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quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Refém da Paixão

Esse filme passou recentemente em uma Minimaratona do canal Telecine. Todos os filmes eram com a atriz Kate Winslet. Foram exibidos no dia do aniversário dela. Dos filmes que fizeram parte dessa programação o único que eu não havia assistido era justamente esse. É um filme realmente pouco conhecido e comentado de sua filmografia. A boa notícia é que se trata de um bom fim. Na história, temos uma mulher divorciada que sofre com problemas de depressão. A Kate interpreta essa mãe que tenta superar a perda do seu casamento. O marido fugiu com a secretária e formou uma nova família com a amante! Ela ficou sozinha ao lado de seu filho pré adolescente. Sofrendo de uma crise depressiva, para ela fica difícil até mesmo se levantar da cama pela manhã. Um dia no supermercado, ela e o filho são surpreendidos por um sujeito que parece muito tenso. Na realidade, é um fugitivo da prisão. Ele faz da mãe e do filho seus reféns. Seu plano é passar o dia na casa dela e a noite fugir pela ferrovia. Ir para a Costa Oeste, fugir dos policiais. 

Só que nesse meio tempo, algo acontece. Pinta um clima entre os dois. E a ausência de uma figura paterna faz sentir-se ali. No começo existe uma certa tensão, mas depois o fugitivo vai se tornando mais confiante e confortável na casa dela. Parece inverossímil para você? Bom, a psicologia já catalogou esse tipo de comportamento. Trata-se da síndrome de Estocolmo. O filme é bom e mantêm um bom desenvolvimento. Só penso que em certos momentos, a situação fica um pouco forçada. Aos poucos, entretanto, o espectador vai comprando a ideia. O resultado final se revela muito bom.

Refém da Paixão (Labor Day, Estados Unidos, 2013) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Jason Reitman / Elenco: Kate Winslet, Josh Brolin, Gattlin Griffith / Sinopse: Mulher e filho feitos reféns por um criminoso acabam criando um sentimento de afeição por ele. E o ajuda a fugir da polícia. Um típico caso em que a refém acaba se apaixonando pelo criminoso. Um verdadeiro amor bandido!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Caça aos Gângsteres

Título no Brasil: Caça aos Gângsteres
Título Original: Gangster Squad
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ruben Fleischer
Roteiro: Will Beall, Paul Lieberman
Elenco: Josh Brolin, Sean Penn, Ryan Gosling, Emma Stone, Nick Nolte, Giovanni Ribisi 

Sinopse:
Na Los Angeles da década de 1930, um policial honesto chamado John O'Mara (Josh Brolin) forma um esquadrão de tiras para atuarem fora da lei. A missão é destruir o império do crime comandado pelo gângster Mickey Cohen (Sean Penn). Filme indicado ao Golden Trailer Awards e ao World Stunt Awards.

Comentários:
Um filme bem produzido, com excelente elenco, contando a história real do gângster Mickey Cohen? Ora, não poderia haver nada tão promissor. Porém o filme, apesar de todo o capricho no design de produção, cenários, figurinos, etc, não conseguiu me empolgar. O elenco, como já frisei, é um dos melhores já reunidos nos últimos anos, mas o resultado final realmente deixa a desejar. O filme não foi um fracasso de bilheteria, pelo contrário, gerou lucro, mas bem abaixo do que era esperado. E aqui temos um velho problema do cinema americano se repetindo. A tentativa de sempre procurar fazer algo comercial demais, acaba estragando muitos filmes. É o caso aqui. Os realizadores deveriam ter optado por um clima mais realista, mais de acordo com os acontecimentos do passado. O Mickey Cohen certamente sempre foi um personagem interessante, mas na história real ele passou longe de ser uma espécie de Al Capone de Los Angeles. O roteiro desse filme exagerou bastante nas tintas, assim como Sean Penn que tentando se parecer ao máximo com o gângster acabou usando uma estranha maquiagem. Ryan Gosling é um ótimo ator, mas aqui surge bem apagado. Não tem o espeço suficiente para brilhar. Já Josh Brolin me fez ficar com saudades de Kevin Costner em "Os Intocáveis". Pois é, esse filme até tenta em alguns momentos seguir a obra-prima de Brian De Palma, mas sem conseguir chegar perto. Ficou apenas na tentativa mesmo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Rosas da Sedução

Título no Brasil: Rosas da Sedução
Título Original: Bed of Roses
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Michael Goldenberg
Roteiro: Michael Goldenberg
Elenco: Christian Slater, Mary Stuart Masterson, Josh Brolin, Pamela Adlon, Brian Tarantina, Debra Monk

Sinopse:
Para Lisa Walker (Mary Stuart Masterson) o importante é o trabalho. Há alguns anos ela decidiu se isolar emocionalmente para não ter mais decepções amorosas. Tudo muda porém quando ela conhece o sensível Lewis Farrell (Christian Slater). Pode ser uma nova chance para o amor.

Comentários:
Christian Slater pode até não ser a escolha mais adequada para um filme romântico como esse. Com seu sorriso e olhar de "jovem Jack Nicholson" fica até um pouco complicado crer que ele poderia ser o príncipe encantado de alguém. Porém se a New Line Cinema, companhia cinematográfica especializada em filmes de terror, decidiu investir em romances no cinema... bom, então tudo começa a se tornar possível. E o filme é até bem interessante. Nada excepcional, nada memorável, mas até que tem seus bons momentos. Um aspecto a se considerar é que o carisma da atriz Mary Stuart Masterson segura as pontas de uma produção que investe no sentimental das pessoas. O filme é uma nova versão para uma antiga produção com Joel McCrea, porém com muitas mudanças em seu roteiro. Eu poderia dizer que apenas a ideia central foi reaproveitada. Pode ter envelhecido precocemente um pouco, mas ainda mantém o charme. Assim se você aprecia esse tipo de filme romântica não tenha receios de arriscar.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Bravura Indômita

Título no Brasil: Bravura Indômita
Título Original: True Grit
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Ethan Coen, Joel Coen
Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen
Elenco: Jeff Bridges, Matt Damon, Hailee Steinfeld, Josh Brolin, Barry Pepper, Dakin Matthews

Sinopse:
No velho oeste uma garotinha decide contratar por conta própria um velho xerife aposentado chamado Rooster Cogburn (Jeff Bridges). Ela quer que o veterano encontre os assassinos de seu pai. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Jeff Bridges), Melhor Atriz Coadjuvante (Hailee Steinfeld), Melhor Direção e Melhor Roteiro (Ethan Coen, Joel Coen).

Comentários:
Caso raro de remake que deu muito certo e olha que aqui resolveram refilmar um dos grandes clássicos da filmografia do mito John Wayne. A nova versão porém tem muita qualidade, principalmente por causa da direção e de seu elenco. Jeff Bridges interpreta o velho xerife decadente Rooster Cogburn. Resmungão, com tapa-olho, sempre reclamando de tudo, mas ainda eficaz no gatilho, ele é aquele tipo de personagem que vale o filme inteiro. O interessante é que Jeff Bridges não caiu na armadilha de fazer uma imitação de John Wayne. Pelo contrário. Ele conseguiu manter as mesmas características do papel, mas trazendo também aspectos novos de sua personalidade. Já a direção ficou nas mãos dos talentosos irmãos Coen. Até hoje nunca assisti um filme ruim dessa dupla. Ter eles na direção de um filme é sinônimo de qualidade cinematográfica. Some-se tudo a uma bela produção, com reconstituição histórica perfeita e você terá o quadro completo de um excelente filme de faroeste. Um remake digno do filme original que é um clássico absoluto do western americano.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de maio de 2019

Vingadores: Ultimato

Esse filme chegou mais cedo do que eu esperava. Pensei que ainda iria demorar uns dois anos para chegar nas telas. Pelo visto a Marvel tem pressa mesmo, lançando seus filmes em ritmo industrial. De qualquer forma deu certo. A produção já acumulou mais de 2.5 bilhões de dólares nas bilheterias. É o maior sucesso do ano, lutando agora para passar "Avatar" que está ainda na sua frente na lista das maiores bilheterias dos últimos anos. Resta esperar para ver o que vai acontecer nas próximas semanas. Bom, deixando esse aspecto comercial de lado o que mais me intrigava era saber como os roteiristas iriam desfazer o nó do filme anterior, onde muitos personagens importantes tinham virado pó, isso literalmente falando. Confesso que não achei grande coisa a solução encontrada. O roteiro parte para o bom e velho argumento da volta no tempo. A coisa fica tão evidente que os próprios roteiristas colocaram duas piadinhas com "De Volta Para o Futuro", já sabendo de antemão que iriam fazer uma ligação com esse famoso filme dos anos 80. A lógica é muito parecida realmente, apesar do papo furado da física quântica, algo que também já está virando uma muleta narrativa recorrente em roteiros mais recentes.

Assim o resultado, ao meu ver, ficou um pouco prejudicado, pois a viagem no tempo não deixa de ser algo bem manjando no universo pop. A despeito disso porém não posso deixar de admitir que em suas quase 3 horas de duração o filme diverte e funciona muito bem como aquilo que sempre foi, uma mera transposição bem realizada do universo dos quadrinhos para o cinema. Os elementos são bem trabalhados, encaixados na trama. Pode ser que se você perdeu algum filme da Marvel nesses últimos anos venha a se perder com tantas idas e vindas no tempo. Porém isso é o de menos. A estrutura narrativa funciona bem, tem bom ritmo e desenvolvimento.

Não é a maior maravilha cinematográfica do mundo como querem fazer crer alguns fãs de quadrinhos, mas funciona perfeitamente bem. É um produto pop de qualidade. Agora, temos que admitir também que um velho problema se repete aqui. Desde sempre qualquer filme com muitos personagens e muitos atores em cena acaba criando um subaproveitamento deles - tantos dos atores como dos heróis. Isso se repete nesse filme. É tanto super-herói em cena que poucos são desenvolvidos com cuidado. Fica aquela sensação de que muitos são apenas coadjuvantes de luxo. Mesmo assim repito que o filme agrada e diverte. Nesse mundo de tantos heróis da Marvel já está de bom tamanho.

Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, Estados Unidos, 2019) Direção: Anthony Russo, Joe Russo / Roteiro:  Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Robert Downey Jr., Chris Evans, Josh Brolin, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Gwyneth Paltrow, Don Cheadle, Paul Rudd, Benedict Cumberbatch, Brie Larson, Tom Holland, Chris Pratt, Michael Douglas, Robert Redford, Samuel L. Jackson / Sinopse: Para desfazer o mal causado pelo vilão Thanos, os vingadores decidem voltar no tempo para impedir que ele consiga as Joias do infinito que lhe dará um poder supremo sobre todo o universo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Sicário: Dia do Soldado

Gostei bastante do primeiro filme. Nem sabia que o ator Benicio Del Toro tinha planos de criar e estrelar uma nova franquia de filmes de ação. Foi justamente isso que aconteceu. Nesse segundo filme temos a sequência dos acontecimentos do primeiro filme, só que com uma trama de fundo diferente. Tudo começa quando três terroristas islâmicos entram em um pequeno supermercado numa cidade de fronteira dos Estados Unidos. São homens bombas. Tudo vai pelos ares. A CIA entra na investigação e descobre que eles entraram no país justamente na fronteira com o México. Por trás de tudo estaria os grandes cartéis mexicanos de tráfico de drogas; A solução encontrada pelos agentes é criar uma guerra interna entre eles, para assim desmontar todo o crime organizado, tanto  do lado dos Estados Unidos, como do México. Bom roteiro, que apesar de não estar no mesmo patamar do primeiro filme, não deixa a desejar em nada.

Como destaque do filme temos algumas sequências extremamente bem realizadas. Numa delas três helicópteros militares das forças especiais americanas interceptam carros cheios de traficantes e sicários, onde uma jovem adolescente, chefe de um chefão de um cartel importante, era levada como refém. O estilo é cru e violento, com poucos diálogos (apenas os necessários). O resultado é bem expressivo.  Em outra cena o personagem de Benicio Del Toro é executado bem no meio do deserto, só que o tiro, dado por um garoto, atravessa sua boca, saindo pela lateral. Na hora você pensa que é o fim dele, afinal como alguém poderia sobreviver a algo assim... mas depois de alguns momentos ele se levanta e consegue escapar. Uma cena bem visceral. O roteiro obviamente deixa a porta aberta para novos filmes. Se eles continuarem nesse nível de qualidade serão muito bem-vindos.

Sicário: Dia do Soldado (Sicario: Day of the Soldado, Estados Unidos, México, 2018) Direção:  Stefano Sollima / Roteiro: Taylor Sheridan / Elenco: Benicio Del Toro, Josh Brolin, Isabela Moner, Matthew Modine / Sinopse: Alejandro (Benicio Del Toro) entra em uma nova operação da CIA, sob comando do agente Matt Graver (Josh Brolin). Após a entrada de terroristas pelas fronteiras, eles devem criar uma guerra entre os principais cárteis de drogas do México. Brigando entre si, ficariam mais fáceis de dominar e destruir.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Deadpool 2

Dizem os leitores de quadrinhos que o Deadpool tem os piores gibis da Marvel. São péssimos. Já no cinema o personagem parece ter encontrado seu espaço. Esse segundo filme confirma isso. O estúdio investiu 110 milhões de dólares em uma produção que está indo bem nas bilheterias. Basicamente o enredo segue em frente o que vimos no primeiro filme. Agora o herói tem planos de se casar e ter filhos, mas tudo acaba em segundos quando seu apartamento é invadido por vilões que matam sua noiva com um tiro certeiro. A partir daí o Deadpool que sempre foi insano vai ficando cada vez mais maluco, tentando inclusive se matar, quase sempre sem sucesso.

Confesso que é um pouco complicado gostar desse Deadpool. Ele não é um herói Marvel convencional. Embora seja praticamente indestrutível, sua principal característica é ser uma metralhadora verbal de bobagens. O sujeito não cala a boca nunca, sempre com uma piadinha na ponta da língua. Algumas vezes funciona, mas no geral se torna algo até cansativo. Para ajudar a passar o tempo há pelo menos alguns coadjuvantes interessantes, como o vilão Fanático (muito popular nos quadrinhos) e o X-Men Colossus. Aliás a tentativa desse último em recrutar o Deadpool para o grupo liderado pelo professor Xavier rende algumas das melhores piadas do filme.

Fora isso nada de muito relevante. A chamada quarta parede é quebrada várias vezes, com Deadpool criticando o próprio filme, zoando o roteiro, dizendo que é fraco demais. Boa opção. Nos créditos finais o ator Ryan Reynolds aparece abrindo um roteiro do Lanterna Verde. Como se sabe esse foi um dos maiores fracassos dos quadrinhos no cinema. Assim o Deadpool acaba dando um tiro em sua cabeça para que ele deixe de lado essa má ideia. No geral essa acaba sendo a melhor piada de todo o filme, que se passa longe de ser um dos melhores da Marvel, mas que pelo menos entretém dentro de suas possibilidades. Diante disso até que não foi uma perda de tempo conferir esse Deadpool 2. Até que vale a pena assistir.

Deadpool 2 (Idem, Estados Unidos, 2018) Direção: David Leitch / Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick  / Elenco: Ryan Reynolds, Josh Brolin, Morena Baccarin / Sinopse: Após a morte da amada, o Deadpool decide tocar o terror em si mesmo, adotando um comportamento suicida. As coisas vão acontecendo até o surgimento de um jovem mutante, que consegue produzir chamas em suas mãos. Com a chegada de um enviado do futuro para matar o garoto, caberá a Deadpool solucionar todos os problemas, mas claro, sem deixar o seu conhecido humor ácido de lado.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Vingadores: Guerra Infinita

De maneira em geral tenho gostado desses filmes da Marvel. Duas coisas me chamam a atenção nessa franquia. A primeira é que os filmes estão sendo lançados rapidamente. Nem esfriou ainda o lançamento de "Pantera Negra" e já temos essa nova produção nos cinemas. A outra coisa que me chama a atenção é que há uma boa regularidade na qualidade dos filmes. Dificilmente você encontra um filme com a marca Marvel que seja ruim ou péssimo. Todos mantém um certo nível. Pois bem, aqui a ideia foi amarrar todas as franquias de super-heróis, uma forma de unir os universos que vão correndo em paralelo. Assim você encontrará praticamente todos os heróis Marvel em cena, com algumas pequenas exceções. Claro que um filme com tanto personagens juntos acaba também ficando sem espaço para que eles se desenvolvam direito dentro do roteiro. Aí é que entra o grande trunfo do filme, o seu vilão, o Thanos.

E aí entra talvez também o grande problema do filme. Com um vilão tão marcante e com tantos poderes, os demais heróis Marvel só estão ali para levarem uma tremenda surra do titã. Eles não são páreos para o ser espacial. Até o Hulk, que supõe ser a força bruta dos Vingadores, acaba levando uma surra homérica. O Thanos está em busca de uma série de joias que lhe dará poder total e absoluto sobre o universo. São cinco pedras representando elementos da natureza (força, poder, tempo, etc). Com a posse delas ele se torna mais imbatível do que já é. Então como superar algo assim? Praticamente impossível. Eu particularmente não vi saída, pelo menos nesse primeiro filme que aliás tem um final em aberto, pois haverá uma segunda parte em breve. Outro aspecto a se considerar é que esse enredo foi contado nos quadrinhos já há bastante tempo, nos anos 80. No Brasil foi publicada pela primeira vez ainda em formatinho, pelo editora Abril. Por isso já se tem uma ideia de como é antigo. Mesmo assim ainda funciona. O filme é bom, um pouco prejudicado pelo excesso de personagens e por algumas falhas de desenvolvimento, mas de maneira em geral consegue ser tão bom como muitos outros filmes do filão Marvel. Pelo menos no cinema a Marvel continua levando uma grande vantagem sobre a DC que não consegue emplacar um bom filme há anos.

Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, Estados Unidos, 2018) Direção: Anthony Russo, Joe Russo / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Robert Downey Jr., Josh Brolin, Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Chris Evans, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch, Tom Holland, Chadwick Boseman, Zoe Saldana, Tom Hiddleston, Paul Bettany  / Sinopse: O mundo sofre uma nova ameaça vinda do espaço, o titã Thanos (Josh Brolin) está em busca de cinco pedras de poder que lhe darão controle absoluto sobre o universo. Apenas os Vingadores poderão deter essa dominação.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Ave, César!

Os irmãos Coen se enquadram naquele seleto grupo de cineastas que você deve acompanhar de perto, assistindo a todos os seus filmes, mesmo os que são apenas medianos. Eles são tão criativos que pelo menos alguma coisa relevante você encontrará em suas obras. Esse "Ave, César!" se propõe a ser uma comédia, uma sátira aos bons e velhos tempos da Hollywood dos anos clássicos. Porém o humor é tão sofisticado, que você terá que saber um pouco da história do cinema americano para se divertir completamente. Cada personagem, cada evento mostrado no filme, tem uma referência histórica com algo que efetivamente aconteceu no passado. A trama é relativamente simples e muito divertida. Um astro de Hollywood, um galã canastrão chamado Baird Whitlock (George Clooney), é sequestrado bem no meio das filmagens de um grande épico que conta a história de um general romano nos dias de Jesus. Levado a uma casa isolada ele encontra um grupo de roteiristas e escritores comunistas que tentam fazer sua cabeça sobre as injustiças do capitalismo. É obviamente uma referência aos anos do Macartismo, quando se iniciou uma verdadeira caça às bruxas contra profissionais de Hollywood que tivesse algum contato com o partido comunista. Tudo é levado numa fina ironia, muito bem desenvolvida.

O mais interessante é que o filme não fica por aí. Há inúmeras referências a diversos atores e diretores da era de ouro do cinema americano, passando por um ator cowboy que não tinha talento nenhum para atuar (mesclando Tom Mix a Audie Murphy), um dançarino de musicais que é na verdade o grande elo de ligação com os soviéticos (uma mistura de Errol Flynn com Gene Kelly), até uma atriz cheia de problemas pessoais, especializada em fazer filmes com danças em piscinas (numa óbvia referência à atriz sereia Esther Williams). E tentando contornar todas as situações delicadas surge Eddie Mannix (Josh Brolin), um sujeito contratado pelos estúdios cujo trabalho consistia basicamente em abafar escândalos, resolver problemas pessoais dos astros e estrelas, mantendo o estúdio funcionando normalmente.

É um bem humorado retrato da época em que imperava o Star System, quando os estúdios cuidavam pessoalmente de cada ator e atriz que estivesse sob contrato. Esse sistema durou até meados dos anos 1960, quando os grandes estúdios americanos se cansaram de exercer a função de babás de adultos infantilizados com problemas emocionais (algo que poderia ser dito de praticamente 90 por cento das estrelas). A partir daí cada um que cuidasse de sua própria vida. Assim esse "Ave, César!" é uma aula nostálgica, com muito bom humor, de um tempo que não existe mais. Gostei bastante desse filme. Bem produzido, com ótimo roteiro, é uma dessas produções inteligentes que estão cada vez mais raras ultimamente.

Ave, César! (Hail, Caesar!, Estados Unidos, 2016) Direção: Ethan Coen, Joel Coen / Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen / Elenco: Josh Brolin, George Clooney, Ralph Fiennes, Scarlett Johansson, Tilda Swinton, Alden Ehrenreich, Channing Tatum, Frances McDormand, Jonah Hill, Christopher Lambert / Sinopse: Eddie Mannix (Josh Brolin) é um "faz tudo" de um grande estúdio de cinema em Hollywood que precisa resolver todos os problemas que vão surgindo envolvendo astros e estrelas. As coisas pioram quando o ator Baird Whitlock (George Clooney) é raptado por roteiristas comunistas que pedem 100 mil dólares de resgate. Filme indicado ao Oscar e ao BAFTA Awards na categoria Melhor Design de Produção (Jess Gonchor e Nancy Haigh).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Sin City: A Dama Fatal

Quase dez anos depois do lançamento de "Sin City" eis que surge essa sequência tardia. Como era de se esperar os fãs de quadrinhos odiaram (provavelmente formam o grupo mais chato que existe dentro da cultura pop) e a crítica em geral, com receios dessa gente, acabou malhando o filme. Por isso adiei bastante o filme, só assistindo ontem, quase três anos após seu lançamento. Meu conselho é: ignorem a opinião dos leitores de quadrinhos e ignorem até mesmo os críticos de plantão. Não há nada de errado nesse "Sin City: A Dama Fatal" como tanto se falou. Pelo contrário, o filme é até muito divertido.

Dirigido pela dupla  Frank Miller e Robert Rodriguez, o filme segue os passos do primeiro. A linguagem é aquela que já conhecemos. A intenção dos realizadores é fazer com que o público tenha a sensação de que está lendo uma história em quadrinhos na tela do cinema. Poucas vezes criou-se uma simbiose tão forte em termos de linguagem ligando a sétima com a nona arte. As sequências do filme parecem desenhos das comics, com o farto uso do contraste entre o preto e o branco. É, como escrevi, basicamente o sistema que foi usado no primeiro filme. Não compreendo porque o primeiro foi tão elogiado e esse tão criticado se usam a mesma maneira de se contar o enredo. Pura rabugice dessa gente.

Tudo vai acontecendo de maneira fragmentada. Todas as estórias parecem ter apenas um ponto em comum: a presença do personagem brucutu Marv (interpretado por Mickey Rourke embaixo de forte maquiagem). Ele fica quase sempre no bar de strippers onde se apresenta sua musa, a bela Nancy (Jessica Alba), que agora passa por um momento complicado da vida. Consumida pelo desejo de vingança ela bebe além da conta. Seu alvo é um senador corrupto com quem ela quer acertar velhas dividas. A tal dama fatal do título é uma das melhores coisa do filme. Interpretada por Eva Green (em generosas cenas de nudez), ela é a principal razão para se assistir a esse filme. Como o próprio título sugere, ela é de fato uma mulher fatal, aquele tipo de beldade que parece sempre pronta a transformar todos os homens que encontra em seus capachos. Tudo com interesses escusos e imorais. Só vendo para crer. Então é isso, apesar de toda a avalanche de críticas negativas que o filme sofreu em seu lançamento, recomendo sem receios esse "Sin City 2". É violento, incisivo, mas principalmente divertido. Pode assistir sem qualquer tipo de aversão e preconceito.

Sin City: A Dama Fatal (Sin City: A Dame to Kill For, Estados Unidos, 2014) Direção: Frank Miller, Robert Rodriguez / Roteiro: Frank Miller / Elenco: Mickey Rourke, Jessica Alba, Josh Brolin, Eva Green, Joseph Gordon-Levitt, Rosario Dawson, Bruce Willis, Ray Liotta, Christopher Lloyd / Sinopse: Marv (Mickey Rourke) acaba se envolvendo em inúmeros problemas, principalmente quando é procurado por Dwight (Josh Brolin). Ele quer vingança contra uma mulher pelo qual se apaixonou e que o usou para fins ilegais e imorais. Filme indicado ao Jupiter Award e ao Women Film Critics Circle Awards.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Sicario: Terra de Ninguém

A fronteira entre Estados Unidos e México é seguramente um dos lugares mais violentos do mundo. É justamente essa rota que os cartéis mexicanos de drogas usam para transportar sua produção para o maior mercado consumidor de entorpecentes do mundo. Pois é, os mexicanos produzem e transportam as drogas, enquanto os americanos as consomem. Regra básica do capitalismo. Enquanto houve consumidor de um produto, haverá um produtor. Nesse campo de batalha trabalha a agente do FBI Kate Macer (Emily Blunt). Após sua equipe estourar uma casa do cartel, onde encontram corpos literalmente enterrados em suas paredes, ela aceita o convite para entrar em uma nova missão.

Esse novo grupo é comandado pelo agente da CIA Matt Graver (Josh Brolin). Ele é um sujeito experiente que sabe com quem está lidando. Por isso seu grupo é bem heterogêneo, contando inclusive com um ex-traficante barra pesada conhecido apenas como Alejandro (Benicio Del Toro). Os traficantes do cartel da fronteira mataram sua família no passado e agora ele está disposto a fazer qualquer coisa por vingança. Esses três personagens formam o trio central desse filme policial dirigido por Denis Villeneuve, novo cineasta que tem chamado bastante a atenção, principalmente por causa de seu último filme, a ficção "A Chegada", um dos melhores do ano passado.

Dizem que todo filme desse estilo precisa ter pelo menos três boas cenas. Requisito cumprido por Sicario. A primeira sequência, quando a equipe de Blunt chega na casa utilizada pelos traficantes é muito boa, com suspense e ação nas doses certas. Outra boa cena vem quando eles entram no México para levar até os Estados Unidos um parente do principal chefão mexicano. Andar naquelas ruas sendo cercados por criminosos é pura adrenalina, por si só. Por fim o filme fecha tudo com uma ótima cena final quando Del Toro finalmente tem a chance de concretizar sua vingança pessoal.

Hoje em dia fala-se muito no fracasso da guerra contra o tráfico. Que tudo deveria ser liberado para que não houvesse mais esse tipo de violência, como a que vemos no filme. Embora essa nova forma de pensar tenha alguns bons argumentos em seu favor, sou completamente contra esse tipo de pensamento. Basta ver como vivem e quais são os limites (ou a falta deles) dos que controlam esse tipo de atividade. Fora o fato de que se tudo fosse liberado a sociedade iria ter que arcar com os custos de ter que lidar com uma geração de zumbis, os próprios viciados. Lembre-se da Cracolândia. Assim embora seja algo nocivo, violento, que gera muitas mortes, a repressão ainda se faz necessária. "Sicario" mostra acima de tudo que nessa guerra nem sempre os lados estão bem delimitados. A guerra contra as drogas porém, ao contrário do que muitos dizem, pode sim ainda ser vencida.

Sicario: Terra de Ninguém (Sicario, Estados Unidos, 2015) Direção: Denis Villeneuve / Roteiro: Taylor Sheridan / Elenco: Emily Blunt, Josh Brolin, Benicio Del Toro / Sinopse: O filme acompanha um grupo de agentes do FBI e da CIA atuando na fronteira entre Estados Unidos e México. A missão deles é colocar atrás das grades o grande chefão do tráfico de drogas na região. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Roger Deakins), Melhor Música Original (Jóhann Jóhannsson) e Melhor Edição de Som (Alan Robert Murray).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O Principal Suspeito

Título no Brasil: O Principal Suspeito
Título Original: Nightwatch
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Ole Bornedal
Roteiro: Ole Bornedal
Elenco: Ewan McGregor, Nick Nolte, Josh Brolin, Patricia Arquette
  
Sinopse:
Martin Bells (Ewan McGregor) é um jovem estudante de direito que para pagar suas contas até sua formatura acaba arranjando emprego como guarda noturno em um necrotério. Seu turno é realizado durante as madrugadas e é justamente nesse horário que ele descobre que algo muito estranho anda acontecendo pelos corredores escuros do lugar onde trabalha. Pior do que isso, ele termina sendo acusado de uma série de crimes ligados ao morgue que ele definitivamente não cometeu. Agora terá que se virar para sobreviver e provar sua inocência.

Comentários:
A Dimension Films é uma companhia cinematográfica especializada em filmes de fantasia, terror e suspense. Nos anos 90 ela produziu esse curioso filme de suspense e ação que chamou bastante a atenção da crítica. Na verdade o que temos aqui é um thriller psicológico muito bem amarrado, com roteiro inspirado, que usa de uma situação básica e banal para dar origem a um grande e complexo sistema envolvendo crimes em série. A imagem que sempre me vem à cabeça em relação a essa produção é a de um jovem Ewan McGregor desesperado com um taco de beisebol nas mãos percorrendo as salas e corredores sinistros de um necrotério, completamente sozinho à noite, sem saber que está entrando em um perigoso jogo mortal. O grande diferencial é que na direção temos a presença do talentoso cineasta dinamarquês Ole Bornedal. Embora não fosse na época muito conhecido nos Estados Unidos ele tinha uma reputação e tanto em seu país natal. Realmente ele dirigiu excelentes filmes como "Nightwatch - Perigo na Noite". Assim ele acabou imprimindo para essa produção Made in USA aquele ritmo mais sofisticado e cadenciado das produções europeias, o que trouxe um estilo muito elegante ao filme como um todo. Infelizmente como não conseguiu ser muito bem sucedido dentro da indústria americana em termos comerciais acabou voltando para a Dinamarca. Não faz mal, esse "O Principal Suspeito" é sem dúvida o legado e a prova de seu talento como Filmmaker. Filme vencedor do Málaga International Week of Fantastic Cinema na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Os Goonies

Título no Brasil: Os Goonies
Título Original: The Goonies
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Richard Donner
Roteiro: Steven Spielberg, Chris Columbus
Elenco: Sean Astin, Josh Brolin, Jeff Cohen

Sinopse:
Dois jovens irmãos resolvem procurar um tesouro perdido dos piratas. O lugar onde a fortuna se encontra está em um velho mapa, como era de se esperar. Assim eles se unem aos amigos, a quem chamam de os Goonies, para a maior aventura de suas vidas. No caminho enfrentam perigosos piratas dos sete mares.

Comentários:
É um clássico do cinema juvenil dos anos 80. Confesso que nunca foi dos meus preferidos pois sempre optei por coisas mais sofisticadas, mesmo quando era apenas um garotinho. Assim preferia, por exemplo, "O Enigma da Pirâmide", outra aventura juvenil da mesma época. De qualquer maneira não há como negar que fez a diversão de toda uma geração pois o enredo realmente não tinha limites para a imaginação, colocando um grupo de jovens enfrentando piratas e personagens bem adequados para a idade do público a que o filme é destinado. E como também contou com a maravilhosa produção e roteiro de Steven Spielberg (naquele momento considerado o verdadeiro "Rei Midas" de Hollywood, em seu auge de popularidade), não há mesmo como negar a importância do filme como um todo. Ah, e como esquecer a trilha sonora? Impossível ouvir e não pintar uma dose de grande nostalgia daqueles anos em que éramos felizes e não sabíamos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Guardiões da Galáxia

Título no Brasil: Guardiões da Galáxia
Título Original: Guardians of the Galaxy
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios, Columbia Pictures
Direção: James Gunn
Roteiro: James Gunn, Nicole Perlman
Elenco: Chris Pratt, Vin Diesel, Bradley Cooper, Josh Brolin, Glenn Close, John C. Reilly

Sinopse:
Um grupo formado por seres de diversos planetas da galáxia se une contra o terrível Ronan (Lee Pace) que está em busca de uma poderosa partícula que fez parte da origem do universo. Adaptação para o cinema dos personagem criados em quadrinhos por Stan Lee. Filme indicado aos prêmios Annie Awards e Black Reel Awards.

Comentários:
Não achei tão excepcional como muitos diziam. Na verdade temos aqui uma adaptação correta dos quadrinhos e nada muito além disso. É fato que de uma forma ou outra está ocorrendo uma certa saturação em filmes adaptados de HQs, então quando o espectador se depara com um filme que seja pelo menos bem realizado, tentando ser o mais fiel possível ao material original, se cria um certo exagero em relação aos méritos cinematográficos do mesmo. O roteiro é bem centrado, porém não foge muito da velha fórmula de heróis tentando salvar o mundo (no caso aqui a galáxia). Para a Marvel sem dúvida é um excelente investimento já que esses personagens não são tão populares do público em geral como um Homem-Aranha ou um Thor. Na verdade esse grupo de estranhos seres só é mais conhecido mesmo dentro do universo dos fãs de quadrinhos. A sorte para os roteiristas do filme é que Stan Lee (sempre ele, o maior criador de heróis da Marvel), deu personalidades marcantes para todos os membros do grupo. 

Peter Quill (Chris Pratt) é o único terráqueo da trupe. Sequestrado quando ainda garoto em plenos anos 80, logo após a morte de sua mãe, ele passa seus dias enfrentando vilões enquanto ouve música oitentista em seu velho walkman (quem se lembra dessa velharia?). Rocket Raccoon (Bradley Cooper) é um mercenário durão que tem um inegável talento com máquinas, porém como é apenas um guaxinim precisa de alguém com força bruta ao seu lado, função desempenhada por Groot, que mais parece uma árvore ambulante. Os vilões também são bacanas, com destaque para Ronan e Thanos (tão conhecido vilão do universo Marvel). O filme tem um excelente elenco, mas infelizmente a imensa maioria dos atores está desperdiçada. Josh Brolin, Glenn Close e John C. Reilly praticamente não servem para nada. Para ser bem sincero nem deveriam estar aqui. Fora isso muitos efeitos especiais e uma direção de arte que se não chega a ser brilhante pelo menos se mostra certeira. Pelas expectativas criadas fiquei com um leve sabor de decepção após o fim da exibição. De fato "Guardiões da Galáxia" é uma boa aventura, divertida, porém passa muito longe de ser uma obra prima.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de novembro de 2014

No Vale das Sombras

Título no Brasil: No Vale das Sombras
Título Original: In the Valley of Elah
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Paul Haggis
Roteiro: Paul Haggis, Mark Boal
Elenco: Tommy Lee Jones, Charlize Theron, Susan Sarandon, Jason Patric, Josh Brolin, Jonathan Tucker

Sinopse:
Hank Deerfield (Tommy Lee Jones) tem um sério problema a resolver. Seu filho, um veterano do exército na intervenção americana no Iraque, resolve desertar das forças armadas e muito provavelmente para não ser preso e enfrentar uma severa corte marcial resolve fugir, desaparecer, sem deixar rastros. Seu pai Hank então junta todos os esforços ao lado da detetive Emily Sanders (Charlize Theron) e da mulher de Hank, Joan (Susan Sarandon), para descobrir sobre seu verdadeiro paradeiro.

Comentários:
Filme com um tremendo elenco que conseguiu unir mistério, suspense e até mesmo aventura. A trama é por demais interessante e mostra um lado da guerra que nem sempre é muito explorado por Hollywood, a aflição dos pais de jovens que são enviados ao exterior e uma vez lá sofrem danos psicológicos irreversíveis. O grande mérito do filme vem do trabalho do ator Tommy Lee Jones. É incrível como ele consegue mesmo não usando muitas expressões faciais transmitir inúmeras emoções internas aos espectadores. Aqui seu estilo se sobressai como nunca. Enquanto os demais membros do elenco se esforçam ao máximo para impactar em cena, Jones é de uma calma que incomoda. Mesmo assim o cinéfilo mais atento verá que por trás do mar de tranquilidade há um maremoto terrível de sentimentos que poderá explodir a qualquer momento. No geral o filme consegue agradar bastante, tanto que também se consagrou nos principais festivais de cinema, entre eles o Oscar que deu uma justa indicação a Tommy Lee Jones por sua excelente atuação.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O Homem Sem Sombra

Título no Brasil: O Homem Sem Sombra
Título Original: Hollow Man
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: Gary Scott Thompson, Andrew W. Marlowe
Elenco: Kevin Bacon, Elisabeth Shue, Josh Brolin

Sinopse:
Sebastian Caine (Kevin Bacon) é o arrogante líder de um grupo de pesquisadores que consegue chegar na fórmula de um soro capaz de deixar qualquer um invisível. Empolgado pela descoberta Caine não se contém e resolve tomar a substância, ignorando os efeitos danosos que podem lhe causar no futuro. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
A tecnologia em efeitos digitais chegou em um ponto na indústria americana de cinema que não há mais como avançar em frente. Provavelmente o ápice já foi atingido. Digo isso me embasando em filmes como esse, que foi realizado há 14 anos e ainda se mantém em evidência por causa dos excelentes efeitos produzidos em softwares de última geração já naquela época. Aliás os efeitos formam juntos a principal razão da existência dessa película. O enredo é antigo - basta lembrar do clássico "O Homem Invisível" de 1933 para entender isso - e o que justifica o remake é realmente as possibilidades de se contar a mesma estória embalada com a tecnologia de ponta com que conta os estúdios na modernidade. Com um elenco carismático - em especial Bacon e a ex-aluna de Harvard Shue - o filme ainda mantém o interesse. Pena que o talentoso diretor Paul Verhoeven tenha entrado numa maré de azar após esse filme, pois sempre o considerei um dos mais interessantes cineastas do mundo Sci-fi, bastando lembrar de "RoboCop - O Policial do Futuro", "O Vingador do Futuro", "Instinto Selvagem" e até mesmo "Tropas Estelares" para entender bem isso. Espero que um dia dê a volta por cima.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Gangster

Esse foi o último grande filme da carreira de Ridley Scott. Uma produção impecável com elenco classe A que prende a atenção do espectador da primeira à última cena. A história do filme (baseada em fatos reais) se passa em Nova Iorque na década de 70. A morte de um chefão do tráfico do Harlem abre espaço para o surgimento de um novo líder, Frank Lucas (Denzel Washington). Ambicioso e metódico ele logo descobre como subir dentro da hierarquia das ruas. Após eliminar ou comprar seus mais potenciais inimigos começa a colocar em prática um plano para trazer a mais fina e pura heroína para o mercado americano. Usando como meio de transporte os próprios aviões militares americanos que voltavam da guerra do Vietnã, Lucas fez fortuna em pouco tempo. Estima-se que chegou a ganhar mais de um milhão de dólares ao dia, uma cifra realmente surpreendente. Dono de um faro comercial e organizacional fora do comum o traficante Frank Lucas logo se tornou o principal importador da drogas aos Estados Unidos. Seu produto dominou todo o mercado de drogas. Com tanto dinheiro e poder em jogo era questão de tempo até chamar a atenção da polícia de Nova Iorque.

Em um departamento policial corroído por todo tipo de corrupção o detetive Richie Roberts (Russell Crowe) parecia ser realmente uma rara exceção. Policial honesto, logo percebeu que algo grande estava acontecendo no submundo do tráfico das ruas da cidade. Após intensas investigações acabou descobrindo todo o itinerário e a complexa rede de intermediários da heroína que chegava até os viciados nova-iorquinos. A heroína além de ser extremamente pura era de uma qualidade excepcional, vendida a um preço muito barato, revelando um grande esquema de distribuição por trás de tudo. “O Gangster” é um tipo de filme que nos faz lembrar como era interessante o cinema americano, principalmente na década de 70. Os temas eram geralmente relevantes, mostrando problemas atuais em tramas bem desenvolvidas, fundadas em ótimos roteiros. A dupla central de atores aqui está excepcionalmente bem. O Frank Lucas de Denzel Washington é um sujeito contraditório naquilo que entende defender e no que faz em seu dia a dia. Grande direção de Ridley Scott que ultimamente tem derrapado bastante em suas escolhas. Um filme atual com o sabor das antigas produções dos anos 70. Excelente.

O Gangster (American Gangster, Estados Unidos, 2007) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Steven Zaillian / Elenco: Denzel Washington, Russell Crowe, Chiwetel Ejiofor, Josh Brolin, Lymari Nadal, Ted Levine / Sinopse: O filme conta a história de um dos maiores traficantes de Nova Iorque durante a década de 70. Faturando milhões ele conseguiu criar uma grande rede de distribuição e transporte da heroína vinda da Ásia para ser vendida no mercado americano. Filme indicado aos Oscars de Melhor de Direção de Arte e Atriz Coadjuvante (Ruby Dee). Indicado também aos Globos de Ouro de Melhor Direção, Melhor Filme Drama e Ator (Denzel Washington).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Planeta Terror

Lá vai o enredo sem sentindo nenhum: Casal de médicos, William (Josh Brolin) e Dakota Block (Marley Shelton), em uma noite de trabalho que parecia ser rotineiro acabam tendo que atender pacientes que apresentam sinais de infestação de um novo vírus, completamente desconhecido da ciência. Como não poderia deixar de ser em um filme assim a contaminação acaba transformando seus infectados em zumbis! “Planeta Terror” é uma sátira que funciona também como homenagem aos antigos filmes Z podreiras que enchiam a programação dos cinemas poeira mundo afora. O filme é divertido, não resta dúvida. A primeira hora do filme é realmente muito engraçada, principalmente o médico com o medidor de temperatura na boca atendendo pacientes infectados. Sua esposa cheia de seringas também não deixa de ser hilária. Como já foi dito aqui, o filme é na verdade um "trash planejado". Como Tarantino e Rodriguez tem anos e anos de experiência assistindo todos os trashs imagináveis eles resolveram juntar todos os clichês, todos os diálogos toscos e todas as canastrices possíveis e resolveram colocar tudo em um filme só. É como usar uma fórmula já gasta e batida há anos justamente para parodiar esse tipo de filme.

O próprio Tarantino dá o ar de sua graça interpretando um militar maluco e tarado (duas coisas que ele tem cara de ser, sinceramente). Apesar do bom começo (inclusive o trailer de Machete que acabaria virando filme), não há como negar que “Planeta Terror” cai nos trinta minutos finais. Nessa terça parte final se sobressaem as cenas totalmente sem nexo, com muita pirotecnia e tiros. O humor negro vai sumindo aos poucos do roteiro em detrimento da ação, que até tenta ser também engraçada mas não consegue, o que é uma pena já que eu mesmo dei umas três boas gargalhadas na primeira parte do filme, algo que não se repetiu depois. De qualquer forma o espectador não perderá seu tempo ao ver essa "tosquice". Curiosamente devo confessar que apesar de ter dado boas risadas aqui gostei mais de "Death Proof" do Tarantino. Os dois são absolutamente (e deliciosamente) absurdos, mas o filme do diretor cultuado se sai melhor no final das contas. Enfim, não deixe de assistir os dois antes de comerem seus cérebros.

Planeta Terror (Planet Terror, Estados Unidos, 2007) Direção: Robert Rodriguez / Roteiro: Robert Rodriguez / Elenco: Freddy Rodríguez, Rose McGowan, Marley Shelton, Josh Brolin, Michael Biehn, Naveen Andrews, Michael Parks, Jerili Romeo / Sinopse: Casal de médicos, William (Josh Brolin) e Dakota Block (Marley Shelton), em uma noite de trabalho que parecia ser rotineiro acabam tendo que atender pacientes que apresentam sinais de infestação de um novo vírus, completamente desconhecido da ciência. Como não poderia deixar de ser em um filme assim a contaminação acaba transformando seus infectados em zumbis!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Milk - A Voz da Igualdade

Gus Van Saint foi o queridinho da crítica especializada nas décadas de 1980 e 1990. Não é para menos. Van Saint dirigiu pelo menos três grandes obras naqueles anos: "Drugstore Cowboy" (sobre viciados em drogas),"Garotos de Programa" (sobre a triste realidade da prostituição masculina) e "Gênio Indomável", que o consagrou definitivamente. Depois desse êxito inicial ele teve a péssima idéia de fazer um remake cena a cena do grande clássico "Psicose" de Alfred Hitchcock. Foi um desastre e a partir daí sua carreira entrou em parafuso. Depois de uma série de produções apagadas ele finalmente voltou aos holofotes com esse sensível drama político "Milk". O enredo conta a estória de Harvey Milk (1930-1978), um corajoso político norte-americanno que resolveu assumir sua homossexualidade na década de 1970. Na época a simples menção de que algum político fosse gay já era suficiente para destruir sua carreira. Milk assim quebrou esse estigma e demonstrou que honestidade e espírito público nada tinham a ver com a opção sexual de cada um. São coisas completamente independentes. Como sempre a democracia americana se tornou o grande palco dessa verdadeira mudança de mentalidade dentro da sociedade. Assim Milk, mesmo sendo assumidamente gay, acabou sendo eleito para um importante cargo público em sua cidade. Gus Van Saint procurou ser sutil. Não estigmatiza seu personagem principal, pelo contrário, o respeita e o trata da forma mais digna possível. O roteiro também conta sua história da forma mais honesta possível, sem manipulações.

A interpretação de Milk valeu o Oscar de melhor ator para Sean Penn. Eu gosto bastante de seu trabalho, tanto aquele desenvolvido como ator como também diretor. O fato, pelo menos na minha opinião, é que sua interpretação não foi melhor ou mais bem elaborada do que a de Mickey Rourke em "O Lutador". Nesse filme Mickey foi literalmente visceral, absoluto. Em "Milk" não vemos tanta grandeza. Acredito que até mesmo Sean ficou constrangido na noite do Oscar pois assim que subiu ao palco apontou em direção a Rourke (quase pedindo desculpas por ter vencido, na verdade). Foi uma premiação controvertida que não convenceu a todos. De qualquer modo acredito que essa foi a forma encontrada pela Academia para não deixar o filme sair da noite de premiação de mãos vazias, o que se revelou um erro pois quando os prêmios foram anunciados "Milk" acabou sendo também premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original. Assim Rourke deveria ter vencido seu prêmio pois era mais do que merecido. Deixando de lado esses aspectos ligados a prêmios temos que chamar a atenção para o fato de que "Milk" é uma daquelas produções que ajudam a criar uma consciência positiva no grande público. Mostra que a sexualidade pertence a cada um e que isso não define ninguém como digno ou não, pelo contrário, todos possuem sua própria dignidade como pessoa, ser humano, e isso independe de suas preferências sexuais ou afetivas. Esse é o grande valor de "Milk".

Milk (Milk, Estados Unidos, 2008) Direção: Gus Van Saint / Roteiro: Dustin Lance Black / Elenco: Sean Penn, Emile Hirsch, Josh Brolin, Diego Luna, James Franco, Alison Pill, Victor Garbe / Sinopse: Biografia do político americano e ativista gay, Harvey Milk. Eleito na década de 1970 a um importante cargo público, mesmo se declarando homossexual assumido, Milk se tornou um marco dentro da mudança de mentalidade da sociedade americana.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

W.

Nessa minha longa caminhada como cinéfilo algumas situações realmente me incomodam. Uma das piores coisas acontece quando algum diretor decide transformar o cinema, essa arte tão nobre, em mero palanque eleitoral. Não que o cinema deva se afastar da política, absolutamente não, a política é algo inerente a todos os seres humanos mas fazer de um filme um grande horário eleitoral é lamentável. Um dos maiores exemplos que já vi em minha vida foi esse "W." que supostamente deveria ser um retrato de um dos Presidentes americanos mais controversos:da história, George W. Bush. Desde a primeira cena descobrimos que tudo não passa de um veículo de ridicularização do biografado. Na tela ele surge como um perfeito idiota, quase um inepto, um debiloide. O roteiro vira uma arma contra Bush e o coloca em situações ridículas, absurdas. Eu não gosto de George W. Bush e nem da linha de seu Partido, o Republicano, mas nem por isso acho honesto transformar um filme inteiro numa campanha de ridicularização em plena campanha eleitoral para a Casa Branca. Soa desonesto, fora de propósito. Se fosse resumir o que penso diria que "W." é um produto mal intencionado, desonesto. Há cenas de pura ficção que jamais aconteceram na vida real. Além disso criaram um complicado relacionamento entre pai e filho que destoa dos fatos reais.

Achei tudo muito exagerado e muito parcial também. O presidente George W Bush é retratado como um perfeito idiota, coisa que ele não deve ser uma vez que conseguiu ser presidente dos EUA duas vezes! É a tal coisa, o filme todo soa como propaganda política - é como se um petista dirigisse um filme sobre o FHC! Espero que um dia esse presidente seja retratado no cinema com mais imparcialidade e isso certamente só acontecerá daqui algumas décadas. Não existe nada mais equivocado do que realizar um cinebiografia sobre um político ainda no calor dos acontecimentos. E o roteiro também esquece de analisar tudo sob um contexto histórico. As invasões promovidas por Bush são um exemplo. Bush aqui surge como o vilão absoluto disso no filme mas os roteiristas esqueceram de deixar claro ao espectador que tudo aconteceu com enorme apoio popular. Bush certamente não era Hitler e os EUA são uma democracia e não o Terceiro Reich. Se ocorreram guerras foi porque elas foram apoiadas pelo povo americano. Simples assim.

Bush é bastante condenado pelas invasões do Iraque e Afeganistão mas eu penso que qualquer outro presidente (mesmo que fosse democrata) faria a mesma coisa. Nunca é demais lembrar que as duas invasões foram apoiadas em peso pela opinião pública americana na época! O que acontece é que o povo americano é sempre assim. Na hora do ataque eles querem a guerra mas depois conforme a guerra vai acontecendo eles mudam de idéia (principalmente quando os militares voltam para casa em caixões). Foi assim na Guerra do Vietnã e será assim em todas as guerras que esse povo se envolver.  Isso mesmo. Se o Obama fosse presidente naquele período histórico ele também teria invadido esses países. O 11 de setembro mexeu muito com a cabeça dos americanos - não foi apenas o Bush que quis invadir aqueles países, foi o povo americano que quis. Há um Congresso e uma democracia no contexto desses eventos históricos. Fazia parte do sentimento da nação revidar os terríveis atentados de 11 de Setembro. Fazer de George W. Bush o único vilão é absurdo. Aliás nem há vilões aqui mas sim decisões de política internacional, nada mais. Agora, os efeitos que isso causou (crise na economia, estagnação e endividamento), aí já é outra história. Então Oliver Stone deveria ter sido mais honesto com seu público e não sair tentando manipular eventos históricos tão claros como fez. Quando for fazer seu próximo filme político, Sr. Stone, mostre a verdade, apenas a verdade dos fatos. Enfim, por essas razões não recomendo "W." a não ser que você queira assistir a um "Horário Eleitoral Gratuito" ao estilo ianque.

W. (W., Estados Unidos, 2008) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Stanley Weiser / Elenco: Josh Brolin, Elizabeth Banks, Ioan Gruffuddd, Thandie Newton, Ellen Burstyn, Jeffrey Wright, Richard Dreyfuss, James Cromwell, Scott Glenn, Jesse Bradford, Noah Wyle, Jason Ritter / Sinopse: O filme mostra, sempre em tom pejorativo, aspectos da biografia de George W. Bush, 43º presidente dos Estados Unidos

Pablo Aluísio.