Mostrando postagens com marcador Sam Neill. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Sam Neill. Mostrar todas as postagens

sábado, 19 de agosto de 2023

Peaky Blinders - Segunda Temporada

Peaky Blinders - Segunda Temporada
Terminei de assistir ontem à segunda temporada da série Peaky Blinders. Temporada curta, com apenas seis episódios. Esse é o caminho que as séries mais bem produzidas andam seguindo nos últimos tempos. No máximo dez episódios. Muito melhor para o espectador. Pois bem, aqui temos uma mudança nos caminhos da gangue Peaky Blinders. O seu líder, Thomas Shelby, agora tem contatos com a coroa inglesa. Certos serviços sujos precisam ser feitos, coisas à margem da lei. Agentes oficiais não poderiam fazer esse tipo de coisa, então nesse campo cinzento entram os Peaky Blinders. Em troca recebem certos favores, principalmente na área comercial envolvendo importação e exportação de produtos. 

E o que acontece no final de Peaky Blinders? O serviço sujo da vez é eliminar um militar envolvido com questões do IRA, o Exército Revolucionário irlandês, bem conhecido no passado por causa de suas táticas terroristas e de violência extrema. E tudo será feito durante uma corrida tradicional de cavalos onde até mesmo o Rei da Inglaterra estará presente. Questão delicada, envolvendo até mesmo pontos de segurança nacional. Enquanto todos apostam e acompanham o Derby, Thomas Shelby tem que matar seu alvo, de forma segura e limpa. 

O destaque em termos de elenco vai para o ator Cillian Murphy que interpreta o personagem Thomas Shelby. Ele poderia ser qualquer jovem inteligente e bem sucedido no mundo dos negócios se não tivesse nascido naquele meio social violento. E seu maior objetivo é sair da sarjeta do submundo do crime para legalizar as atividades ilegais de seu grupo. Algo parecido com o Michael Corleone da saga "O Poderoso Chefão". Penso que seria inclusive um ótimo executivo de uma multinacional, se não estivesse atolado no mundo do crime.  

Outro destaque vem com o ator Sam Neill que interpreta seu rival, o policial, comandante e depois agente de inteligência do governo inglês, o Inspetor Chester Campbell. Um cargo importante que inclusive entra em contato direto com o primeiro-ministro inglês Winston Churchill. Mas não se engane, também é um sujeito que sabe jogar sujo, ignorando a lei completamente quando pensa ser necessário. Já Tom Hardy está bem mal aproveitado. Poderiam abrir maior espaço para ele. Enfim, temos aqui uma das melhores séries para seguir nesse momento, com todas as temporadas disponíveis na Netflix. Não deixe de assistir. 

Pablo Aluísio. 

domingo, 6 de agosto de 2023

À Beira da Loucura

Título no Brasil: À Beira da Loucura
Título Original: In the Mouth of Madness
Ano de Lançamento: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: John Carpenter
Roteiro: Michael De Luca
Elenco: Sam Neill, Charlton Heston, Jürgen Prochnow, Julie Carmen, David Warner, John Glover

Sinopse:
Um investigador é enviado para uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos para investigar o desaparecimento de um escritor de livros fantásticos. Ao que tudo indica, algo realmente saiu do normal e não é de se descartar o fato de haver uma outra dimensão paralela atuando em nosso mundo.

Comentários:
Dê a César o que é de César! O diretor John Carpenter foi um dos mais talentosos cineastas do cinema americano. Ele fez ótimos filmes, mas também cometeu seus pequenos e grandes deslizes. Esse filme aqui, não tão conhecido, é um dos pontos baixos de sua carreira. É um filme que começa bem, mas que com o roteiro confuso, logo torna tudo muito complicado de se acompanhar. Em certo momento, o espectador não consegue mais dividir a realidade da pura ilusão. E com isso, o filme perde. De bom mesmo, temos o elenco. Além de sempre muito bom ator de Sam Neill, podemos encontrar um mito da velha Hollywood, o ator Charlton Heston. Como eu escrevi, Dê a César o que é de César! 

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de julho de 2023

Peaky Blinders - Primeira Temporada

Peaky Blinders - Primeira Temporada 
Dentro do catálogo da Netflix atualmente essa série sem dúvida é uma das mais consistentes em termos de roteiro, produção e atuação. A história se passa na Inglaterra quando uma gangue de origem familiar chamada de Peaky Blinders atuava no submundo do crime de Londres e regiões próximas, principalmente no setor de apostas ilegais. De forma em geral eles seriam considerados na época como marginais de baixo clero, mas isso aos poucos passa a mudar quando eles ficam sob liderança de Thomas Shelby, um sujeito com uma inteligência acima da média, bom senso de oportunidades e um instinto certeiro para jogar naquele ambiente hostil e perigoso. 

Nessa primeira temporada a polícia local ganha um novo comandante, um veterano experiente e linha dura escolhido pessoalmente pelo primeiro-ministro. O que está em jogo é um carregamento de armas das forças armadas inglesas que foram parar nas mãos do IRA, o exército revolucionário irlandês. E por um lance de sorte parte das armas acaba indo para os Peaky Blinders. Assim a questão passa a ser de interesse de segurança nacional e não da criminalidade comum, do dia a dia. A série é muito bem produzida, contando com um elenco acima da média, com destaque para o antagonismo entre os personagens interpretados por Cillian Murphy e Sam Neill. Eles andam na tênue linha que separa o crime da lei e em muitos momentos o espectador vai ficar na dúvida sobre quem seria o criminoso e quem seria o representante da lei. Enfim, uma série muito recomendada. 

Peaky Blinders - Primeira Temporada (Reino Unido, Estados Unidos, 2013) Direção: Otto Bathurst, Tom Harper / Roteiro: Steven Knight, Stephen Russell / Elenco: Cillian Murphy, Sam Neill, Annabelle Wallis, Charlie Creed-Miles / Sinopse: Primeira temporada da série "Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas" contando com seis episódios, sendo exibida originalmente na Inglaterra entre os meses de setembro a outubro de 2013. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Sereias

Título no Brasil: Sereias
Título Original: Sirens
Ano de Lançamento: 1994
País: Reino Unido
Estúdio: British Screen Finance Ltd
Direção: John Duigan
Roteiro: John Duigan
Elenco: Hugh Grant, Tara Fitzgerald, Sam Neill

Sinopse:
O bispo pede a um artista excêntrico propenso a representações sexuais, que retire voluntariamente uma obra controversa chamada "Vênus Crucificada" de sua amostra. O ministro, que se considera progressista, está chocado com o clima amoral que envolve o pintor, sua esposa e as três modelos que moram em sua propriedade. A esposa do ministro também está perturbada e tem que lidar com desejos sexuais latentes enquanto tenta permanecer leal ao marido.

Comentários:
Assisti a esse filme há muito anos, em 1995. Havia uma pequena colocadora perto da minha casa, que tinha um catálogo muito bom de filmes sofisticados e elegantes. Era uma locadora que fugia do comum, do que era habitual encontrar em outras locadoras. Foi neste pequeno estabelecimento que encontrei esse filme para alugar. E olha que gostei bastante, é um filme sofisticado, de época, contando uma história curiosa. O cerne desse roteiro é justamente criticar a falsa moralidade dos ingleses puritanos. Temos aqui um pintor excêntrico, dada a extravagâncias sexuais. Isso deixa os conservadores chocados e ao mesmo tempo, atraídos por aquela vida sem moralidade. Filme muito interessante, com elenco acima da média. Pena que sumiu de cartaz. Nunca mais o vi sendo exibido em lugar nenhum.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de junho de 2022

Jurassic World Domínio

Mais um filme da longa e milionária franquia Jurassic Park. Interessante que essa franquia não parece perder sua capacidade de atrair público ao cinema, uma vez que esse filme já é considerado um dos grandes sucessos de bilheteria deste ano, sendo o único até o momento que conseguiu tirar Top Gun Maverick da primeira posição entre os filmes mais vistos nos Estados Unidos. Para não soar tão repetitivo e ao mesmo tempo manter uma linha de identidade com os filmes anteriores, o roteiro procurou introduzir novos personagens, ao mesmo tempo em que resgatou personagens dos velhos filmes. E aqui eu pude perceber um certo problema, uma vez que, se formos analisar bem, o filme tem muitos personagens centrais, a ponto de deixar claro aqui nessa resenha de que há no mínimo dez personagens de interesse nessa história. O resultado de tanta gente para o espectador prestar atenção é que o roteiro ficou um pouco diluído, deixando o mais importante um pouco de lado. O mais importante, claro, são os dinossauros, são eles em minha opinião que levam tanta gente ao cinema mesmo após tantos anos do lançamento do filme original.

E o que podemos falar dos Dinos? Eles estão novamente em grande número no filme e pela primeira vez estão em uma situação inédita, soltos no mundo, em praticamente todos os lugares do planeta. O grande destaque vem do dinossauro argentino conhecido como Giganotossauro, o maior carnívoro que que já andou na face da Terra. Os roteiristas tentaram assim destronar o grande e conhecido Tiranossauro Rex, o dinossauro mais famoso que se tem notícia na história da paleontologia. Será que conseguiram mesmo? Bom, você vai ter que assistir ao filme para conferir. Por fim uma observação curiosa, esse filme traz o roteiro mais ecologicamente correto de todos os filmes dessa franquia. O cuidado do discurso ecológico vai ao ponto de preservar os próprios dinossauros na história. Perceba que nenhum deles é morto por humanos no enredo. E se você ainda tiver alguma dúvida sobre esse aspecto preste atenção à mensagem final do filme, onde nos é ensinado que todas as formas de vida no planeta Terra merecem ser respeitadas. Mais ecológico e muito menos sangrento, esse novo Jurassic Park é um sinal dos novos tempos.

Jurassic World Domínio (Jurassic World Dominion, Estados Unidos, 2022) Direção: Colin Trevorrow / Roteiro: Emily Carmichael, Colin Trevorrow / Elenco: Sam Neill, Laura Dern, Bryce Dallas Howard, Jeff Goldblum / Sinopse: Uma grande corporação de alta tecnologia genética cria experiências que estão mudando geneticamente insetos e dinossauros, colocando em risco a vida no planeta Terra.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Possessão

Título no Brasil: Possessão
Título Original: Possession
Ano de Produção: 1981
País: Alemanha, França
Estúdio: Gaumont Pictures
Direção: Andrzej Zulawski
Roteiro: Andrzej Zulawski
Elenco: Isabelle Adjani, Sam Neill, Margit Carstensen, Heinz Bennent, Carl Duering

Sinopse:
Com um casamento em crise, perto do divórcio, Anna (Isabelle Adjani) começa a apresentar um comportamento fora do padrão, seduzindo homens que mal conhece, se tornando devassa e perigosa pois todos podem se tornar sua próxima vítima.

Comentários:
Eu vejo esse filme como uma tentativa do cinema europeu em reprisar o sucesso do filme "O Exorcista". Claro, há mudanças significativas entre os dois filmes. Sai as cenas asquerosas e entram um clima de sensualidade, com uma bela mulher que começa a seduzir homens mais velhos pelas ruas de uma grande cidade da Europa. Uma vez fisgados por sua beleza é hora de pagar caro pelo pecado da luxúria. Em um tempo onde os efeitos especiais eram bem precários, a atriz Isabelle Adjani precisou compensar tudo com linguagem corporal, funcionando bem em alguns momentos, mas causando uma certa estranheza em outros. É o diabo no corpo, como diziam os cristãos medievais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Um Grito no Escuro

Título no Brasil: Um Grito no Escuro
Título Original: Evil Angels
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos, Austália
Estúdio: Cannon Entertainment
Direção: Fred Schepisi
Roteiro: Robert Caswell
Elenco: Meryl Streep, Sam Neill, Dale Reeves, David Hoflin, Jason Reason, Kane Barton

Sinopse:
Baseado na novela escrita por John Bryson, o filme "Um Grito no Escuro" conta a história de Lindy (Meryl Streep), uma mãe que fica completamente desesperada após perceber que seu pequeno filhinho desapareceu, sem deixar vestígios.

Comentários:
A produtora cinematográfica Cannon ficou conhecida nos anos 80 por produzir filmes B de ação. Muitos filmes feitos a toque de caixa para faturar facilmente nas bilheterias e depois nas locadoras de fitas VHS. O mais curioso é que eles também produziram material de qualidade. Um exemplo é esse "Um Grito no Escuro", um drama sensível estrelado pela multi oscarizada Mery Streep. Era um tipo de produção que obviamente não iria estourar nas bilheterias e nem tampouco agradar ao público típico dos fãs da Cannon, mas que servia para trazer prestígio para a companhia. O resultado ficou muito bom, tanto que conseguiu uma indicação ao Oscar na categoria de melhor atriz, justamente para Streep. Em se tratando de Cannon Group e seus filmes B foi um feito e tanto! No mais o filme veio para confirmar novamente o grande talento dessa atriz, aqui numa caracterização diferente, com cabelos curtos e pintados de preto. Como sempre o talento falou mais alto e ela literalmente desapareceu em sua personagem. Coisas que apenas uma grande profissional seria capaz de fazer.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

O Piano

Título no Brasil: O Piano
Título Original: The Piano
Ano de Produção: 1993
País: Austrália, Nova Zelândia, França
Estúdio: Jan Chapman Productions
Direção: Jane Campion
Roteiro: Jane Campion
Elenco: Holly Hunter, Harvey Keitel, Sam Neill, Anna Paquin, Kerry Walker, Tungia Baker

Sinopse:
No século XIX, uma mulher chamada Ada McGrath (Holly Hunter) chega na distante Nova Zelândia para recomeçar sua vida. Ele tem problemas de fala desde os seis anos de idade. Também tem uma pequena filha. Ela chega nesse novo país para se casar com um homem da região. Um casamento que está destinado ao fracasso. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor direção, melhor direção de fotografia (Stuart Dryburgh), melhor figurino (Janet Patterson) e melhor edição (Veronika Jenet).

Comentários:
Belíssimo filme de época, com ótimo roteiro e elenco inspirado, formado por atores, atrizes (e também jovens atrizes) que impressionam pelo talento. O filme é uma amostra da posição inferior que as mulheres tinham que se contentar no século XIX. A protagonista é uma mulher talentosa, que toca piano, ama as artes, mas que a despeito de suas qualidade pessoais precisa arranjar um casamento de todo jeito, para ter um lugar dentro daquela sociedade patriarcal e atrasada. Como já tem uma filha e é muda, acaba tendo que se contentar com o que aparece. E o seu novo marido é um homem rude, grosso, o exato contraste com sua própria personalidade. Um verdadeiro choque de cultura e sensibilidade. "O Piano" foi recebido com muitos aplausos pela crítica internacional, a tal ponto que foi indicado a oito categorias do Oscar, inclusive o de melhor filme. Acabou vencendo na categoria de melhor atriz para Holly Hunter, no papel de sua vida. Outra surpresa foi o Oscar vencido pela garotinha (na época) Anna Paquin. O roteiro, primoroso, também foi premiado pela academia. Prêmio justíssimo. Enfim, um festival de premiações para um filme realmente maravilhoso. Esse mereceu mesmo todos os aplausos e elogios. É uma grande obra de arte cinematográfica.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Terror a Bordo

Título no Brasil: Terror a Bordo
Título Original: Dead Calm
Ano de Produção: 1989
País: Austrália
Estúdio: Kennedy Miller Productions
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Terry Hayes, Charles Williams
Elenco: Nicole Kidman, Sam Neill, Billy Zane, Rod Mullinar, Joshua Tilden, George Shevtsov

Sinopse:
Um casal faz uma viagem de veleiro pelo oceano. Eles desejam esquecer acima de tudo um grande trauma do passado. Durante a viagem acabam socorrendo um homem encontrado à deriva. O problema é que eles não poderiam imaginar o terror que iria tomar conta de suas vidas depois disso. Filme premiado pelo Australian Film Institute.

Comentários:
Estamos acostumados com a imagem de glamour de Nicole Kidman. Ainda mais depois de tantos anos em Hollywood. Agora imagine encontrar uma Nicole Kidman bem diferente, ainda nos primeiros anos de sua carreira. Alíás o primeiro filme que assisti dela foi justamente esse aqui, ainda nos tempos do VHS. Obviamente eu nunca tinha ouvido falar daquela atriz australiana ruiva (sim, ruiva!) com longos cabelos cacheados. O filme estava sendo muito recomendado pela crítica da época e virou uma espécie de modinha nas locadoras de vídeo. Confesso que mesmo com bom roteiro o filme não me deixou muito surpreendido. Diante dos poucos recursos eles até fizeram um bom filme, mas nada demais e bem abaixo das expectativas criadas pelos críticos brasileiros. È aquele tipo de fita que você levava para casa em um grande pacote de filmes no fim de semana, mas que no final das contas não conseguia se destacar muito. E quem poderia dizer que a Nicole Kidman iria se tornar uma das maiores celebridades de Hollywood nos anos que viriam? Absolutamente ninguém, nem o mais otimista admirador daquela jovem naqueles anos. Eu, naquela época, certamente jamais poderia pensar em nada parecido com isso.

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de setembro de 2019

O Outro Lado da Nobreza

Título no Brasil: O Outro Lado da Nobreza
Título Original: Restoration
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Michael Hoffman
Roteiro: Rupert Walters, baseado no romance de Rose Tremain
Elenco: Robert Downey Jr, Sam Neill, Meg Ryan, Ian McKellen, Hugh Grant, David Thewlis,

Sinopse:
Jovem médico cai nas graças do Rei Charles II durante a restauração da monarquia inglesa. Na corte vira alvo de um casamento de fachada providenciado pelo monarca que preende esconder o fato de ter uma amante dentro do palácio. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte (Eugenio Zanetti) e Melhor Figurino (James Acheson).

Comentários:
Um típico caso de filme que começa muito bem, mas que vai perdendo força ao longo de sua duração. O ator Robert Downey Jr está um pouco caricato na pele do protagonista, um médico de origem pobre que fica encantando com o luxo da corte do rei Charles II (em boa interpretação de Robert Downey Jr. Deslumbrado pelos prazeres palacianos ele cai em uma fase promíscua e bem mundana. Só que o Rei não está disposto a dar a ele tudo de graça. Assim o casa com a própria amante, para disfarçar sua própria imoralidade. O casamento é de fachada, óbvio, e o médico não pode ter qualquer tipo de relacionamento com a amante real, só que como era de esperar as coisas tomam um rumo diferente. Essa primeira parte do filme é bem interessante. Depois o enredo dá uma guinada e o personagem de Downey Jr cai bem no meio da proliferação da peste negra em Londres. Essa segunda parte já me pareceu menos interessante, com toques bem folhetinescos. A personagem de Meg Ryan surge aqui. Uma mulher abandonada pelo marido que tem problemas mentais. Sua atuação não me pareceu boa, pelo contrário, ficou nada convincente. Melhor se sai Hugh Grant como um pintor mais preocupado com as intrigas da corte do que propriamente em ser um bom artista. 

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Rota de Fuga

Nessa altura do campeonato todo mundo já percebeu que Stallone é um workaholic, o sujeito não para de trabalhar, tanto que já está chegando na marca dos 70 filmes na carreira - um número robusto para qualquer ator. Pois bem, sempre procurando ficar em evidência Sly agora realiza o velho sonho dos garotos que cresceram assistindo aos seus filmes nos anos 80 ao estrelar um filme com o segundo maior nome dos filmes de ação daquela década, nada mais, nada menos, do que o austríaco Arnold Schwarzenegger.
É curioso porque um filme desses não seria realizado naqueles anos pois os dois astros ganhavam os maiores cachês do cinema, valores que hoje em dia nenhum estúdio aceitaria mais pagar a absolutamente ninguém. Além disso havia problemas pessoais entre os fortões. Eles tiveram desavenças públicas, principalmente depois que Stallone criticou Arnold por enveredar no mundo da política. Por essa razão achei que nunca iriam dividir uma marquise de cinema em suas vidas. De qualquer forma não existe problema que o tempo não apague, assim os veteranos voltaram ao velho estilo nesse filme de prisão.

A última vez que Stallone realizou algo parecido foi com "Condenação Brutal", um filme redondinho, bom entretenimento, mas também com doses generosas de clichês. O mesmo, tirando a devida proporção, poderia ser dito sobre essa produção. O roteiro tem até boas ideias como as diversas formas que o personagem de Stallone consegue achar para fugir das mais seguras prisões de segurança máxima dos Estados Unidos. Lembrando até mesmo outro ícone dos anos 80, o MacGyver, ele consegue transformar os mais cotidianos objetos de uso pessoal em valiosas ferramentas utilizadas em suas fugas espetaculares. Já o papel de Arnold Schwarzenegger não parece tão interessante. Até fiquei surpreso dele ter aceitado ficar na sombra de Stallone em cena desse jeito.

Há poucos bons momentos do ex-mister universe no filme. Talvez a mais interessante aconteça no final quando finalmente a nostalgia bate forte e nos lembramos imediatamente de "Comando Para Matar", com o astro de metralhadora em punho dizimando os soldados inimigos. Mas fica tudo por aí. No saldo geral não consegue, infelizmente, ser um ótimo filme, a verdade deve ser dita. Há problemas de lógica no roteiro e por incrível que pareça o diretor Mikael Håfström perde o ritmo certo que uma produção como essa exige. Mesmo assim ver Sly e Arnoldão em cena, contracenando juntos, sempre será muito gratificante para quem curtiu a filmografia da dupla nos distantes 80´s. Por essa razão é fácil encerrar o texto afirmando que não precisa se preocupar pois ver o filme realmente vale a pena.

Rota de Fuga (Escape Plan, Estados Unidos, 2013) Direção: Mikael Håfström / Roteiro: Miles Chapman, Jason Keller / Elenco: Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Jim Caviezel, Amy Ryan, Sam Neill, Vincent D'Onofrio / Sinopse: Ray Breslin (Stallone) é um especialista em encontrar falhas nas grandes prisões de segurança máxima do sistema penitenciário americano. A CIA porém tem um projeto inovador de um novo presidio que pretende ser simplesmente impossível de escapar. Para descobrir se há de fato alguma falha no sistema, Breslin é contratado para entrar no complexo como um prisioneiro comum. Os planos porém não sairão exatamente como foram inicialmente planejados.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de abril de 2018

O Passageiro

Já pelo trailer pude perceber que não era grande coisa. O filme tem como protagonista Michael MacCauley (Liam Neeson), um vendedor de seguros que todos os dias vai para o trabalho no trem urbano de sua cidade. Um dia ele é demitido e na volta para casa encontra uma misteriosa mulher (interpretada pela atriz Vera Farmiga) que lhe faz uma proposta. Em troca de 100 mil dólares ele deverá procurar por um passageiro em especial, alguém que não se encaixa naquele trem. Na verdade é uma testemunha de um crime envolvendo policiais corruptos. Sem dinheiro e desempregado, Michael acaba entrando no jogo, sem saber que muito em breve sua vida e de seus familiares estará em risco.

Esse tipo de enredo seria desenvolvido brilhantemente por cineastas do passado, em especial o mestre do suspense Alfred Hitchcock, mas como diretores e mestres do cinema como ele já não existem mais, tudo acaba caminhando para a banalidade. Assim achei o desenvolvimento da estória bem fraco, ruim mesmo. Enquanto Liam Neeson vai tentando descobrir o passageiro que ele tanto procura, alguns acontecimentos vão surgindo, como a morte de um agente do FBI. Nada muito marcante ou bem trabalhado por parte do roteiro. O suspense também é desperdiçado. Junte a isso uma ou outra cena de ação e luta e você terá tudo o que o filme tem a lhe oferecer, o que sinceramente é bem pouco. É curioso que esse filme tenha sido lançado nos cinemas brasileiros já que ele não conseguiu se tornar um sucesso de bilheteria nos Estados Unidos. Outros filmes bem melhores não conseguiram encontrar o mesmo espaço no circuito comercial.

O Passageiro (The Commuter, Estados Unidos, 2018) Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Byron Willinger, Philip de Blasi / Elenco: Liam Neeson, Vera Farmiga, Patrick Wilson, Sam Neill / Sinopse: No dia em que é demitido do emprego, o vendedor de seguros Michael MacCauley (Liam Neeson) recebe uma estranha proposta no trem em que está indo para casa. Uma mulher desconhecida lhe oferece 100 mil dólares para localizar um passageiro, uma testemunha envolvida em um crime cometido por tiras corruptos.

Pablo Aluísio. 

domingo, 5 de novembro de 2017

O Aventureiro: A Maldição da Caixa de Midas

Essa é uma produção inglesa que tenta pegar carona naquele velho filão de aventuras arqueológicas. Basicamente temos um grupo de pessoas que procura colocar as mãos em um artefato que pertenceu ao Rei Midas. Sim, aquele lendário monarca da antiguidade que segundo as lendas transformava tudo o que tocava em ouro! O tal objeto é uma caixa, que se cair em mãos erradas pode trazer riquezas ilimitadas ao seu novo dono, causando com isso inúmeros problemas ao mundo. Como se pode perceber não há nada de muito relevante, a não ser uma tentativa do atual cinema inglês em seguir os passos do americano Indiana Jones, com resultados bem modestos em termos artísticos.

Inegavelmente o filme tem boa produção. Figurinos luxuosos, cenários bem feitos e elenco muito bom, contando inclusive com dois atores que sempre gostei: Michael Sheen e Sam Neill. O problema básico é que mesmo com todo esse luxo a coisa não funciona, ou melhor colocando a questão, não funcionará se você tiver mais de 12 anos de idade. Sim, esse filme é um produto meramente juvenil, bem adequado para crianças e adolescentes, ao estilo das aventuras do Tio Patinhas. Para os mais velhos a coisa toda soará bem banal e sem graça. O roteiro é baseado na obra desse autor inglês contemporâneo chamado G.P. Taylor, que escreve livros para adolescentes. Penso que sua criação ficaria melhor em uma adaptação para os quadrinhos. Para o cinema faltou mesmo maior conteúdo.

O Aventureiro: A Maldição da Caixa de Midas (The Adventurer: The Curse of the Midas Box, Inglaterra, Bélgica, Espanha, 2013) Direção: Jonathan Newman / Roteiro: Christian Taylor, Matthew Huffman / Elenco: Michael Sheen, Lena Headey, Sam Neill, Ioan Gruffudd / Sinopse: Um artefato milenar, a caixa do Rei Midas, passa a ser procurado e disputado por um grupo de pessoas, entre eles o agente do governo Johnny Charity (Michael Sheen) e o vilão Otto Luger (Sam Neill), o milionário dono de um hotel onde supostamente o objeto arqueológico está enterrado há séculos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Floresta Negra

Título no Brasil: Floresta Negra
Título Original: Snow White - A Tale of Terror
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Polygram Entertainment
Direção: Michael Cohn
Roteiro: Tom Szolossi, Deborah Serra
Elenco: Sigourney Weaver, Sam Neill, Gil Bellows, Brian Glover
  
Sinopse:
Nessa adaptação sombria de um famoso conto de fadas acompanhamos a história de uma linda jovem que acaba caindo em uma armadilha mortal quando seu pai resolve se casar novamente. Sua nova madrasta é versada em artes ocultas e maléficas, o que colocará sua própria vida em risco. Filme indicado ao Primetime Emmy Awards nas categorias de Melhor Atriz (Sigourney Weaver), Melhor Figurino e Melhor Maquiagem.

Comentários:
Pensou que tudo havia começado com "Alice" de Tim Burton? Ledo engano. Esse filme é interessante porque demonstra que essa ideia de usar contos de fadas em adaptações mais adultas já vem de longe. Há vinte anos, por exemplo, era lançado na TV americana esse "Snow White - A Tale of Terror". Sim, porque ao contrário do que muitos pensam esse não foi um filme produzido para o cinema, mas sim para a TV. A confusão vem do fato dele ter sido lançado no mercado de vídeo no Brasil. Aqui pegaram o conto infantil "Branca de Neve e os Sete Anões" como fonte e adaptaram como se fosse uma história sombria, nebulosa, cheia de monstros, com visual dark. Os figurinos e a produção são muito bons, idem para a maquiagem, porém o roteiro (ah, esse velho problema) voltava para assombrar o espectador desavisado. A palavra que melhor define "Floresta Negra" é forçado! Tudo é forçado aqui, as situações, a fotografia (escura demais para ser considerada), até mesmo o bom elenco está fora do que seria adequado! No geral é um filme que vale pela curiosidade apenas. Não diverte, não cativa e nem surpreende. Só não caia no erro de passar a fita para seus filhos. Provavelmente eles não vão gostar já que essa versão da Branca de Neve não é recomendada para crianças, em nenhuma hipótese.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de agosto de 2016

Visões do Passado

Título no Brasil: Visões do Passado
Título Original: Backtrack
Ano de Produção: 2015
País: Reino Unido, Austrália
Estúdio: Screen Australia
Direção: Michael Petroni
Roteiro: Michael Petroni
Elenco: Adrien Brody, Sam Neill, Robin McLeavy, Bruce Spence, Chloe Bayliss, Anna Lise Phillips
  
Sinopse:
Após perder sua pequena filha, atropelada por um caminhão, o psiquiatra Peter Bower (Adrien Brody) tenta reconstruir sua vida. Ele começa então a atender pacientes indicados por outro médico, o Dr. Duncan Stewart (Sam Neill). Aos poucos porém vai descobrindo que há algo de errado com todos eles. Pesquisando descobre que a grande maioria dos pacientes que atende já morreram, mais especificamente em um acidente de trem acontecido em 1987. Pior do que tudo, o próprio Bower parece ter tido ligação com o sinistro evento no passado.

Comentários:
Produção de terror bem interessante. A premissa envolvendo fantasmas de pessoas mortas em um acidente de trem abre margem para o protagonista, um psiquiatra traumatizado pela morte da própria filha, desvendar o que realmente estaria acontecendo. Não é, apesar de tudo isso, um filme de terror clássico. Sim, há fantasmas, aparições de pessoas mortas e pequenos sustos. Isso porém é apenas um pano de fundo para a estória principal, essa sim envolvendo culpas, traumas e arrependimentos. Quando era apenas um adolescente, o psiquiatra interpretado por Adrien Brody, ao lado de um amigo, acabou sendo responsável indiretamente por um descarrilamento de um trem de passageiros que matou 48 pessoas. É justamente as almas dessas pessoas que agora parecem assombrar sua vida. A pergunta principal é saber qual teria sido realmente sua culpa em tudo o que aconteceu... Na verdade há muito mais envolvido, especialmente em relação ao seu pai, um policial veterano com um passado negro a esconder. O roteiro assim vai desvendando todo o mistério, aos poucos. É uma trama de reviravoltas e apesar disso tudo ser hoje em dia um pouco saturado a coisa até que funciona muito bem. No geral gostei do resultado. Não aborreceu (o filme é relativamente curto, com edição bem feita, que não perde tempo com detalhes desnecessários), o roteiro é bem escrito e o filme se valoriza ainda mais por contar com mais um boa atuação do sempre competente Adrien Brody. Enfim, um filme para quem gosta de histórias de fantasmas que se recusam a ir embora para o além enquanto não acertam as contas com os vivos que ficaram para trás.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de julho de 2015

O Enigma do Horizonte

Uma equipe de resgate é enviada até os confins do universo para investigar uma nave espacial que havia sido tragada por um buraco negro no passado, mas que agora ressurgia novamente, de forma inesperada, praticamente do nada, trazendo algo ou alguma coisa desconhecida pela ciência humana a bordo. O diretor Paul W.S. Anderson nunca foi de realizar filmes banais, que não tivessem algum tipo de originalidade em relação ao seu gênero cinematográfico mais tradicional. Aqui, seguindo a tradição de sua filmografia, também procurou realizar algo diferente.

Claro que em se tratando de ficção sempre teremos como referência máxima o clássico de Stanley Kubrick, "2001 - Uma Odisséia do Espaço". "Event Horizon" assim não consegue escapar dessa obra prima do gênero e traz vários elementos do famoso clássico para o roteiro dessa produção, mas claro que tudo com um pouco menos de sucesso do ponto de vista artístico. Mesmo assim é um filme bem interessante, bem escrito e com ótima direção de arte. Os efeitos especiais também estão a serviço do roteiro e não o contrário como costumeiramente acontece nesse tipo de filme. Boa diversão que consegue até resistir bravamente ao tempo, algo que também sempre atinge filmes de ficção em geral. O passar dos anos costuma ser desastroso para o estilo Sci-Fi.

O Enigma do Horizonte (Event Horizon, Estados Unidos, 1997) Direção: Paul W.S. Anderson / Roteiro: Philip Eisner / Elenco: Laurence Fishburne, Sam Neill, Kathleen Quinlan / Sinopse: Uma viagem espacial sonda os limites da mente humana.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de abril de 2015

Memórias de um Homem Invisível

Não se engane sobre isso, eu sempre gostei muito de Chevy Chase. Alguns dos filmes mais divertidos assistidos em minha adolescência foram estrelados por ele, como por exemplo, a engraçada franquia "Férias Frustradas" onde em tom de comédia ácida se era feita uma sátira impiedosa sobre o modelo e o estilo de vida da família suburbana monótona e patética da sociedade americana. Pois bem, se naquele tipo de papel ele era ideal, aqui as coisas já não parecem funcionar muito bem. A intenção original era a realização de um remake do clássico Sci-fi "O Homem Invisível". Os produtores porém decidiram de última hora que esse personagem tinha se tornado ridículo com o tempo e que era melhor mudar tudo, se realizando logo uma comédia pastelão e ponto final. Péssima ideia.

O filme não tem graça, não funciona como humor e os efeitos especiais - que são até muito bem feitos - se perdem em um mar de piadinhas que não abrem sequer um sorrisinho amarelo no espectador. Chase não sabe se está em um filme B dos anos 50 ou numa comédia escrachada. O roteiro na verdade foi remendado. Inicialmente foi escrito para ser uma refilmagem com um tom sério, que servisse como homenagem ao antigo clássico. Depois com a mudança de opinião dos produtores, houve a tentativa de transformar tudo em uma comédia maluca. O resultado se mostrou desastroso. Hoje, para se ter uma ideia, ninguém mais nem lembra da existência dessa produção. Por fim é bom destacar a presença da atriz Daryl Hannah no elenco. Na época em que o filme estava sendo feito ela namorava o filho de JFK, o que trouxe publicidade extra à produção. Nem isso porém salvou a fita de ser um grande fracasso de bilheteria em seu lançamento. Nesse caso o público acertou em suas escolhas.

Memórias de um Homem Invisível (Memoirs of an Invisible Man, Estados Unidos, 1992) Direção: John Carpenter / Roteiro: Robert Collector / Elenco: Chevy Chase, Daryl Hannah, Sam Neill / Sinopse: Um homem descobre a fórmula da invisibilidade. Algo que vai criar muitos problemas para ele e para outros ao seu redor.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de março de 2015

A Caçada ao Outubro Vermelho

Durante a Guerra Fria dois impérios disputaram a hegemonia mundial. De um lado os Estados Unidos, líder do mundo ocidental, empunhando a bandeira do capitalismo e do livre mercado. No outro a União Soviética, líder dos países do bloco comunista que defendia o modelo de Estado autoritário, centralizador e dono de todos os meios de produção. Essa guerra ideológica obviamente foi transposta também para o campo militar. Americanos e soviéticos entraram em uma terrível corrida armamentista onde a busca pelas armas nucleares mais modernas acabou se tornando política oficial de Estado. E entre esse vasto arsenal nuclear se destacavam os submarinos nucleares, capazes de cruzarem os oceanos para atacar os países inimigos com rara precisão. Tanto Estados Unidos como União Soviética construíram incríveis máquinas como essas e a luta por uma delas é justamente o centro da trama desse excelente “A Caçada ao Outubro Vermelho”. A trama se passa em 1984 quando o capitão Marko Ramius (Sean Connery) do submarino soviético “Outubro Vermelho” decide sem justificativa aparente desviar a rota de navegação para os Estados Unidos. Isso obviamente traria enorme repercussão tanto do lado do comando soviético, que não havia autorizado tal manobra, como do lado americano, pois afinal de contas ter em plena guerra fria um submarino nuclear inimigo em rota de colisão com seu país era no mínimo temerário.

“Caçada ao Outubro Vermelho” se destaca pelo excelente roteiro que joga o tempo todo com as reais intenções do capitão soviético e os efeitos que surgem de sua decisão inesperada. Afinal qual seria seu real objetivo: Uma deserção ou um ataque insano ao capitalismo americano? Sean Connery está perfeito em sua caracterização de militar premiado e veterano que começa a pensar por conta própria sem se importar com as conseqüências de seus atos impensados. Na época de seu lançamento o filme também despertou debate sobre o perigo de um conflito nuclear por acidente. Afinal até que ponto os governos de Estados Unidos e União Soviética tinham efetivo controle sobre seu espetacular arsenal de guerra? O desespero causado em razão  de um submarino nuclear sem controle das autoridades soviéticas refletia bem isso. O curioso de tudo é que o perigo persiste até os dias atuais. Depois do fim da guerra fria com o desmoronamento do bloco soviético a antes incrível armada daquele país entrou em completo colapso. O que se vê hoje em dia na Rússia é um total sucateamento de armas e artefatos de guerra que apodrecem literalmente nos cais do país. Recentemente vi uma reportagem sobre o estado atual da Marinha russa. Submarinos como esse mostrado no filme nem conseguem mais ir para o alto mar por falta de verbas. O orgulho da outrora esquadra vermelha nunca esteve tão em baixa. Quem diria que um dia esse arsenal tenha sido tão respeitado e temido pelo ocidente? De qualquer modo fica a dica: “A Caçada ao Outubro Vermelho”, um excelente filme de suspense e guerra que realmente consegue mexer muito bem com os nervos do espectador. Não deixe de assistir.

A Caçada ao Outubro Vermelho (The Hunt for Red October, Estados Unidos, 1989) Direção:  John McTiernan / Roteiro: Larry Ferguson, Donald Stewart / Elenco: Sean Connery, Alec Baldwin, Scott Glenn, Sam Neill, James Earl Jones / Sinopse: A trama se passa em 1984 quando o capitão Marko Ramius (Sean Connery) do submarino soviético “Outubro Vermelho” decide sem justificativa aparente desviar a rota de navegação para os Estados Unidos. Seria um ato de deserção do oficial soviético ou uma impensada e insana manobra de ataque contra a América?

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de agosto de 2014

Uma Longa Queda

Título no Brasil: Uma Longa Queda
Título Original: A Long Way Down
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio: BBC Films
Direção: Pascal Chaumeil
Roteiro: Nick Hornby, Jack Thorne
Elenco: Pierce Brosnan, Toni Collette, Aaron Paul, Sam Neill, Imogen Poots

Sinopse:
Martin (Pierce Brosnan) é um ex-apresentador de TV que viu tudo desmoronar após se envolver com uma garota menor de idade. Com a vida pessoal e profissional despedaçada resolve acabar com sua vida, subindo em um dos maiores prédios da cidade para se suicidar. Para sua surpresa porém acaba encontrando com três outros potenciais suicidas no mesmo lugar. O encontro incomum acabará mudando os rumos de sua própria vida.

Comentários:
Convenhamos que um filme sobre um quarteto suicida não vai animar muita gente. Mesmo assim, com um pé atrás, vale até a pena encarar esse drama inglês sobre pessoas que perderam as esperanças na vida e decidiram tomar a mais radical de todas as decisões. Cada um deles tem um motivo para pular do prédio, Martin (Brosnan) não consegue mais encarar o vexame público após se envolver em um escândalo sexual. Maureen (Toni Collette) é uma mãe solteira que cuida de um filho com problemas mentais sérios. J.J. (Aaron Paul, o Jesse Pinkman de "Breaking Bad") é um músico fracassado que alega estar sofrendo de um câncer cerebral e por fim temos Jess (Imogen Poots), uma jovem garota com muitos problemas emocionais, filha de um político influente que se sente completamente vazia e perdida em sua vida. De antemão é importante salientar que não se trata de um drama pesadão, apesar do tema. O roteiro tenta amenizar um pouco a situação, criando situações ora divertidas, ora mais animadoras, até porque o texto teria que optar mesmo por apostar na esperança recuperadora de todos aqueles personagens. Não é um grande filme, talvez por se render a clichês desse tipo, mas que até satisfaz o espectador, caso ele não esteja em busca de alguma obra prima. No final das contas vela principalmente pelo bom elenco e pelas boas intenções.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

O Encantador de Cavalos

Título no Brasil: O Encantador de Cavalos
Título Original: The Horse Whisperer
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Robert Redford
Roteiro: Robert Redford, Eric Roth, baseados na obra de Nick Evans
Elenco: Robert Redford, Kristin Scott Thomas, Sam Neill

Sinopse:
Duas adolescentes sofrem um sério acidente. Uma delas morre e a outra perde sua perna. Traumatizada a garota não consegue mais retomar sua vida. O pai dela deseja que o cavalo que ela estava durante o acidente seja sacrificado mas sua mãe resiste. Em desespero ela resolve seguir com a filha rumo a Montana onde pretende encontrar com Tom Booker (Robert Redford), um especialista em cavalos que irá mudar a vida das duas.

Comentários:
Um filme esteticamente muito belo, com linda fotografia. O roteiro também é especial, um excelente drama que lida com os traumas físicos e psicológicos de quem sofreu uma grande tragédia em sua vida. O personagem de Robert Redford é um achado. Um cowboy de Montana que não entende apenas do trabalho no campo e cavalos mas também sobre a vida em geral. Dono de uma filosofia do homem comum, do trabalhador americano do interior, ele acaba trazendo de volta a jovem traumatizada (interpretada por uma ainda jovem Scarlett Johansson) do estado depressivo onde se encontrava. Aliás elogiar o elenco seria desnecessário. Além de Redford encarnando o verdadeiro "homem de Marlboro" ainda encontramos em cena o ótimo Sam Neill (adoro seu trabalho) e Dianne Wiest (sempre charmosa e elegante). Além de demonstrar raro talento e sensibilidade como ator o filme também prova que o cineasta Robert Redford é tão sensível e profundo quanto seu próprio personagem em cena. A produção tem lindas tomadas do horizonte, onde Redford parece querer homenagear Montana e toda a beleza de sua natureza indomável. O que se sobressai nesse filme é o engradecimento dos bons valores, do homem honesto, do campo, que conhecendo a natureza a fundo acaba descobrindo também todos os segredos da alma humana. Um belo filme, sem dúvida.

Pablo Aluísio.