia poucos lembram. Esquecimento merecido.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

De Volta ao Jogo

Não mexa com quem está quieto. Pode ser que o sujeito seja um assassino profissional da máfia russa. É basicamente esse o ponto de partida desse filme. Keanu Reeves interpreta John Wick. No passado ele foi assassino de aluguel para diversos grupos criminosos. Agora passa por uma depressão sem fim pela morte da esposa. Durante um evento completamente banal ele é provocado por Iosef Tarasov (Alfie Allen), um jovem inconsequente que ainda está começando no mundo do crime. Seu ato impensado logo desperta a fúria incontrolável de Wick que não parece mais disposto a perdoar ninguém que lhe cruze o caminho. A típica situação de espalhar sua raiva pelo mundo, usando como alvo o primeiro imbecil que lhe aparecer pela frente.

O filme investe numa linha de ação que me lembrou muito os antigos filmes de pancadaria dos anos 80. Não há espaço para perder tempo. O que vale são as inúmeras cenas de confronto, tiroteios e brigas, algumas extremamente violentas. Reeves está tentando há tempos levantar sua carreira e pelo menos no quesito físico se saiu bem. Outro bom ator presente no elenco é o veterano Willem Dafoe interpretando Mr. Marcus, outro assassino profissional que tentará colocar um freio em Wick. Bom, não precisa ser gênio para entender que dois assassinos profissionais se enfrentando em um mesmo filme é sinal de muitas cenas de ação e brutalidade, todas, é bom frisar, bem realizadas. O único aspecto que incomoda é a frieza (ou seria pura falta de empenho?) do próprio Keanu Reeves. Com a mesma expressão facial ele pode matar um inimigo ou chorar pela esposa falecida. Definitivamente ele não é um Laurence Olivier, mas enfim.... dentro da proposta do filme até que funciona bem.

De Volta ao Jogo (John Wick, EUA, 2014) Direção: Chad Stahelski, David Leitch / Roteiro: Derek Kolstad / Elenco: Keanu Reeves, Willem Dafoe, Michael Nyqvist, Alfie Allen, Adrianne Palicki, John Leguizamo / Sinopse: Assassino profissional é injustamente provocado por um jovem membro da máfia russa, despertando um acesso de fúria e mortes por onde ele passa. Para deter a matança um chefão russo resolve contratar os serviços de outro assassino de aluguel, dando origem a um banho de sangue na cidade. Filme indicado aos prêmios da Phoenix Film Critics Society Award e San Diego Film Critics Society Awards.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Spawn - O Soldado do Inferno

Um assassino chamado Al Simmons é traído e assassinado por seu chefe, o cruel Jason Wynn. Enviado para o inferno Al faz então um trato com o diabo em pessoa e retorna à terra como Spawn para rever sua esposa. Na Terra tem como objetivo matar Wynn, o responsável por sua morte. Enquanto isso um estranho ser, que mais parece um palhaço, pretende destruir o mundo com a ajuda de um vírus mortal. Seria o começo do tão aguardado Armageddon das profecias? Antes que isso aconteça Spawn precisa decidir de qual lado ficará, do bem ou do mal...Transposição para o cinema do famoso personagem de quadrinhos criado por Todd McFarlane. Antes de mais nada temos que entender que mexer em uma obra como essa, que já está bem desenvolvida no mundo dos comics, com uma legião de fãs (e especialistas no tema) formada é muito complicado.

Sempre haverá alguém para reclamar. As pessoas precisam entender que é simplesmente impossível realizar um filme de meras duas horas de duração que sequer consiga chegar aos pés da complexidade do que se lê nas revistas mensais do herói (ou anti-herói, dependendo do ponto de vista). Por isso assim que chegou aos cinemas Spawn levou bordoadas de todos os lados e em especial dos leitores de seus quadrinhos. Penso de forma diferente. Acredito que é uma boa adaptação para as telas. O roteiro procura apresentar o personagem para os frequentadores de cinema (um público que nem sempre acompanha quadrinhos) ao mesmo tempo em que não pareça vazia ou infantil demais. Também tenta da melhor forma possível não decepcionar aos fãs de longa data do Spawn das comics. O resultado é sim muito bom, diria até eficiente. Claro que muita coisa ficou de fora, mas fazer um filme que fosse completo seria realmente uma tarefa que nem o mais poderoso super-herói poderia realizar.

Spawn - O Soldado do Inferno (Spawn, Estados Unidos, 1997) Direção: Mark A.Z. Dippé / Roteiro: Alan B. McElroy / Elenco: John Leguizamo, Michael Jai White, Martin Sheen / Sinopse: Homem morto faz pacto com o diabo para retornar ao mundo dos vivos como uma criatura com poderes especiais. De volta ao plano de existência onde viveu ele tenta reencontrar sua esposa ao mesmo tempo em que enfrenta um ser monstruoso que busca sua destruição completa. Filme vencedor do Sitges - Catalonian International Film Festival na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao Saturn Award na categoria de Melhor Maquiagem (Cindy J. Williams).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Conexão Escobar

Considero um filmão mesmo. Tudo o que se vê na tela foi baseado na história real de Robert Mazur (Bryan Cranston), um agente americano infiltrado no Cartel de Medellín. Ele era um mestre em contabilidade, com especialização em lavagem de dinheiro. Ora, nessa época o Cartel comandado por Pablo Escobar estava faturando alto com o tráfico internacional de drogas, saindo da Colômbia para os Estados Unidos. Com tanto dinheiro jorrando era necessário alguém para "legalizar" essa fortuna ilegal. Coube a Robert essa função. Claro que ao se infiltrar na quadrilha ele acaba testemunhando todos os tipos de crimes e também as personalidades dos principais chefões do tráfico. É um filme bem realista, mostrando a verdade sobre tudo o que aconteceu, sem tentar romantizar a vida dos criminosos. Além do bom roteiro ainda temos uma ótima atuação de  Bryan Cranston. Papel muito adequado, ainda mais para ele que se tornou famoso ao estrelar a série "Breaking Bad", que também tinha como tema o submundo do comércio ilegal de vendas de drogas.

No final ficamos sabendo de muitos detalhes, dos políticos corruptos, do modo de operação do grupo de Pablo Escobar e também do chamado Lado B do mundo do crime, aquele em que se tenta lavar imensas somas de dinheiro que vinham dos Estados Unidos, o maior mercado consumidor de drogas do mundo. Além de funcionar como cinema de boa qualidade o filme também pode ser visto como uma verdadeira reportagem investigativa, mostrando o que poucos conheciam até então.

Conexão Escobar (The Infiltrator, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Paramount Pictures / Direção: Brad Furman / Roteiro: Ellen Sue Brown / Elenco: Bryan Cranston, John Leguizamo, Diane Kruger, Yul Vazquez, Benjamin Bratt, Elena Anaya / Sinopse: O filme conta a história de um agente do DEA infiltrado no maior cartel de tráfico de drogas do mundo durante os anos 80. História baseada em fatos reais.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Waco

Sigo acompanhando a série Waco. Bom, o que temos aqui é a história do líder de seita David Koresh e seus seguidores. Ele determinava que todos os homens de seu grupo (inclusive os casados) se tornassem celibatários. Todas as mulheres só poderiam ter relações sexuais com apenas um homem, ele mesmo, o David Koresh. A poligamia porém nem era o pior aspecto desse caso. O David Koresh também armou seus seguidores com fuzis e armas de grosso calibre. Assim o FBI cercou a sede da seita em Waco, Texas. Depois de 51 dias aconteceu a tragédia. Nesse episódio ainda temos o vigésimo quinto dia de cerco das autoridades. O FBI e a ATF começam uma tática de guerra psicológica, com o uso de som alto e efeitos de luz. No meio de tudo muitas mulheres e crianças.

Foi uma coisa triste, em pleno anos 90, ainda ter que lidar com um fanático desse naipe, um sujeito que em tudo lembrava o Tom Jones, outro fanático perigoso que causou um verdadeiro suicídio coletivo de seus seguidores. O curioso é que o David Koresh até mesmo cria um laço de amizade e colaboração com o negociador do FBI, mas tudo vai sendo sabotado pelos demais comandantes da operação, inclusive os que defendiam logo uma solução militar para o impasse, ou seja, invadir a propriedade da seita com armas e gás, para fazer com que todos fossem expulsos e presos. A série mantém um ótimo nível, com excelente reconstituição histórica dos fatos. Não é uma história com final feliz, todos sabemos, mas pelo menos tudo é muito didático para entender como os acontecimentos realmente se desenvolveram. Fanatismo em nível máximo.

Waco 1.01 - Visions and Omens
Há uma tendência de surgirem seitas violentas e malucas dentro da sociedade americana. O caso da seita criada por David Koresh (Taylor Kitsch) foi um dos mais emblemáticos. Eu ainda me recordo dos jornais da época noticiando essa tragédia. Não é o caso de dar spoiler pois esse é aquele tipo de série baseada em fatos reais que foram amplamente explorados pela imprensa. A cena da sede da seita em chamas no meio do deserto do Texas é algo muito difícil de esquecer. Ali dentro havia mulheres e crianças, mas também um bando de fanáticos, seguidores de Koresh, que estavam fortemente armados com equipamento militar digno de uma guerra. Fuzis, metralhadoras e até granadas! Pois bem, nesse primeiro episódio já encontramos David Koresh e sua seita já devidamente instalada naquele grande galpão (sim, porque a casa parecia um grande galpão de fazenda). O Koresh é visto como um sujeito simpático, bom de papo, diria até carismático. Muitos psicopatas e líderes de grupos religiosos radicais como esse geralmente apresentam esse tipo de personalidade mesmo. O que mais me chocou nesse primeiro episódio foi saber que todos os homens do grupo de Koresh eram celibatários. Não que eles não tivessem esposas. Eles tinham, mas apenas Koresh podia ter relações sexuais com elas! Imagine o nível de loucura e insanidade envolvida nisso! Uma coisa literalmente de loucos fanáticos. / Waco 1.01 - Visions and Omens (Estados Unidos, 2018) Estúdio: Paramount Network / Direção: John Erick Dowdle / Roteiro: John Erick Dowdle / Elenco: Taylor Kitsch, Michael Shannon, John Leguizamo, Andrea Riseborough, Rory Culkin, Christopher Stanley

Waco 1.08 - Day 51
Episódio final da série. É curioso porque o roteiro meio que banca a versão em defesa do David Koresh. Bom, se você não conhece a história foi justamente no dia 51 do cerco à sede da seita do Koresh que tudo deu muito errado. Cansado depois de meses de negociação o diretor da operação, um agente linha dura do FBI, decidiu que seriam jogadas latas de gás lacrimogêneo dentro da casa onde estavam os membros da seita. Não se sabe até hoje o que aconteceu, mas após a operação começar se iniciou um enorme incêndio que acabou matando quase todos os seguidores do Koresh (ele inclusive foi tragado pelas chamas). Foi um final triste, trágico e em termos de FBI um desastre completo. O roteiro desse episódio final não mostrou os membros fanáticos colocando fogo em tudo (como foi dito pelos responsáveis do Bureau, do governo), mas tampouco deixou claro que o gás, por ser inflamável, é que deu começo ao incêndio devastador. Agora, esses são fatos que já eram conhecidos de quem sabia sobre a tragédia na época. O que eu particularmente não sabia é que a seita do Koresh seguiu em frente... alguns sobreviventes se reuniram e resolveram dar continuidade ao culto Davidiano. Só espero que essa nova seita não seja tão fanática e apocalíptica como a original. De mortes insanas e sem sentido o mundo já está cheio. / Waco 1.08 - Day 51 (Estados Unidos, 2018) Estúdio: HBO / Direção: John Erick Dowdle / Roteiro: John Erick Dowdle, Drew Dowdle / Elenco: Taylor Kitsch, Michael Shannon, Andrea Riseborough, Paul Sparks, Rory Culkin, Shea Whigham

Pablo Aluísio

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Titan

Seguindo os passos da Disney, o estúdio Fox também entrou no concorrido mundo da animação. Eles seguiram basicamente a mesma fórmula: contratar atores famosos para dublar os personagens, promover uma grande campanha de marketing e obviamente esperar pelo melhor: lucros e mais lucros provenientes das bilheterias de cinema. O curioso é que ao invés de apostar no mundo dos contos de fadas e era medieval (como faz a major Disney) aqui os produtores escolheram uma aventura espacial como tema. A estorinha se passa no ano 3028 quando o planeta Terra é invadido por uma civilização extraterrestre selvagem e cruel. A maioria da humanidade é destruída, mas alguns seres humanos escapam. O protagonista, o jovem Cale Tucker (dublado por Matt Damon), consegue ir para o espaço.  E é justamente nos confins do universo que ele acaba se envolvendo em uma grande aventura.

A Fox investiu 75 milhões de dólares nessa animação, mas não se deu bem. O filme não foi bem de bilheteria e nem de crítica. Isso demonstrou aos executivos do cinema que não seria fácil vencer nesse mercado tão concorrido da indústria cinematográfica. Mesmo assim, com esse relativo fracasso comercial em mãos, o estúdio não desistiu e continuou investindo até encontrar o sucesso tão esperado com a franquia "Shrek", aquela mesmo do ogro verde que caiu nas graças da criançada. Por fim, apesar de tudo, "Titan" ainda conseguiu arrancar três indicações ao Oscar da animação, o Annie Awards. As indicações foram para categorias bem técnicas, nada de espetacular, mas pelo menos serviu como reconhecimento de que pelo menos do ponto de vista técnico o filme era realmente caprichado.

Titan (Titan A.E, Estados Unidos, 2000) Direção: Don Bluth, Gary Goldman / Roteiro: Hans Bauer, Randall McCormick / Elenco: Matt Damon, Nathan Lane, Drew Barrymore, Bill Pullman, John Leguizamo / Sinopse: Um jovem humano, sobrevivente da maior invasão do planeta Terra por uma raça de extraterrestres, tenta superar o trauma da separação de sua família enquanto se envolve numa grande aventura espacial ao lado de seus novos amigos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de julho de 2017

John Wick - Um Novo Dia para Matar

Título no Brasil: John Wick - Um Novo Dia para Matar
Título Original: John Wick - Chapter 2
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment
Direção: Chad Stahelski
Roteiro: Derek Kolstad
Elenco: Keanu Reeves, Common, Laurence Fishburne, John Leguizamo, Riccardo Scamarcio, Ian McShane

Sinopse:
John Wick (Keanu Reeves) é um assassino profissional que é contratado pelo mafioso italiano Santino D'Antonio (Riccardo Scamarci). Sua missão é matar a própria irmã de Santino, que subiu na hierarquia da organização Camorra. Wick não queria fazer o "serviço", mas precisa cumprir o que lhe foi determinado para não quebrar as regras do crime organizado.

Comentários:
Esse filme é a continuação de "De Volta ao Jogo" de 2014. O ator Keanu Reeves volta assim a interpretar o assassino profissional John Wick. Como o filme anterior deu certo nas bilheterias era mesmo previsível que Hollywood voltaria a explorar essa estória. Aliás o final em aberto desse segundo filme deixa claro que haverá um terceiro filme. Pois é, Reeves emplaca assim mais uma franquia de sucesso em sua carreira. Como em time que se está ganhando não se mexe, manteve-se basicamente a estrutura do filme original. Há uma trama bem simples que dá sustentação a uma série de cenas de ação, grande parte delas bem exageradas. Em defesa do filme é bom deixar claro que ele é feito para quem gosta de filmes de ação ao estilo anos 80. Logo na cena inicial vemos como se dará o restante, com uma cena ultra violenta (onde Wick mata duas dezenas de inimigos). O protagonista invade um bunker da máfia russa para buscar seu carro roubado. Depois ele é contratado (a contragosto) por um membro da Camorra. a máfia italiana, para matar sua própria irmã, que está no topo da hierarquia criminosa. Isso porém é o que menos importa. O que vale mesmo são as inúmeras cenas de lutas, tiroteios, perseguições de carros, etc. Nesse aspecto não há o que reclamar pois tudo é bem realizado. As cenas de pancadaria são bem coreografadas e conforme vimos em várias cenas de making off que vazaram na internet, foram feitas pelo próprio Reeves, que dispensou dublês. Em suma, tudo o que você precisa para gostar desse filme é responder a seguinte pergunta: você gosta desse tipo de filme de ação? Se a resposta for positiva, pode ter certeza que vai se divertir com esse John Wick 2.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

The Hollow Point

Esse filme se passa no moderno oeste americano, sendo mais específico na fronteira entre México e Estados Unidos. É um lugar perigoso, onde os cartéis mexicanos da droga começam a dominar. É no meio desse deserto que trabalha o veterano xerife Leland (Ian McShane). Homem da lei experiente, ele começa a desconfiar do vai e vem sem fim de caminhonetes dirigidas por jovens da região. A maioria desses rapazes são desempregados que topariam qualquer trabalho, mas Leland começa a ficar bem desconfiado pois eles parecem transportar velhas peças de ferro-velho, algo que não faria muito sentido. Ao parar um desses jovens ele acaba perdendo o controle da situação e em um gesto impensado termina matando o garoto com um tiro certeiro na cabeça. John Wallace (Patrick Wilson), também um xerife da fronteira, é então designado para investigar a morte. Logo de cara ele vai até a casa de Leland para pegar sua estrela e sua arma, demonstrando que a partir daquele momento o velho policial estaria fora de suas funções oficialmente. O que Wallace nem desconfia é que ele está prestes a enfrentar uma situação de extrema violência, da qual nem ele mesmo poderia escapar sem danos irreparáveis.

Esse filme tem uma lição muito interessante ao passar para o espectador. Os dois xerifes possuem modos de agir e pensar bem diferentes. O veterano acredita que muitas vezes é vital fazer justiça pelas próprias mãos. Já o mais jovem pensa diferente. Ele quer seguir todas as regras do manual, sem se desviar do que ele acredita ser o certo. Com o tempo, exposto a uma violência descomunal, o próprio Wallace acaba agindo como o veterano da lei, mostrando que em certas situações realmente não há salvação. A cena final é bem representativa disso. O filme é protagonizado por Patrick Wilson, um bom ator de que sempre gostei, embora ele nunca tenha alcançado o status de grande astro. Seu personagem passa por uma situação limite, de dar nos nervos, ao ter sua mão decepada em uma situação sangrenta e bem violenta. Ao se ver mutilado ele começa a rever seus velhos conceitos. Outra boa surpresa do elenco vem da presença do ator John Leguizamo. Não me lembro de ter visto ele interpretar um criminoso tão violento e insano como o desse filme. Por ter origem latina Leguizamo sempre foi estigmatizado no cinema americano, interpretando tipos marginais (ou insanamente lunáticos), mas aqui ele conseguiu imprimir uma sordidez digna de aplausos ao presidiário que interpreta. Em suma, mais um bom filme que nos remete aos bons filmes de faroeste do passado, com seu roteiro versando sobre vingança, violência e morte no meio de um deserto imprestável.

The Hollow Point (Estados Unidos, 2016) Direção: Gonzalo López-Gallego / Roteiro: Nils Lyew / Elenco: Patrick Wilson, Ian McShane, John Leguizamo, Jim Belushi, Lynn Collins / Sinopse: Xerifes da fronteira entre México e Estados Unidos precisam lidar com um matador profissional, presidiário, que executa pessoas que fazem parte de uma lista negra de assassinatos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Conexão Escobar

Título no Brasil: Conexão Escobar
Título Original: The Infiltrator
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Brad Furman
Roteiro: Ellen Sue Brown
Elenco: Bryan Cranston, John Leguizamo, Diane Kruger, Yul Vazquez, Benjamin Bratt, Elena Anaya
  
Sinopse:
Durante a década de 1980 o DEA (Departamento de combate ao tráfico de drogas dos EUA) resolveu infiltrar dois agentes dentro da conexão internacional do Cartel de Medellín na Flórida. Essa organização criminosa estava na época importando para as principais cidades americanas toneladas de cocaína, praticamente dominando todo o mercado do país. O principal membro infiltrado da polícia era o agente Robert Mazur (Bryan Cranston), que se passava como especialista em lavagem de dinheiro. O filme narra parte da operação que foi montada.

Comentários:
Esse filme foi baseado no livro de memórias do agente Robert Mazur que participou de uma ampla operação de infiltração dentro do Cartel de Medellín na década de 80. O objetivo era não apenas prender os chefes do tráfico como também os banqueiros que recebiam todos os valores ilícitos em forma de depósitos, devidamente desviados para paraísos fiscais com o objetivo de lavar o dinheiro obtido nas atividades criminosas, usando para isso o sistema financeiro internacional. O personagem de Bryan Cranston era um elo vital nessa conexão porque ele se apresentava como um verdadeiro gênio da contabilidade, com ampla experiência em lavar o dinheiro do Cartel. Para isso foi se infiltrando aos poucos dentro da organização, se tornando amigo de figuras importantes, conquistando suas confianças. Um trabalho minucioso, exaustivo e obviamente bem perigoso. O roteiro procura mostrar não apenas a operação policial em si como também a forma como ela afetava a vida pessoal do agente Mazur. Seu casamento vivia em constante tensão justamente pelo fato do policial ter que viver praticamente duas vidas separadas, com nomes diferentes e histórias pessoais também conflituosas. Para pegar os traficantes o DEA não poupou esforços. Criou uma nova identidade para Mazur, um casamento com outra policial também infiltrada e todo o tipo de cenários inexistentes para que os traficantes de Medellín não desconfiassem de nada. Um trabalho de ocultação simplesmente perfeito. É interessante também como o filme lida com a figura do chefão Pablo Escobar. Ele atua nas sombras, nunca aparecendo de forma ostensiva, tratando com Mazur apenas através de seus subordinados. Entre eles surgem sujeitos bizarros como Javier Ospina, um traficante homossexual violento, com preferência para figurinos chamativos e de extremo mau gosto. De uma forma em geral gostei bastante desse "Conexão Escobar". O assisti com um pé atrás pois li e ouvi várias críticas que não eram muito boas. Bobagem, o filme é realmente bom. Pode assistir sem receios.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de março de 2016

American Ultra: Armados e Alucinados

Ok, vamos direto ao ponto, colocando as cartas na mesa. Você provavelmente só gostará desse novo filme de ação teen se tiver no máximo 16 anos de idade e nunca tiver assistido um filme de James Bond na vida. Fora dessas duas opções vai ser muito complicado curtir "American Ultra". A sinopse? Veja só: Mike Howell (Jesse Eisenberg) é um jovem comum, como outro qualquer da sua idade, ou melhor explicando, ele está até mesmo abaixo da média pois passa o dia inteiro atrás de um balcão de uma loja de conveniência semi falida desenhando histórias em quadrinhos sobre um macaco astronauta que muito provavelmente jamais conseguirá lançar no mercado, de tão idiotas que são as estorinhas que cria. Maconheiro inveterado, sua única grande conquista na vida é ter uma namorada que parece realmente gostar dele. Phoebe Larson (Kristen Stewart) é bonita, descolada e apesar do namorado sem grandes atrativos parece louquinha por ele. A vida sem graça de Mike muda da noite para o dia quando ele começa a ser perseguido por agentes da CIA - e o que é mais estranho, ele parece demonstrar um treinamento em defesa e armas que surpreeende até ele mesmo! Na hora da necessidade ele realmente age como um verdadeiro assassino profissional.

O que poderia ter acontecido em seu passado para explicar isso tudo? Na verdade o nerd Mike é uma espécie de super agente da CIA. Fruto de um projeto da agência ele teve sua memória apagada que só se ativa quando ele ouve determinadas frases. O problema é que o agente Adrian Yates (Topher Grace) decide que é hora de tirá-lo de circulação e então começa um verdadeiro jogo de gato e rato, com a CIA tentando matar Mike ao mesmo tempo em que ele vai demonstrando ter uma incrível capacidade de luta e sobrevivência, algo que causa espanto até mesmo nos altos figurões da agência de inteligência. O roteiro é um tanto raso e o filme se concentra mesmo nas cenas de ação. Em relação a elas uma coisa me chamou bastante a atenção: os últimos vinte minutos do filme são extremamente violentos, com sangue e tripas voando para todos os lados, o que provavelmente impedirá o filme de se tornar um clássico da Sessão da Tarde no futuro. Outro problema dessa fita de ação é que a dupla central é, e não há como negar esse fato, muito inadequada para esse tipo de filme. Quem realmente teve a péssima ideia de tentar transformar Jesse Eisenberg em um tipo de herói de ação adolescente? Ele não funciona nesse tipo de papel. No máximo ele consegue enganar interpretando esquisitos como Mark Zuckerberg (como vimos em "A Rede Social"). Fora disso não funciona mesmo. Pior se sai Kristen Stewart! Eu nunca a considerei uma boa atriz, mas até que ela vinha escolhendo bons filmes para atuar. Aqui, por outro lado, pisou feio na bola, numa personagem sem qualquer interesse, vazia de importância, que não vai adicionar nada em sua carreira. Enfim, esqueça, a não ser que você cumpra os requisitos que colocamos no começo do texto. Isso é tudo!

American Ultra: Armados e Alucinados (American Ultra, EUA, 2015) Direção: Nima Nourizadeh / Roteiro: Max Landis / Elenco: Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Topher Grace, Connie Britton, John Leguizamo, Walton Goggins, Bill Pullman / Sinopse: Mike Howell (Jesse Eisenberg) pensa ser um jovem comum. Ele tem um emprego péssimo e sem futuro, e definitivamnete não sabe bem que rumo tomar na vida. Sua vida só não é pior porque em compensação ele tem uma namorada que o ama, Phoebe Larson (Kristen Stewart). A única coisa que ele nem desconfia é que na verdade no passado ele fez parte de um projeto da CIA que agora está prestes a explodir em fúria e violência.

Pablo Aluísio.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Romeu + Julieta

Título no Brasil: Romeu + Julieta
Título Original: Romeo + Juliet
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Craig Pearce, baseado na obra de William Shakespeare
Elenco: Leonardo DiCaprio, Claire Danes, John Leguizamo
  
Sinopse:
Romeu (Leonardo DiCaprio) ama Julieta (Claire Danes), mas não conseguem ficar felizes e em paz pois pertencem a duas famílias que simplesmente se detestam e se odeiam. Como superar todas as adversidades em nome de um grande amor como aquele? Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Direção de Arte (Catherine Martin e Brigitte Broch). Vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Direção, Design de Produção e Roteiro Adaptado.

Comentários:
Desde essa época o Leonardo DiCaprio sonhava com o Oscar de melhor ator (e lá se vão vinte anos de puro desespero por um prêmio que parece não chegar nunca!). Enfim... voltemos ao filme. A premissa é básica: trazer a obra do grande e imortal William Shakespeare para o público jovem. E como fazer isso? Transformando tudo em um videoclip, ou melhor explicando, usar a linguagem dos videoclips para atrair a atenção da juventude dos anos 90 (que não parava de assistir a MTV). Como se trata também de uma das obras mais populares do dramaturgo inglês era de se esperar que fluísse às mil maravilhas. Não foi bem isso que aconteceu. A verdade é que o diretor Baz Luhrmann é um pretensioso arrogante que pensa estar sempre revolucionando o cinema com seus filmes. Menos. Ele fez um filme muito colorido, bonitinho e simpático, mas a despeito disso também esvaziou muito a obra que lhe deu origem. Na ânsia de soar moderninho demais tudo o que Baz Luhrmann conseguiu no final das contas foi ser muito, mas muito chato! O filme nunca me convenceu e nem agradou. Há excessos de modernices que aborrecem. Além disso Leonardo DiCaprio parece estar mais preocupado em aparecer bonitinho em cena, como se estivesse posando para uma revista de adolescentes entediadas, do que em atuar realmente bem. Assim não há como salvar o filme. O bardo merecia coisa muito melhor (além do devido respeito, é claro). E o Leo ficou novamente a ver navios. Oscar que é bom... nada!

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Experimentos

Baseado em fatos reais, o filme "Experimenter" narra parte da história do professor de psicologia Stanley Milgram (Peter Sarsgaard). Pesquisador respeitado que chegou a lecionar nas prestigiadas universidades de Yale e Harvard, ele desenvolveu uma experiência muito interessante na década de 1960. Milgram estava curioso para entender como pessoas civilizadas, cultas e com valores morais e religiosos, aceitaram participar dos horrores do holocausto nazista durante a II Guerra Mundial. Como o povo alemão, um dos mais desenvolvidos da Europa, aceitou a morte sistemática e em ritmo industrial de milhões de judeus executados em campos de concentração? Para Milgram apenas sondando a mente humana se conseguiria chegar numa resposta a essa dúvida. Ele então criou uma experiência. Usando uma falsa máquina de dar choques ele colocou pessoas comuns recebendo ordens superiores para dar choques em outras pessoas que supostamente erravam as perguntas que lhes eram feitas em um laboratório. Cada resposta errada deveria ser motivo para dar choques elétricos naqueles que não acertavam as respostas. Milgram queria provar que o ser humano tem uma tendência natural para aceitar ordens vindas de seus superiores, por mais absurdas e imorais que fossem.

Depois de realizar os testes Milgram publicou um livro que até hoje é referência dentro da psicologia humana. Com seu experimento ele provou que a imensa maioria dos que foram expostos à experiência realmente aceitavam cumprir ordens superiores, mesmo que essas fossem em última análise para torturar alguém. O livro causou grande debate em seu lançamento e até hoje segue sendo estudado e analisado. Ele trazia finalmente uma justificativa científica sobre os meandros psicológicos que tornaram possível coisas horrendas como o holocausto nazista. Também provou que esse tipo de situação independeria do país e da cultura onde se desenvolveria, pois seus testes foram realizados em americanos, vivendo em um país democrático e com plena liberdade individual. A história, como se pode perceber, já é por demais interessante. A narração também é muito curiosa, colocando o protagonista fazendo pequenas intervenções, falando diretamente com o público espectador, criando uma intimidade que só trouxe aspectos positivos ao filme como um todo. Há também uso de cenários estilizados, como se estivéssemos dentro da mente de Milgram, compartilhando seus pensamentos mais íntimos. O elenco também está ótimo, com destaque para o sempre competente Peter Sarsgaard, aqui contracenando com a sumida Winona Ryder (fazia anos que ela não aparecia com uma atuação de destaque). Então é isso. Temos aqui um filme muito bom, com roteiro muito bem escrito, ótimos diálogos e um argumento inteligente e sagaz. Ideal para acadêmicos e estudantes de psicologia e ciências correlatas em geral. Está mais do que indicado.

Experimentos (Experimenter, Estados Unidos, 2015) Direção: Michael Almereyda / Roteiro: Michael Almereyda / Elenco: Peter Sarsgaard, Winona Ryder, Taryn Manning, Lori Singer, John Leguizamo, Anthony Edwards / Sinopse: Stanley Milgram (Peter Sarsgaard) é um pesquisador que resolve fazer uma experiência com pessoas comuns para compreender os mecanismos psicológicos que tornaram possível o holocausto nazista. A intenção passa a ser como entender a mente de uma pessoa que aceita receber ordens para infringir dores físicas e psicológicas em outras pessoas, sem qualquer justificativa mais convincente para isso. Filme vencedor do Los Angeles Film Festival na categoria de Melhor Direção (Michael Almereyda). Também indicado ao Gotham Independent Film Award na categoria de Melhor Ator (Peter Sarsgaard).

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Para Wong Foo, Obrigada por Tudo! Julie Newmar

A primeira coisa que vem à mente de alguém que toma conhecimento do título desse filme pela primeira vez é se perguntar quem é afinal Julie Newmar? Ela era a atriz que interpretava a Mulher-Gato naquela série popular do Batman na TV americana durante os anos 60. E o que isso tem a ver com esse filme? Bom, tudo gira muito em cima de uma antiga foto, com dedicatória, assinada pela Julie Newmar. Por isso o filme tem esse título tão diferente (e não adianta culpar os tradutores brasileiros, pois o título original em inglês é justamente esse mesmo!). Sem dúvida algo impossível de se colocar nas marquises dos antigos cinemas do passado. Não haveria espaço e nem letras suficientes.  

Na divertida história três drag queens viajando pelo interior dos Estados Unidos vão parar em uma cidadezinha careta e conservadora do interior e uma vez lá decidem agitar o lugar. Claro que as semelhanças com a produção australiana "Priscilla, a Rainha do Deserto" ficam mais do que óbvias. De qualquer forma parte da graça do filme foi colocar três notórios machões de Hollywood como travestis. Assim temos o galã de musicais adolescentes Patrick Swayze todo maquiado e com longos vestidos femininos, o durão de filmes de ação Wesley Snipes usando sutiãs e o mais cômico John Leguizamo se divertindo como nunca como uma trans afetada. Enfim, divertido e inofensivo, essa produção celebra acima de tudo a alegria de viver da cultura LGBT.

Para Wong Foo, Obrigada por Tudo! Julie Newmar (To Wong Foo Thanks for Everything, Julie Newmar, Estados Unidos,1995) Direção: Beeban Kidron / Roteiro: Douglas Carter Beane / Elenco: Wesley Snipes, Patrick Swayze, John Leguizamo / Sinopse: Três drag queens agitam uma pequena cidadezinha do interior dos Estados Unidos. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor ator (Patrick Swayze) e melhor ator coadjuvante (John Leguizamo).

Pablo Aluísio. 

sábado, 17 de janeiro de 2015

De Volta ao Jogo

Título no Brasil: De Volta ao Jogo
Título Original: John Wick
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Chad Stahelski, David Leitch
Roteiro: Derek Kolstad
Elenco: Keanu Reeves, Willem Dafoe, Michael Nyqvist, Alfie Allen, Adrianne Palicki, John Leguizamo 
  
Sinopse:
John Wick (Keanu Reeves) ainda está tentando se recuperar da morte de sua querida esposa. Como último desejo ela acaba deixando de presente para ele uma cadelinha, para ajudar em sua recuperação. A dor emocional é imensa, mas ele tenta seguir em frente. Ao parar em um posto de gasolina para reabastecer seu carro ele é imediatamente intimidado por Iosef Tarasov (Alfie Allen), um filhinho mimado de um poderoso chefão da máfia russa. O que Iosef nem desconfia é que Wick também tem um passado sangrento no mundo do crime. Mexer com ele definitivamente não será uma boa ideia.

Comentários:
Pois é meu amigo, tome muito cuidado com quem você deseja provocar ao dar uma de valentão. Possa ser que seja a pessoa errada. Esse é o mote desse filme de ação muito movimentado estrelado por Keanu Reeves. No começo da trama o espectador é levado a crer que seu personagem é uma pessoa comum, tentando sobreviver a uma crise existencial após a morte prematura de sua esposa. Quando vira alvo de um roubo planejado por um filho de um mafioso russo sua verdadeira identidade se revela. John Wick é na verdade um ex-assassino profissional, um dos melhores do ramo, tendo inclusive trabalhado para a mesma máfia russa no passado. Um especialista em chacinas de inimigos. Agora, roubado e espancado por membros da gangue de Iosef Tarasov, um jovem inconsequente, ele se propõe a voltar ao seu velho trabalho, com a diferença que agora a questão é puramente pessoal. Para tentar salvar seu filho da morte certa, pois Wick não costuma errar seus alvos, o chefão Viggo Tarasov (Michael Nyqvist) decide então contratar outro assassino profissional tão mortal quanto o próprio Wick, o Sr. Marcus (Willem Dafoe). A partir desse ponto o espectador não terá mais descanso, já que as cenas de ação vão se suceder numa sequência intermitente de tiroteios, assassinatos e correria em geral. John Wick até parece um personagem saído de algum filme de ação da década de 1980 pela quantidade de pessoas que mata! No geral é uma boa fita de ação, valorizada por bem ensaiadas cenas de luta corporal. O ator Keanu Reeves, que andava meio gordinho e fora de forma, finalmente recuperou a antiga forma física e não se sai mal nesse papel que exigiu muito dele do ponto de vista físico. "De Volta ao Jogo" não traz um grande roteiro, mas diverte, acima de tudo. Vale a diversão.

Pablo Aluísio.