quinta-feira, 5 de abril de 2018

Jogador Nº 1

Esse novo filme de Steven Spielberg que está em cartaz nos cinemas brasileiros só vai agradar você se: a) você for um adolescente e b) se for um fanático por games. Aliás dizer que Spielberg dirigiu esse filme é uma forçada de barra. "Ready Player One" é praticamente todo realizado em computação gráfica. As cenas com atores de carne e osso são pontuais. No geral tudo se passa dentro de um mundo virtual onde um jovem do futuro tenta localizar três chaves deixadas pelo criador do game. Quem as encontrar será o novo dono do game, se tornando obviamente um milionário do mundo real. E aí está outro problema do filme. O roteiro é cheio de referências da cultura pop, só que em sua grande maioria de filmes e músicas dos anos 80. Um adolescente dos dias de hoje não vai entender a maioria delas. Já o tiozão dele, que provavelmente não irá se interessar pelo filme, certamente iria entender muito mais do que se passa na tela. Temos um contrassenso aí.

O filme também me incomodou pelos excessos visuais. Como é um filme passado basicamente dentro de um mundo virtual, há uma excessiva poluição visual na tela. Nosso cérebro não é programado para absorver tudo aquilo. Assim em pouco tempo ficamos com tédio daquele universo plastificado, onde os personagens possuem imagens baseadas em mangás e jogos de RPG. A estorinha é básica, uma milésima versão da jornada do herói, aqui passando por apuros e aventuras em um mundo cyber modernoso. Some-se a isso um vilão bem caricato e você vai entender porque assistir a esse novo filme de Spielberg é também uma experiência tediosa. O diretor deixa até mesmo uma de suas maiores características de lado, o manejo da emoção humana, bem de lado. O filme é frio e sem alma, como uma partida de videogame. No geral não gostei. Achei um filme artificial demais, longo em excesso e seu visual que deveria ser arrebatador só me deixou com mais tédio ainda. Volte para a velha forma, Spielberg!

Jogador Nº 1 (Ready Player One, Estados Unidos, 2018) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Zak Penn, Ernest Cline / Elenco: Tye Sheridan, Olivia Cooke, Ben Mendelsohn / Sinopse: No ano de 2045 um jovem adolescente, viciado em games, entra numa disputa para achar três chaves deixadas pelo falecido criador do game. Quem as encontrar se tornará um milionário e o novo dono de OASIS, o mundo virtual mais perfeito que já existiu.

Pablo Aluísio.

Eu Mato Gigantes

Numa primeira visão, bem superficial, pode parecer um daqueles filmes com monstros gigantes como "Transformers" e bobagens do tipo, mas não é nada disso. Na verdade é um drama existencial sobre a morte. No filme temos uma garotinha como protagonista. A escola é um fardo, com outras garotas fazendo bullying o tempo todo com ela pelos corredores. Sem amigas, ela enfrenta uma barra em casa, pois sua mãe está morrendo de uma doença grave. Diante de um mundo real tão hostil e cruel sobra para a menina se refugiar na sua imaginação, onde ela tenta enfrentar monstros e titãs que estão prestes a destruir a cidade onde mora.

O roteiro é muito bem escrito, entrando e saindo da mente de sua personagem principal sem pedir licença.  Ao espectador cabe transitar entre o real e o imaginário. Nem quando ela finalmente consegue fazer uma efêmera amizade com uma aluna novata inglesa que vai estudar em sua escola as coisas melhoram muito. Há também a interessante participação de uma psicóloga em sua vida, alguém que tenta lhe ajudar de alguma maneira. No começo pensei que se tratava de mais uma produção assinada por Guillermo del Toro, afinal ele sempre teve essa obsessão por monstros e criaturas do mundo da fantasia, mas não, eis que para minha surpresa o filme foi produzido mesmo por Chris Columbus, de Harry Potter e tantos outros filmes. No final é um drama com toques de fantasia existencial. Não é todo dia que você encontra algo assim para assistir. De minha parte gostei bastante de sua proposta. Ideias originais assim sempre serão bem-vindas. 

Eu Mato Gigantes (I Kill Giants, Estados Unidos, Inglaterra, Bélgica, 2017) Direção: Anders Walter / Roteiro:  Joe Kelly / Elenco: Madison Wolfe, Zoe Saldana, Imogen Poots / Sinopse:    
Barbara (Madison Wolfe) é uma garota de 12 anos que não tem uma vida fácil. Sofrendo de bullying na escola e enfrentando a doença terminal de sua mãe, ela encontra refúgio em sua imaginação. Numa floresta perto de sua casa ela imagina grandes gigantes que estão chegando para destruir sua cidade, sendo que apenas ela poderá enfrentá-los.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Gangues de Nova York

Assisti a esse filme no cinema, na época de seu lançamento original. Jamais poderia pensar que a elegante e fina Nova Iorque teria tido um passado tão violento e brutal. O diretor Martin Scorsese sempre foi apaixonado pela cidade e resolveu contar esse período histórico pouco lisonjeiro do lugar, em um tempo onde cada palmo de território era disputado no braço por violentos membros de Gangues. Esteticamente bem realizado, com excelente produção, algo que era mesmo de se esperar de um filme dirigido por Martin Scorsese, esse "Gangs of New York" nunca me agradou muito. Achei o filme sujo e violento em demasia, com pouco espaço para uma melhor dramaturgia. Em poucas palavras? Muita briga para pouca história.

Foi, se não estou enganado, o primeiro filme da parceria entre Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio. Assim o diretor deixava de trabalhar ao lado de Robert De Niro, seu ator preferido e habitual desde os anos 60, para dirigir DiCaprio, um astro de Hollywood, com grande força comercial nas bilheterias. O resultado em meu ponto de vista foi apenas morno. Além disso sempre achei um desperdício contratar um ator brilhante e talentoso como Daniel Day-Lewis para atuar como um mero butcher, um açougueiro irascível e brutal, com facão nas mãos. Sua indicação ao Oscar inclusive foi mais pelo conjunto da obra de sua carreira do que por sua atuação no filme.  Outro ponto é que Scorsese amenizou bastante o racismo que imperava nas ruas de Nova Iorque na época histórica que o filme retrata. Afinal as gangues eram todas unidas por fatores raciais, de origem, principalmente as que envolviam imigrantes. Bom, de uma forma ou outra, mesmo não sendo um filme que me agradou totalmente, devo dizer que a produção tem seu lugar dentro da rica e inigualável filmografia de Scorsese, um verdadeiro mestre da sétima arte.

Gangues de Nova York (Gangs of New York, Estados Unidos, 2002) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: Martin Scorsese, Jay Cocks / Elenco: Leonardo DiCaprio, Cameron Diaz, Daniel Day-Lewis, John C. Reilly, Liam Neeson / Sinopse: A história do filme se passa em 1863 quando o jovem
Amsterdam Vallon (Leonardo DiCaprio) chega a Nova Iorque em busca de vingança. Ele quer a cabeça de Bill 'The Butcher' Cutting (Daniel Day-Lewis) que matou seu pai anos antes. Não será algo fácil já que Nova Iorque estava completamente dominada por gangues violentas de rua. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator (Daniel Day-Lewis), Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia (Michael Ballhaus).

Pablo Aluísio.

De Porta em Porta

Um filme simples, mas que tem uma boa história para contar. O roteiro é baseado em fatos reais, na vida de um sujeito chamado Bill Porter (William H. Macy). Portador de paralisia cerebral, ele decidiu parar de ter pena de si mesmo e foi para a luta. Incentivado pela mãe, interpretada pelo ótima Helen Mirren, ele foi em busca de um emprego. Acabou arranjando uma vaga para ser vendedor de porta em porta, onde vendia produtos para o lar como amaciantes, sabão em pó, etc. Em pouco tempo se tornou não apenas um bom vendedor, como também uma figura querida na região onde trabalhava, se tornando próximo dos moradores, que eram não apenas seus clientes, mas também seus amigos.

Claro que algo assim não foi fácil. Bill tinha problemas para andar, não conseguia mexer com uma das mãos, e seu problema de saúde o impedia de falar com normalidade. Mesmo com todas essas adversidades ele quis ser um trabalhador, ao invés de se aposentar por invalidez pela assistência social. O filme é repleto dessas preciosas lições de vida, pitadas de coragem e bons exemplos por todo o enredo. Outra pessoa central em sua vida foi sua ajudante Shelly (Kyra Sedgwick) que não apenas o ajudava nas entregas dos produtos vendidos, como também acabou se tornando sua melhor amiga, após a morte da querida mãe, que sofreu por anos com o Mal de Alzheimer. Sua história de vida acabou sendo descoberta quando ele virou tema de uma matéria em uma revista de grande circulação nos EUA. Depois, em cima dessa reportagem, foi escrito o roteiro desse bom filme. Uma história de um homem comum que com seu exemplo mostrou que nunca devemos desistir de nossos objetivos. 

De Porta em Porta (Door to Door, Estados Unidos, 2002) Direção: Steven Schachter / Roteiro: William H. Macy, Steven Schachter / Elenco: William H. Macy, Kyra Sedgwick, Helen Mirren, Kathy Baker / Sinopse: Bill Porter (William H. Macy) é portador de paralisia cerebral. Mesmo assim decidiu que queria ser uma pessoa produtiva na sociedade. Batalhando por um emprego, acabou arranjando uma vaga de vendedor de porta em porta. Roteiro baseado numa história real. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Atriz (Helen Mirren) e Melhor Ator (William H. Macy).
 
Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de abril de 2018

O Passageiro

Já pelo trailer pude perceber que não era grande coisa. O filme tem como protagonista Michael MacCauley (Liam Neeson), um vendedor de seguros que todos os dias vai para o trabalho no trem urbano de sua cidade. Um dia ele é demitido e na volta para casa encontra uma misteriosa mulher (interpretada pela atriz Vera Farmiga) que lhe faz uma proposta. Em troca de 100 mil dólares ele deverá procurar por um passageiro em especial, alguém que não se encaixa naquele trem. Na verdade é uma testemunha de um crime envolvendo policiais corruptos. Sem dinheiro e desempregado, Michael acaba entrando no jogo, sem saber que muito em breve sua vida e de seus familiares estará em risco.

Esse tipo de enredo seria desenvolvido brilhantemente por cineastas do passado, em especial o mestre do suspense Alfred Hitchcock, mas como diretores e mestres do cinema como ele já não existem mais, tudo acaba caminhando para a banalidade. Assim achei o desenvolvimento da estória bem fraco, ruim mesmo. Enquanto Liam Neeson vai tentando descobrir o passageiro que ele tanto procura, alguns acontecimentos vão surgindo, como a morte de um agente do FBI. Nada muito marcante ou bem trabalhado por parte do roteiro. O suspense também é desperdiçado. Junte a isso uma ou outra cena de ação e luta e você terá tudo o que o filme tem a lhe oferecer, o que sinceramente é bem pouco. É curioso que esse filme tenha sido lançado nos cinemas brasileiros já que ele não conseguiu se tornar um sucesso de bilheteria nos Estados Unidos. Outros filmes bem melhores não conseguiram encontrar o mesmo espaço no circuito comercial.

O Passageiro (The Commuter, Estados Unidos, 2018) Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Byron Willinger, Philip de Blasi / Elenco: Liam Neeson, Vera Farmiga, Patrick Wilson, Sam Neill / Sinopse: No dia em que é demitido do emprego, o vendedor de seguros Michael MacCauley (Liam Neeson) recebe uma estranha proposta no trem em que está indo para casa. Uma mulher desconhecida lhe oferece 100 mil dólares para localizar um passageiro, uma testemunha envolvida em um crime cometido por tiras corruptos.

Pablo Aluísio. 

Instinct

Assisti ao episódio piloto dessa nova série da CBS. Primeira observação é a de que temos aqui uma série feita para ser exibida na grade de programação desse canal aberto nos Estados Unidos. Mal sinal. Séries assim costumam ser completamente sem criatividade, originalidade. É o que os brasileiros chamam de "enlatado americano". O enredo me animou um pouquinho, mas foi em vão. Na trama temos uma policial do departamento de homicídios (a atriz eslava Bojana Novakovic) que resolve contactar um professor de psicologia forense. Autor de sucesso, o Dr.Dylan Reinhart (interpretado pelo sempre bom Alan Cumming) escreveu um best seller sobre a psicologia dos psicopatas, dos assassinos em série.

Então eis que começam a surgir vários corpos. Todos foram mortos seguindo as linhas do livro de Reinhart. Assim o renomado escritor e professor se une aos policiais na investigação. Não espere por nada muito interessante. A série peca por ser quadradinha demais, emoldurada em demasia. Não tem um pingo de ousadia. O roteiro desse primeiro episódio é completamente despido de novidades. A resolução dos crimes decepciona por ser fácil demais, óbvio até dizer chega! Com esse primeiro episódio já deu para perceber que não há nada de novo no front. Convencional e quadrada demais, é uma série que foi feita para passar na CBS para um público tão médio, mas tão médio, que chego a pensar que os produtores americanos estão mesmo convencidos que seus espectadores são meros idiotas. Assim não dá! Subestimar demais a inteligência do público geralmente costuma dar bem errado.

Instinct (Instinct, Estados Unidos, 2018) Direção: Douglas Aarniokoski, Constantine Makris     / Roteiro: Howard Roughan, James Patterson / Elenco: Alan Cumming, Bojana Novakovic, Michael B. Silver / Sinopse: Um professor universitário, autor de livros sobre serial killers, se une a uma jovem policial para investigar uma série de crimes. O assassino deixa cartas do baralho nas cenas dos assassinatos, mostrando que ele está seguindo um método descrito pelo escritor.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Virando o Jogo

Se tem um ator que faz falta no cinema nos dias de hoje esse é certamente Gene Hackman. Aposentado há quase quinze anos, ele era aquele tipo de ator que fazia valer praticamente qualquer filme em que atuasse. Esse "Virando o jogo" foi um de seus últimos trabalhos, quando ele já estava com um pé na aposentadoria. Como o tema do filme era o futebol americano (esporte que os brasileiros em geral desconhecem ou detestam) o filme acabou não ganhando espaço em nossos cinemas, sendo lançado diretamente no mercado de vídeo em nosso país. Essa má vontade nem se justifica, uma vez que o filme é bonzinho, calcada numa estória interessante.

Aqui Gene Hackman interpreta um treinador que chega para trabalhar em um time sem grandes recursos. Ele então começa a procurar por jogadores mais veteranos ou jovens que não cumpriram as expectativas nas suas carreiras, entre eles Shane Falco (Keanu Reeves) . Dito como um atleta de futuro promissor não conseguiu despontar, ficando restrito a pequenos times sem expressão. O treinador então decide lhe dar mais uma chance, para quem sabe venha a brilhar como nos tempos do futebol universitário. E assim se desenvolve esse drama esportivo. Não é obviamente uma obra prima, mas consegue manter a atenção. Reeves fica à sobra de Hackman, óbvio. Isso porém era mais do que previsível. O resultado final é bem bacaninha.

Virando o Jogo (The Replacements, Estados Unidos, 2000) Direção: Howard Deutch / Roteiro: Vince McKewin / Elenco: Keanu Reeves, Gene Hackman, Brooke Langton / Sinopse: Velho treinador de futebol americano decide contratar um jovem jogador que nunca conseguiu se tornar uma estrela no esporte. O veterano treinador quer um time formado por jogadores que amem o esporte, que joguem com o coração, acima de tudo.

Pablo Aluísio.

Um Diabo Diferente

Bom, quando  eu comecei a trazer textos sobre cinema para esse blog eu queria escrever sobre praticamente todos os filmes que assisti. Como tenho um lista onde anotei grande parte desses filmes o esforço seria no mínimo interessante. Pois bem, nessa longa jornada de cinéfilo assisti muitos filmes maravilhosos, alguns medianos (na verdade a grande maioria) e, é claro, puro lixo, filmes que são horríveis. Ninguém é perfeito afinal de contas. Uma das grandes porcarias que vi na minha vida foi esse trash involuntário chamado "Little Nicky - Um Diabo Diferente". Aliás é bom frisar, Adam Sandler é um caso à parte. Nunca um comediante do cinema americano fez uma lista tão grande de filmes ruins. Depois de várias péssimas experiências nunca mais vi nada com seu nome no elenco, mas em 2000 ainda conseguia ter paciência para lhe dar alguma chance. Tempo perdido.

Ainda interessado sobre o que o filme trata? Então OK. É uma bobagem imbeciloide sobre Nicky, que não é um sujeito normal. Ele é filho de um demônio (sim, isso mesmo que você leu!) que é enviado para a Terra para cumprir uma "missão" especial. Então tudo se desenvolve com suas peripécias em nosso mundo (isso soou muito com aquelas chamadas genéricas e bem estúpidas da Sessão da Tarde, algo do tipo "Vejam esse incrível diabinho se envolvendo em mil e uma aventuras!). Ahh... que coisa insuportável. Depois desse filme horripilante (no mal sentido) nunca mais vi um filme com o nome de Adam Sandler no poster como algo minimamente assistível. Fuja, como o diabo foge da cruz!

Um Diabo Diferente (Little Nicky, Estados Unidos, 2000) Direção: Steven Brill / Roteiro: Tim Herlihy, Adam Sandler / Elenco: Adam Sandler, Patricia Arquette, Harvey Keitel / Sinopse: Nicky (Sandler) é um cara diferente. Ele é o filho de um importante demônio do inferno que deseja que ele obtenha o mesmo sucesso na carreira que seu pai. Só que Nicky prefere ficar o dia todo ouvindo rock pauleira em seu quarto até ser enviado para a Terra para cumprir uma missão muito importante.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de abril de 2018

Mafiosos em Apuros

O elenco é bom, mas o filme não decola em nenhum momento. Eu gosto bastante do tipo de humor que Richard Dreyfuss faz (ou fazia já que ele hoje em dia está praticamente aposentado). O problema é que sem um bom diretor por trás, nada funciona direito. O diretor Michael Dinner é muito fraco, burocrático, praticamente sem personalidade. Assim o Richard Dreyfuss fez o que quis. Sem amarras caiu em mil e uma armadilhas, exagerando nos cacoetes, afundando em seus próprios maneirismos.

Legal mesmo seria rever Burt Reynolds em forma, novamente em uma boa comédia. Pouca gente sabe, mas ele chegou a ser um dos dez atores mais bem pagos de Hollywood nos anos 70, principalmente por causa de "Agarra-me se Puderes" e suas continuações. O tempo passou e a carreira declinou. Depois de várias plásticas (péssimas, por sinal) tentou uma reviravolta, mas nunca conseguiu. Nesse filme esquecível aqui ele também não voltou a se achar em cena. Enfim, tudo pode ser resumido mesmo na primeira linha dessa resenha. É um filme com bom elenco que simplesmente não funciona. Uma pena...

Mafiosos em Apuros (The Crew, Estados Unidos, 2000) Direção: Michael Dinner / Roteiro: Barry Fanaro / Elenco: Richard Dreyfuss, Burt Reynolds, Dan Hedaya, Carrie-Anne Moss, Jennifer Tilly / Sinopse: Grupo de mafiosos do passado, aposentados e vivendo em um retiro para idosos de Palm Beach, na Flórida, decidem forjar um crime para que os imóveis onde moram sejam desvalorizados, evitando assim que sejam despejados do lugar.

Pablo Aluísio.

Maria Madalena

Esse filme entrou em cartaz nos cinemas brasileiros durante essa Páscoa. É uma boa oportunidade para conferir a história de Maria Madalena sob sua ótica pessoal. Figura bastante importante no Novo Testamento, aqui os roteiristas tomaram uma série de liberdades com sua vida. Muitas das coisas que o espectador verá na tela não estão relatadas nos evangelhos. Isso porém não atrapalha em nada o resultado final, que achei muito bom e satisfatório. Maria (Rooney Mara) é uma jovem judia do século I que vive às margens do Mar da Galileia. Ela mora em Magdala (daí seu sobrenome usado nos evangelhos). Vivendo da pesca ela resiste á pressão familiar para se casar com um homem conhecido como Efrain. Isso leva seu pai a entender que ela estaria possuída por demônios. Essa situação conflituosa a leva a conhecer um jovem judeu que prega pelas estradas da Galileia. Ele é Jesus de Nazaré (interpretado por Joaquin Phoenix).

Depois desse primeiro encontro ela passa a seguir as pregações de seu mestre, se tornando uma das mais devotadas seguidoras de sua palavra. O filme assim vai mostrando as passagens mais importantes da vida de Jesus. Seus milagres, as curas, a viagem até Jerusalém, sua entrada na cidade, a revolta contra os vendilhões do templo, sua prisão, crucificação e ressurreição. Maria Madalena está sempre presente nesses momentos cruciais (algo de acordo com as escrituras). Ela foi de fato uma testemunha ocular de tudo o que aconteceu. Sua figura histórica aliás sempre foi alvo de controvérsias. Em determinado momento intérpretes da Bíblia a qualificaram como uma prostituta que Jesus trouxe de volta à Luz. Isso porém nunca é dito diretamente pela Bíblia. Hoje em dia a Igreja recuperou sua imagem, pois afinal ela foi a primeira pessoa a ver Jesus ressuscitado, em toda a sua glória. Por fim algo importante que salvou o filme do sensacionalismo. Os roteiristas não caíram na armadilha de colocar Maria Madalena como esposa de Jesus, algo que não tem base bíblica nenhuma, uma invenção  baseada em boatos e livros pseudo históricos. Assim preservou o legado mais importante dela, sua fé e fidelidade à mensagem do Messias.

Maria Madalena (Mary Magdalene, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, 2018) Direção: Garth Davis / Roteiro: Helen Edmundson, Philippa Goslett / Elenco: Rooney Mara, Joaquin Phoenix, Chiwetel Ejiofor / Sinopse: Maria (Rooney Mara) vive na Galileia do século I. Um região pobre, de pescadores, sob dominação do Império Romano. Sua vida muda completamente quando ela conhece Jesus (Phoenix), um pregador que traz uma nova mensagem de paz e amor ao próximo. Roteiro baseado em parte no Novo Testamento.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 30 de março de 2018

The Crown - Primeira Temporada

A série The Crown conta a história da atual monarca da Inglaterra, a Rainha Elizabeth II, desde o momento em que seu pai fica doente, com um câncer de pulmão agressivo, até os dias atuais. Uma série com produção requintada, ótimo elenco e produção de primeira linha. A primeira temporada teve sua estreia em novembro de 2016, com excelente retorno de público e crítica. Essa primeira temporada contou com 10 episódios, sendo os dois primeiros editados em conjunto, para se assistir como se fosse um longa-metragem. Em suma, uma série de muito bom gosto, para quem aprecia programas com mais refinamento. Vamos aos episódios comentados dessa primeira temporada.
 
The Crown 1.01 / 1.02- Wolferton Splash / Hyde Park Corner - Estou começando a assistir essa série inglesa que conta a história da Rainha Elizabeth II. Até o momento já conferi os dois primeiros episódios intitulados Wolferton Splash e Hyde Park Corner, respectivamente. A história não começa na infância dela, como era de esperar. Quando o primeiro episódio começa já encontramos Elizabeth mocinha, na juventude ainda. Seu pai, o Rei George VI, era um fumante inveterado, fumando vários maços por dia. Naquela época ainda não se tinha uma visão completa de como o cigarro poderia fazer mal à saúde. O Rei vai ficando cada vez mais doente. Uma cirurgia é realizada, ainda numa fase primitiva da medicina, e parte de seu pulmão é retirado. Ele sobrevive por pouco à intervenção. Algo até brutal. O curioso é que tudo não foi feito no hospital, como era de se esperar. O Rei preferiu que uma sala luxuosa do Palácio de Windsor fosse adaptado, com ele sendo aberto cirurgicamente debaixo de luxuosos lustres dr cristal. No mínimo bizarro.

Pois bem, ele ainda se recupera aos poucos, porém sempre tossindo sangue. No segundo episódio Elizabeth é enviada para uma longa viagem pela Commonwealth, a comunidade britânica de nações. Na África, enquanto tentava se adaptar aos costumes do lugar, acaba recebendo a notícia que o Rei havia falecido. Ao amanhecer seu mordomo foi até seus aposentos para lhe acordar, mas o Rei já estava morto. Alguns aspectos desses dois primeiros episódios também chamam a atenção. O primeiro ministro Winston Churchill está lá, já no fim de sua carreira política, quando ele já estava velho demais para seguir em frente. Outro personagem que chama atenção é o príncipe Phillip, com algo até de antipático. Esnobe e petulante ele comete uma gafe e tanto quando confunde uma coroa de um rei africano com um chapéu. Sujeitinho ignorante. / The Crown 1.01 / 1.02- Wolferton Splash / Hyde Park Corner (Inglaterra, 2016) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Claire Foy, Matt Smith, Victoria Hamilton.

The Crown 1.06 - Gelignite
Série que resgata a história da rainha Elizabeth II (Claire Foy), desde o momento em que ele assume o trono. Era bastante jovem ainda e teve que lidar com problemas delicados. Nesse episódio o problema principal vem da própria irmã Margaret (Vanessa Kirby). Ela se apaixona por um capitão divorciado e sem tradição dentro da nobreza britânica. Acontece que membros da família real não poderiam em tese se casar com pessoas divorciadas, já que Elizabeth é também chefe da Igreja Anglicana, que proíbe o divórcio. E aí cria-se uma situação delicada. Elizabeth não pode dar a autorização para a irmã sem passar por cima da doutrina anglicana. Complicado. Bom episódio que explora um aspecto pouco lembrado, a de que ser monarca também significa conciliar interesses que são na verdade inconciliáveis. / The Crown 1.06 - Gelignite (Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: Julian Jarrold / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Claire Foy, Matt Smith, Victoria Hamilton.

The Crown 1.07 - Scientia Potentia Est
A rainha Elizabeth II (Claire Foy) se ressente das falhas de sua educação. Ela vai receber em breve o presidente dos Estados Unidos em Windsor e se sente despreparada para conversar com ele. Assim decide que precisa se preparar e contrata um professor para lhe ensinar mais coisas sobre ciência, energia nuclear, etc. Elizabeth II fica tão desnorteada com sua situação pessoal que confronta a mãe sobre suas falhas educacionais. É surpreendente descobrir nesse episódio que a própria rainha da Inglaterra se sentia despreparada para lidar com os maiores líderes mundiais. Uma situação até vergonhosa. Enquanto Elizabeth II vai aprendendo, como uma boa aluna, o primeiro ministro Winston Churchill (John Lithgow) sofre um derrame. O pior é que ele decide esconder sua condição da monarca que fica realmente furiosa quando descobre que esse tipo de informação lhe foi escondida. O ponto alto do episódio acontece quando o primeiro ministro se encontra pessoalmente com a rainha. O clima de tensão é muito bem trabalhado pelo roteiro. / The Crown 1.07 - Scientia Potentia Est (Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: Benjamin Caron / Roteiro:  Peter Morgan / Elenco: Claire Foy, John Lithgow, Matt Smith, Victoria Hamilton.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de março de 2018

Tarzan e a Mulher Leopardo

Título no Brasil: Tarzan e a Mulher Leopardo
Título Original: Tarzan and the Leopard Woman
Ano de Produção: 1946
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Studios
Direção: Kurt Neumann
Roteiro: Carroll Young
Elenco: Johnny Weissmuller, Brenda Joyce, Johnny Sheffield
  
Sinopse:
Várias caravanas desaparecem bem no meio da selva. Relatos afirmam que foram atacadas por estranhos seres, meio homens e meio leopardos. Tarzan (Johnny Weissmuller) acredita nessa versão, apesar de pessoalmente nunca ter visto nada parecido em seus longos anos vivendo na floresta. Já Jane (Brenda Joyce) pensa ser tudo uma bobagem, uma lenda inventada por pessoas da região. Após mais um ataque, Tarzan resolve ir a fundo para descobrir toda a verdade. Filme baseado nos personagens criados por Edgar Rice Burroughs.

Comentários:
Um dos últimos filmes de Johnny Weissmuller no papel de Tarzan. Ele deixaria o personagem definitivamente apenas dois anos depois após rodar as fitas "Tarzan e a Caçadora" e "Tarzan e as Sereias". O fato é que Weissmuller estava velho demais para interpretar o Rei das Selvas. Curiosamente nessa película, apesar de aparentar já uma idade mais avançada do que seria a ideal, ele ainda conseguia continuar em boa forma física. Fruto de seus anos de treinamento como atleta olímpico. O roteiro é um dos que mais se aproximam ao espírito de aventuras dos quadrinhos da época. Há todo um enredo focado principalmente na fantasia e na imaginação. Encontramos essa estranha seita no meio da selva, formada por adoradores de um Deus em forma de Leopardo e sua sacerdotisa pagã, adepta de sacrificios humanos à sua divindade. São eles que promovem os saques e ataques às caravanas de mercadores. 

O filme é curtinho, meros 72 minutos de duração, e traz Tarzan em cenas de ação que vão agradar aos fãs - ele luta com leopardos, como não poderia deixar de ser, e ensaia até mesmo um confronto com um crocodilo. O único aspecto decepcionante vem do fato de Johnny Weissmuller não dar seu famoso grito em nenhum momento do filme - logo o que se tornou sua marca mais característica como Tarzan. Uma aventura divertida, movimentada e que consegue abrir margem até mesmo para momentos mais enfadonhos da rotina da família Tarzan na selva, como um chuveiro velho que está sempre dando problemas. Quem interpreta Jane é a loira Brenda Joyce, aqui tentando levar uma vida de dona de casa americana dos anos 40 no meio da selva, só que ao invés de eletrodomésticos típicos da época ela precisava se virar com bambus e folhas das árvores. Era bonita e simpática, mas jamais estaria à altura da Jane original, Maureen O'Sullivan. Em suma, uma boa diversão nos momentos finais da franquia de Tarzan com Johnny Weissmuller no papel principal. Sinais de saturação estão por todas as partes, mas mesmo assim o filme ainda conseguia divertir e entreter.

Pablo Aluísio.

O Mensageiro da Vingança

Título no Brasil: O Mensageiro da Vingança
Título Original: Johnny Cool
Ano de Produção: 1963
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: William Asher
Roteiro: Joseph Landon, John McPartland
Elenco: Henry Silva, Elizabeth Montgomery, Richard Anderson
  
Sinopse:
Salvatore Giordano (Henry Silva) é um criminoso pé de chinelo siciliano que cai nas graças de um poderoso chefão mafioso, Johnny Colini (Marc Lawrence). Depois de entrar em sua organização criminosa é enviado para os Estados Unidos onde deverá executar uma série de crimes em nome de seu chefe. Ao chegar na América adota o codinome de "Johnny Cool". Em Nova Iorque começa a assassinar todos os nomes que constam da lista de Colini, numa série de vinganças do crime organizado. Seu único erro acaba sendo mesmo se envolver com a mulher errada.

Comentários:
Quando esse filme foi realizado o nome de Henry Silva estava na crista da onda em Hollywood. Sob as bençãos do "Rat Pack", ao qual chegou a fazer parte, ele deu partida na filmografia que deveria lhe transformar em um astro. O enredo se inspira diretamente numa série de livros que estava fazendo bastante sucesso nas livrarias americanas na época. Épicos escritos por autores como Mario Puzo, por exemplo. O mundo da Cosa Nostra parecia fascinar o americano médio comum que começou a devorar esse tipo de literatura. O roteiro de "Johnny Cool" foi baseado na novela escrita por John McPartland, um escritor muito popular naqueles anos. Seus textos já tinham sido adaptados com êxito em Hollywood em filmes como "Vidas Truncadas" de 1957 e "A Mulher do Próximo" de 1959. Suas tramas procuravam desvendar os mistérios que rondavam as vidas de gangsters italianos nos Estados Unidos. Aqui temos um bom filme, valorizada pelo bom texto e por pequenas participações especiais que acabam deixando tudo ainda mais interessante, como a presença muito especial do cantor Sammy Davis, Jr (amigo pessoal de longa data de Henry Silva). A atriz Elizabeth Montgomery iria se consagrar anos depois na TV no papel de Samantha Stephens na extremamente popular série "A Feiticeira" que iria durar de 1964 até 1972 (chegou a ser exibida com muito sucesso no Brasil também). Dessa maneira deixamos a dica desse bom filme policial que é pouco conhecido nos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de março de 2018

Epopeia Trágica

Título no Brasil: Epopeia Trágica
Título Original: Scott of the Antarctic
Ano de Produção: 1948
País: Inglaterra
Estúdio: Ealing Studios
Direção: Charles Frend
Roteiro: Walter Meade, Ivor Montagu
Elenco: John Mills, Derek Bond, Diana Churchill
  
Sinopse:
O filme narra a história real do aventureiro e explorador inglês Robert Falcon Scott (John Mills) que liderou uma expedição no século XIX cujo objetivo era alcançar o marco zero do pólo sul do planeta. Uma verdadeira epopeia em uma das regiões mais hostis da Terra. Ao lado de seus homens ele acabou desafiando todos os limites da resistência humana, enfrentando temperaturas e desafios jamais confrontados por outros exploradores. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico.

Comentários:
O cinema inglês de uma forma em geral nunca deixou a desejar em relação ao que estava sendo produzido em Hollywood durante a década de 1940. Um exemplo disso é esse excelente "Scott of the Antarctic". Até mesmo hoje em dia ficamos surpresos com a supremacia técnica que essa fita possui. Tudo muito bem realizado, com maravilhosas tomadas de cena do continente gelado. Para dar realismo nas cenas da expedição uma parte da equipe de filmagem foi despachada para a própria Antarctica, onde foram filmadas excelentes sequências numa região conhecida como Graham Land. Se nos dias de hoje uma viagem para aquele continente é um desafio, imagine há mais de setenta anos! Pode-se dizer que a realização do filme em si já foi uma aventura e tanto para esses profissionais do cinema. Parte da produção também foi rodada na fria Noruega, um dos países europeus mais gelados do continente. Além da grande qualidade técnica da produção o filme ainda contou com um elenco comprometido e talentoso, incluindo o magistral John Mills que dá um verdadeiro  show interpretando o papel principal. Com roteiro baseado em farta documentação histórica, esse é sem dúvida uma das melhores aventuras realizadas pelo cinema britânico. Um resgate de um evento histórico que marcou o momento em que o homem ousou enfrentar a natureza em busca de um ideal.

Pablo Aluísio.

Contra Espionagem

Título no Brasil: Contra Espionagem
Título Original: Man on a String
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: André De Toth
Roteiro: Boris Morros, Charles Samuels
Elenco: Ernest Borgnine, Kerwin Mathews, Colleen Dewhurst
  
Sinopse:
Boris Mitrov (Ernest Borgnine) é um imigrante russo nos Estados Unidos que conseguiu realizar o sonho americano. Produtor bem sucedido, ele se dá muito bem na capital mundial do cinema, Hollywood. Logo se torna um homem rico dentro da indústria cinematográfica. Por causa de sua origem começa a se envolver com outros russos que também vão aos Estados Unidos, alguns deles notórios espiões soviéticos. Isso faz com que o governo americano o leve a uma escolha crucial: ele poderá decidir entre se tornar um agente duplo dos americanos ou então ir para a cadeia, acusado de espionagem. 

Comentários:
Ernest Borgnine era aquele tipo de ator que colocava seu coração e alma em todos os filmes de que participava. Nesse "Man on a String" ele encarna um sujeito comum que é levado para o mundo da espionagem por causa da paranóia que reinava durante a guerra fria. Ao contrário de um James Bond, que dava toda a pinta de ser um agente secreto, ele aparentava ser um homem comum, acima de qualquer suspeita. Isso é curioso porque os agentes do mundo real são assim mesmo, nada parecidos com Bond, até porque se passar por uma pessoa normal já era a metade do trabalho de um verdadeiro membro do serviço secreto. Seu personagem é um russo que tem a pretensão de trazer seu pai e seus irmãos para virem morar ao seu lado nos Estados Unidos. Ele vive muito bem em uma bela casa de Los Angeles, bem longe da realidade de miséria em que vivia no mundo soviético. Ele acredita no sonho americano. Por ser russo porém ele acaba sendo vigiado dia e noite pelo serviço secreto americano e em pouco tempo é aliciado para virar um agente duplo para os Estados Unidos. Um bom filme, bem escrito, com um roteiro que privilegia a seriedade e o suspense, tudo bem longe da fanfarronice que iria se abater sobre os futuros filmes estrelados por 007. O fato de ter supostamente sido inspirado em fatos reais ajuda ainda mais em seu resultado final.

Pablo Aluísio.