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quinta-feira, 27 de abril de 2023

Os Gladiadores do Futuro

Título no Brasil: Juggers - Os Gladiadores do Futuro
Título Original: The Blood of Heroes
Ano de Lançamento: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Kings Road Entertainment
Direção: David Webb Peoples
Roteiro: David Webb Peoples
Elenco: Rutger Hauer, Joan Chen, Vincent D'Onofrio, Delroy Lindo, Anna Katarina, Gandhi MacIntyre

Sinopse:
Um mundo pós-apocalíptico serve de cenário para um jogo brutal e futurista. Rutger Hauer interpreta uma ex-estrela em desgraça liderando um grupo desorganizado de "Juggers" para uma das Nove Cidades restantes em busca de glória e redenção. E a violência explodirá em cada nova competição de luta e violência extrema. 

Comentários:
Rutger Hauer estrelou uma série de filmes de ação nos anos 80. Ele obviamente foi bem malhado pela crítica de cinema da época, mas a verdade é que sua carreira foi em frente e muitos desses filmes ditos mais alternativos hoje em dia são cultuados por quem amava o gênero de ação produzido naqueles anos. O clima aqui lembra filmes como Mad Max 3. Embora no Brasil se falasse que o tal esporte violento do filme se parecia com o nosso futebol, na realidade estava mais para rugby. Bastava trocar as bolas de esporte por cabeças humanas! Um aspecto interessante é que  o filme foi todo rodado no meio do deserto, para criar aquele clima de devastação de um planeta sem salvação, o que acentuou ainda mais o clima de brutalidade daquele mundo. A luta pela água deixava os tais gladiadores ainda mais insanos. Ficou bem legal para dizer a verdade. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Os Olhos de Tammy Faye

O filme conta a história real da pastora Tammy Faye (Jessica Chastain). Começa na década de 1960 quando ela começa a viajar ao lado do marido Jim (Andrew Garfield). Eram jovens, desempregados e pobres. Mesmo assim seguem com seus planos, pregando onde eram aceitos. A Tammy criou um número com fantoches, para ensinar o evangelho para crianças. Um pastor de uma cidade do sul achou interessante a ideia e acabou dando a eles um espaço em seu programa de TV. O sucesso se tornou imediato. Logo Tammy e o marido ganharam cada vez mais audiência, ao ponto de em pouco tempo conseguirem seu próprio programa. Essa história mostra como o mundo evangélico funciona nos Estados Unidos. Esse casal foi um dos primeiros a espalhar a teologia da prosperidade, que pregava que quanto mais o fiel doasse para a igreja mais seria abençoado com riqueza material. Se não doasse dinheiro, ficaria na miséria. Claro que Tammy e o marido acabaram muito ricos nesse processo.

Eles ficaram tão ricos com as doações dos que assistiam seus programas que logo compraram sua própria emissora de televisão. O problema é que com dinheiro demais, vem também os excessos. A Tammy usava um estilo que eu só poderia qualificar como "brega evangélica americana". Sempre com roupas luxuosas, maquiagem excessiva e muita ostentação de riquezas, com os dedos lotados de diamantes. Além disso havia mansões, carros luxuosos e tudo o que dinheiro podia comprar. Mensagem de Jesus? Esqueça, o negócio era ter muita grana mesmo! Com uma personagem tão extravagante assim a atriz Jessica Chastain conseguiu realizar aquele que talvez seja a melhor interpretação de sua carreira. Acabou sendo premiada com o Oscar de melhor atriz. Prêmio mais do que merecido.

Voltemos aos fatos. O fisco americano começou a ficar de olho no casal e aí já sabe. Descobriu-se que eles pediam dinheiro para construir casas para os mais pobres, mas que no fundo usavam o dinheiro em benefício próprio. A grana era gasta mesmo em suas vidas de luxos. O FBI bateu em cima e aí o império começou a ruir. A Tammy ainda conseguiu uma sobrevida porque era cantora gospel (daquelas bem bregas) e sempre teria como se sustentar. O problema é que o marido, que posava de senhor da moralidade, eram também um homossexual por trás das cortinas. A Tammy Faye já faleceu, mas deixou um legado bem negativo no mundo religioso dos EUA. Seu único aspecto positivo, pelo que vi no filme, foi que ela tentou combater o preconceito contra homossexuais dentro do mundo evangélico americano. Fora isso deixou discos bregas gospel e muita teologia da prosperidade na cabeça dos seguidores, algo que se repete à todo vapor no Brasil dos dias atuais. Que legado ruim, hein Tammy...

Os Olhos de Tammy Faye (The Eyes of Tammy Faye, Estados Unidos, 2021) Direção: Michael Showalter / Roteiro: Abe Sylvia / Elenco: Jessica Chastain, Andrew Garfield, Vincent D'Onofrio, Mark Wystrach / Sinopse: O filme conta a história da vida da pastora Tammy Faye; De origem humilde, ela se tornou fabulosamente rica ao lado do marido ao espalhar a teologia da prosperidade em programas de TV nos Estados Unidos. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor maquiagem e cabelo e melhor atriz (Jessica Chastain).

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Tudo por Amor

Título no Brasil: Tudo por Amor
Título Original: Dying Young
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Richard Friedenberg
Elenco: Julia Roberts, Campbell Scott, Vincent D'Onofrio, Colleen Dewhurst, David Selby, Ellen Burstyn

Sinopse:
Hilary O'Neil (Julia Roberts) é uma enfermeira que trabalha em um hospital que possui uma ala de pacientes terminais. E é nesse local de sua função que ela acaba se apaixonando por um homem que já não tem mais muito tempo de vida.

Comentários:
No começo dos anos 90 a Julia Roberts já colhia os frutos de seu sucesso com o filme "Uma Linda Mulher" que realmente surpreendeu nas bilheterias da época. Então a Fox correu e lançou essa fita que já estava há um bom tempo arquivada dentro do estúdio. Esse filme inclusive foi produzido antes de "Uma Linda Mulher", mas lançado depois, justamente para pegar carona no outro filme. Coisas de marketing. Bom, eu me recordo que assisti na época de seu lançamento original, ainda nos tempos das locadoras de fitas VHS. Foi dirigido por Joel Schumacher, um cineasta irregular, capaz de fazer bons filmes e grandes porcarias. Aqui ele ficou na média apenas, nada muito surpreendente. Achei apenas mediano. Tem uma bonita fotografia, a Roberts era jovem e muito bela, mas no geral também soava como um romance cinematográfico sem muitas ideias novas ou originalidade. Hoje em dia seria interessante rever, até para matar as saudades. Além disso a Julia Roberts era de uma simpatia na época que cativava o espectador. Hoje em dia eu penso que ela perdeu grande parte desse seu carisma pessoal. Efeitos do tempo nas personalidades das pessoas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Imperdoável

Temos aqui um bom drama da Netflix. A atriz Sandra Bullock interpreta uma personagem chamada Ruth Slater. Após 20 anos numa prisão ela finalmente ganha a liberdade. Ruth havia sido condenada por matar um xerife durante um ato de despejo. Agora nas ruas novamente ela tenta reorganizar sua vida. Com ajuda do agente da condicional arranja emprego numa fábrica de processamento de alimentos (peixes). Ainda arranja trabalho numa ONG que constrói abrigos para moradores de rua. Só que seu maior desejo é rever sua irmã mais nova. Na época do crime ela era apenas uma criança de cinco anos. Depois que Ruth foi presa a menina foi levada para um orfanato e depois adotada por um casal. Agora é uma jovem pianista, prestes a entrar na universidade. Seus pais adotivos não querem que ela reencontre a irmã mais velha, mas Ruth faz questão sobre isso, o que poderá lhe trazer ainda mais problemas de ordem legal.

Só que os problemas de Ruth não param por aí. Os filhos do xerife que ela matou estão em busca de vingança e sem perceber isso ela acaba virando um alvo. Um filme muito bom, com roteiro bem escrito. O destaque, como não poderia deixar de ser, vai para o trabalho de atuação de Sandra Bullock. Ela traz uma tensão para sua personagem que incomoda. Com o rosto sempre fechado, tenso, ela tenta sair do estigma que a perseguirá pelo resto de sua vida, a de ser uma assassina e uma condenada pela justiça. Gostei da abordagem do roteiro em desenvolver e mostrar as dificuldades que uma pessoa enfrenta ao sair da prisão. Não é fácil se reerguer na vida depois de algo assim. Um belo trabalho de todos os envolvidos nesse que já pode ser considerado um dos bons filmes do ano. Deixo aqui meus aplausos.

Imperdoável (The Unforgivable, Estados Unidos, 2021) Direção: Nora Fingscheidt / Roteiro: Peter Craig, Sally Wainwright / Elenco: Sandra Bullock, Viola Davis, Vincent D'Onofrio, Jon Bernthal, Richard Thomas / Sinopse: Depois de ficar 20 anos na prisão cumprindo pena, Ruth Slater (Sandra Bullock) ganha a liberdade. A vida fora das grades porém se revelará cheio de desafios a se superar. Filme baseado na série "Unforgiven".

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de maio de 2019

Noite Sem Fim

Mais um bom filme da safra de produções de ação estreladas por Liam Neeson. Aqui ele interpreta um assassino profissional que durante anos prestou serviços para a máfia irlandesa de Nova Iorque. Agora bem mais velho, pai de um jovem, ele pensa em se aposentar, deixando para trás seu passado de crimes. O equilíbrio se vai quando o seu próprio filho vira alvo da máfia. Os membros da organização criminosa querem matar o jovem, o que os coloca em rota de colisão com o pai, Jimmy Conlon (Liam Neeson). O rapaz viu o que não devia, virou testemunha em um caso importante e como é praxe dentro da máfia, testemunhas que podem colocar tudo a perder devem ser eliminadas sumariamente.

O diretor espanhol  Jaume Collet-Serra rodou um filme visualmente muito bem realizado. Tiros não são apenas tiros, mas também uma oportunidade de explorar verdadeiros quadros de imagens visuais na tela. O roteiro também explora bastante a dualidade do protagonista. Um assassino contratado para fazer o serviço sujo da máfia, eliminando pessoas inconvenientes, ele de repente se mostra em dúvida sobre os rumos que sua vida tomou. Além do excelente visual e do bom roteiro (que tira leite de pedra ao desenvolver um tema até batido nesse tipo de fita), ainda temos um elenco de apoio invejável. Ed Harris interpreta o chefão mafioso e Nick Nolte dá vida a um outro assassino profissional que quer justamente a cabeça de Neeson, algo como um prêmio a mais em sua carreira no mundo do crime. Afinal enviar para a cova um dos mais respeitados matadores da máfia o colocaria em um patamar invejável entre seus pares criminosos. Então é isso, um filme de ação realmente acima da média, uma boa indicação para quem curte o estilo.

Noite Sem Fim (Run All Night, Estados Unidos, 2015) Estúdio: Vertigo Entertainment / Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Brad Ingelsby / Elenco: Liam Neeson, Ed Harris, Joel Kinnaman, Vincent D'Onofrio, Boyd Holbrook, Common, Nick Nolte / Sinopse: Jimmy Conlon (Liam Neeson) é um veterano assassino profissional da máfia irlandesa que de repente se vê no outro lado da moeda, ao descobrir que seu filho agora é alvo dos mafiosos. Ele se tornou testemunha de algo importante e por isso precisa ser sumariamente executado pela mesma organização criminosa a que pertence Jimmy.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Impostor

Filme de ficção que acabou sendo esquecido com o passar dos anos. A estória se passa no futuro, em 2079. A humanidade está em guerra com uma raça alienígena. Gary Sinise é um cientista envolvido em um projeto secreto que tem como objetivo desenvolver uma arma definitiva contra a ameaça alien, só que ele se envolve em uma complicada conspiração, onde ele mesmo se torna suspeito de ser um impostor, um agente extraterrestre infiltrado em nosso meio. Agora ele terá que provar que é inocente das acusações.

Não gostei muito do filme. Na verdade esse gênero Sci-fi é um dos mais difíceis do cinema se formos analisar bem. O erro na dosagem pode transformar qualquer roteiro cheio de boas intenções em um mero trash descartável. Esse filme escapou disso, mas pouco memorável, não é sequer lembrado pelos fãs que gostam desse estilo de produção. Por fim um detalhe importante: o roteiro foi inspirado na obra de Philip K. Dick, o mesmo criador de Blade Runner. Esse, no final das contas, é o grande atrativo para se conferir esse filme. Fora isso, nada de muito importante para citar.

Impostor (Estados Unidos, 2001) Direção: Gary Fleder / Roteiro: Scott Rosenberg, baseado no conto "The Impostor" de Philip K. Dick / Elenco: Gary Sinise, Madeleine Stowe, Vincent D'Onofrio, Shane Brolly / Sinopse: Em 2079, numa planeta Terra em guerra com uma raça vinda do espaço, um cientista chamado Spencer John Olham (Gary Sinise) tenta sobreviver a uma conspiração de vida ou morte.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Desejo de Matar

O filme "Desejo de Matar" de 1974 foi um dos maiores sucessos da carreira do ator Charles Bronson. Grande sucesso de bilheteria rendeu várias continuações ao longo dos anos. Agora temos um ramake daquele clássico de ação. No lugar de Bronson entra Bruce Willis. A trama segue basicamente a mesma, com pequenas e pontuais modificações. A profissão do protagonista, por exemplo, mudou. No filme original ele era um arquiteto, agora Willis interpreta um médico. De resto tudo segue na mesma linha. Ele é o pai da família feliz, com uma bela esposa e uma filha estudiosa que está prestes a entrar na universidade. Tudo caminhando muito bem, até que a família se torna vítima da extrema violência que assola Chicago.

Três criminosos invadem a casa, fazendo de reféns mãe e filha. Eles querem dinheiro e joias que estão em um cofre. O assalto foge do controle quando a filha tenta reagir, no meio da confusão as duas são baleadas. O Dr. Paul Kersey (Bruce Willis),  considerado um homem racional e equilibrado, começa a perceber que nem sempre confiar nas forças policiais traz algum resultado. O departamento tem centenas de casos abertos, sem solução. Há poucos investigadores para tantos crimes. Os homens que mataram sua esposa estão soltos, livres para cometer outros assassinatos. Assim ele resolve fazer justiça com as próprias mãos. Com a posse de uma arma, ele começa a investigar, ir atrás dos criminosos. Quem assistiu a algum filme da série original "Desejo de Matar" sabe bem o que acontece daí para a frente. O roteiro é um dos mais emblemáticos nessa temática de justiceiro das ruas. Aliás foi copiado à exaustão por anos e anos por outras produções ao longo de todo esse tempo.

Apesar da falta de novidades, confesso que gostei do filme. Bruce Willis é uma ótima escolha para substituir Charles Bronson. Isso não apenas pelo fato dele ter estrelado filmes de ação por toda a sua carreira, mas também por convencer plenamente como um homem comum, pai de família, que entende que deverá sujar as mãos para fazer a justiça que tanto espera. Isso não aconteceria caso Stallone estrelasse o filme. Aliás o ator havia acertado com o estúdio que iria estrelar essa fita. Quando a pré produção começou a ser feita era o nome de Stallone que figurava nos cartazes promocionais do filme. Só que o ator, na última hora, resolveu pular fora. Para amigos disse que seria complicado superar Charles Bronson em um filme tão associado a ele. Com isso Bruce Willis foi contratado. Decisão bem certeira, já que o resultado ficou realmente bom. Simples e eficiente esse novo "Desejo de Matar" cumpre o que promete e não desmerece o legado de Charles Bronson.

Desejo de Matar (Death Wish, Estados Unidos, 2018) Direção: Eli Roth / Roteiro: Joe Carnahan, baseado no romance policial escrito por Brian Garfield / Elenco: Bruce Willis, Dean Norris, Elisabeth Shue, Vincent D'Onofrio / Sinopse: Após sua esposa ser morta em um assalto em sua casa, o médico e pacata pai de família Dr. Paul Kersey (Bruce Willis) começa a perceber que os criminosos ficaram soltos. A polícia de Chicago tem centenas de casos em aberto, sem solução. Falta investigadores e infra estrutura. Assim ele decide fazer justiça com as próprias mãos, indo atrás dos assassinos para eliminar um a um os bandidos.

Pablo Aluísio. 

sábado, 9 de setembro de 2017

Sete Homens e um Destino

Uma pequena cidade do velho oeste vive sob o jugo de um empresário inescrupuloso chamado Bartholomew Bogue (Peter Sarsgaard). Usando da violência e força bruta, respaldado por um exército de bandidos, ele humilha e extorque toda a população. Procurando por ajuda alguns moradores vão atrás de alguém que os protejam e encontram o que procuravam na figura do pistoleiro Chisolm (Denzel Washington), que forma um grupo de sete homens para libertar todas aquelas pessoas subjugadas pelo crime. Agora, ao lado de todos, eles vão tentar expulsar Bogue daquela região, custe o que custar. Aqui temos mais um remake de um filme clássico do passado. Eu já deixei claro inúmeras vezes que não gosto de remakes cinematográficos. De forma em geral eles são inúteis, desnecessários e muitas vezes decepcionantes. Essa é praticamente uma regra geral. Então no deserto de originalidade em que vive Hollywood nos dias atuais eis que surge o remake do clássico de western "The Magnificent Seven" que, por sua vez, é sempre bom lembrar, já era uma versão Made in USA do filme de Akira Kurosawa, "Os Sete Samurais".

Pois bem, nesse novo filme, turbinado por um orçamento generoso, tendo como destaque a presença do astro Denzel Washington, temos algumas modificações na estória, muito embora a espinha dorsal dos filmes originais se tenha mantido. Basicamente é a mesma coisa, com pessoas de uma cidade oprimida por uma quadrilha que procuram por alguma ajuda. Embora seja um bom faroeste - é inegável isso - essa nova versão tem alguns problemas. O primeiro deles é o fato do diretor Antoine Fuqua ter optado por realizar um filme longo demais. Esse tipo de filme, com esse tipo de enredo, não necessita de uma metragem tão extensa. Se o corte final fosse mais enxuto penso que o filme ganharia mais em termos de agilidade e edição. O fato de Fuqua ter procurado levar à sério demais o próprio enredo também é um problema. Nunca foi essa a proposta da primeira versão americana. Por fim temos a violência, que em determinados momentos extrapola um pouco. São problemas eventuais, pontuais, que não chegam a atrapalhar muito. O filme foi malhado bastante desde que foi lançado, mas penso que não é para tanto. É um faroeste bem produzido, com um elenco interessante, embora em minha opinião Denzel Washington esteja um pouco fora de seu habitual. Passa longe de ser tão ruim como alguns críticos afirmaram. Na verdade, na pior das hipóteses, temos aqui pelo menos uma boa diversão. Sim, continua desnecessário, como todo remake, mas com um pouquinho de boa vontade até que não faz feio. Escapou de ser um filme inútil.

Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Nic Pizzolatto, Richard Wenk / Elenco: Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vincent D'Onofrio, Peter Sarsgaard, Manuel Garcia-Rulfo / Sinopse: Um pequeno e pacata vilarejo, oprimido por uma quadrilha de mercenários, bandoleiros e ladrões, pede ajuda a um pequeno grupo de pistoleiros que se dispõe a ajudá-los. Filme baseado no clássico "The Magnificent Seven" de 1967. Filme indicado ao Black Reel Awards na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

CHIPS

Título no Brasil: CHIPS
Título Original: CHIPS
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Dax Shepard
Roteiro: Dax Shepard, Rick Rosner
Elenco: Michael Peña, Dax Shepard, Vincent D'Onofrio, Adam Brody, Rosa Salazar, Jessica McNamee

Sinopse:
Um agente do FBI é infiltrado dentro do departamento de polícia de Los Angeles para descobrir uma quadrilha de tiras corruptos. Ele assume então a identidade do patrulheiro Frank 'Ponch' Poncherello (Michael Peña). Ao lado de seu parceiro Jon Baker (Dax Shepard), um ex-piloto de motos de competição, ele quer descobrir quais policiais estariam envolvidos no roubo de carros de transporte de valores. Tudo indica que eles são patrulheiros da CHIPS.

Comentários:
A série "CHiPs" foi um grande sucesso da história da TV americana. Durou seis temporadas e foi exibida (inclusive no Brasil) entre os anos de 1978 a 1983. Marcou época e deixou saudades, sem dúvida. Agora temos essa adaptação para o cinema desse programa que durante anos foi líder de audiência. Os dois personagens principais foram mantidos (Ponch e Baker), mas de resto tudo mudou. Se a série original era um programa policial ao velho estilo enlatado, aqui optou-se por uma linha com mais humor. Não chega a ser uma comédia besteirol, manteve-se ainda um certo pé no chão, porém o lado da comédia falou mais alto. Não é um filme de todo ruim, tem lá seus bons momentos, inclusive no quesito diversão, porém é óbvio que deixará muito a desejar em relação aos fãs da série original. Essa nova dupla de atores obviamente não consegue repetir o carisma da velha dupla (onde se destacava o ator Erik Estrada, que aqui faz uma pontinha na cena final, dentro da ambulância), mas no geral também não aborrece. A conhecida trilha sonora da série, que tinha uma abertura que também ficou muito famosa nos anos 70 e 80, foi timidamente aproveitada, o que achei um erro, já que CHips, queiram ou não, já virou uma peça de nostalgia. Eles deveriam ter investido mais nisso. Assim no saldo final, tirando certos exageros, principalmente no aspecto mais vulgar de certas piadas, até que essa adaptação para o cinema dos patrulheiros californianos não chega a ser tão ruim. É assistível e não enche a paciência, o que em relação a comédias americanas da atualidade já é um feito e tanto!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Newton Boys

Título no Brasil: Newton Boys - Irmãos Fora-da-Lei
Título Original: The Newton Boys
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Richard Linklater
Roteiro: Richard Linklater
Elenco: Matthew McConaughey, Ethan Hawke, Vincent D'Onofrio, Julianna Margulies
  
Sinopse:
Quatro irmãos da família Newton, tradicional fazendeira do interior, resolvem procurar por outro caminho na vida. O campo já não traz mais o pão de cada dia e eles estão prestes a perder a propriedade rural para um banco. Assim eles decidem formar uma quadrilha de roubo a bancos. Em pouco tempo os Newton Boys, como passam a ser chamados pela imprensa, começam a causar pânico por onde passam, até decidirem promover o maior roubo de banco da história dos Estados Unidos. Algo que custará caro para todos eles.

Comentários:
Sempre vi esse filme como uma tentativa tardia de revitalizar os antigos filmes de gangsters, como aqueles clássicos produzidos na década de 1940. Filmes que foram extremamente populares em sua época. A receita do roteiro escrito pelo diretor Richard Linklater é bem simples de entender. Ele apenas adaptou o livro original de Claude Stanush para uma roupagem mais moderna, escalando atores jovens e galãs para os personagens principais. Ganhou em estética, mas ao mesmo tempo perdeu em veracidade histórica (já que os verdadeiros gangsters não se pareciam com modelos como esses que vemos nesse filme!). Assim o estúdio escalou Matthew McConaughey para ser o protagonista, uma vez que ele estava sendo bastante cotado para se tornar o astro do amanhã, já que sua popularidade aumentava a cada dia. Ethan Hawke, que tinha mais bagagem no quesito atuação, também foi contratado para contrabalancear de certa maneira a inexperiência de Matthew. Um dos aspectos curiosos ao se rever essa produção é constatar que a atriz Julianna Margulies está no elenco. Ela, que iria se tornar no futuro a estrela de uma série de grande sucesso nos Estados Unidos chamada "The Good Wife", aqui surge bem jovem, com maquiagem pesada e exagerada - típica das mulheres dos anos 40. No mais é aquilo de sempre: muitos crimes e tiroteios com as famosas metralhadoras conhecidas como "Tommy Gun", a preferida dos criminosos e gangsters daqueles tempos em que Al Capone reinava em Chicago.  

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Cavalos Domados

Título no Brasil: Cavalos Domados
Título Original: Broken Horses
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Reliance Entertainment
Direção: Vidhu Vinod Chopra
Roteiro: Vidhu Vinod Chopra, Abhijat Joshi
Elenco: Anton Yelchin, Chris Marquette, Vincent D'Onofrio, María Valverde, Sean Patrick Flanery
  
Sinopse:
O filme narra a história de dois irmãos, Buddy (Chris Marquette) e Jacob (Anton Yelchin). Quando eram apenas garotos eles viram seu pai, o xerife da cidade, ser assassinado de forma covarde. Com o passar dos anos a vida deles tomam rumos diferentes. Jacob vai embora para Nova Iorque tentar vencer na carreira de músico que abraçou. Buddy fica na mesma cidadezinha onde nasceu. Extremamente habilidoso no manejo de armas de fogo, acaba se tornando assassino profissional da quadrilha chefiada por Julius Hench (Vincent D'Onofrio). Depois de oito anos sem se verem pessoalmente Jacob resolve retornar para reencontrar o irmão. Ele quer que ele seja seu padrinho de casamento. O que encontra porém é muito mais complicado de se lidar do que seu próprio passado.

Comentários:
Pela sinopse dá para perceber que o enredo é interessante. Geralmente roteiros assim, que exploram a vida de irmãos que em determinado momento caminham por jornadas diferentes, costumam ser bons. Jacob (Yelchin) trilha o caminho do estudo e se torna um dedicado músico. Violinista talentoso, ele almeja entrar um dia na prestigiada Filarmônica de Nova Iorque. Caso consiga realizar seu sonho planeja também se casar com sua namorada de longa data. Já Buddy (Marquette) ficou para trás. Ele ainda mora na mesma cidadezinha onde nasceu. No passado acabou entrando para o mundo do crime ao se vingar da morte do pai, um policial honesto. Depois do primeiro crime não parou mais e acabou sendo "adotado" pelo chefão mafioso Hench (D'Onofrio). Quando essas duas realidades tão diversas se reencontram após tantos anos as velhas feridas do passado são abertas. Poderia ser um bom drama e com tanto potencial na história poderia certamente render um belo filme. 

O diretor Vidhu Vinod Chopra porém optou por uma linguagem quase Tarantinesca. O problema é que ele não tem cacife para tanto. Ao invés de contar a trama dos irmãos de forma mais convencional, ele acabou adotando uma narrativa mais fragmentada, com doses de nonsense e absurdo que só atrapalham o resultado final. O que mais incomoda é a forma como leva e desenvolve o personagem de Buddy, o irmão mais velho. Ele não parece ter o juízo no lugar, agindo de forma abobalhada e em muitos aspectos até mesmo infantilóide. Embora Jacob seja bem desenvolvido, na forma de ser e agir, o comportamento estranho e bizarro de Buddy quase coloca tudo a perder. O roteiro não deixa claro em nenhum momento se Buddy tem algum tipo de retardo mental e isso compromete todo o enredo. Dessa maneira "Cavalos Domados" deve ser apreciado com reservas. Não é Tarantino e nem tampouco maravilhoso. No fundo é aquele tipo de filme que você sai com a sensação de que tinha potencial de verdade, mas que foi desperdiçado com ideias e escolhas ruins. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Nascido Para Matar

Título no Brasil: Nascido Para Matar
Título Original: Full Metal Jacket
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick
Elenco: Matthew Modine, R. Lee Ermey, Vincent D'Onofrio

Sinopse:
Jovens americanos se preparam para entrar em combate durante a Guerra do Vietnã. Sob ordens de um sargento linha dura, eles são submetidos a todo tipo de pressão física e mental. Apenas os fortes resistirão a esse desafio. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Roteiro Adaptado. Também indicado na mesma categoria no Globo de Ouro, onde venceu na categoria Melhor Ator Coadjuvante (R. Lee Ermey). "Full Metal Jacket" foi o penúltimo filme da carreira do cineasta Stanley Kubrick.

Comentários:
Esse foi o último grande filme da carreira do genial Stanley Kubrick. Para muitos também é a melhor produção do chamado ciclo do Vietnã, uma série de filmes feitos sobre o conflito que começaram a surgir nas telas em meados dos anos 80. Não é para menos. Kubrick dividiu a trama de seu roteiro em dois atos bem claros. No primeiro acompanhamos o duro treinamento de um grupo de soldados, levando um deles à beira da insanidade completa. No segundo ato já temos os recrutas em plena guerra, tendo que enfrentar os desafios de uma batalha que nunca parecia ter fim. Em um momento crucial acabam ficando na mira de um atirador de elite das forças vietcongues. Kubrick se mostra genial em todos os momentos da película. Dono de um estilo maravilhoso no que toca ao poder de domínio sobre a narrativa, ele consegue expor a loucura do Vietnã de forma magistral. O enredo foi baseado na novela de Gustav Hasford mas, como sempre acontecia com o genial cineasta, ele usou isso apenas como ponto de partida para seu script, que se mostra extremamente atual e relevante. Em termos de elenco quem acaba se destacando mesmo é R. Lee Ermey que interpreta o sargento durão Hartman. O curioso é que Ermey era de fato um militar, o que trouxe ainda mais veracidade no que vemos na tela. Em suma, uma verdadeira obra prima cinematográfica com a assinatura do gênio Stanley Kubrick! Precisa dizer mais alguma coisa?

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

JFK A Pergunta Que Não Quer Calar

Após a morte do Presidente John F. Kenney na cidade de Dallas no ano de 1963 um ousado e esforçado promotor público chamado Jim Garrison (Kevin Costner) inicia uma longa jornada em busca da verdade dos fatos. Para ele nada do que afirma a versão oficial pode ser admitido como verdade do que realmente aconteceu. Para Garrison há toda uma rede conspiratória envolvendo a morte do líder máximo da nação norte-americana. Mas afinal quem realmente matou o presidente John Kennedy? A versão oficial afirma que o presidente americano foi morto por Lee Oswald, que agindo sozinho resolveu liquidar o político durante uma visita amigável ao Texas. Andando pelas ruas de Dallas em carro aberto, acenando para os que o saudavam nas calçadas durante seu trajeto, o líder do chamado mundo livre ficou a mercê de qualquer um que o usasse como alvo. Lee Oswald, um ex-fuzileiro naval que havia morado na Rússia por algum tempo o transformou em seu alvo. Ele agiu sozinho, sem ajuda de ninguém. Exímio atirador, subiu até um edifício onde se armazenavam livros escolares e de lá matou o presidente que vinha passando em frente a sua janela. Sua mira foi praticamente perfeita. Após atingir o presidente no pescoço deu um novo tiro que atingiu a cabeça do presidente. Foi o tiro fatal. Dias depois ao ser levado para uma cadeia próxima, Oswald foi assassinado por Jack Ruby, um membro de baixo escalão da máfia local. Isso é resumidamente tudo o que se apurou nas investigações oficiais. Os americanos ficaram tão perplexos com tudo o que aconteceu que simplesmente nunca acreditaram plenamente nessa versão oficial. Dois em cada três americanos acreditam que Kennedy foi vítima de uma conspiração sem tamanho, envolvendo figurões, agências governamentais, a Máfia, os russos, Fidel Castro e tudo o mais que você possa imaginar. Até teorias envolvendo OVNIS e Kennedy já foram criadas. Não há limites para a imaginação. Foi justamente nesse mundo de conspirações e intrigas que Oliver Stone resolveu ambientar seu “JFK – A Pergunta Que Não Quer Calar”.

Esse filme causou grande repercussão em seu lançamento. Não é para menos pois se propunha a jogar uma luz nesse grande mistério. O problema é que JFK, o filme de Stone, acaba por não responder pergunta nenhuma. O cineasta jogou todas as teorias em seu roteiro, misturou bem, adicionou gasolina para criar uma polêmica interminável e não chegou a nenhuma conclusão. O problema é esse, Stone simplesmente não quis se comprometer. Tudo fica no ar, envolto em mistérios, então depois de ficarmos tanto tempo vendo sua visão (o filme tem longa duração) nos sentimos enganados por ver que tudo aquilo simplesmente não chega a lugar nenhum. Outro grave defeito de JFK é que ele passa longe de ser uma produção historicamente correta. O promotor interpretado por Kevin Costner no filme é muito diferente da pessoa real. No filme ele é retratado como um herói. Na vida real era uma pessoa fascinada com o mundo das conspirações em torno de Kennedy, um aficcionado no assunto. Porém tal como o filme morreu sem chegar a conclusão nenhuma. A tal pergunta que não quer calar definitivamente não foi respondida com essa obra cinematográfica que é boa para levantar a poeira das teorias e teses intermináveis que foram criadas durante todos esses anos, mas totalmente pífia em apresentar resultados concretos. Atirando para todos os lados sem acertar em nada o filme falha completamente em suas pretensões.

JFK – A Pergunta Que Não Quer Calar (JFK, Estados Unidos, 1991) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Oliver Stone, Zachary Sklar / Elenco: Kevin Costner, Gary Oldman, Jack Lemmon, Vincent D'Onofrio, Sissy Spacek, Joe Pesci, Walter Matthau, Tommy Lee Jones, John Candy, Kevin Bacon, Donald Sutherland / Sinopse: Após a morte do Presidente John F. Kenney na cidade de Dallas no ano de 1963 um ousado e esforçado promotor público chamado Jim Garrison (Kevin Costner) inicia uma longa jornada em busca da verdade dos fatos. Para ele nada do que afirma a versão oficial pode ser admitido como verdade do que realmente aconteceu. Para Garrison há toda uma rede conspiratória envolvendo a morte do líder máximo da nação norte-americana. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Fotografia e Melhor Edição. Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Direção para Oliver Stone.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de novembro de 2012

Ed Wood

Alguns filmes soam como maravilhosas declarações de amor ao cinema. Um dos mais famosos nesse sentido é Ed Wood, uma homenagem a todos que amam a sétima arte. Ao contar a história do diretor Ed Wood (1924 - 1978) o cineasta Tim Burton realizou sua mais sincera ode à arte que todos adoramos. Ed Wood era realmente um sujeito sem o menor talento para dirigir qualquer coisa mas sua paixão pelo cinema, seu entusiasmo absoluto pelos filmes que realizava e sua visão pessoal de que era um grande filmmaker fez toda a diferença do mundo no final das contas. Atualmente considerado o "pior diretor de todos os tempos" (um título mais carinhoso do que aparenta ser) Wood acabou criando com sua filmografia uma legião de fãs que o idolatram justamente por isso, por ser ruim demais, ruim a um ponto de acabar se tornando bom, por mais absurdo que isso possa parecer. Tim Burton nesse que é um de seus momentos mais felizes na carreira acertou em cheio ao resolver contar a curiosa história de Ed e o resultado é realmente excelente. Além de ter dirigido verdadeiras pérolas, Wood ainda chamava atenção por sua personalidade um tanto diferente. Só para citar um exemplo ele adorava se vestir de mulher, fato que deu origem a uma de suas "obras primas", o estranho, para dizer o mínimo, "Glen or Glenda". De fato o sujeito não era nada comum.

Outro aspecto que chama atenção no filme é a presença do ator Bela Lugosi na trama. De fato no final da vida, pobre, abandonado e viciado em drogas, o grande ator do passado estava arruinado completamente, tanto na vida como na carreira. Foi nesse momento que Ed Wood resolveu lhe ajudar, o escalando para uma série de fitas de terror trash que trouxe ao velho Lugosi um mínimo de dignidade que ainda lhe restava. Esse ponto do enredo é dos mais humanos que já vi em filmes recentes. Burton lida com carinho seu personagem, dando a Martin Landau (que interpreta Lugosi no filme) o papel de sua vida, tanto que foi vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Um reconhecimento que em minha opinião premiou não apenas Landau mas também Lugosi pois foi uma forma encontrada pela Academia de homenagear esse grande nome do passado que morreu esquecido e abandonado, infelizmente. Outra sábia decisão de Burton foi filmar tudo em uma linda fotografia preto e branco. O clima  de algo antigo nos remete de forma imediata aos grandes anos do cinema clássico quando Lugosi era ídolo dos fãs de filmes de suspense e terror. Em suma, Ed Wood é um belo poema de amor ao cinema. Um filme muito lírico que soube como poucos resgatar a "genialidade" de Ed Wood, que sendo o pior diretor de todos os tempos ou não, conseguiu entrar na história do cinema de  uma forma muito especial.

Ed Wood (Ed Wood, Estados Unidos, 1994) Direção: Tim Burton / Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski / Elenco: Johnny Depp, Martin Landau, Sarah Jessica Parker, Patricia Arquette, Jeffrey Jones, Vincent D'Onofrio / Sinopse: Ed Wood (Johnny Depp), um diretor obtuso, resolve reunir um grupo de estranhos atores e um veterano consagrado mas decadente para filmar uma nova obra prima que em sua opinião vai revolucionar para sempre a sétima arte!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Fogo Contra Fogo

Mais um filme com Bruce Willis que não encontra espaço nos cinemas, indo diretamente para o mercado de venda direta ao consumidor. Será que o antigo astro de filmes de ação está acabado definitivamente? Ainda não. O que vem ocorrendo com Willis é que ele vem colocando seu nome para aluguel de produções pequenas que passariam despercebidas sem seu nome no elenco. É um mero chamariz de público. Um exemplo é esse "Fire With Fire". Aqui pelo menos Willis está um pouco menos preguiçoso do que o habitual, trabalhando mais, surgindo em várias cenas, embora seu personagem esteja longe de ser o principal da trama. Ele interpreta um policial obcecado por prender um criminoso cruel e sociopata que matou seu parceiro anos atrás. A grande chance acontece quando um bombeiro testemunha um crime numa loja de conveniências. O assassino é justamente o mesmo do ex parceiro do personagem de Willis. A partir daí a produção cai no clichê de sempre. O assassino vai tentar matar a testemunha e Bruce Willis com a ajuda do FBI vai tentar manter ele vivo até o julgamento no tribunal. A reviravolta acontece quando o bombeiro cansado daquele jogo de gato e rato resolve se armar ele mesmo para ir atrás de seus algozes. Encarnando Charles Bronson de "Desejo de Matar" ele sai liquidando um por um os membros da gangue de criminosos.

Nem precisa dizer que é justamente por isso que o filme decai tanto. O tema é batido e o ator que interpreta o bombeiro, Josh Duhamel, é fraco e sem jeito para bancar o herói de filmes de ação. Seu maior sucesso até aqui foi com a franquia Transformers. Obviamente o estúdio está tentando transformá-lo em um novo herói de ação mas até agora não convenceu muito. Como se não bastasse ainda temos que agüentar  o rapper 50 Cent fazendo uma pequena participação. Ele definitivamente deveria retornar para sua carreira musical porque como ator ele é realmente sofrível, péssimo. Outra presença que chama a atenção é a do ator Julian McMahon que interpretava o egocêntrico cirurgião Christian Troy de Nip / Tuck, aqui interpretando um assassino profissional. Sua entrada em cena é responsável pelas melhores sequências do filme, como a do tiroteio no meio de um estacionamento. Fora isso nada de mais digno de nota. A cena final usa a abusa de efeitos digitais recriando fogo mas sem grande impacto. "Fire With Fire" é um ponto menor, quase obscuro, da carreira de Bruce Willis. Sua grande vantagem é ser curtinho, sem firulas, indo direto ao ponto. Infelizmente se rende a muitos clichês ao longo de sua duração mas pode ser encarado como um divertimento ligeiro caso não haja nada melhor para assistir.

Fogo Contra Fogo (Fire With Fire, Estados Unidos, 2012) Direção: David Barrett  / Roteiro: Lowell Cauffiel, Tom O'Connor / Elenco: Josh Duhamel, Rosario Dawson, Bruce Willis, Julian McMahon,  Vincent D'Onofrio,  Vinnie Jones,  Richard Schiff,  50 Cent / Sinopse: Bombeiro testemunha um assassinato, para garantir que sobreviva até o julgamento um grupo de policiais o colocam no serviço de proteção às testemunhas, o que acaba não garantindo sua integridade física. Sem opção ele então resolve ir atrás dos criminosos para um acerto de contas definitivo.

Pablo Aluísio.