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quinta-feira, 4 de abril de 2024

Gran Turismo

Título no Brasil: Gran Turismo
Título Original: Gran Turismo
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Neill Blomkamp
Roteiro: Jason Hall, Zach Baylin
Elenco: David Harbour, Orlando Bloom, Archie Madekwe, Takehiro Hira

Sinopse:
Uma grande companhia do mundo dos games começa uma campanha de marketing agressiva que promete levar os melhores gamers do mundo de um jogo de corridas para o mundo real. O vencedor vai ter a oportunidade de correr em um carro real, disputando corridas no principal campeonato da categoria GTP. Filme com história baseada em fatos reais. 

Comentários:
Numa primeira olhada tudo pode parecer bem surreal e improvável na história contada por esse filme. Mas não, foi mesmo baseado na história de um jovem gamer que vencendo uma competição de jogos acabou ganhando a oportunidade de se tornar um piloto de corridas do mundo real. Claro que um gamer disputando um campeonato de automobilismo iria trazer todo tipo de preconceito por parte dos demais pilotos profissionais e equipes adversárias. E no fundo tudo seria apenas uma campanha de marketing para os games, mas eis que o tal jovem piloto vai conquistando posições e vitórias importantes dentro do campeonato que estava disputando. O filme é bom e funciona. Ele não foge muita daquela fórmula de dramas esportivos que conhecemos bem, como uma grande história de superação pessoal, mas a despeito disso, demonstra que esse tipo de enredo nunca vai ficar obsoleto, pois sempre haverá novas camadas e boas histórias para contar, afinal a essência dos esportes é justamente essa, a superação de suas próprias limitações pessoais para se tornar um grande campeão. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Piratas do Caribe: O Baú da Morte

Título no Brasil: Piratas do Caribe - O Baú da Morte
Título Original: Pirates of the Caribbean - Dead Man's Chest
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio
Elenco: Johnny Depp, Orlando Bloom, Keira Knightley, Bill Nighy, Jonathan Pryce, Jack Davenport

Sinopse:
Jack Sparrow (Johnny Depp) precisa recuperar o coração de Davy Jones para evitar escravizar sua alma. E isso não vai ser fácil já que outros estão na mesma busca, cada um com seu próprio interesse pessoal. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhores efeitos especiais (John Knoll, Hal T. Hickel e equipe). Também indicado nas categorias de melhor mixagem de som e melhor edição de som.

Comentários:
Aqui vai uma pequena confissão que tenho em relação a esses filmes. Eu vi todos, alguns inclusive no cinema, mas na maioria das vezes, puxando apenas pela memória, nao consigo mais diferenciar uns dos outros. Isso em meu ponto de vista significa duas coisas. Primeiro que os filmes são muito parecidos entre si, sem maiores inovações. Segundo, que nunca chegaram a me marcar de nenhuma maneira. São filmes altamente comerciais, o Depp ficou muitas vezes milionário, é uma franquia cinematográfica bilionária... porém, não faria muita diferença se não existissem. Pelo menos no meu caso particular. Se vale por alguma coisa, em termos de cinema, poderia dizer que pelo menos resgataram um velho filão que andava morto e enterrado, a dos filmes de piratas, das aventuras dos sete mares, mesmo que bastante modificados, usando e abusando de efeitos especiais de última geração. De qualquer forma a Disney, produtora do filme, pouco se importou com todos esses detalhes. Essa produção de 200 milhões de dólares faturou mais de 1 bilhão de dólares nas bilheterias. Esse sim é um grande baú, só que de dinheiro!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Piratas do Caribe: No Fim do Mundo

Título no Brasil: Piratas do Caribe - No Fim do Mundo
Título Original: Pirates of the Caribbean At World's End
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio
Elenco: Johnny Depp, Orlando Bloom, Keira Knightley, Geoffrey Rush, Jonathan Pryce, Jack Davenport,

Sinopse:
O Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) volta aos sete mares, mas precisa sobreviver a uma legião de inimigos que querem vê-lo morto, traído pelas costas. Entre eles está o pirata Hector Barbossa (Geoffrey Rush) que quer colocar as mãos em Sparrow e o governador Weatherby Swann (Pryce) que deseja colocar lei e ordem no Caribe a serviço do Rei.

Comentários:
Não vá perder a conta. Esse foi o terceiro filme da franquia "Piratas do Caribe". O grande sucesso dos filmes anteriores fez com a Disney gastasse a verdadeira fortuna de 300 milhões de dólares para produzir esse blockbuster. Acabou sendo um filme mais caro do que "Titanic" que ostentava até aquele momento o título de filme mais caro da história. Uma verdadeira temeridade, até mesmo para os padrões multimilionários da indústria cinematográfica americana. Por causa desse custo absurdo o filme acabou não sendo tão lucrativo como se esperava, o que fez com que os filmes seguintes já não contassem com um orçamento tão estourado. No geral o filme não tem maiores novidades, é realmente um prato requentado (e não requintado!). Johnny Depp retomou aos maneirismos do Capitão Jack Sparrow, algo que o público em geral parece apreciar bastante. Curiosamente seu jeito de ser foi inspirado - acredite! - no roqueiro Keith Richards dos Rolling Stones. E não é que o próprio músico acabou fazendo uma pontinha divertida no filme como o pai do pirata de Depp! Ironia pouca é bobagem. Então é isso, mais um exemplar perdulário da Disney com esses piratas do cinema que foram inspirados em um brinquedo da Disneylândia. Vai entender a mente desses executivos...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra

Eu acompanhei a carreira do ator Johnny Depp desde os anos 80. Naquela época ele só atuava em filmes mais cult, artísticos. Por isso era um dos jovens atores mais prestigiados pela crítica mundial. O tempo passou e em 2003 ele finalmente se rendeu ao cinemão mais comercial de Hollywood. Deixou sua imagem de ator alternativo de lado para abraçar esse blockbuster da Disney. O mais curioso dessa metamorfose é que o filme não era baseado em um livro, nem um game, mas sim em uma atração do parque Disneyworld, isso mesmo, um brinquedo muito popular entre os visitantes de lá. Absurdo? Ora, em Hollywood nada se cria, tudo se transforma, tudo se copia...

O curioso é que apesar de revisitar um velho tema em termos de gêneros cinematográficos, a dos filmes de piratas, bem populares nos tempos de Errol Flynn, essa nova produção tinha como alvo o público mais jovem, que frequentava salas de cinema dos shopping centers. Assim havia farto uso de efeitos especiais de última geração, com um toque de magia e fantasia que não ficariam deslocados em um filme da série "O Senhor dos Anéis". O resultado foi, pelos menos comercialmente, muito bom. Esse primeiro filme rendeu quase um bilhão de dólares, o colocando entre as maiores bilheterias de todos os tempos, abrindo espaço para uma franquia que não parece ter fim, pois até hoje em dia está em cartaz. Johnny Depp obviamente ficou milionário. Dos cachês pequenos dos filmes de arte, ele pulou para o primeiro time entre os mais bem pagos da indústria cinematográfica americana. Nada mais justo, uma vez que seu pirata Jack Sparrow (inspirado nos maneirismos de Keith Richards dos Stones) era certamente uma das melhores coisas do filme.

Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl, Estados Unidos, 2003) Direção: Gore Verbinski / Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio / Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Keira Knightley / Sinopse: O Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) é um pirata do século XVII que precisa quebrar uma maldição envolvendo sua tripulação e seu navio, o Pérola Negra! Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Johnny Depp), Melhor Maquiagem, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Johnny Depp).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de março de 2018

O Senhor dos Anéis: As Duas Torres

Eu considero esse o melhor filme da trilogia "O Senhor dos Anéis". Os motivos para isso são muitos. Primeiro de tudo é que aqui já não houve mais a necessidade de se apresentar os diversos personagens da obra de J.R.R. Tolkien, algo que tornou o primeiro filme meio burocrático. Também não se tem a sensação de lenga-lenga, de encheção de linguiça, que vimos no primeiro filme. Se me lembro bem o filme anterior perdia muito tempo para não contar estória nenhuma, fazendo com que tudo se arrastasse em demasia, principalmente nos 45 minutos finais que se tornaram um exercício de paciência digno de um monge tibetano. Aqui não, nada disso acontece. Há um melhor desenvolvimento dos hobbits, ao mesmo tempo em que se mostram as cartas dos vilões, os antagonistas, que acabaram (quase) roubando o filme dos protagonistas, que com seu excesso de bondadismo poderiam colocar tudo a perder.

Outro aspecto digno de nota vem das inúmeras e excelentes cenas de batalha campal. O diretor  Peter Jackson teve receios do filme ficar com cara de videogame, algo que aconteceu bastante em outras produções que exageram na computação gráfica. Em momentos pontuais isso realmente aconteceu, temos que admitir, mas não foi a regra geral. Considero todas as cenas muito bem feitas, o que foi fruto do uso do que havia de melhor no mercado em termos de efeitos digitais de última geração. Grande parte do orçamento de 94 milhões de dólares aliás foi usado justamente para pagar por esses efeitos especiais. Para os padrões atuais o orçamento desse segundo filme nem foi algo fabuloso, de impressionar. Poderíamos dizer que foi apenas mediano, o que não atrapalhou em nada o resultado final. Sucesso de público e crítica, o filme conseguiu até mesmo arrancar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme do ano, o que achei um certo exagero na época. Até porque todas as demais indicações eram apenas técnicas. Não venceu, mas acabou trazendo pela primeira vez um grande prestígio por parte da Academia para esse tipo de produção de fantasia.

O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (The Lord of the Rings: The Two Towers, Estados Unidos, 2002) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Stephen Sinclair e Peter Jackson. baseados na obra imortal de J.R.R. Tolkien  / Elenco: Elijah Wood, Ian McKellen, Viggo Mortensen, Cate Blanchett, Orlando Bloom, Billy Boyd, Christopher Lee, Sean Bean, Andy Serkis / Sinopse: Frodo e seus companheiros continuam na sua jornada para destruir o anel. Durante a viagem descobrem que estão sendo perseguidos por uma estranha criatura obcecada pelo objeto. Ele se apresenta como Gollum, antigo possuidor da joia, alguém corroído pela ganância e pela sede do poder do anel. Enquanto isso Aragorn,  Legolas e Gimli chegam no Reino do Rohan, onde o Rei está amaldiçoado pelo maléfico Saruman. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

Esse é o quinto filme da franquia "Piratas do Caribe". Somando-se as bilheterias de todos os filmes anteriores o estúdio faturou quase quatro bilhões de dólares arrecadados nos cinemas! É um valor assombroso! Por isso a Disney parece não querer largar o osso. Curiosamente esse quinto filme acabou decepcionando comercialmente, mostrando que o público finalmente cansou das aventuras do capitão pirata Jack Sparrow. Com orçamento de 230 milhões de dólares (outra fortuna), o filme mal conseguiu até agora se pagar nas bilheterias de cinema. Provavelmente, depois desse pífio desempenho, a franquia finalmente chegue ao seu tão adiado final. Realmente não há muito mais a se explorar. O roteiro desse novo filme, por exemplo, é apenas uma variação de todos os anteriores. Há obviamente o protagonista carismático, sempre envolvido em cenas absurdas, um capitão querendo vingança  e alguns personagens secundários que não fazem muita diferença no final. E claro, não poderíamos esquecer, muitos efeitos visuais, os mais bem realizados de Hollywood. Aqui temos tubarões zumbis (isso mesmo que você leu!) aliados a um navio fantasma (literalmente falando) com toda a tripulação morta voltando ao mundo dos vivos para uma acerto de contas definitivo com Sparrow.

Por falar nesses marinheiros mortos, a melhor coisa do filme é justamente o vilão, o capitão espanhol Salazar (Javier Bardem), No passado ele teve seu navio afundado por uma manobra de Jack Sparrow. Sua nau bateu nos recifes e todos morreram, inclusive ele. Envoltos numa maldição eterna eles conseguem voltar ao mundo dos vivos para se vingarem finalmente de Sparrow. Os efeitos digitais são muito bem feitos, como já escrevi, em especial o visual etéreo de Salazar, com seus cabelos sempre dando a impressão de que ele está afundando no fundo do mar (afinal ele morreu justamente assim). Fora isso esse quinto filme é mais do mesmo. Há o breve retorno de alguns personagens do primeiro filme e até uma aparição divertida de Paul McCartney como o tio de Sparrow,  Pena que são apenas aspectos menores que ajudam a passar o tempo.

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales, Estados Unidos, 2017) Direção: Joachim Rønning, Espen Sandberg / Roteiro: Jeff Nathanson / Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Javier Bardem, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Keira Knightley, Paul McCartney / Sinopse: O falecido capitão espanhol Salazar (Bardem) volta para o mundo dos vivos para se vingar do capitão pirata Jack Sparrow (Depp), a quem ele culpa por sua morte e de seus tripulantes. Filme indicado ao Teen Choice Awards.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O Hobbit: A Desolação de Smaug

Nesse fim de semana resolvi assistir aos dois últimos filmes dessa nova trilogia de Peter Jackson, "O Hobbit". O primeiro filme tive oportunidade de ver em seu lançamento. Sendo bem sincero não chegou a me empolgar completamente embora ficasse muito longe de ser ruim. Ao contrário da trilogia original de "O Senhor dos Anéis", o fato é que dessa vez Jackson não contou com um material original tão rico como da primeira vez. O livro "O Hobbit" escrito por J.R.R. Tolkien em 1937 é claramente uma obra infantil, sem a riqueza de detalhes de seus romances posteriores. Por essa razão o enredo é bem simples e sem maiores desdobramentos. Basicamente é a jornada de Bilbo Baggins e um grupo de anões em direção à montanha do antigo reino de Erebor, que marcou o auge da era de ouro daquele povo. Dentro há um imenso tesouro, inigualável dentro da Terra Média.  O problema é que essa riqueza está sendo guardada pelo dragão Smaug, que no passado causou destruição e morte por onde passou. O objetivo do hobbit não é enfrentar e matar aquele monstro, mas sim roubar uma pedra que dará ao seu dono o poder real sobre os sete reinos dos anões. Assim Bilbo, que tem fama de ser um ladrão talentoso (por mais estranho que isso possa parecer), deverá entrar na montanha tirando de lá a preciosa pedra. Com ela Thorin "Escudo de Carvalho" (Richard Armitage) pretende se tornar o senhor absoluto dos anões. No caminho eles precisam superar uma floresta milenar e sinistra, monstros, aranhas gigantes e é claro a fúria dos Orcs, que agora parecem estar sob o comando de um estranho e ainda desconhecido poder maligno, temido inclusive pelo mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen).

A partir daqui irei colocar spoiler, assim se você ainda não viu ao filme aconselho a não seguir o texto em frente. Pois bem, talvez o maior problema de "O Hobbit: A Desolação de Smaug" seja o fato dele ser bem inconclusivo. Tudo bem que no fundo a trilogia se trata na verdade de apenas um filme, separado em três partes, por motivos comerciais, porém deveria ter sido escolhido um critério melhor para fechar cada filme. Entenda o problema aqui. A questão é que Peter Jackson não fez um boa separação dos eventos entre as três produções. Perceba, por exemplo, que nesse roteiro temos a chegada dos anões na montanha, o enfrentamento de Smaug e sua fuga em direção ao pequeno vilarejo do lago, onde pretende se vingar da cobiça daqueles que querem roubar seus tesouros. Quando Smaug sai da montanha, Jackson resolveu terminar o filme! Teria sido bem mais lógico o diretor ter incluído o ataque da criatura no final dessa segunda sequência pois assim teríamos a conclusão dos acontecimentos principais dessa parte do livro. Ao contrário disso Peter Jackson, sabe-se lá a razão, resolveu seguir a fórmula dos velhos seriados de cinema dos anos 1930 e 1940, colocando os protagonistas em um momento final crucial, inconclusivo, de perigo e suspense, para tudo continuar e se concluir na semana seguinte, no próximo episódio. O problema é que cada filme foi lançado com intervalos anuais entre si, assim o espectador que foi assistir a essa parte 2 ficou literalmente no meio do caminho, não vendo nenhum dos eventos mostrados e desenvolvidos no filme sendo concluídos. Não resta dúvida que Peter Jackson é um grande cineasta, mas aqui ele errou, juntamente ao também roteirista, cineasta e amigo Guillermo del Toro, que também assinou o roteiro. Mesmo assim, sendo tão inconclusivo, não precisa se preocupar. É um filme tecnicamente impecável, com ótimas cenas e produção classe A. Afinal de contas Jackson pode ter se equivocada na separação dos eventos mostrados no livro de Tolkien, mas definitivamente não errou na mão ao colocar na tela todo aquele universo de fantasia e imaginação.

O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug, Estados Unidos, 2013) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Guillermo del Toro, Philippa Boyens e Fran Walsh, baseados na obra "The Hobbit" de J.R.R. Tolkien / Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Cate Blanchett / Sinopse: Organizados pelo Mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen), o hobitt Bilbo Baggins (Martin Freeman) e um pequeno grupo de anões vão em direção à montanha de Erebor, para tentar encontrar uma preciosa pedra que trará ao seu possuidor o direito de reinar sobre todos os reinos desse povo na Terra Média. Antes de cumprir sua missão porém eles terão que passar pelo terrível dragão Smaug. Filme indicado aos Oscars de Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao Grammy Awards na categoria de Melhor Canção Original, "I See Fire" de Ed Sheeran.

Pablo Aluísio. 

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos

Esse é o último filme da franquia "O Hobbit". Como era de se esperar traz a conclusão da história. O roteiro começa mostrando a devastação causada pelo dragão Smaug no pequeno vilarejo do lago. Como eu escrevi no texto anterior esse ataque deveria ter sido usado como clímax no filme anterior pois fecharia bem aqueles acontecimentos explorados pelo segundo filme. Esse porém não foi o caminho escolhido por Peter Jackson. Considero essa sequência a melhor de todos os filmes. Muito bem executada e dirigida, contando com excelentes efeitos especiais. O dragão Smaug é sem dúvida o melhor personagem dessa nova trilogia, por mais estranho que isso possa soar. O fato dele falar e ter uma personalidade (ressaltada pelo ótimo trabalho de interpretação de voz pelo dublador Benedict Cumberbatch) acrescentou bastante ao filme como um todo. A luta para matar a criatura mitológica é certamente empolgante. Passado essa fase parte-se então para a montanha de Erebor, já dominada pelos anões. Como foi profetizado por Smaug a posse de toda aquela riqueza começa a corroer os valores morais e éticos do agora Rei Thorin (Richard Armitage). Ele se torna mesquinho, avarento e desprezível, ao ignorar a própria promessa que havia feito aos moradores do vilarejo antes de rumar em direção à montanha. Essa parte da história foi o momento em que J.R.R. Tolkien usou para criticar a ganância e a miséria que se abatem sobre os corações dos homens quando eles se tornam ricos e poderosos. Uma metáfora muito sutil e inteligente criada para que as crianças entendam desde cedo esse lado pouco louvável da alma humana. Em relação ao filme em si não haveria como criticar muito Peter Jackson nessa altura da trilogia já que ele contou com pouco material original para trabalhar. Eu até mesmo fico bem admirado em perceber que ele fez um filme de duas horas e quarenta minutos de duração em cima de apenas algumas páginas que trazem a conclusão de "O Hobbit" na literatura.

A conclusão do livro de J.R.R. Tolkien narra apenas a batalha envolvendo Elfos, humanos, Orcs e Anões pela possibilidade de assumir o controle sobre toda a riqueza que está dentro da montanha. Tudo muito sucinto e sem maiores detalhes. Assim Peter Jackson e sua equipe de roteiristas tiveram que rebolar para criar situações e mais situações para preencher o filme como um todo. Por essa razão não espere muito em termos de argumento e roteiro de "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos" pois o que basicamente se desenvolve aqui são confrontos e mais confrontos das raças da Terra Média no campo de batalha e nada muito além disso. Há também a morte de alguns personagens importantes, os sentimentos de luto e perda por eles e finalmente o retorno ao lar de Bilbo. Depois de muitos meses longe de lá ele finalmente retorna ao condado, de volta para sua vidinha de hobbit (e que Jackson aproveita para fazer uma pequena ponte com o começo da história de "O Senhor dos Anéis", fechando definitivamente o ciclo da obra de Tolkien). O filme também marca a despedida de Christopher Lee ao mundo do cinema. Após incríveis 278 filmes ele finalmente deu adeus à sétima arte em uma sequência muito boa e bem produzida que fez jus ao seu incrível trabalho por todos esses anos. Um adeus merecido a esse grande nome do cinema de fantasia. Os demais atores cujos personagens participaram da trilogia "O Senhor dos Anéis" passaram por um processo digital de rejuvenescimento com destaque para Orlando Bloom e Cate Blanchett. O efeito serve para demonstrar as incríveis possibilidades que a computação gráfica possibilita aos diretores nos dias de hoje. Então é isso, "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos" passa longe de apresentar um roteiro brilhante ou algo assim, porém diverte bastante. Os fãs da obra de J.R.R. Tolkien certamente não ficarão decepcionados.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit: The Battle of the Five Armies, Estados Unidos, 2014) ) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Guillermo del Toro, Philippa Boyens e Fran Walsh, baseados na obra "The Hobbit" de J.R.R. Tolkien / Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Cate Blanchett / Sinopse: Depois da morte do dragão Smaug, os anões finalmente tomam posse da montanha de Erebor. O novo Rei Thorin "Escudo de Carvalho" (Richard Armitage) porém começa a ser corroído pela avareza e ganância, algo que atinge a praticamente todos que alcançam tamanho poder e riqueza. Ele ignora as promessas que havia feito e se recusa a ajudar os humanos do vilarejo que foi destruído pelo dragão. Seus problemas porém só começaram. A montanha passa a ser alvo de Elfos e Orcs, que lutarão pelo controle dessa riqueza inimaginável. Uma guerra de proporções épicas está para começar. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição de Som. Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio. 

domingo, 15 de junho de 2014

O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei

Título no Brasil: O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei
Título Original: The Lord of the Rings - The Return of the King
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Fran Walsh, baseado na obra de J.R.R. Tolkien
Elenco: Elijah Wood, Viggo Mortensen, Ian McKellen, Cate Blanchett,Orlando Bloom, Sean Astin, Sean Bean, Christopher Lee 

Sinopse:
Sauron (Sala Baker) está decidido a se apoderar do anel que lhe dará imensos poderes. Para isso envia o mago Saruman (Christopher Lee) para capturar Frodo (Elijah Wood), Sam (Sean Astin) e os demais hobbits que estão em posse da preciosidade. Enquando isso Gandalf (Ian McKellen) lidera as forças do bem. Filme vencedor de onze prêmios da Academia nas categorias Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Edição, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Música Original, Melhor Mixagem de Som e Melhores Efeitos Especiais. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção, Música Original e Roteiro.

Comentários:
É o mais bem sucedido filme da franquia "The Lord of the Rings". Também foi o mais premiado, muito embora pessoalmente acredite que o filme foi tão homenageado por ser a conclusão da série (valendo como uma premiação pelo conjunto da obra). Penso que "O Senhor dos Anéis - As Duas Torres" ainda deve ser considerado o melhor filme, isso de um ponto de vista estritamente cinematográfico. O roteiro é melhor trabalhado e a trama tem um desenvolvimento mais bem escrito. Nessa conclusão há uma certa confusão em apresentar tantas estórias paralelas ao mesmo tempo - fruto, é claro, da complexidade da obra original de J.R.R. Tolkien. Depois do lançamento do filme houve boatos de que Peter Jackson teve muitos problemas com o roteiro no set de filmagem, sendo que muitas partes eram reescritas praticamente no calor das filmagens, o que demonstra uma certa preocupação em encaixar tudo no último filme, o que sinceramente o deixou levemente truncado. Quem nunca leu o livro, por exemplo, ficará um pouco perdido com tantos povos, culturas e batalhas acontecendo praticamente ao mesmo tempo. Talvez fosse melhor que mais um filme fosse realizado para caber tanta informação para o espectador. De qualquer maneira como foi o que mais rendeu nas bilheterias e o mais bem sucedido em termos de reconhecimento, isso tudo se torna apenas uma observação jogada ao vento, pois se trata mesmo de um belo filme, embora não seja perfeito.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra

Título no Brasil: Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra
Título Original: Pirates of the Caribbean - The Curse of the Black Pearl
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio
Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Orlando Bloom

Sinopse:
No século XVII, no auge da era dos piratas, o capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) acaba tendo seu navio, o Pérola Negra, roubado por um rival, Barbossa (Geoffrey Rush)! O que Sparrow nem desconfia é que a tripulação de seu navio sob o comando de Barbossa está agora completamente amaldiçoada. Filme indicado a cinco prêmios da Academia nas categorias Melhor Ator (Johnny Depp), Melhor Maquiagem, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Especiais. Indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Comédia ou Musical (Depp). 

Comentários:
Esse foi o primeiro filme da franquia "Pirates of the Caribbean". A Disney foi ousada pois investiu 150 milhões de dólares em um roteiro que havia sido escrito tendo como base um brinquedo de seu parque temático em Orlando! Imagine você! Não tenho conhecimento de nenhum outro filme da história que tenha sido realizado inspirado em brinquedos de parques de diversão mas enfim... são sinais dos novos tempos. De uma forma ou outra a aposta deu muito certo e "Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra" se tornou um sucesso espetacular de bilheteria, rendendo praticamente dez vezes o seu custo de produção, ou seja, uma verdadeira fortuna arrecadada pelos cinemas do mundo todo. De minha parte, apesar de gostar muito de filmes de piratas, capa e espada e coisas do tipo, essa série nunca me satisfez plenamente. Falta algo a mais para que eu venha a considerar como algo realmente marcante. Certamente é divertido, mas como todo blockbuster milionário da indústria de cinema americana se rende a clichês de forma muito fácil. Com esse tipo de filme Johnny Depp, que por anos cultivou uma postura de ator cult, se rendeu completamente ao cinemão comercial pipoca. E pelo visto a coisa vai longe pois vem aí novos filmes. Previsto para estrear em 2016, o capitão Jack Sparrow estará de volta às telas com "Piratas do Caribe: Os Mortos Não Contam Histórias". Quem viver, verá. 

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de junho de 2014

O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel

Título no Brasil: O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel
Título Original: The Lord of The Rings The Fellowship of the Ring
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Fran Walsh, baseado na obra de J.R.R. Tolkien
Elenco: Elijah Wood, Ian McKellen, Orlando Bloom, Cate Blanchett, Sean Astin, Ian Holm, Christopher Lee, Viggo Mortensen 

Sinopse:
Frodo Baggins (Elijah Wood) é um hobbit que fica de posse de um antigo anel que havia pertencido ao seu tio Bilbo Baggins (Ian Holm). Após mostrá-lo para Gandalf (Ian McKellen) esse o alerta de que não se trata de uma peça comum, mas sim de um poderoso artefato que dará poderes inimagináveis para quem o usar. Se cair nas mãos de Sauron será o fim da Terra Média. Filme indicado a treze prêmios da Academia. Vencedor dos Oscars de Melhor Fotografia, Maquiagem, Música e Efeitos Especiais.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme da trilogia "The Lord of the Rings". Durante muitos anos se pensou que o livro escrito por J.R.R. Tolkien não poderia ser adaptado para o cinema. Era uma obra tão complexa e que exigia um orçamento tão imenso que nenhum estúdio estava disposto a arriscar. Coube ao mediano New Line Cinema topar o desafio. O resultado se vê em cada pequeno detalhe. Uma produção realmente maravilhosa que conseguiu fazer jus ao talento do grande escritor. O interessante é que não se trata de um filme com orçamento gigantesco. Essa primeira aventura, por exemplo, custou menos do que 100 milhões de dólares, um valor muito razoável para um filme desse porte. Palmas também para Peter Jackson que de diretor desacreditado no começo do projeto se revelou um verdadeiro mestre nesse tipo de produção. Para economizar custos e aproveitar a linda natureza local o estúdio enviou toda a equipe para a Nova Zelândia - uma ilha bem ao lado da Austrália, onde tudo foi realizado sem maiores problemas. Não há como negar que "The Lord of the Rings - The Fellowship of the Ring" seja um marco do cinema de fantasia. Revisto hoje em dia já não causa mais tanto impacto, mas isso se deve principalmente aos dois filmes que viriam a seguir, que se revelaram bem superiores a esse. De qualquer maneira é uma bela obra cinematográfica.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de junho de 2014

Tróia

Título no Brasil: Tróia
Título Original: Troy
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Wolfgang Petersen
Roteiro: David Benioff
Elenco: Brad Pitt, Eric Bana, Orlando Bloom, Peter O'Toole

Sinopse:
Baseado na obra de Homero o filme conta a história da lendária guerra de Tróia que supostamente ocorreu no ano de 1193 a.C. Um evento banal envolvendo questões familiares deu origem a um intenso conflito armado entre as poderosas cidades estados de Messênia e Tróia. Liderando os exércitos invasores surge o valente e heróico Aquiles (Brad Pitt). Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Figurino.

Comentários:
Alguns filmes épicos tinham tudo para se tornarem clássicos modernos da sétima arte, o problema é que muitas vezes os produtores optam por realizar blockbusters vazios que visam apenas satisfazer os desejos de uma platéia jovem e pouco interessada em história. Ao invés de contar tudo da forma mais crível possível se opta por enredos fantasiosos e baseados em cenas de ação gratuitas. Esse "Tróia" vai por esse caminho. O cineasta Wolfgang Petersen perdeu o controle sobre o filme e os executivos da Warner impuseram sua visão de realizar um filme feito meramente para alcançar grandes bilheterias na temporada mais competitiva do cinema americano. Ao custo de 175 milhões de dólares, "Tróia" tem tudo que a indústria americana tem de melhor a oferecer em aspectos puramente técnicos, principalmente em seus ótimos efeitos digitais, figurinos luxuosos e cenas de impacto visual. A única coisa que não tem é um bom roteiro que logo se perde em bobagens históricas. Brad Pitt, que sempre considerei um bom ator está particularmente medíocre no papel de  Aquiles e como todo o restante do elenco é fraco (alguém vai esperar alguma coisa de Orlando Bloom?) o filme deixa aquela sensação de pastel de vento. Não alimenta e nem enriquece, só engorda.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de abril de 2014

Cruzada

Título no Brasil: Cruzada
Título Original: Kingdom of Heaven
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Ridley Scott
Roteiro: William Monahan
Elenco: Orlando Bloom, Eva Green, Liam Neeson, Jeremy Irons, Liam Neeson, Alexander Siddig

Sinopse:
Produção de 130 milhões de dólares que recria o contexto histórico das grandes cruzadas quando a Igreja, unida aos nobres europeus da idade média, resolveram libertar Jerusalém e a Terra Santa das mãos dos muçulmanos infiéis. Para isso foi formado um exército que rumou em direção à cidade onde travou-se uma verdadeira batalha pela posse da região.

Comentários:
Muita gente não gostou desse "Cruzada". Eu até entendo a razão. Afinal de contas o filme era dirigido por Ridley Scott e só esse fato já levava muitos a pensarem que teríamos pela frente algo parecido com "Gladiador" ou até mesmo "Falcão Negro em Perigo". Trocando em miúdos, muitos pensaram que iriam assistir a um filme com muita adrenalina, só que passada na Idade Média. Quando chegaram ao cinema se depararam com um roteiro cheio de detalhes, mostrando intrigas políticas envolvendo os cruzados. Certamente não é aquele tipo de produção que você vai ver os cavaleiros templários em batalhas sem fim contra os muçulmanos. Há uma preocupação legítima do roteiro em explicar o contexto histórico onde tudo se desenvolveu. Talvez por essa razão muita gente achou o filme simplesmente chato. Não foi o meu caso. Gosto bastante de história e ver um texto assim tão caprichoso em mostrar aqueles eventos me deixou muito satisfeito - e até surpreendido! O filme só não é uma obra prima por causa do elenco que tem suas falhas. Tentaram alçar o inexpressivo Orlando Bloom ao estrelato mas aqui ele prova porque nunca virou um astro. Ainda bem que temos atores do porte de um Jeremy Irons para salvar tudo do mero ordinário. É um filme diferente de Ridley Scott mas muito bom no saldo final, apesar de certos tropeços. Vale a pena conferir.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de novembro de 2012

Falcão Negro em Perigo

"Falcão Negro em Perigo" é um filme de guerra stricto sensu. O que significa isso? Significa que seu roteiro não perde tempo com aspectos externos ao que ocorre fora do front, do campo de batalha. Há uma situação de combate no centro da trama e é nisso que o filme literalmente centra fogo. Sem perda de tempo com abobrinhas ou maior desenvolvimento dos combatentes. Eles são militares, estão sob fogo cruzado e vão rebater com artilharia pesada. Simples assim. No fundo é um projeto muito pessoal do diretor Ridley Scott. Muito provavelmente comovido pelos acontecimentos de 11 de setembro ele resolveu filmar esse evento histórico real que aconteceu no distante país africano da Somália. Esse é um daqueles países que vive mergulhado em sangrentas guerras civis sem fim. Mostra bem a triste realidade da África, como se não bastasse ser o continente mais miserável do planeta ainda é dominado por ditadores sanguinários quem nem pensam duas vezes em exterminar seu próprio povo. E justamente lá que chega um grupo de militares especializados das forças armadas norte-americanas formada pelos esquadrões Delta Force e Rangers. Eles estão no país em busca de terroristas internacionais mas bem no meio da missão um acidente acontece e eles ficam sob fogo cerrado do inimigo. A partir daí o filme não perde mais tempo, com ação da primeira à última cena.

O resultado soa bem realizado mas por vezes confuso e violento além da conta. Não foi intenção de Ridley Scott filmar mais uma patriotada americana mas lidando com um tema desses ficou quase impossível de não cair na armadilha. Não há um personagem central que chame a atenção e o foco do espectador e assim é inevitável que o público fique meio perdido no meio de tantos tiroteios, gritos, edição nervosa e frenética. É curioso que um diretor como Ridley Scott tenha dirigido um filme assim, que se esquece completamente de dar uma noção melhor a quem assiste dos personagens em cena. Tecnicamente não há como negar que o filme beira à perfeição - tanto que venceu os Oscars técnicos de seu ano (Som, Edição e Montagem). Se fosse menos frenético provavelmente teria ganho mais simpatias dos membros da Academia em outras categorias importantes. Muito se comentou em seu lançamento da semelhança com Soldado Ryan mas esse tipo de comparação realmente não procede uma vez que "Falcão Negro em Perigo" é muito mais modesto em suas pretensões. Visto como pura adrenalina o filme realmente funciona muito bem, porém como obra cinematográfica faltou um pouco mais de capricho na apresentação de seus personagens. Mesmo com essa falha é válido recomendar a produção, principalmente para os fãs de filmes mais viscerais.

Falcão Negro em Perigo (Black Hawk Down, Estados Unidos, 2001) Direção: Ridley Scott / Roteiro:: Ken Nolan / Elenco: Josh Hartnett, Ewan McGregor, William Fichtner, Eric Bana, Tom Sizemore, Jason Isaacs, Jeremy Piven, Sam Shepard, Orlando Bloom. / Sinopse: Durante a Guerra Civil da Somália um grupo de soldados americanos são enviados ao front com o objetivo de capturar membros terroristas leais ao ditador do país. Dois helicópteros Black Hawk são derrubados durante a operação e os militares americanos encurralados no local entram em uma ferrenha batalha campal contra as forças da região.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Wilde

Oscar Wilde (1854 - 1900) foi um dos maiores dramaturgos e escritores da literatura inglesa. Escreveu entre outros os grandes clássicos "O Retrato de Dorian Gray", "O Fantasma de Canterville" e na poesia "Rosa Mystica". Além de grande autor era também uma figura polêmica, desafiadora para os rígidos padrões da sociedade britânica de seu tempo. Com frases extremamente inteligentes satirizava a sisuda alta sociedade de seu país, usando sua pena de forma mordaz e contundente. A sua ligação com a sétima arte vem de longe com as inúmeras adaptações que "O Retrato de Dorian Gray" teve para o cinema. Aqui porém o foco é desviado para a própria pessoa do escritor, mostrando aspectos de sua biografia. Achei uma produção muito bem conduzida, escrita e interpretada. 

A primeira parte do filme pode soar confusa para quem não conhece a biografia do escritor mas aos poucos tudo vai se desenvolvendo melhor. As cenas iniciais mostram Oscar no oeste americano, visitando uma mina. Curiosamente essa turnê de Wilde nos Estados Unidos foi um fator decisivo para a construção de sua fama e mito. Depois desse começo meio desencontrado o filme finalmente deslancha. O elenco está muito bem, principalmente Stephen Fry como Wilde. Sua personalidade ao mesmo tempo irônica e ousada foi muito bem capturada pelo ator. Eu tenho restrições em relação ao Jude Law (que aqui interpreta Bosie, o jovem amante do escritor). Isso porque o verdadeiro Bosie era muito mais jovem do que Law. Além disso era mais afeminado e delicado. Nesse aspecto Jude não conseguiu capturar com fidelidade o personagem real, mostrando um jovem frívolo mas raivoso e em certos momentos violento. O roteiro retrata a conturbada relação entre Wilde e Bosie com muito bom gosto, sem se tornar ofensivo ou vulgar. O texto não perde muito tempo no julgamento de Wilde e se concentra mais no tumultuado triângulo amoroso que liga Wilde, Bosie e Constance, a esposa de Oscar. Achei a decisão bem acertada pois não torna o filme cansativo e chato até porque cenas de tribunais costumam ficar enfadonhas. O saldo final é muito bom. Em conclusão devo dizer que vale bastante conhecer esse filme. Além de ser interessante do ponto de vista histórico "Wilde" ainda lida com a questão do homossexualismo em plena era vitoriana. Está mais do que recomendado.  

Wilde (Wilde, Estados Unidos, 1997) Direção: Brian Gilbert / Roteiro: Richard Ellman, Julian Mitchell / Elenco: Stephen Fry, Jude Law, Tom Wilkinson, Vanessa Redgrave, Jennifer Ehle, Gemma Jones, Judy Parfitt, Michael Sheen, Orlando Bloom./ Sinopse: Cinebiografia do escritor Oscar Wilde. 

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de abril de 2012

Os Três Mosqueteiros

Alguns filmes são totalmente desnecessários. Um caso que retrata bem isso é esse "Os Três Mosqueteiros" versão 2011. O famoso livro de Alexandre Dumas já foi adaptado várias vezes no cinema e já encontrou sua versão definitiva, então tirando a ganância dos produtores pelo lucro fácil qual é a razão de se realizar um filme assim? Ser fiel ao livro certamente não foi. Essa nova versão é completamente alheia ao famoso texto. Tirando o nome dos personagens pouca coisa se assemelha ao original. Novos personagens aparecem do nada e outros simplesmente somem do mapa. Milady vira uma versão trash de Resident Evil. Incrível como até as cenas do corredor de armadilhas de Resident Evil foram descaradamente copiadas aqui (sem resultado nenhum). Milla Jojovich aliás continua realizando os mesmos filmes horrorosos de sempre. Sequer merece ser chamada de atriz. Tudo é exagerado beirando a histeria. Inventaram de colocar caravelas voadoras em cena, uma coisa pavorosa, sem graça, desproporcional ao extremo. A tentativa de imitar "Piratas do Caribe" é evidente e soa grotesca! A overdose de efeitos digitais cansam o espectador. Paris e Londres, por exemplo, foram recriados digitalmente com resultados bem ruins (nada convincentes e com cara de vídeo game).

O elenco é todo fraco. Além da já citada Milla (péssima) o filme desperdiça a presença de Christoph Waltz. Aliás o que aconteceu com ele? Só estrela bomba ultimamente. Aqui interpreta o Cardeal Richelieu mas nunca decola, está sempre apático, transparecendo aborrecimento! Desde que emplacou com "Bastardos Inglórios" parece que ele perdeu o rumo se envolvendo em projetos ruins e ridículos, um atrás do outro. Tem se equivocado em suas escolhas sistematicamente. Será a maldição do Oscar? Espero que reencontre o caminho na carreira pois é um ator talentoso. Outra decepção do elenco é o grupo de atores que interpretam os 3 mosqueteiros e D´artagnan, todos sem carisma. Logan Lerman que faz D´artagnan, por exemplo, tem rosto inexpressivo e talento inexistente! Lamentável. Os demais sequer são dignos de nota. Enfim, muita megalomania, muita pirotecnia e um resultado pífio e raso. Assim se pode definir com poucas palavras o novo "Os Três Mosqueteiros". Uma perda de tempo completa.

Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers, EUA, 2011) Direção: Paul W.S. Anderson / Roteiro: Andrew Davies, Alex Litvak, baseado na obra de Alexandre Dumas / Elenco: Logan Lerman, Milla Jovovich, Orlando Bloom, Matthew Macfadyen, Christoph Waltz, Luke Evans / Sinopse: Releitura do famoso livro de Alexandra Dumas retratando as aventuras de Porthos (Ray Stevenson), Athos (Luke Evans) e Aramis (Matthew Macfadyen) e o jovem D'Artagnan (Logan Lerman), os mosqueteiros do Rei.

Pablo Aluísio.