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domingo, 25 de setembro de 2022

Downton Abbey II: Uma Nova Era

Downton Abbey fez uma excelente transição do mundo das séries para o cinema. Esse segundo filme vem justamente para confirmar isso. É um filme muito bom, diria até excelente mesmo. Toda a tradição de qualidade e excelência desse produto e dessa franquia se mantém em alto nível. A história também é particularmente saborosa para quem gosta de cinema. Com problemas financeiros, Robert Grantham aceita receber uma equipe de filmagem em sua casa. Estão filmando um filme em locação e precisam de um belo cenário para as cenas. E a vitoriana mansão cai justamente como uma luva para o diretor do filme. Assim, uma equipe de filmagem vai para sua tradicional casa e começam os trabalhos. E tudo soa muito inspirador e autorreferencial. Um belo exercício de metalinguagem cinematográfica. 

Para quem aprecia história do cinema, há aspectos muito interessantes. O filme está sendo filmado bem na época em que o cinema mudo está morrendo e o cinema falado começa a dominar o mercado. A atriz principal do filme é uma mulher extremamente bonita e glamorosa, mas com péssima dicção. Como ela vai sobreviver nesta transição? O galã, cobiçado por todas as mulheres, esconde um segredo pois na verdade é homossexual. Outro aspecto curioso acontece quando Violet Grantham herda uma bela propriedade no sul da França. Um amor do passado dela que se revela em um testamento. Isso esconde uma história que perturba o seu filho. E coloca em dúvida inclusive sua verdadeira ascendência. Como eu escrevi, Downton Abbey segue excelente. Já se tornou uma marca de elegância e sofisticação. Que venham novos filmes. 

Downton Abbey II: Uma Nova Era (Downton Abbey: A New Era, Estados Unidos, 2022) Direção: Simon Curtis / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville, Maggie Smith, Jim Carter, Elizabeth McGovern, Michelle Dockery / Sinopse: Uma equipe de cinema chega para trabalhar na mansão de Downton Abbey, rompendo com os costumes e o modo de vida da elegante e tradicional aristocracia inglesa. E um velho amor do passado ressuscita em um testamento, para surpresa de todos.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de setembro de 2021

Downton Abbey - O Filme

Eu esperei terminar todas as temporadas da série "Downton Abbey" para finalmente assistir esse longa-metragem que foi produzido especialmente para o cinema. Pensei que no máximo haveria um episódio estendido ou algo do tipo. Porém me surpreendi positivamente. O filme não destoa ou agride a linha cronológica da série e ainda traz uma história muito boa, imperdível mesmo para quem sempre acompanhou a série. Curiosamente quando assistia aos episódios sempre me perguntava qual seria a relação do Conde com a monarquia inglesa. E isso quase sempre era apenas sugerido indiretamente. Pois aqui estão todas as respostas para quem sempre teve as mesmas dúvidas que eu.

A história do filme começa quando é anunciado que o Rei George V e a família real vão passar em Downton Abbey, para um jantar, um baile e uma parada militar. Todos ficam ansiosos pela visita real, afinal o Conde se sente totalmente prestigiado pela presença do Rei, assim como todos os empregados da mansão. É um momento histórico. A primeira a chegar em Downton Abbey é a princesa e seu marido, cuja relação não e muito boa. Depois chegam todos os serviçais da corte, o que causa um atrito entre a staff real e os demais empregados da mansão. Mr. Carson, o veterano mordomo que estava aposentado é chamado de volta, às pressas, para comandar os empregados na visita real. Enfim, gostei de tudo. Um filme excelente que inclusive pode ser assistido até mesmo por quem nunca viu um episódio da série. Filme primoroso, classe A.

Downton Abbey - O Filme (Downton Abbey, Inglaterra, 2019) Direção: Michael Engler / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Hugh Bonneville. Elizabeth McGovern, Jim Carter, Maggie Smith / Sinopse: O Conde Robert Crawley e sua família são informados que o Rei da Inglaterra George V e sua esposa, a rainha Mary, vão visitar Downton Abbey. Isso acaba criando um clima de ansiedade e excitação em todos, desde os familiares do Conde, até os empregados da tradicional mansão.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Mudança de Hábito

Título no Brasil: Mudança de Hábito
Título Original: Sister Act
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Emile Ardolino
Roteiro: Joseph Howard
Elenco: Whoopi Goldberg, Maggie Smith, Harvey Keitel, Kathy Najimy, Mary Wickes, Wendy Makkena,

Sinopse:
Uma cantora de boate é forçada a se refugiar dos criminisos que a perseguem em um convento. Disfarçada de freira ela passa então a movimentar as coisas no coro da irmandade, trazendo uma nova sonoridade que surpreende a todos. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Whoopi Goldberg).

Comentários:
Muito simpática essa comédia musical que fez um belo sucesso quando foi lançada. Há um bom roteiro, cenas musicais bem coreografadas e executadas, excelente repertório de canções e, claro, a presença carismática da atriz Whoopi Goldberg. Ela inclusive esteve recentemente no Brasil divulgando sua nova peça off Broadway que é... imagine você... a versão teatral desse mesmo filme. Pelo visto marcou bastante sua carreira, haja visto que ainda segue os passos da personagem irmã Deloris, uma trambiqueira que para fugir de inimigos perigosos entra no convento católico, se fazendo passar por freirinha. Ora, criada nas ruas, com toda a manha, modos e linguajares nada finos ou educados, ela acaba virando uma ovelha negra dentro do grupo. Assim o roteiro se baseia justamente nisso, no contraste entre o modo de ser a agir das demais religiosas e dela, que mais parece uma mulher grossa e vulgar, de rua mesmo. Verdade seja dita, Whoopi Goldberg nunca esteve tão bem em cena. Ela canta, dança, faz humor e encanta, provavelmente seja o papel de sua vida, onde ela teve realmente a oportunidade de mostrar todos os seus inúmeros talentos. Eu gostei bastante tanto desse filme original, como de sua continuação e sempre que me deparo com reprises por aí na TV paro um pouquinho o que estou fazendo para me divertir um pouco. Sinal de que o filme, apesar dos anos passados, ainda consegue divertir e entreter nas mesmas proporções. Vale a recomendação.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de junho de 2021

Chá com Mussolini

Título no Brasil: Chá com Mussolini
Título Original: Un tè con Mussolini
Ano de Produção: 1999
País: Itália, Inglaterra
Estúdio: Medusa Films, Cattleya Cinema
Direção: Franco Zeffirelli
Roteiro: John Mortimer, Franco Zeffirelli
Elenco: Maggie Smith, Cher, Judi Dench, Lily Tomlin, Joan Plowright, Baird Wallace, Baird Wallace

Sinopse:
Um grupo de senhoras inglesas, na terceira idade, vivendo em Florença na Itália nas vésperas da eclosão da II Guerra Mundial, acabam sendo vítimas do regime fascista de Mussolini, apenas por causa de sua nacionalidade. E algumas delas, por ironia do destino, tinham até grande apreço pela figura do Duce. Filme premiado pelo BAFTA Awards na categoria de melhor atriz coadjuvante (Maggie Smith).

Comentários:
Bom filme. O contexto histórico é dos mais interessantes, mostrando a Itália nas vésperas do pais entrar de vez na II Guerra Mundial como aliado dos nazistas de Hitler. Aqui o mais interessante é como os fascistas são mostrados. No começo do filme eles são vistos pelas senhoras inglesas como bons rapazes, patriotas, cristãos, que querem implantar a lei e a ordem no país. Só que não demora muito e a verdadeira face deles surge, com muita violência e perseguições, inclusive contra elas. Há um garoto que permeia toda a trama, um jovem que o pai tenta esconder da esposa porque ele é fruto de um caso extraconjugal. Acaba indo parar em um orfanato. E esse menino termina sendo adotado informalmente pelas senhoras britânicas. As características do cinema italiano também se fazem bem presentes, com aqueles temas incidentais bem melosos e piegas. A única coisa que não me convenceu muito nesse bom filme foi justamente o trabalho da cantora Cher. Ela interpreta uma americana rica e espalhafatosa. Sua atuação não ficou boa. Colocar Cher em filme de época, com todos aqueles figurinos antigos, definitivamente não funciona muito bem. Fica muito superficial e nada convincente. Fora isso, o filme pode ser considerado até muito bom.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Minha Casa na Úmbria

Título no Brasil: Minha Casa na Úmbria
Título Original: My House in Umbria
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: HBO Films
Direção: Richard Loncraine
Roteiro: Hugh Whitemore
Elenco: Maggie Smith, Ronnie Barker, Chris Cooper, Benno Fürmann, Giancarlo Giannini, Timothy Spall

Sinopse:
Com roteiro baseado na novela escrita por William Trevor, o filme "Minha Casa na Úmbria" conta a história de uma romancista chamada Emily Delahunty (Maggie Smith). Após um ataque terrorista ela abre sua própria casa para que sobreviventes desse atentado possam superar seus próprios traumas. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Maggie Smith).

Comentários:
Empatia com o sofrimento alheio. Esse é o principal motor da trama desse filme. Uma senhora rica decide ajudar um grupo de pessoas traumatizadas, que sobreviveram a um atentado terrorista. Ela então leva todos eles para as colinas da Umbria, uma bela região situada no centro da Itália. E lá todos vão se curando de seus problemas, uns ajudando aos outros, como bem reza a cartilha nesse tipo de ajuda mútua, baseada no solidariedade. O filme tem um clima muito calmo, onde a história se desenvolve lentamente. É um daqueles roteiros que prezam pelas nuances, pelos pequenos momentos, pelos gestos breves. Eu particularmente gosto muito desse estilo de filme, com um ar europeu mais sofisticado. É aquele tipo de produção que foca em um público mais interessado em diálogos e personagens bem estruturados, que vai assistir a um filme em busca de algo mais, de alguma bela lição de vida. Esses certamente não vão se decepcionar com esse drama sensível. E para completar o bom quadro cinematográfico todo o elenco está muito bem, com destaque especial para a maravilhosa Maggie Smith que, sozinha, já faria valer o filme inteiro. Que grande dama da atuação! Digna de todos os aplausos! 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Amor e Inocência

Título no Brasil: Amor e Inocência
Título Original: Becoming Jane
Ano de Produção: 2007
País: Inglaterra
Estúdio: HanWay Films,
Direção: Julian Jarrold
Roteiro: Kevin Hood
Elenco: Anne Hathaway, James McAvoy, Julie Walters, James Cromwell, Maggie Smith, Anna Maxwell Martin

Sinopse:
O filme conta a história da juventuda da escritora de romances Jane Austen (Anne Hathaway). Filha de um pregador de modestas posses, ela passa a ser pressionada a se casar com um jovem herdeiro de grande fortuna. Só que seu coração pertence a um advogado de Londres chamado Tom Lefroy (James McAvoy). Roteiro baseado nas cartas pessoais de Austen.

Comentários:
Sempre apreciei muito a obra da escritora Jane Austen. No cinema seus livros deram origem a pelo menos cinco grandes filmes e inúmeras adaptações ao longo de todos esses anos. Esse belo filme aqui parte de um outro ponto de vista. Ao invés de adaptar os famosos livros românticos da escritora, agora a sua própria vida serve de material. Ao longo de sua vida ela também escreveu inúmeras cartas que anos depois de sua morte foram compiladas por historiadores e estudiosos de literatura na Inglaterra. E foi justamente essas cartas que deram origem ao roteiro do filme. Por essa razão não há como contestar os fatos históricos narrados nessa película. Tudo corresponde a uma verdade histórica ou pelo menos à interpretação dos fatos partindo da própria mente de Jane Austen. Assim ela viu os acontecimentos de sua vida. Essas eram as suas impressões pessoais das pessoas que viveram ao seu lado. E esse foi sentimento de amor em relação ao homem que poderia ter se tornado seu marido. E o mais curioso de tudo é que ao final do filme, que é excelente, repito, chegamos na conclusão de que sua vida real foi igualzinha aos seus próprios livros de romance. A mais pura expressão da arte imitando a vida ou da vida imitando a arte. Com Jane Austen não havia muita separação entre essas duas realidades.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Uma Janela para o Amor

Título no Brasil: Uma Janela para o Amor
Título Original: A Room with a View
Ano de Produção: 1985
País: Inglaterra
Estúdio: Goldcrest Films International
Direção: James Ivory
Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala
Elenco: Helena Bonham Carter, Maggie Smith, Judi Dench, Julian Sands, Daniel Day-Lewis, Denholm Elliott

Sinopse:
Com roteiro baseado no romance escrito por E.M. Forster, o filme conta a história da jovem aristocrática inglesa Lucy Honeychurch (Helena Bonham Carter). No começo do século XX ela decide fazer uma viagem até Florença, onde descobre um grande amor. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor roteiro adaptado, melhor ator coadjuvante (Denholm Elliott), melhor atriz coadjuvante (Maggie Smith), melhor direção (James Ivory) e melhor diração de fotografia (Tony Pierce-Roberts).

Comentários:
Esse filme concorreu em oito categorias do Oscar, se saindo vencedor em três (roteiro adaptado, direção de arte e figurino). Merecia mais prêmios, afinal foi o filme mais caro rodado na Inglaterra naquele ano, custando mais de 50 milhões de dólares (um padrão elevado para os anos 80). E de fato é uma produção de encher os olhos do espectador, com uma primorosa recriação da fase histórica onde a história do filme se passa. O brilhante cineasta James Ivory sempre foi um artesão da sétima arte, criando uma "parceria" com o obra de E.M. Forster que resultou em algumas produções que com o passar do tempo foram elevadas para a categoria de obras-primas da sétima arte. Outro destaque dessa produção foi a reunião de atrizes inglesas de gerações diversas, todas consideradas as mais talentosas de sua época, com destaque para Maggie Smith (sempre ótima, aqui sendo premiada por seu trabalho com o Globo de Ouro), Judi Dench (a grande dama da dramaturgia inglesa) e Helena Bonham Carter (Já se destacando em seu primeiro grande filme internacional). E o elenco masculino não fica muito atrás, contando com o excelente  Daniel Day-Lewis em um papel coadjuvante. Algo inimaginável de acontecer nos dias de hoje. Enfim, esse filme é um verdadeiro primor do cinema. Um daqueles itens que não podem ficar de fora na coleção de qualquer cinéfilo que se preze.

Pablo Aluísio. 

domingo, 9 de junho de 2019

Divinos Segredos

Título no Brasil: Divinos Segredos
Título Original: Divine Secrets of the Ya-Ya Sisterhood
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Callie Khouri
Roteiro: Mark Andrus
Elenco: Sandra Bullock, Ellen Burstyn, Fionnula Flanagan, James Garner, Ashley Judd, Maggie Smith

Sinopse:
Filme com roteiro baseado no romance escrito por Rebecca Wells. Conta a história de um grupo de amigas que na adolescência forma uma espécie de irmandade. Os anos passam e elas sempre continuam próximas. Filme indicado ao Teen Choice Awards.

Comentários:
Um bom filme mostrando a amizade que supera o tempo envolvendo amigas de uma cidade do interior dos Estados Unidos. É uma daquelas produções especialmente recomendadas para o público feminino, embora os homens também possam vir a apreciar a história que é ao mesmo tempo dramática e tocante, com pontuais momentos de bom humor. Essa adaptação cinematográfica só nasceu por insistência da estrela Sandra Bullock. Ela conseguiu reunir um bom elenco, inclusive com veteranas de primeira linha como a sempre ótima Maggie Smith. Obviamente por tratar de um tema tão terno o filme não chegou a ser um sucesso de bilheteria. É algo mais contido, mais sentimental, nada a ver com as comédias bobonas que a Bullock se acostumou a fazer para gerar lucro para os estúdios. Sendo assim esse drama atemporal e nada pretensioso, que atravessa gerações de suas personagens, poderia ser até mesmo considerado um dos melhores filmes da atriz. Quem diria...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

A Primavera de uma Solteirona

Título no Brasil: A Primavera de uma Solteirona
Título Original: The Prime of Miss Jean Brodie
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Twentieth Century-Fox
Direção: Ronald Neame
Roteiro: Muriel Spark, Jay Presson Allen
Elenco: Maggie Smith, Gordon Jackson, Robert Stephens

Sinopse:
Em Edimburgo, na fria e distante Escócia, em plenos anos 1930, uma nova professora, a senhorita Jean Brodie (Maggie Smith), escandaliza a tradicional sociedade local ao adotar métodos de ensino fora dos padrões da conservadora escola para moças na qual leciona. Filme vencedor do Oscar de Melhor Atriz para Maggie Smith. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original ("Jean" de Rod McKuen).

Comentários:
Esse filme é simplesmente obrigatório para quem acompanha atualmente a grande atriz Maggie Smith como a condessa Violet Crawley na série de enorme sucesso "Downton Abbey". Foi com esse papel, a de uma professora apaixonada por seu trabalho que começa a trazer inovações para o sistema educacional de seu tempo, que ela venceu o tão cobiçado prêmio da Academia. Não foi por acaso, pois Maggie de certa maneira é muito maior do que o próprio filme em si. O tema obviamente daria margens a muitas discussões e nuances interessantes, mas o diretor Ronald Neame não ousou ir muito além. Dessa forma "The Prime of Miss Jean Brodie" apesar de ser um excelente filme sobre educação não conseguiu se tornar uma obra prima da sétima arte. Mesmo assim o talento maravilhoso de Maggie Smith compensa qualquer eventual problema que o filme venha a apresentar. Curioso salientar ainda que a produção foi muito lembrada na ocasião de lançamento de outro filme famoso sobre um mestre que também inovava em sua forma de ensinar, "Sociedade dos Poetas Mortos". Muitos críticos ingleses inclusive chamaram a atenção para a semelhança entre as duas obras. Assim se você for fã do famoso filme com Robin Williams, não deixe de conferir também essa pequena jóia do cinema clássico dos anos 1960.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Morte Sobre o Nilo

Título no Brasil: Morte Sobre o Nilo
Título Original: Death on the Nile
Ano de Produção: 1978
País: Inglaterra
Estúdio: EMI Films
Direção: John Guillermin
Roteiro: Anthony Shaffer
Elenco: Peter Ustinov, Bette Davis, David Niven, Mia Farrow, George Kennedy, Angela Lansbury, Maggie Smith, Jack Warden
  
Sinopse:
Baseado no famoso livro "Death on the Nile" da escritora Agatha Christie, publicado em 1937. No enredo um grupo de turistas em uma exótica viagem pelo Rio Nilo, no Egito, descobre que há um assassino entre eles, após a morte misteriosa de um dos viajantes. O inspetor Hercule Poirot (Peter Ustinov) decide então desvendar o caso e acaba descobrindo, para sua surpresa, que todos os que fazem parte daquele cruzeiro parecem ter algum motivo para o crime. Mas afinal de contas quem seria o verdadeiro assassino? Filme vencedor do Oscar e do BAFTA Awards na categoria de Melhor Figurino (Anthony Powell). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Comentários:
Assim como os livros de James Bond os livros escritos por Agatha Christie seguiam uma fórmula básica. No caso dessa autora ela geralmente reunia várias pessoas suspeitas em um ambiente fechado (como um barco ou trem) e colocava o leitor na situação de tentar descobrir quem seria o assassino de um crime misteriosamente cometido. É exatamente isso que temos aqui nesse "Morte sobre o Nilo". Vários personagens se tornam suspeitos da morte de uma rica herdeira que misteriosamente é morta durante um cruzeiro turístico pelo Egito. O filme em si é muito interessante, tem ótimas cenas externas (filmadas no templo de Karnak e nas pirâmides de Gizé) e um elenco de encher os olhos de qualquer cinéfilo. Na tela desfilam veteranos da era de ouro do cinema americano, muitos deles em suas últimas aparições, o que não deixa de ser duplamente interessante para quem ama a sétima arte. O destaque obviamente vai para o grande ator Peter Ustinov que aqui interpreta um dos personagens mais famosos da escritora, o inspetor excêntrico Hercule Poirot (que todos pensam ser francês, mas que que seria belga na verdade). Ustinov domina a cena, tentando descobrir quem teria cometido o crime. Nunca assisti uma atuação fraca de Ustinov em toda a sua carreira e aqui não seria exceção. Ao lado dele, o auxiliando, temos outro grande ator, David Niven. Já envelhecido, prestes a se aposentar, o ator ainda tinha uma bela presença de cena. Classe, elegância e uma fina ironia se tornaram suas marcas registradas. Entre as atrizes o filme traz uma coleção estelar, com Mia Farrow fazendo mais uma personagem perturbada e a grande diva Bette Davis, discreta, elegante e atuando ao lado da também excelente Maggie Smith, brilhando como nunca. Enfim, só pela oportunidade de ver tanta gente talentosa junta já vale a existência do filme. Assista, se divirta e tente descobrir o quebra cabeça da trama.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Assassinato em Gosford Park

Robert Altaman encontra Agatha Christie? Quase isso. Na verdade o roteiro desse filme foi baseado numa estória criada pelo próprio Altman e não pela famosa escritora inglesa. Isso não quer dizer que seja totalmente original. Na verdade Altman aqui praticamente cometeu um plágio mesmo, criando um enredo que copiava em praticamente tudo as tramas de mistério de Christie. E como se deu isso? Copiando a "fórmula" da escritura. A coisa é simples, coloque um grupo de personagens em um ambiente restrito (pode ser um trem, um barco de cruzeiro ou como no caso aqui uma velha mansão) e depois revele um crime, um assassinato. A partir desse ponto basta apenas jogar com a real identidade do assassino, que no fim das contas pode ser qualquer um dos personagens. Joguinho de mistério. A grande original nesse tipo de enredo, obviamente, sempre foi a Agatha Christie. Altman aqui apenas a copiou sutilmente (ou nem tanto).

No filme temos um jantar de ricaços sendo organizado.Tudo se passa na década de 1930. Sir William McCordle e sua família recebem um grupo de milionários. A fina flor da sociedade da costa leste dos Estados Unidos. Apenas barões. Tudo vai correndo bem naquele estilo de falsidade grã fina até que um corpo é encontrado. Um homem está morto! Pronto, quem poderia ser o assassino? Não disse que seguia basicamente a fórmula dos livros de Agatha Christie? Pois então... O curioso é que esse filme apesar de ser bom e interessante, acabou seguindo a sina de muitos filmes de Robert Altman, ou seja, ser muito elogiado pela crítica, mas ignorado pelo público. O filme custou 20 milhões de dólares, mas só faturou 1,4 milhão em bilheteria. Tremendo fracasso comercial. Mesmo assim acabou levando um Oscar importante para casa, o de melhor roteiro. Pois é, algumas vezes ser levemente desonesto, copiando a ideia original dos outros, pode também dar bons frutos, inclusive sendo premiado pela Academia.

Assassinato em Gosford Park (Gosford Park, Estados Unidos, Inglaterra, 2001) Direção: Robert Altman / Roteiro: Julian Fellowes, Robert Altman / Elenco: Clive Owen, Helen Mirren, Maggie Smith, Ryan Phillippe, Michael Gambon, Kristin Scott Thomas, Charles Dance, Stephen Fry, Emily Watson / Sinopse: Grupo de milionários se reúnem numa sofisticada e bonita mansão localizada no campo. Todos estão lá para um jantar fino e refinado, mas a sofisticação acaba quando um corpo é encontrado. Houve um assassinato e o assassino se encontra entre eles. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Direção. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Emily Watson), Melhor Atriz Coadjuvante (Maggie Smith), Melhor Direção (Robert Altman), Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Harry Potter e a Câmara Secreta

Eu nunca li um livro de Harry Potter. Quando eles chegaram no mercado eu já tinha passado da idade certa para curti-los. São livros escritos especialmente para os públicos infantil e pré-adolescente. Mesmo assim quando a coleção escrita por J.K. Rowling começou a ser adaptada pelo cinema fiz questão de conferir todos os filmes. Queria ao menos conhecer esse universo de fantasia que havia feito tanto sucesso nas livrarias. De maneira em geral gostei de todos os filmes. Tenho certas críticas a fazer aos dois últimos, que foram produzidos em dobro apenas para faturar mais em cima das bilheterias. O enredo caberia perfeitamente em apenas um filme, mas a ganância do estúdio falou mais alto. Esse aqui intitulado "Harry Potter e a Câmara Secreta" é o segundo filme da série cinematográfica, novamente dirigido por Chris Columbus, que uma vez tendo dirigido esse filme largou a franquia.

Esses primeiros filmes de Harry Potter para o cinema são os melhores. Os atores ainda eram quase crianças (entrando na prè adolescência) e por isso uma certa magia é preservada nas produções. Claro que em termos de produção não há nada a reclamar. Como uma franquia milionária, Harry Potter teve tudo do melhor em termos de efeitos especiais, figurinos, cenários, direção de arte, etc. É um universo com muitas possibilidades (tanto que já deu origem a uma nova franquia inaugurada recentemente com o sucesso de "Animais Fantásticos e onde Habitam"). Confesso que hoje em dia, passado tanto tempo (lá se vão quinze anos de sua estreia no cinema!), já não me recordo exatamente de cada filme com exatidão detalhista, afinal os assisti apenas uma vez no cinema, na época de seus lançamentos originais. Mesmo assim não seria nada penoso rever essas produções. São filmes que funcionam bem, para todas as idades.

Harry Potter e a Câmara Secreta (Harry Potter and the Chamber of Secrets, Estados Unidos, 2002) Direção: Chris Columbus / Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J.K. Rowling / Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Kenneth Branagh, Alan Rickman, Richard Harris, Maggie Smith, John Cleese / Sinopse: Após péssimas férias na casa de seus tios, o jovem Harry Potter se prepara para o segundo ano em Hogwarts, a famosa escola de magia. Tudo vai indo bem até que ele recebe a visita de uma estranha criatura, que lhe avisa para não voltar pois coisas sinistras estão prestes a acontecer.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de agosto de 2017

Hook: A Volta do Capitão Gancho

O ator Dustin Hoffman está fazendo 80 anos nessa semana! Como uma forma de homenagem vamos lembrar dele nessa produção dirigida por Steven Spielberg. Bom, não é segredo para nenhum cinéfilo que Spielberg era apelidado de Peter Pan durante os anos 80, pois ele nunca queria crescer, sempre explorando assuntos infantojuvenis em seus filmes. Assim, como uma espécie de ironia ou piada interna sobre essa fama ele resolveu fazer um filme sobre, isso mesmo... Peter Pan! Agora, filmar mais uma versão da obra de James Matthew Barrie ao estilo tradicional seria banal demais. Com isso em mente Spielberg mandou escrever um roteiro diferente sobre a hipótese de Peter Pan ter finalmente crescido, se tornando um pai de família entediado, suburbano e comum!

A ideia era muito boa mesmo. Para o papel do Peter Pan adulto, Spielberg escalou o comediante Robin Williams, uma ótima escolha. Porém quem acabou roubando o filme para si foi mesmo Hoffman dando vida ao Capitão Hook (o Capitão Gancho na versão em português). Ele não aceita o fato de Peter Pan ter crescido e vai atrás dele, em sua casa! Claro que Dustin Hoffman optou por uma atuação bem caricata, dirigida ao público infantil. Era algo esperado. A produção, também como era de se esperar, é de encher os olhos. O roteiro também vai bem em cima do sentimentalismo, piegas até (marca registrada do diretor), mas sem deixar de lado as cenas divertidas, de pura aventura. Na época do lançamento do filme (eu cheguei a assistir no cinema) fiquei com um pé atrás pela proposta ousada de seu roteiro, mas com o tempo e depois de inúmeras reprises a coisa toda ficou mais fácil de digerir. É um momento interessante da filmografia de Steven Spielberg, porém passa longe de ser um de seus melhores filmes. Hoje em dia vale como nostalgia de um tempo em que o diretor ainda não havia crescido.

Hook: A Volta do Capitão Gancho (Hook, Estados Unidos, 1991) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: James V. Hart, Nick Castle, Malia Scotch Marmo / Elenco: Dustin Hoffman, Robin Williams, Julia Roberts, Bob Hoskins, Maggie Smith, Phil Collins / Sinopse: Peter Pan (Williams) cresceu. Virou pai de família e vive uma vidinha suburbana numa cidade, até que o Capitão Gancho decide trazer ele de volta à Terra do Nunca. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Música ("When You're Alone" de John Williams), Melhores Efeitos Especiais (Eric Brevig, Harley Jessup), Melhor Figurino (Anthony Powell) e Melhor Direção de Arte (Norman Garwood, Garrett Lewis). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Dustin Hoffman).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

A Senhora da Van

O cinema inglês sempre foi particularmente inspirado para contar histórias como a desse filme. Tudo foi baseado parcialmente em fatos reais. A personagem central se chama Miss Shepherd (interpretada pela maravilhosa Maggie Smith). Ela vive pelas ruas de Londres, dirigindo uma velha van. Sem ter onde morar, ela vai estacionando pelas redondezas. De certa maneira é uma homeless (sem-teto) em versão motorizada. Casualmente acaba indo parar na frente da casa do dramaturgo Alan Bennett (Alex Jennings). Ele obviamente se sente incomodado pela presença nada comum de Miss Shepherd, já que ela tem um comportamento muito excêntrico e bizarro, mas aos poucos vai criando uma afinidade com seu jeito de ser. O roteiro desse filme foi escrito pelo próprio Alan Bennett que inicialmente escreveu uma peça teatral de suas experiências ao lado de Miss Shepherd. De fato, em determinado momento Alan resolveu mudar de casa, mas para sua surpresa percebeu que independente de onde fosse morar a van de Miss Shepherd o acompanhava. Claro que ele jamais iria ser rude ou grosseiro com uma velhinha como aquela (isso nunca passaria na mente de um inglês), mas a situação que começou constrangedora acabou se tornando divertida, exótica, quase surreal. Intrigado pela vida dela o dramaturgo então começou a pesquisar sobre seu passado e acabou descobrindo que na juventude ela teria sido uma pianista clássica de primeira linha. Para sua surpresa também descobriu que ela havia se tornado freira em um período de sua vida!

"A Senhora da Van" assim se desenvolve, dentro do relacionamento entre Alan e a Miss Shepherd. Ele um tímido escritor de peças, homossexual enrustido, um homem introvertido e ela o oposto disso. Rabugenta, espaçosa, invasiva em sua vida particular. O roteiro tem um aspecto bem inteligente, ao dividir o personagem de Alan em dois! Um deles é o sujeito que precisa lidar com os problemas do dia a dia (inclusive lidando com a presença da senhora da van) e o outro é o intelectual que escreve todas as peças de teatro. O resultado é muito bom. Para quem aprecia o trabalho de Maggie Smith esse é certamente um de seus filmes mais recomendados. Ela está ótima como essa simpática e nada comum velhinha sobre rodas.

A Senhora da Van (The Lady in the Van, Inglaterra, 2015) Direção: Nicholas Hytner / Roteiro: Alan Bennett / Elenco: Maggie Smith, Alex Jennings, Jim Broadbent / Sinopse: Miss Shepherd (Maggie Smith) é uma velhinha inglesa que não tem onde morar. Na verdade ela vive dentro de sua van. Um dia conhece por acaso o dramaturgo Alan Bennett (Alex Jennings) e resolve lhe seguir. Sempre que Alan mudava de casa, lá estava a senhora Shepherd com sua van, estacionando perto. O que parecia uma situação constrangedora no começo logo se torna uma amizade cheia de calor humano (pelo menos da parte dele!). Filme indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Atriz (Maggie Smith). Premiado pelo Evening Standard British Film Awards na mesma categoria.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Harry Potter e a Pedra Filosofal

Título no Brasil: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Título Original: Harry Potter and the Sorcerer's Stone
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros.
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J.K. Rowling
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Richard Harris, Maggie Smith, Ian Hart, John Hurt
  
Sinopse:

O garoto Harry Potter (Daniel Radcliffe) acaba descobrindo que seus pais foram famosos bruxos no passado e recebe uma carta para ir estudar na escola de magia de Hogwarts. Uma vez lá vê sua vida mudar completamente ao conhecer novos amigos e colegas de classe. O que ele não esperava é que um velho inimigo de seus pais também está de volta e ao que parece, mais forte do que nunca. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Figurinos e Melhor Música (John Williams). Filme também indicado ao BAFTA Awards e vencedor do prêmio de Melhor Figurino da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Film.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme da longa e bem sucedida franquia do personagem Harry Potter no cinema. Durante anos tentou-se convencer a escritora J.K. Rowling a vender os direitos para o cinema, mas foi apenas em 2000 que ela finalmente assinou com a Warner Bros. Em troca exigiu poder de veto, ou seja, ela poderia vetar a escolha do diretor e demais membros da equipe técnica. O escolhido acabou sendo o especialista Chris Columbus, um diretor que conhecia bem o nicho infanto-juvenil. Além de ser um entendido no mercado ele também era considerado pouco autoral e até mesmo inofensivo (ou seja, não iria mudar muito a essência dos livros). Muito provavelmente por causa de todas essas características reunidas acabou caindo nas graças da autora. Assim Columbus acabou criando um filme que é a sua cara. Bonito visualmente, com excelente direção de arte, cenários deslumbrantes, efeitos especiais de bom gosto, mas também quase que completamente asséptico. 

Como se trata de um filme de apresentação, ou seja, onde todo o universo de Potter foi apresentado ao grande público pela primeira vez, até que funcionou muito bem. Como obra puramente cinematográfica porém deixa obviamente a desejar. É um filme realizado para o grande circuito comercial, para as massas, então não espere por nada que seja surpreendente ou inovador. Muito longe disso. Columbus parecia estar apenas preocupado em contar seu enredo sem pisar nos calos de absolutamente ninguém. Como um filme assim, baseado em um livro tão popular, não poderia fracassar, o gostinho que ele deixou no final é de ser um grande e longo pastel de vento. Bonito e charmoso, temos que admitir, mas mesmo assim um pastel de vento sem muito conteúdo. Outro aspecto que vale menção é que se você viu o filme há muito tempo vai acabar se surpreendendo com o elenco. Na época eles não passavam de crianças, sem muito o que fazer em cena. Da trupe a que mais se destaca ainda é a  Emma Watson, que apesar da pouca idade, já deixava claro que tinha muita personalidade. Os demais ficam restritos na categoria de "crianças fofinhas". Então é isso, "Harry Potter and the Sorcerer's Stone" é puro mainstream, embalado por uma popularidade poucas vezes vista no mercado literário. Uma fórmula que não costuma mesmo dar errado.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

De Bico Calado

Começo mais um texto reclamando de novo do péssimo título nacional. É incrível a falta de originalidade e criatividade dos tradutores das distribuidoras em nosso país. Bons filmes ganham nomes ridículos no Brasil. Deixando isso de lado vamos no concentrar na película em si. É uma produção inglesa, que usa do típico humor negro britânico. Muitas pessoas pensarão que se trata de mais uma comédia pastelão, não só pelo seu patético nome nacional mas também pela presença do ator e comediante Rowan Atkinson (o Mr. Bean) no elenco. Bom, esse é um daqueles casos em que realmente as aparências enganam. "Keeping Mum” tem um humor muito mais sofisticado do que se pensa. O enredo é tecido em cima da família do vigário anglicano Walter Goodfellow (Rowan Atkinson). Ele é um bom sujeito, apenas vive com a mente no mundo da lua e não consegue perceber o que está acontecendo com sua vida familiar. A filha é uma garota que troca de namorado (ou “ficante”, como queiram) toda semana. Para piorar sua esposa está apaixonada por um professor de golfe bonitão (interpretado pelo ator Patrick Swayze).

As coisas mudam quando chega a nova governante da casa. Ela é a senhora Grace Hawkins (Maggie Smith). No começo muito simpática, ela logo começa a intervir nos acontecimentos familiares, tentando colocar tudo nos eixos de uma forma nada comum. O que ninguém sabe é que Grace é uma ex-condenada da justiça britânica. Quando era jovem ela havia matado o seu marido infiel e sua amante e os colocado em um baú. Agora, cumprida sua sentença, ela volta para a sociedade, justamente para trabalhar na casa dos Goodfellows. O grande triunfo do filme é, além de seu roteiro bem escrito, a presença de um elenco muito bom com destaque para Rowan Atkinson (em um personagem divertido mas não humorístico) e a grande dama Maggie Smith. Quem acompanha a série “Downton Abbey” sabe sobre seu grande talento. Ela domina todo o filme e seu personagem, mesmo sendo quem é, cativa muito o espectador. Sou fã confesso dessa veterana atriz e por essa razão indico esse filme, mais particularmente para os admiradores de seu trabalho. Enfim, fica a dica dessa boa produção inglesa que mostra muito bem que humor pode muito bem ser feito com classe e inteligência.

De Bico Calado (Keeping Mum, Inglaterra, 2005) Direção: Niall Johnson / Roteiro: Richard Russo, Niall Johnson / Elenco: Rowan Atkinson, Kristin Scott Thomas, Maggie Smith, Patrick Swayze / Sinopse: Vigário anglicano do interior da Inglaterra tenta conciliar sua missão religiosa com sua problemática família. Para ajudar na casa é contratada uma nova governante, a Sra Grace, que mudará a vida de todos.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Mudança de Hábito 2

Sequência bem mais fraquinha do sucesso "Sister Act", novamente produzido pela Touchstone Pictures (do grupo Disney) e contando novamente com a carismática presença da atriz e comediante Whoopi Goldberg. O roteiro, temos que reconhecer, é bem mais fraco do que o original, também pudera, não havia muita margem de manobra para se ir além. Dessa forma a estória é basicamente a mesma do primeiro filme, com algumas pequenas mudanças pontuais. O que acaba salvando essa continuação é, como não poderia deixar de ser, a música! Sim, muitos filmes ao longo da história foram salvos da mediocridade completa apenas por causa de sua trilha sonora. Além disso os números musicais são animados e bem coreografados.

O diretor William Henry Duke Jr conseguiu captar muito bem o clima gospel e religioso de pequenas comunidades religiosas de Nova Iorque, levando essa bagagem para o filme como um todo. Além disso o que podemos dizer da maravilhosa Maggie Smith? Uma atriz que realmente dispensa maiores comentários. Assim temos mais um belo trabalho que salvou o conjunto do rótulo de mero caça-níquel comercial. O que excelentes canções e atrizes de talento não conseguem fazer, não é mesmo?

Mudança de Hábito 2: Mais Confusões no Convento (Sister Act 2: Back in the Habit, EUA, 1993) Direção: Bill Duke / Roteiro: Joseph Howard, James Orr/ Elenco: Whoopi Goldberg, Kathy Najimy, Maggie Smith / Sinopse: Continuação do sucesso "Mudança de Hábito". Uma fugitiva apronta várias confusões se fazendo passar por freira em um animado convento. Filme indicado ao MTV Movie Awards na categoria de Melhor Atriz (Whoopi Goldberg).

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Harry Potter e a Ordem da Fênix

Título no Brasil: Harry Potter e a Ordem da Fênix
Título Original: Harry Potter and the Order of the Phoenix
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros
Direção: David Yates
Roteiro: Michael Goldenberg, baseado na obra de J.K. Rowling
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Gary Oldman, Maggie Smith, Emma Thompson, Alan Rickman, Imelda Staunton, Helena Bonham Carter, Robert Pattinson
  
Sinopse:
A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts tem uma nova professora, a senhorita Dolores Umbridge (Imelda Staunton). Por fora ela aparenta ser um doce de pessoa, muito amável e agradável, porém sua chegada em Hogwarts tem um objetivo obscuro e sinistro que fica devidamente escondido nas sombras. Assim que começa a ter cada vez mais poderes dados pelo ministério da Magia, ela começa a apertar o cerco contra os alunos e professores, promovendo uma série de medidas impopulares e sem muito sentido. Teria ela alguma ligação com o temido Lord Voldemort (Ralph Fiennes)? Filme indicado ao BAFTA Awards na categorias de Melhor Direção de Arte e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Eu considero um dos melhores filmes da franquia de Harry Potter no cinema. Isso em razão do bom roteiro, que procura apostar no suspense ao invés de focar apenas na mera aventura. Há um clima de tensão na escola, afinal as coisas andam bem esquisitas por lá. Obviamente que Harry, Hermione e Ron logo descobrem que se trata de um plano maquiavélico para deixar os alunos indefesos no caso de um ataque contra Hogwarts. Eles então decidem aprender as técnicas de magia e bruxaria por si mesmos. Arranjam um salão na escola e vão para lá todos os dias treinar feitiços e magias de combate pois ao que tudo indica há um perigo concreto de que haverá em breve um ataque de Lord Voldemort (Ralph Fiennes) contra Hogwarts. E para surpresa de todos não parece haver ninguém capaz de parar os desmandos de  Dolores Umbridge (Staunton) que começa a perseguir professores e alunos que não concordam com seu modo de agir. Até mesmo Dumbledore parece se omitir na série de absurdos que vão sendo cometidos sob a direção de Umbridge. Harry Potter (Radcliffe) acaba descobrindo na própria pele que há mesmo algo muito soturno no ar. Esse foi o primeiro filme de "Harry Potter" dirigido pelo cineasta inglês David Yates que agradaria tanto aos executivos da Warner que voltaria dois anos depois para dirigir "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", encerrando com chave de ouro a passagem de Potter nas telas com os dois filmes da saga "Harry Potter e as Relíquias da Morte". Com estilo sóbrio, sem procurar impor sua própria marca autoral em cima de uma obra amada por muitos, o diretor acabou agradando tanto a crítica como ao público, se revelando o profissional ideal para encerrar uma das franquias de maior sucesso comercial da história do cinema. 

Pablo Aluísio.

sábado, 30 de agosto de 2014

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

Título no Brasil: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
Título Original: Harry Potter and the Prisoner of Azkaban
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J.K. Rowling
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Gary Oldman, Alan Rickman, Emma Thompson, Maggie Smith, Julie Christie

Sinopse:
Harry Potter (Daniel Radcliffe) retorna para Hogwarts, em seu terceiro ano na famosa escola de bruxos e magos. Agora terá que lidar com uma nova ameaça, após a fuga do assassino Sirius Black (Gary Oldman) da prisão de Azkaban. O objetivo do criminoso foragido e encontrar Potter para um desafio de vida ou morte. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Trilha Sonora (John Williams) e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado a nove prêmios da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, entre eles Melhor Filme de Fantasia, Direção e Ator Coadjuvante (Gary Oldman).

Comentários:
Considero um dos melhores filmes da franquia Harry Potter. Isso se deve muito ao elenco e à direção que foi entregue ao talentoso Alfonso Cuarón (cineasta mexicano que havia se destacado por dirigir, entre outros, "Grandes Esperanças", sendo que recentemente foi destaque por ter realizado o que para muitos é sua maior obra prima, "Gravidade"). Além da direção diferenciada e caprichada, essa produção contou ainda com um time de atores coadjuvantes de primeira linha, a começar por Gary Oldman (deitando e rolando como Sirius Black), Emma Thompson (que aceitou interpretar a professora Sybil Trelawney para impressionar sua filhinha de apenas quatro anos, fã assumida de Harry Potter) e Julie Christie (para quem não sabe, um mito da era de ouro do cinema americano, a eterna Lara de "Dr. Jivago", aqui dando vida a uma personagem meramente secundária, Madame Rosmerta). Outro destaque do elenco vem da estréia do ator Michael Gambon na pele do mago Albus Dumbledore. Ele assumiu o papel após a morte de Richard Harris, falecido em 2002 após concluir sua participação em "Harry Potter e a Câmara Secreta". Além desses ótimos atores e atrizes em cena, o filme ainda se destaca pela excelente direção de arte e pela trama, uma das melhores escritas por J.K. Rowling. Enfim, realmente se tivesse que escolher o melhor filme da franquia pensaria seriamente em apontar para esse, onde todas as peças parecem estar no lugar certo.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Fúria de Titãs

Título no Brasil: Fúria de Titãs
Título Original: Clash of the Titans
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Desmond Davis
Roteiro: Beverley Cross
Elenco: Laurence Olivier, Harry Hamlin, Claire Bloom, Maggie Smith, Ursula Andress

Sinopse:
Livre adaptação das estórias de heroísmo da mitologia grega. O Herói Teseu precisa enfrentar várias criaturas monstruosas (entre elas a terrível Medusa e o monstro dos mares Kraken) para salvar a linda e inocente princesa Andrômeda.

Comentários:
Então você gosta mesmo da nova franquia "Fúria de Titãs", não é mesmo? Pois bem meu caro cinéfilo, você precisa mesmo é ver o original realizado no começo dos anos 1980. Por quê? Simples, nada superou o charme dessa produção. Para começo de conversa o filme trazia o mito Sir Laurence Olivier no papel de Zeus (nada mais conveniente). O elenco aliás falava por sí só: a maravilhosa Maggie Smith e a eterna diva Ursula Andress estão presentes como divindades do Olimpo (Ursula provavelmente foi escalada porque o produtor desse filme era o mesmo da franquia James Bond). O atores estão todos bem. Agora, temos que dar o braço a torcer e reconhecer que "Fúria de Titãs" de 1981 será lembrado mesmo para sempre por causa do mestre Ray Harryhausen. As criaturas que ele criou para esse filme são inesquecíveis. Em uma época em que não existia computação gráfica o artesão Harryhausen conseguia dar vida à vários seres da mitologia grega. Até mesmo a corujinha mecânica - que foi reutilizada na nova franquia como uma forma de homenagear os efeitos do filme original - é marcante demais. Podem dizer o que quiserem, que tudo está datado, que o figurino é nada convincente e coisas do tipo. Quem teve o prazer de ver esse filme no cinema certamente não vai esquecer do impacto que ele causou na época. Um marco do cinema de fantasia em Hollywood.

Pablo Aluísio.