segunda-feira, 7 de maio de 2018

A Vida e Morte de Peter Sellers

Título no Brasil: A Vida e Morte de Peter Sellers
Título Original: The Life and Death of Peter Sellers
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: HBO Pictures
Direção: Stephen Hopkins
Roteiro: Christopher Markus, baseado no livro de Roger Lewis
Elenco: Geoffrey Rush, Charlize Theron, Emily Watson, John Lithgow, Miriam Margolyes, Stanley Tucci, Stephen Fry

Sinopse:
O filme mostra o lado do ator e comediante Peter Sellers que poucos chegaram a conhecer, inclusive seus maiores fãs. Ao lado do artista talentoso, de várias comédias de sucesso, havia também um homem com sérios problemas psicológicos, que afetava a todos que viviam ao seu redor.

Comentários:
Peter Sellers foi um dos comediantes mais populares dos anos 60, na TV e no cinema. A imagem pública porém pouco tinha a ver com sua vida pessoal. Esse bom filme procura mostrar o outro lado de quem fazia rir, mas que no íntimo sofria de depressão e tinha uma personalidade estranha e desconcertante. Assistindo ao filme podemos notar que Sellers na realidade era o que se chamava de "Bordeline", ou seja, um sujeito com personalidade limítrofe, entre a sanidade e a loucura. Suas atitudes e atos eram bem fora do normal. Outro aspecto que ajuda bastante nessa produção é o seu elenco, a começar por Geoffrey Rush, muito inspirado no papel principal. Ele se sai bem não apenas nas cenas de humor, mas também quando dá vida ao lado mais sinistro do ator. Charlize Theron também está ótima como a mulher de Sellers, uma modelo loiríssima chamada Britt Ekland. Com uma grande diferença de idade ela foi a última esposa de Sellers e teve que enfrentar a pior fase de sua personalidade maluca e melancólica. Enfim, um bom retrato de mais um palhaço que fazia todos rirem, mas que no escuro de seu camarim tinha muitos fantasmas pessoais a enfrentar.

Pablo Aluísio. 

Confronto no Pavilhão 99

Título no Brasil: Confronto no Pavilhão 99
Título Original: Brawl in Cell Block 99
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: XYZ Films
Direção: S. Craig Zahler
Roteiro: S. Craig Zahler
Elenco: Vince Vaughn, Jennifer Carpenter, Don Johnson, Dion Mucciacito, Geno Segers, Victor Almanzar

Sinopse:
Após ser preso numa operação policial o traficante Bradley Thomas (Vince Vaughn) é condenado a sete anos de prisão. Fora da cadeia deixa sua esposa grávida de seis meses. As coisas pioram ainda mais quando ele começa a ser chantageado dentro da penitenciária. Ou ele mata um prisioneiro a mando de um cartel mexicano de drogas ou então sua esposa grávida será morta pelos assassinos da quadrilha. Filme indicado no Toronto Film Festival.

Comentários:
Esse filme tem duas características que me desagradaram bastante. A primeira é que não é um filme muito bem produzido. Na verdade tudo pareceu tão falso. Como se trata de um filme que se passa na prisão esperava por algo mais bem elaborado. Isso não acontece. Os cenários são mal feitos. Quando o personagem do Vince Vaughn é enviado para uma prisão de segurança máxima tudo me pareceu irreal. As celas escuras e com paredes de pedra lembravam mais masmorras medievais do que celas de penitenciárias modernas. Além disso o uso reiterado de torturas e situações bizarras dentro da prisão aumentaram ainda mais a sensação de se estar assistindo a algo muito mal produzido. A outra coisa que me incomodou bastante foi o excesso de violência, de cenas gratuitas, como as que Vince esmaga a cabeça de seus inimigos. Cruel e nem muitas vezes bem feita, tudo acabou soando quase patético. É um filme longo (mais do que o necessário) que não passa veracidade em quase nada. No começo ainda mantive um pouco a atenção, mas depois que ele é preso e enviado para prisões a coisa toda desanda. Vince Vaughn não está bem, ficando visivelmente fora do que poderia se esperar de seu papel brutal. Interessante mesmo apenas Don Johnson que interpreta o diretor que como convém a filmes desse estilo também é um sádico violento. Enfim, temos aqui um filme que deixa a desejar, seja pelo sua produção ruim, seja pela violência pela violência, sem justificativa, quase um atentado completo ao bom gosto e ao bom senso.

Pablo Aluísio. 

domingo, 6 de maio de 2018

Titã

Título no Brasil:Titã
Título Original: The Titan
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix, Nostromo Pictures
Direção: Lennart Ruff
Roteiro: Max Hurwitz, Arash Amel
Elenco: Sam Worthington, Taylor Schilling, Tom Wilkinson, Agyness Deyn, Nathalie Emmanuel, Diego Boneta

Sinopse:
O Tenente Rick Janssen (Sam Worthington) da Marinha dos Estados Unidos decide entrar em um projeto pioneiro que enviará o primeiro homem para a distante lua de Saturno conhecida como Titã. Maior do que o planeta Mercúrio, o distante mundo é especialmente perigoso para os seres humanos pois possui uma atmosfera tóxica. Os cientistas porém acharam uma maneira de mudar o DNA dos astronautas, os tornando ideias para aquele satélite. O problema é que a mudança também acaba ocasionando muitos efeitos colaterais perigosos em todos os que passaram pelas experiências genéticas.

Comentários:
Mais uma produção original da Netflix. Mais uma produção que deixa a desejar. A premissa é interessante, não tenha dúvidas. Uma missão pretende enviar o primeiro homem para Titã, uma lua de Saturno. O problema é que seria impossível para um ser humano viver lá por causa das temperaturas congelantes e do excesso de Nitrogênio na atmosfera. Como resolver isso? Como promover uma adaptação? Simples. Mudando o próprio DNA dos astronautas que vão para lá. E ai começam todos os testes e experiências. O personagem de Sam Worthington acaba sendo um dos mais promissores nas mutações, já que seu organismo aguenta a violência das modificações em sua estrutura. Só que há um problema no meio do caminho. Os que passam pelas transformações acabam também desenvolvendo um modo de ser violento, assassino, que coloca todos em perigo. Eu pessoalmente esperava bem mais desse filme quando li a sinopse. Esperava por efeitos especiais de primeira linha (não espere por isso) ou pelo menos por uma maquiagem da criatura que fosse surpreender (e que infelizmente é outra decepção!). Além disso a tal chegada do primeiro homem em Titã quase não acontece. Praticamente 99 por cento de todo o enredo se passa nos treinamentos da missão e, é claro, nos procedimentos de mutação. Com isso o filme perde muito ritmo e decai muito em certos momentos. Não se surpreenda se começar a bocejar lá pelo meio do filme. É o tédio que se impõe, tudo misturado com decepção e um incômodo aborrecimento. O tal primeiro homem em Titã não consegue empolgar muito, nem mesmo os mais interessados no tema da conquisa do homem dos confins do universo. Em certo aspecto só conseguimos sentir sono, muito sono desse filme que não consegue suprir as expectativas de ninguém. Não foi dessa vez que acertaram.

Pablo Aluísio.

Velozes & Furiosos 5 - Operação Rio

Título no Brasil: Velozes & Furiosos 5 - Operação Rio
Título Original: Fast Five
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Justin Lin
Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Joaquim de Almeida, Eva Mendes, Michelle Rodriguez

Sinopse:
Dom (Vin Diesel) e Brian (Paul Walker) seguem sendo caçados impiedosamente pela polícia americana. Para escapar do cerco eles resolvem se mandar para o Rio de Janeiro, local que ao lado da Cidade do  México, é o preferido para condenados da justiça americana. O agente federal Lucas Hobbs (Dwayne Johnson) porém não está disposto a deixar os criminosos escaparem assim tão facilmente.

Comentários:
Bom, se você tem alguma dúvida sobre a péssima imagem que o Brasil tem no exterior é bom dar uma olhadinha nesse filme. Em determinado momento um dos personagens exibe poderosas armas em público e é repreendido por um comparsa. Ele sorri e responde: "Isso aqui é o Brasil cara!", ou seja, a terra onde o crime impera e tudo é permitido. Além disso, como sempre, as mulheres brasileiras são todas retratadas como verdadeiras vadias... enfim, sob esse ponto de vista não há muito o que consertar. De qualquer maneira, tirando essa questão de lado, o que sobra é de fato um eficiente filme de ação que vai agradar aos fãs da série "Velozes e Furiosos". Muita adrenalina e como sempre um fiapinho de roteiro ligando todas as cenas. Conforme eu já tinha escrito antes a morte do ator Paul Walker reacendeu o interesse nessa franquia e o que estamos vendo na programação da TV a cabo é uma verdadeira overdose de reprises desses filmes. Hoje mesmo teremos a exibição de três "Velozes e Furiosos" em canais diferentes! É mole?! De qualquer forma aproveite o feriadão para ver (ou rever) esse e tire suas próprias conclusões sobre o Brasil, a terra onde tudo pode acontecer, pelo menos no cinema!

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de maio de 2018

Suite Française

Título Original: Suite Française
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra, França, Bélgica, Canadá
Estúdio: Alliance Films
Direção: Saul Dibb
Roteiro: Matt Charman, Saul Dibb, baseados na obra de Irène Némirovsky
Elenco: Michelle Williams, Matthias Schoenaerts, Kristin Scott Thomas, Margot Robbie, Sam Riley
 
Sinopse:
Nas vésperas da ocupação alemã na França, durante a II Guerra Mundial, um grupo de moradores precisa lidar com a iminente chegada das tropas nazistas. A situação fica ainda mais delicada quando as casas e residências da região são ocupadas por soldados e oficiais do Reich. A convivência entre a população civil ocupada (em sua maioria mulheres e velhos) e o exército alemão logo torna a situação completamente tensa e perigosa. Nesse turbilhão político e social a jovem Lucile Angellier (Michelle Williams) acaba se apaixonando pelo tenente alemão Bruno von Falk (Matthias Schoenaerts), o que acaba gerando um enorme escândalo na cidade, agravado ainda mais pelo fato dela já ser casada e seu marido ser um prisioneiro de guerra em um campo de concentração nazista.

Comentários:
A história narrada nesse filme foi baseada em um romance escrito por Irène Némirovsky, uma jovem que vivia na França durante a invasão alemã ao seu país, em plena II Guerra Mundial. Ele escreveu o romance no calor do momento enquanto estava vivenciando a mesma situação que seus personagens no livro, com a chegada dos alemães em sua terra natal. Infelizmente Irène acabou sendo denunciada como judia e enviada para o campo de concentração de Auschwitz, onde veio a morrer um ano depois. Seu manuscrito porém sobreviveu ao tempo, ficando por décadas dentro de uma velha mala nos porões de sua casa. Descoberto por sua filha, ela resolveu publicá-lo, praticamente como uma homenagem para sua mãe que havia sido morta pela insanidade e loucura nazistas. O enredo explora o romance entre uma francesa e um jovem oficial alemão. O tema, completamente inusitado e incomum, tenta de todas as formas mostrar uma certa humanidade entre as forças de ocupação do exército alemão. O tenente Bruno von Falk é um perfeito cavalheiro, com modos nobres e uma educação tipicamente prussiana. Ao ficar na casa onde mora Lucile (Williams) a aproximação acaba despertando a paixão entre eles. Nem a oposição de sua própria sogra, que a adverte que o alemão na verdade representa o inimigo, consegue deter os sentimentos dela.

Curiosamente ao mesmo tempo em que começa a ser vista como uma traidora da pátria pelos demais moradores, alguns deles vão até ela em busca de ajuda, principalmente para resolver pequenos e grandes problemas com as tropas alemãs. A dubiedade de todos fica bem à mostra nesses momentos. A convivência que começa pacífica e harmônica porém logo chega ao fim quando um oficial alemão é morto em um celeiro. A partir daí as execuções começam e o clima de terror se impõe na cidade. Um dos aspectos que mais gostamos desse filme foi a atuação da atriz Michelle Williams. Ela está linda, combinando perfeitamente com o figurino e o estilo da época em que a história se passa. Sua luta para vencer seus sentimentos, mesmo sabendo que se envolver com o tenente alemão seria certamente algo muito errado naquele contexto histórico, acaba sendo um dos grandes atrativos dessa história de amor. No final a grande lição que fica é a de que não conseguimos mesmo ter completo controle sobre o que sentimos. Mesmo quando tudo aponta para o errado, para o improvável e para o equivocado, o que sentimos dentro de nossos corações acaba sempre vencendo. O amor supera tudo, até mesmo a maior guerra que a humanidade já presenciou.

Pablo Aluísio.

Whitney: Can I Be Me

Muito bom esse documentário sobre a vida da cantora Whitney Houston. É uma produção feita em parceria entre a BBC e o Showtime, então o padrão de qualidade está garantido. Em pouco mais de 100 minutos de duração somos apresentados a sua história, feita em edição rápida que funciona muito bem. Intercalando tudo temos vários depoimentos de pessoas próximas a ela, como familiares, sua mãe e o ex-marido Bobby Brown. Obviamente eu acompanhei grande parte da carreira de Whitney Houston, até porque era impossível viver nos anos 90 e nunca ter ouvido uma de suas belas interpretações. Mesmo assim meu conhecimento sobre ela era superficial. Aqui temos um retrato melhor da artista.

Um dos aspectos que me causaram surpresa foi saber que a sua carreira foi daquelas de sucesso imediato. Já no primeiro disco ela quebrou recordes de vendas, seguida de inúmeros elogios da crítica. Todos merecidos aliás, porque ela foi mesmo uma cantora de grande talento, com um timbre de voz poderoso e único, talvez sendo a última grande cantora americana negra a dominar o mercado. Aspectos de sua vida pessoal também desfilam pela tela. Sua infância e juventude em um gueto de New Jersey, a conturbada relação com a mãe (Cissy Houston, também uma cantora talentosa que chegou a trabalhar ao lado de grandes cantores como Elvis Presley), sua formação inicial em coros de igrejas evangélicas e finalmente o sucesso absoluto. Tendo morrido de uma overdose de drogas, o documentário não poderia ignorar o fato dela ter sido viciada em praticamente toda a sua vida. Porém o documentário explora esse sério problema dela de forma respeitosa, sem exageros ou sensacionalismo. Ponto positivo. Em suma, um documentário ideal para fãs e não fãs, ouvintes ocasionais, que cresceram ouvindo a bela voz de Whitney Houston tocando nos rádios e fazendo sucesso.

Whitney: Can I Be Me (Estados Unidos, 2017) Direção: Nick Broomfield, Rudi Dolezal / Roteiro: Nick Broomfield, Marc Hoeferlin / Elenco: Whitney Houston, Bobbi Kristina Brown, Bobby Brown, Cissy Houston / Sinopse: Documentário sobre a vida e a carreira da cantora negra norte-americana Whitney Houston (1963 - 2012), desde seus primeiros anos até o estouro de seu primeiro disco, passando também por seu casamento problemático e o abuso de drogas, que iria colocar um ponto final em sua vida.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Tudo que Quero

Se o tema do autismo lhe interessa de alguma forma esse filme pode ser uma boa opção. Ele acompanha a vida de Wendy (Dakota Fanning), uma garota autista que passa por um tratamento com uma especialista, a Dra. Scottie (Toni Collette); Cada passo de normalidade é uma vitória, por mais banal que ela pareça ser. A ida a um trabalho, numa lanchonete, o cotidiano do dia a dia, as roupas que vai vestir, com cores determinadas. Os autistas possuem mentes complexas. Eles podem praticar determinadas coisas que se exige um alto QI para pessoas normais. Ao mesmo tempo sofrem com coisas banais, como atravessar uma rua ou fazer os laços do sapato. Também possuem a tendência de desenvolver um ultra foco em determinados assuntos. No filme a protagonista direciona suas atenções para a série "Star Trek". Ele chega inclusive a escrever um script para a Paramount Pictures e fica obcecada em ir entregá-lo no estúdio.

E aí começam os problemas. Ela mora em uma cidade próxima de San Francisco e precisa ir até Los Angeles, algo que sua terapeuta proíbe, mas mesmo assim ela resolve fugir sem autorização. Uma pessoas com necessidades especiais como ela, sozinha numa viagem como essa, acaba criando as principais situações que o roteiro explora. Inclusive ela encontra pessoas que vão tentar aproveitar de seu autismo, inclusive a roubando, deixando sem nenhum tostão para seguir em frente em sua jornada. Atrás, tentando encontrá-la, vão sua médica e sua irmã, com claros receios do que lhe pode acontecer. Apesar do tema sobre autismo o filme procurou não tingir sua história de tintas pesadas, melodramáticas. O tom é mesmo bem mais leve, até com uma certa graça e simpatia em cada cena. Dakota Fanning convence plenamente como uma autista, o que ajuda ainda mais ao filme como um todo. Ele não consegue encarar as pessoas e tem ataques em momentos de contrariedade. Um retrato bem feito dos portadores dessa síndrome. No final gostei bastante e recomendo o filme. Especialmente indicado para familiares de pessoas com autismo.

Tudo que Quero (Please Stand By, Estados Unidos, 2017) Direção: Ben Lewin / Roteiro: Michael Golamco, baseado na peça teatral escrita por Michael Golamco / Elenco: Dakota Fanning, Toni Collette, Alice Eve / Sinopse: Wendy (Dakota Fanning) é uma garota autista que está em fase de tratamento com uma especialista, a a Dra. Scottie (Toni Collette). Hiper focada na série "Star Trek" ela decide escrever um script para um concurso promovido pela Paramount Pictures. Tudo vai bem até o dia em que ela decide fugir do centro onde está para ir pessoalmente entregar seu texto, algo que deixa em desespero sua médica e sua irmã, que não sabem para onde ele foi parar.

Pablo Aluísio. 

2012

Pois é, o mundo ia acabar em 2012. O calendário Maia só ia até 12-12-2012, então é claro que os teólogos da conspiração entraram em surto, dizendo que isso era a "prova" definitiva que o mundo já tinha data para acabar. Uma tremenda bobagem, mas que com a ajuda da internet se alastrou e ficou popular. Como Hollywood está sempre de olho em novas oportunidades de faturar em assuntos da moda não demorou a produzir um filme mostrando justamente isso, o fim do mundo em 2012. Eu nunca havia assistido a esse filme até ontem. Foi puro desinteresse mesmo. Afinal era um filme dirigido por Roland Emmerich, o "irmão" cinematográfico do Michael Bay. Ambos fazem sempre o mesmo tipo de fita. Muitas explosões, muito barulho e pouquíssimo roteiro. Esse "2012" não fugiu em nada desse estilo bombástico (e lamentável) de fazer cinema.

O que mais me admirou foi ver o cult ator John Cusack no meio do elenco. Ele não tem muito o que fazer em cena a não ser correr para lá e para cá, com cara de espanto, enquanto o mundo vai chegando ao fim. Seu personagem é piegas, insuportável e cheio de clichês. Um pai de família que tenta salvar os filhos enquanto o resto da humanidade vai para o buraco (literalmente falando!). Essa coisa de pai de família que vai se tornando herói é mais do que batido. Pior são as cenas em que a família (a ex-esposa e os filhos chatinhos) vão escapando em aviões enquanto lá embaixo a crosta terrestre vai entrando em colapso. O mais bizarro desse filme nem é tanto seu desenvolvimento, mas seu final. O que os bilionários fazem para fugir do apocalipse? Embarcam em uma nave espacial? Bom, isso seria o mais lógico a fazer em um planeta que está em destruição. Mas não, eles todos entram em arcas!!! Isso mesmo, iguais aquelas do velho testamento. O que você vai fazer dentro de uma arca enquanto o mundo vai se acabando? Por acaso os oceanos não fazem parte do planeta também? O roteiro, muito estúpido, não responde a esse tipo de pergunta. Apenas leva o filme até o momento final, com todos felizes e salvos na Arca de Noé! Tenha santa paciência...

2012 (2012, Estados Unidos, 2009) Direção: Roland Emmerich / Roteiro: Roland Emmerich, Harald Kloser / Elenco: John Cusack, Thandie Newton, Chiwetel Ejiofor / Sinopse: Os Mais estavam certos. O mundo começa a se acabar no ano de 2012. Ondas de radioatividade, em explosões de neutrinos começam a bombardear o núcleo da Terra, causando o colapso da crosta terrestre. Enquanto isso o pai interpretado por John Cusack tenta salvar sua família, bem no meio do apocalipse mundial. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Vingadores: Guerra Infinita

De maneira em geral tenho gostado desses filmes da Marvel. Duas coisas me chamam a atenção nessa franquia. A primeira é que os filmes estão sendo lançados rapidamente. Nem esfriou ainda o lançamento de "Pantera Negra" e já temos essa nova produção nos cinemas. A outra coisa que me chama a atenção é que há uma boa regularidade na qualidade dos filmes. Dificilmente você encontra um filme com a marca Marvel que seja ruim ou péssimo. Todos mantém um certo nível. Pois bem, aqui a ideia foi amarrar todas as franquias de super-heróis, uma forma de unir os universos que vão correndo em paralelo. Assim você encontrará praticamente todos os heróis Marvel em cena, com algumas pequenas exceções. Claro que um filme com tanto personagens juntos acaba também ficando sem espaço para que eles se desenvolvam direito dentro do roteiro. Aí é que entra o grande trunfo do filme, o seu vilão, o Thanos.

E aí entra talvez também o grande problema do filme. Com um vilão tão marcante e com tantos poderes, os demais heróis Marvel só estão ali para levarem uma tremenda surra do titã. Eles não são páreos para o ser espacial. Até o Hulk, que supõe ser a força bruta dos Vingadores, acaba levando uma surra homérica. O Thanos está em busca de uma série de joias que lhe dará poder total e absoluto sobre o universo. São cinco pedras representando elementos da natureza (força, poder, tempo, etc). Com a posse delas ele se torna mais imbatível do que já é. Então como superar algo assim? Praticamente impossível. Eu particularmente não vi saída, pelo menos nesse primeiro filme que aliás tem um final em aberto, pois haverá uma segunda parte em breve. Outro aspecto a se considerar é que esse enredo foi contado nos quadrinhos já há bastante tempo, nos anos 80. No Brasil foi publicada pela primeira vez ainda em formatinho, pelo editora Abril. Por isso já se tem uma ideia de como é antigo. Mesmo assim ainda funciona. O filme é bom, um pouco prejudicado pelo excesso de personagens e por algumas falhas de desenvolvimento, mas de maneira em geral consegue ser tão bom como muitos outros filmes do filão Marvel. Pelo menos no cinema a Marvel continua levando uma grande vantagem sobre a DC que não consegue emplacar um bom filme há anos.

Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, Estados Unidos, 2018) Direção: Anthony Russo, Joe Russo / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Robert Downey Jr., Josh Brolin, Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Chris Evans, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch, Tom Holland, Chadwick Boseman, Zoe Saldana, Tom Hiddleston, Paul Bettany  / Sinopse: O mundo sofre uma nova ameaça vinda do espaço, o titã Thanos (Josh Brolin) está em busca de cinco pedras de poder que lhe darão controle absoluto sobre o universo. Apenas os Vingadores poderão deter essa dominação.

Pablo Aluísio. 

Exorcismos e Demônios

Filmes sobre exorcismos estão saturados. Nem iria assistir a esse filme, mas como ele entrou em cartaz nos cinemas brasileiros (uma raridade de acontecer ultimamente) resolvi conferir para ver se tinha algo a mais. Como a curiosidade matou o gato, acabei me dando mal. O filme é fraquinho realmente. Logo no começo os produtores informam que tudo é baseado em fatos reais (duvido mesmo, me engana que eu gosto!). A trama é básica. Uma jovem jornalista resolve investigar um caso de suposto homicídio envolvendo uma freira em um convento. Ela teria sido assassinada durante um exorcismo. O bispo até que conseguiu chegar a tempo antes do final do ritual, mas quando ela finalmente foi levada para o hospital acabou morrendo no caminho.

Caso real de possessão ou tudo fruto de um fanatismo exagerado por parte do padre? Aliás a origem do sacerdote me deixou em dúvida. Não me pareceu ser católico romano, mas sim ortodoxo, embora o roteiro nunca explique direito sua denominação religiosa. As igrejas mostradas no filme pelo menos me pareceram bem bizantinas. Então a trama avança com essa jornalista que não acredita em nada sendo testada pelos acontecimentos inexplicáveis que vai testemunhando. O filme quase cai no amadorismo completo. O elenco não é muito bom, com uma protagonista inexpressiva. O próprio clero é pouco convincente. Há um outro padre que mais parece um jogador de futebol brasileiro dos anos 70. Enfim, tudo bem decepcionante e fraco. Esperava muito mais, afinal o filme arranjou lugar no concorrido circuito comercial dos cinemas. Será que não havia nada melhor para exibir em nossas salas de cinema? Pelo visto, não!

Exorcismos e Demônios (The Crucifixion, Estados Unidos, Inglaterra, Romênia. 2017) Direção: Xavier Gens / Roteiro: Chad Hayes, Carey W. Hayes / Elenco: Sophie Cookson, Corneliu Ulici, Ada Lupu / Sinopse: Uma jovem jornalista resolve investigar um caso de morte envolvendo uma freira. Ela supostamente teria sido morta durante um ritual mal sucedido de exorcismo! O que teria de fato acontecido? Uma possessão do diabo real ou apenas um delírio religioso promovido por fanáticos? Conforme as investigações avançam ela descobre que há muito mais por trás de toda a história.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Juventude no Oregon

Filme que segue inédito no Brasil. Inclusive não possui ainda título em português. O tema central é a eutanásia e o direito dos pacientes em estado terminal de decidirem se querem colocar um fim em suas vidas, tudo feito de forma assistida por profissionais de saúde. O personagem principal é um octogenário interpretado pelo excelente Frank Langella. Ele acaba de fazer uma complicada cirurgia de coração, mas a esperança se vai porque seu médico lhe informa que mais cirurgias serão necessárias, cada vez mais incisivas e traumáticas, sem garantia de melhora. Ele então decide de forma consciente que não quer mais passar por tudo isso. Morando com a filha e um genro que não se dá bem com ele, decide de uma vez por todas viajar até o Oregon, onde a eutanásia seria permitida.

A viagem até lá se torna a espinha dorsal da história do filme. É um road movie em direção à eutanásia. O grande destaque, que não poderia deixar de ser, vem da interpretação de Frank Langella. Dito como levemente canastrão em sua juventude, quando chegou a interpretar Drácula e Zorro, o velho ator conseguiu finalmente dar a volta por cima, se tornando hoje em dia um dos mais respeitados profissionais do cinema americano. O ponto de inversão parece ter sido a indicação ao Oscar por "Frost / Nixon". De lá para cá ele só tem colecionado elogios por seu trabalho. Nesse filme aqui em particular ele continua ótimo. Mesmo debilitado pela doença cardíaca ainda consegue se impor ao resto de sua família com o poder de sua presença, de sua voz firme. Claro que numa jornada rumo à morte ele precisa também aparar as arestas do passado com seus filhos, o que rende os melhores momentos dramáticos do roteiro. Enfim, mais um belo momento da carreira de Frank Langella, demonstrando que os anos só lhe fizeram bem.

Juventude no Oregon (Youth in Oregon, Estados Unidos, 2017) Direção: Joel David Moore / Roteiro: Andrew Eisen / Elenco: Frank Langella, Billy Crudup, Christina Applegate / Sinopse: Aos 80 anos de idade Raymond (Frank Langella) após uma desgastante cirurgia do coração, percebe que continua tão doente como antes. As previsões de seu médico, caso ele se submeta a uma nova cirurgia, também não são nada boas. Não existem garantias de que um dia vai melhorar. Assim decide ir para o Oregon, onde o procedimento de eutanásia ou suicídio assistido é plenamente aceito pelas leis locais. Isso claro causa uma grande comoção entre seus familiares.

Pablo Aluísio.

Britannia

A história dessa nova série se passa exatamente noventa anos depois da primeira invasão romana na ilha da Britannia (basicamente o que hoje conhecemos como Inglaterra e Escócia). Na primeira leva de invasores o comando era do próprio Júlio César. Agora os romanos retornam. A ilha havia ficado com fama de amaldiçoada entre as tropas do império, porque grande parte da população nativa era dada a práticas de ocultismo no meio das florestas. Nesse aspecto de bruxaria e feitiçaria se destacavam os povos conhecidos como Druídas. Mestres em rituais macabros e sacrifícios humanos, eles tinham deixado uma forte impressão nos romanos. Imagine, o maior exército profissional do mundo naqueles tempos antigos, com receios de enfrentar feiticeiros e magos que viviam como bárbaros no meio dos pântanos da ilha.

Passados tantas décadas os romanos agora estão sob comando de um general que não quer nem saber dessas superstições. Ele está decidido a dominar todo o território, passando por cima de todos, fazendo das vilas que encontra apenas um depósito de futuros escravos para Roma. Nesse primeiro episódio encontramos os soldados romanos invadindo a ilha pelo litoral, com mais ou menos 30 mil homens. Hoje em dia esse número pode até não significar grande coisa, mas na idade antiga era um exército de dominação de respeito, até pela pouca população que existia nas terras britânicas da época. O curioso é que os nativos, que supõe-se serão os mocinhos da série, parecem bem primitivos e violentos. Com os rostos pintados de cores vivas (algo que já vimos em filmes como "Coração Valente", por exemplo), eles estão dispostos a se unirem pela primeira vez contra os romanos. Pois é, dentro da ilha o que havia era muitas guerras entre tribos rivais, abrindo o franco e facilitando para a plena dominação do império romano.

Britannia (Inglaterra, Estados Unidos, ) Direção: Metin Hüseyin / Roteiro: Jez Butterworth, Tom Butterworth / Elenco: David Morrissey, Kelly Reilly, Nikolaj Lie Kaas / Sinopse: A série narra a invasão romana na ilha da Britannia (atual Grã-Bretanha) noventa anos depois da primeira leva de invasores comandadas por Júlio César, general e senador da República Romana. Agora sob o regime imperial, os novos militares romanos estão dispostos a dominar o território com punhos de ferro, fazendo o maior número possível de prisioneiros para serem levados como escravos para a capital do império.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Uma Jornada Para Toda a Vida - Curiosidades

Uma Jornada Para Toda a Vida - Curiosidades
1. O livro escrito por Robyn Davidson quase foi filmado na década de 1980, mas o projeto não foi adiante. Foram muitos anos de tentativas. As atrizes Júlia Roberts e Nicole Kidman estiveram ligadas a projetos anteriores, mas no final não conseguiram transformar o livro em filme. A atriz Mia Wasikowska nem era nascida quando o primeiro roteiro foi escrito.

2. A atriz Mia Wasikowska nunca tinha lidado com camelos antes em sua vida. Ela teve apenas três dias para ser treinado a cuidar desses animais. Apesar da agenda apertada ela conseguiu contar com dicas da própria Robyn Davidson que participou da fase de preparativos para as filmagens.

3. Outro desafio foi ter que lidar com cobras de verdade no set de filmagem na Austrália. Seis cobras foram levadas para as cenas. Além delas a equipe técnica precisou ficar atenta pois nas locações naturais onde o filme foi rodado existia uma grande variedade de serpentes, algumas delas entre as mais venenosas do mundo.

4. A produção custou 21 milhões de dólares. O orçamento foi todo bancado por companhias cinematográficas australianas. O filme chegou às telas inicialmente no país, só sendo lançado dois meses depois na Europa e Estados Unidos. O filme recuperou o investimento e se tornou lucrativo para os produtores.

5. Embora seja uma produção australiana a direção foi entregue ao americano John Curran. Ele já havia dirigido antes o drama histórico romântico "O Despertar de Uma Paixão" com  Naomi Watts e Edward Norton, além de "Homens em Fúria", também com Norton e Robert De Niro. Esse foi seu maior sucesso de bilheteria na carreira.

Pablo Aluísio.

Uma Jornada Para Toda a Vida

Esse filme deveria ser mais comentado. Hoje em dia, com sua exaustiva exibição nos canais Telecine, ele vem sendo aos poucos mais conhecido do público em geral. Conta a história real de uma jovem australiana chamada Robyn Davidson (Mia Wasikowska) numa jornada inusitada. Ela decide atravessar o deserto da Austrália acompanhada apenas por quatro camelos e um cachorro. A aventura logo chamou a atenção da revista National Georgraphic e assim ela acabou ganhando notoriedade e também financiamento para sua viagem. Alguns anos depois (a viagem original se deu durante a década de 1970) a própria Robyn resolveu contar sua epopeia em um livro chamado "Trilhas" (Tracks em inglês). Foi justamente esse relato autobiográfico que serviu de base para o roteiro desse belo filme.

O espectador terá além de uma boa história para conhecer, a fotografia lindíssima da Austrália. Uma ilha de tamanho continental situado na distante Oceania, o lugar reserva algumas surpresas, como uma fauna toda própria e, é claro, seu imenso deserto, que lembra em muito o Oriente Médio. Outro aspecto curioso é que a atriz Mia Wasikowska surge em cena completamente despida de vaidades. Ela está bem ao natural, praticamente sem maquiagem alguma, com roupas surradas e sandálias de dedo. Nada parecida com seus outros papéis no cinema, onde geralmente aparecia em lindos vestidos e figurino luxuoso. Por isso esqueça a imagem dela que você tem em sua mente, como a de filmes como "Alice" ou "Madame Bovary". Aqui ela abraça apenas o essencial, de uma personagem mais do que cativante.

Uma Jornada Para Toda a Vida / Trilhas (Tracks, Austrália, 2013) Direção: John Curran / Roteiro: Marion Nelson, baseado no livro escrito por Robyn Davidson  / Elenco: Mia Wasikowska, Adam Driver, Lily Pearl / Sinopse: Com história baseada em fatos reais, o filme conta a jornada que a jovem Robyn decide rumar, atravessando o deserto inóspito da Austrália. Seu objetivo é cruzar a ilha de costa a costa, chegando ao final da jornada nas águas mornas do Oceano Índico, do outro lado do país. Filme vencedor do Australian Cinematographers Society na categoria de Melhor Fotografia (Mandy Walker). Indicado ao Australian Film Critics Association Awards nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Mia Wasikowska) e Melhor Fotografia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Amores Clandestinos

Título no Brasil: Amores Clandestinos
Título Original: A Summer Place
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Delmer Daves
Roteiro: Sloam Wilson, Delmer Daves
Elenco: Richard Egan, Sandra Dee, Troy Donahue, Doroth McGuire
 
Sinopse:
O jovem Johnny Hunter (Troy Donahue) conhece uma bela garota, Molly Jorgenson (Sandra Dee), durante um veraneio numa linda ilha turística. O problema para Molly é que seus pais não aceitam, por questões morais e sociais, que o namoro do jovem casal vá em frente. Está armada assim a trama básica do filme "A Summer Place" que no Brasil recebeu o título de "Amores Clandestinos". Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Ator - Revelação Masculina (Troy Donahue). Também premiado pelo Laurel Awards na categoria Melhor Trilha Sonora (Max Steiner).

Comentários:
Esse filme romântico foi um dos maiores sucessos de bilheteria dos anos 50 e elevou a atriz Sandra Dee ao patamar de estrela, campeã de popularidade e ídolo adolescente em plenos anos dourados. O filme é muito didático no sentido de mostrar todo o leque de tabus e preconceitos morais e sexuais que imperavam na sociedade americana da época (se lá nos EUA era assim, imaginem aqui no Brasil como deveria ser atrasado!). A "honra" das jovens de família, a virgindade, o decoro, as convenções sociais que os namorados tinham que seguir à risca, tudo está na tela. O filme é muito romântico e tem uma trilha sonora marcante. Para se ter uma ideia a música tema foi um estouro nas paradas chegando ao primeiro lugar da revista Billboard na versão de Percy Faith. Impossível não conhecê-la até mesmo nos dias de hoje. O roteiro é obviamente açucarado, feito para embalar os amores juvenis da época mas tem também seus méritos, chegando ao ponto de discutir coisas mais sérias como a gravidez na adolescência, por exemplo.

Talvez o maior problema de "Amores Clandestinos", além de sua moralidade totalmente fora de moda nos dias atuais, seja o fraco desempenho do casalzinho de adolescentes que são os protagonistas do filme. Ok, Sandra Dee era um grande fenômeno de popularidade, todas as moças da época queriam ser como ela, mas o fato é que como atriz ela era bem limitada. Seu talento dramático se resumia a fazer beicinhos, um atrás do outro. Pelo menos foi salva por ser carismática e simpática. O mesmo não se pode dizer de seu partner em cena, o inexpressivo galãzinho Troy Donahue que não conseguiu escapar da canastrice completa. Um tipo de ator que se garantia apenas por seu bom visual. O problema é que isso é pouco, ainda mais nesse roteiro onde vários aspectos interessantes poderiam ser bem melhor explorados. O filme foi dirigido por Delmer Daves que havia escrito o roteiro de outro grande sucesso romântico da época, o também clássico "Tarde Demais Para Esquecer". De certa forma "Summer Place" é uma versão adolescente daquele filme estrelado por Cary Grant. Todos os ingredientes estão lá, a impossibilidade de concretizar um grande amor, locações paradisíacas e canções românticas marcantes, de cortar o coração. Por isso indico o filme a quem gosta de produções como essa. Certamente vai aquecer os corações dos mais românticos, desde que eles não sejam exigentes demais com boas atuações.

Pablo Aluísio.